domingo, outubro 22, 2006

Espalha-fezes na Folha de S.Paulo

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Sr. Ombudsman,

Peço-lhe que o senhor repasse a msg abaixo, agora mesmo, por favor, àquela 'socióloga' tucano-pefelista espalha-fezes que escreveu na Folha de S.Paulo, que "a cultura está desgraçada, no Brasil" (MARIA SYLVIA CARVALHO FRANCO, "Língua de trapo", em http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz1210200606.htm).

Afinal, ela escreveu -- e a Folha de S.Paulo publicou -- que eu-euzinho sou preto e digo muito palavrão e elegi o presidente Lula e vou reelegê-lo e que, por isso, a cultura estaria desgraçada no Brasil. Nunca se leu imbecilidade racista e fascista mais completa, em jornal, no mundo, desde o tempo que a Ku-Kux-Klan tinha jornais, no sul dos EUA.

É preciso, portanto, responder a ela.

Aí está, maravilhosa, emocionante, apaixonante, a resposta histórica que o Brasil já deu, em 2006, contra os 50 anos de militância 'sociológica' aristocratizante, antidemocrática e fascista daquela 'socióloga' e 'filósofa' doida cujo nome não se repete e de toda a 'sociologia' udenista-uspeano-tucano-pefelista.

Viva o Brasil! LULA É MUITOS!

[abaixo, íntegra do discurso do Ministro Gilberto Gil, dia 18/10/2006]
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GILBERTO GIL NO ATO DOS ARTISTAS E INTELECTUAIS no Rio de JaneiroDeclaração de Gilberto Gil, ministro da Cultura, no Canecão em 18/10/2006Caro presidente Lula. Caro senador Sérgio Cabral. Ministros, governadores e parlamentares. Amigos e amigas da cultura do Rio. Colegas do Ministério da Cultura. Boa noite a todos.

Estamos aqui para demonstrar o apoio de quem faz e pensa cultura no Rio ao presidente Lula e a Sérgio Cabral, que eu espero chamar de governador a partir de 29 de outubro.
Estamos aqui sobretudo para demonstrar o nosso apoio a um projeto de desenvolvimento pleno para o Rio e para o Brasil, que tem na cultura um de seus vetores estratégicos.
Quem somos? Vejo no palco e na platéia artistas, pensadores, empresários, gestores, militantes vinculados a todas as áreas da cultura, a todas as formas de expressão.
Vejo integrantes de grupos, empresas e instituições culturais. Vejo famosos e anônimos, jovens e veteranos. Vejo o underground e o mainstream. Vejo o centro e a periferia.
Esta diversidade, que se afirma intensamente neste encontro, é a diversidade do Rio e do Brasil, a diversidade da nossa cultura; a diversidade que Lula e Sérgio Cabral simbolizam.
É, portanto, a diversidade do Rio e do Brasil que se reúne aqui, e que demonstra o seu apoio, nosso apoio, à continuação do governo Lula; e a um governo novo para o Rio.
Foi aqui, nesta casa da música e do teatro, que realizamos, na campanha de 2002, uma reunião análoga. Há, porém, uma diferença significativa entre o encontro de 2002 e este.

Naquela ocasião, tratamos principalmente de planos e sonhos; hoje, podemos tratar de realizações e de resultados. Podemos tratar de uma obra. E de como aprofundá-la.
Hoje, presidente, podemos prestar contas e tratar do futuro de uma gestão que colocou a cultura na linha de frente, que empreendeu uma política abrangente, aberta à inovação.
Os planos e sonhos de 2002 desaguaram num governo de verdade, num Ministério da Cultura real, numa equipe de carne e osso que fez um trabalho devotado e digno.
E se hoje nos dedicamos a pensar como ampliar o trabalho realizado é porque este trabalho foi de fato a materialização possível do que, em 2002, era apenas vontade.
Por isso, presidente Lula, nós podemos voltar ao Canecão, quatro anos depois, e falar, olhando no olho de quem está aqui: este governo honrou os planos e sonhos de 2002.
Nos entregamos de corpo e alma, com um empenho que adversidade alguma foi capaz de frear, e agora temos um trabalho a mostrar, um trabalho que pode e deve prosseguir.
Esta gestão deslocou a agenda tradicional do Ministério da Cultura, abrindo caminho para uma agenda contemporânea e abrangente, marcada pela inovação e pelo diálogo.
Tivemos a coragem de incorporar à agenda tradicional do MinC as questões e desafios que a globalização, as novas tecnologias e a economia pós-industrial nos colocam.
Refiro-me à convergência digital, a um novo conceito de propriedade intelectual, ao trabalho imaterial, à economia da cultura e do lazer e ao protagonismo da sociedade civil.

Também afirmamos o potencial da cultura como fator de inclusão social, de geração de renda e emprego, de constituição de uma cidadania generosa, tolerante e conectada.
No início, pensei que nossa tarefa era semear o novo, sem ter a ambição da colheita. Mas os resultados vieram. Temos uma colheita farta. E novas semeaduras a empreender.
Este governo resgatou o Ministério da Cultura da inoperância, do isolamento e do elitismo em que se achava. O papel do MinC foi revisto, assim como sua estrutura e orçamento.
O MinC ganhou um protagonismo inédito e ampliou o seu campo de atuação, incluindo as questões centrais da cultura na agenda do governo e da sociedade brasileira.
O governo Lula dobrou os recursos orçamentários do MinC e das leis de incentivo, democratizou o acesso e criou novas formas de financiamento, como os Funcines.
Os investimentos em cultural bateram recordes históricos em todas as regiões do país e em todos os segmentos culturais. No Rio, por exemplo, o crescimento foi de 43%.
Hoje temos um ministério que formula e realiza políticas públicas efetivas de estímulo à cultura; e que trata a cultura como um agente do desenvolvimento do Brasil.
Esta agenda baseou-se em três eixos complementares:: Cultura como inclusão social e cidadania; Cultura como economia e fator de geração de renda, emprego e divisas;] Cultura como produção simbólica e expressão de identidade e diversidade.
Nos últimos quatro anos, o MinC conseguiu:

Ampliar o acesso da população à produção e ao consumo de bens culturais;
Ampliar, democratizar e fiscalizar o financiamento público à produção cultural;
Apoiar o intercâmbio cultural e a difusão internacional da cultura brasileira;
Apoiar o fortalecimento das empresas, dos grupos e das instituições culturais;
Revitalizar boa parte do patrimônio histórico e dos museus;
Empreender ações concretas de proteção e promoção da diversidade cultural.
Os avanços conceituais e políticos se expressam no Programa Cultura Viva e nos Pontos de Cultura, que já são mais de 500 em todo o país; no Programa Monumenta, que recuperou o patrimônio de 26 cidades; no Programa Revelando os Brasis, no Programa de Patrimônio Imaterial, no DOCTV, no Programa para as Culturas Populares e Indígenas, no Sistema Nacional de Cultura, no Programa de Circulação Regional de Teatro, no Programa Arte sem Barreiras, na Política de Museus, no Projeto Pixinguinha, nos Programas de Exportação de Cinema, Televisão e Música, no Programa Copa da Cultura, no Ano do Brasil na França, no Programa de Economia da Cultura, nos editais de audiovisual, no Prêmio Adicional de Renda, no CulturaPrev, nos editais de teatro e dança e em tantas outras iniciativas bem-sucedidas que conseguimos não apenas formular, mas realizar no últimos quatro anos.

Também fomos eficazes no plano simbólico, afirmando alguns paradigmas que se legitimaram como referências para o debate cultural no Brasil, como os que cito a seguir:
A cultura não apenas estimula o desenvolvimento, gerando renda, emprego e bem-estar, como o qualifica.Se o desenvolvimento econômico expressa o bem-estar material de uma nação, é o desenvolvimento cultural que define a sua qualidade.
A produção e o acesso à cultura são direitos básicos do cidadão, tão importantes quanto o direito ao voto, à moradia, à alimentação, à saúde e à educação.
A sociedade brasileira deve ser o principal beneficiário das políticas de cultura, e não apenas os artistas e os produtores culturais.
A política pública de cultura deve estar integrada com as demais políticas governamentais.
Falei de economia da cultura e quero enfatizar este ponto. Uma das grandes inovações do MinC foi tratar as atividades culturais também como atividades econômicas.

O vigor, a diversidade e a alta qualidade de nossa produção cultural confirmam a vocação do Brasil para tornar a economia da cultura um dos motores do nosso desenvolvimento.
Atualmente, a cultura já responde por 5% dos empregos formais do país e estima-se que represente 5% do PIB nacional. Mas o potencial a realizar é ainda maior.
Em junho, o MinC incluiu o Programa de Desenvolvimento da Economia da Cultura no Plano Plurianual. Firmamos parcerias com o BNDES, o Ipea, o IBGE e o BID para desenvolver ações de fomento. Faremos em Recife, em fevereiro, a Feira Música Brasil, um grande evento de negócios que vai congregar toda a indústria da música do país.
A economia da cultura integra o que se chama de "Nova Economia", baseada em criação e inovação. Seus produtos têm alto valor agregado. As atividades relacionadas à cultura, ao lazer e à tecnologia não apenas são as que mais crescem, geram emprego e melhor pagam em todo o planeta. São também as que melhor combinam vantagens econômicas e sociais, pois estimulam as pessoas, produzem bem-estar e impactam outros setores.
Por isso, uma das prioridades do próximo governo deve ser o estímulo e a regulação da indústria cultural. Mas é claro que a atuação do MinC vai abranger outras áreas. Eis um pouco do que estamos projetando para o período 2007/2010:
1. Elevar o Orçamento do MinC para 1% do Orçamento da União;2. Ampliar o Programa Cultura Viva, chegando a 1.500 Pontos de Cultura;3. Implantar o Programa de Cultura do Trabalhador (ou Ticket Cultural);4. Desenvolver o Sistema Nacional de Cultura e o Plano Nacional de Cultura;5. Constituir um Sistema Público de Comunicação plural e consistente;6. Ampliar o Programa de Inclusão Digital e o acesso a novas tecnologias;
7. Consolidar o novo Sistema de Financiamento Público da Cultura;
8. Ampliar o Cultura Prev, ou seja, a Previdência dos Trabalhadores da Cultura;
9. Ampliar os programas de exportação e inserção da cultura brasileira no exterior;
10. Rever os marcos legais de direito autoral e de propriedade intelectual;
11. Estabelecer parceria ativa entre o MinC e o MEC;
12. Adequar nossa legislação à Convenção da Diversidade Cultura da Unesco;13. Implantar o Plano Nacional de Livro e Leitura;
14. Promover a capacitação de empreendedores e investir em novos processos e modelos de negócios;15. Implantar os canais públicos de TV Digital;16. Fortalecer o Conselho Nacional de Políticas Culturais e seus Colegiados;
17. Fortalecer os editais voltados à criação, à produção e à circulação de teatro, dança, artes visuais, audiovisual, literatura e cultura popular;18. Fortalecer o Iphan e a Funarte e criar o Instituto de Museus;19. Implantar o Fundo Setorial do Audiovisual;20. Expandir o Programa Monumenta e torná-lo uma ação de caráter permanente.
Posso dizer a vocês que finalmente o poder público começou a compreender a importância da cultura para o desenvolvimento econômico, social e humano do Brasil.
Posso dizer a vocês que finalmente o poder público começou a compreender a importância da cultura para uma inserção soberana do Brasil na globalização.
A globalização, a convergência digital e a economia pós-industrial exigem um novo projeto de desenvolvimento para o Brasil.
O modelo industrial, baseado no alto consumo de recursos naturais e no baixo aproveitamento do capital humano, chegou ao limite.

O poder público deve tratar as atividades relacionadas à cultura, ao lazer e à tecnologia como prioritárias, investindo em seu fortalecimento e na democratização do acesso.

Por isso, e pelo sem-número de avanços e conquistas em outras áreas, Lula merece o segundo mandato.
No caso do Rio, a presença de Sérgio Cabral aqui sinaliza seu compromisso com a priorização da cultura e com a agenda que procuramos desenvolver no MinC.
Poucos países têm uma cultura tão intensa, diversa e dinâmica quanto o nosso. Poucos países têm um povo tão criativo, perseverante e transformador.
O Rio e o Brasil estão vocacionados para a produção cultural, o turismo, a ciência, o esporte, a moda, o design e as demais atividades que simbolizam a nova era da economia mundial. Nossos governos devem entender e maximizar esta vocação.
Eis, presidente, o que temos a dizer aqui no Canecão, com a mente quieta, a espinha ereta e o coração tranquilo. Fomos ambiciosos e fizemos a primeira colheita. Mas podemos ir além. Devemos transformar as mudanças em curso no mundo em oportunidades de desenvolvimento.

Nossa cultura é o que legitima o direito de propriedade sobre o território que habitamos. Quem disse isso não fui eu, mas Rodrigo Mello Franco de Andrade, há mais de 50 anos.
E como falou Adam Smith? "A riqueza das nações também é a cultura de seus povos."
Aproveito para agradecer publicamente a sua confiança, assim como a confiança e o apoio de todos os que nos ajudaram e torceram por nós.

Quero também agradecer publicamente a toda a equipe do MinC e a todos os que fizeram parte dela.
Tenho o sentimento do dever cumprido. O MinC foi, na cultura, a cara do governo Lula, este governo que, por sua vez, tem a cara do Brasil e dos brasileiros. Lula é muitos!
Vida longa à capoeira dos mestres Bimba e Pastinha, e de seus discípulos espalhados pelo mundo. Vamos à luta!

GILBERTO GIL

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