segunda-feira, fevereiro 27, 2006

OMBUDSMAN da Bolha de São Paulo, A criação da polêmica - MARCELO BERABAE, na terça-feira, publicou um artigo do editor da "Ilustrada", Marcos Augusto Gonçalves, que provocou a maior enxurrada de cartas de leitores da semana.O artigo -"Bono acredita em duendes progressistas do 3º mundo"- chamava a estrela do U2 de "chato", por personificar a "chatice da correção política", e "equivocado", por ter emprestado "seu prestígio a Lula". Era uma provocação, e a linha jornalística da cobertura acompanhava o tom. O título da "Ilustrada" foi "Showmício".O jornal publicou o artigo com destaque. Na quarta-feira, deu o mesmo realce na Primeira Página a uma réplica da editora do "Folhateen", Sylvia Colombo, "Demagogia não tira mérito do U2". E editou, no "Painel do Leitor", quatro cartas que resumiam a ira dos fãs. A crítica de Marcos Augusto foi considerada "tola e infantil", "absurda" e anti-PT. O ator Sérgio Mamberti, um dos secretários do Ministério da Cultura, chegou a comparar o editor a Jean-Marie Le Pen, líder da extrema direita francesa.O "Painel do Leitor" havia recebido até sexta-feira cerca de 80 mensagens sobre os shows. Apenas duas concordavam com os comentários de Marcos Augusto. Ou seja, quase uma unanimidade.Marcos Augusto foi editor da "Ilustrada" nos idos de 80 e dirigiu várias editorias até reassumir o caderno, em janeiro. Recebi dele um comentário sobre a repercussão do artigo que remete para o projeto editorial da Folha para a área de cultura."A "Ilustrada" exerceu em certos momentos um papel questionador e polêmico que pretendo reavivar. Creio que o caderno não deveria tratar apenas da agenda e refletir expectativas previsíveis. Reiterar o senso comum do meio cultural é uma tentação. Fica todo mundo de bem, numa espécie de "acordão" tácito que mantém recalcados temas incômodos. O artigo era uma provocação bem-humorada, criticando o gritante marketing político do cantor e os clichês politicamente corretos que se transformaram numa espécie de etiqueta do bom-mocismo contemporâneo. Não é, aliás, uma crítica nova. As reações foram fortes porque mexi com a idolatria, o fundamentalismo juvenil dos fãs. E porque eu mencionei o fato de Bono, de maneira acrítica e oportunista, ter corrido ao Palácio para posar ao lado de um presidente cujo partido, lamentavelmente, está envolvido em casos de corrupção. É uma tradição da Folha ser pluralista e crítica (An rã). E, quanto a isso, é bom lembrar que a "Ilustrada" publicou no dia seguinte, com amplo destaque, uma réplica ao meu texto, escrita pela editora do "Folhateen'".Fica claro, portanto, que o novo editor da "Ilustrada" está empenhado em recuperar o espaço das discussões culturais, uma marca do caderno que se perdeu com o tempo e o envelhecimento do jornal. O "Manual da Redação" estimula a polêmica. "Elas devem estar presentes em artigos e críticas e se refletir em reportagens e entrevistas."É um caminho. Vai dar certo? Dependerá da sensibilidade do jornal para captar a confusão que está no ar e para dar um tratamento jornalístico menos superficial, que escape da armadilha da polêmica pela polêmica.

Comentário: Só se levanta polêmica com Lula e com o PT. Queria ver a “Ilustrada” levantar polêmicas culturais com as gestões de José Erra e de Geraldo Ai-de-Mim.
From:
jotaamorim


Conta outra, Folha de S.Paulo, que essa, de "provocar polêmica" NÃO COLOU! [risos muitos].

Eu sempre TREMO quando jornais e jornalistas vêm com esse conversê de "provocar polêmica": esse é o caminho mais curto para qualquer jornalista doido pôr-se a escrever qualquer besteira que lhe dê na telha dele ou do patrão dele.

Em 99% dos casos, esse negócio de "inventar polêmica", em jornal de partido, como a Folha de S.Paulo, só aparece quando o candidato do jornal está por baixo, despencado nas pesquisas, ou com o nome exposto em escândalos de Dimasdutos.

Dessa vez, aconteceu exatamente isso, outra vez: as pesquisas mostraram o naufrágio dos candidatos tucanos... e o 'jornalista' aí apareceu aí, imediatamente, com esse conversê de "inventar polêmica".

Além do mais, ninguém precisa "inventar polêmica" pra conseguir espinafrar o MEU VOTO DEMOCRÁTICO: a página 2 da Folha de S.Paulo já espinafra todos os dias O MEU VOTO DEMOCRÁTICO, sem precisar fingir que inventa nenhuma polêmica, e o faz, simplesmente, escrevendo todos os dias a mesma coisa que o tal 'editor' da Ilustrada. Até a Danuza escreve todos os dias a mesma coisa [risos muitos].

Quando jornais ou jornalistas começam a escrever o que lhes dê na telha -- sob o pretexto de que estariam "provocando polêmica", a única coisa garantida é que a telha do jornal ou do jornalista está sendo pressuposta mais 'importante' do que a MINHA telha.

Nesses casos, recomenda-se o imediato empastelamento democrático do jornal e do jornalista porque, nesse caso, tá na cara: algum jornal ou algum jornalista está delirando que suas opiniões ou desejos sejam mais importantes do que as opiniões ou os desejos do leitor.

Onde jornais e jornalistas delirem que são mais importantes do que o leitor, está aí o stalinismo -- e não muda nada que seja stalinismo de direita ou stalinismo de esquerda.

Onde o leitor de jornais seja também ELEITOR, o jornal e o jornalista democráticos têm de tomar TODO O CUIDADO para não impor "polêmicas" à sociedade, porque não há polêmica inventada que seja 'neutra'.

Sempre que aparece jornal com esse conversê de "quero provocar polêmica", a gente pode apostar que algum jornal ou algum jornalista está interessado em dirigir a discussão social; pode-se portanto apagar a parte da "polêmica", na intenção do jornal e do jornalista e negritar a parte da provocação mais salafrária.

Jornal não existe para "provocar polêmica": jornal existe para ajudar a sociedade a discutir as polêmicas que a sociedade esteja vivendo e precise discutir.

De qualquer modo, há um negócio muuuuuuuuuuuuuuuuuuuito engraçado, nesse conversê de "quero provocar polêmica": esses caras que inventam de "provocar polêmica" sempre começam por ESPINAFRAR o MEU VOTO DEMOCRÁTICO. Não é engraçadinho?! Baita coincidência, né?! [risos muitos]

8-) Caia Fittipaldi
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Quem não entendeu nada foi o editor da Ilustrada. É só questão de tempo para ele começar a dizer que o holocausto não existiu, que não houve tortura praticada pela ditadura no Brasil, que os Estados Unidos são o país da liberdade e da democracia. Foi assim no início da implantação do nazismo na Alemanha, começou aos poucos e deu no que todos sabem. Na verdade ele é o cabeça-de-ponte para a introdução do pensamento de direita e fascista na Folha, o que já vem ocorrendo há muitos anos de forma dissimulada.
É isso.

LULA É MUITOS
LULABIS

Evaristo

Ele gosta mesmo de polêmica??? Rampa anti-mendigo, FEBEM, PM-SP, PM-PA, Chacina do Castelinho, Eldorado de Carajás...
Quais os sinais que esses governos do PSDB estão passando para a sociedade brasileira??? Civilização ou Barbárie???

Melhor acreditar em Duende progressista do 3º mundo do que em Tucano positivista lombrosiano no século 21.

Adauto Melo

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