O dólar definitivamente furado
Atenção! Há poucas horas, em Seul, o ministro da Fazenda, Guido Mantega formalizou a proposta de criação de uma nova moeda padrão em substituição ao Dólar.
Mundo Financeiro e os próprios norte-americanos já concluíram que o Dólar tornou-se imprestável como moeda padrão. Por isso, nesta reunião dos G-20 (as vinte maiores economias do Planeta), que se inicia hoje em Seul, será proposta a criação de uma nova moda padrão. O Brasil e a China já haviam sugerido , há oito meses, que esta nova moeda, de transição e usada apenas nas transações comerciais entre países, fosse administrada (emitida) pelo FMI.
Nas primeiras três décadas do século a Grã Bretanha vai cedendo o posto de primeira potência mundial para os Estados Unidos. Com o fim da Guerra, em 45, os EUA emergem como a maior potência indiscutida. A partir de 1949, quando detona seus primeira bomba atômica, a ex-União Soviética contesta militarmente essa hegemonia norte-americana, até derreter no início dos anos 80, vítima de sua própria ditadura burocrática e idiotizada.
Em 11 de Setembro de e 2011 (início da Grande Crise), vitimas de sua cobiça desenfreada e da leitura equivocada da teoria econômica liberal, os Estados Unidos consumaram sua decadência e sua hegemonia passou a depender exclusivamente de seu descomunal arsenal militar. Mas o Mundo já vive uma fase de poder multipolar.
Isto, para dizer, em poucas linhas, que o Dólar perdeu as condições mínimas elementares para se manter como moeda padrão aceita universalmente como valor de referência nas trocas comerciais. O Dólar está definitivamente furado, porque perdeu fidúcia que no jargão bancário quer dizer, simplesmente, credibilidade.
Em que diz isso, querido leitor, não sou eu, mas nada menos que o presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick que em artigo do último dia 8, no Financial Times propôs a volta do Padrão Ouro ao sistema monetário internacional. A proposta, diga-se, além de inusitada é ingênua, porque qualquer especialista sabe que todo o ouro do Mundo, fundido em barras, cabe nos porões de um cargueiro de porte médio. Ou seja , por uma simples questão de volume, o ouro é incompatível com tão gigantesca tarefa.
Aliás, está incompatibilidade foi declarada pelos próprios norte-americanos, quando, em 1971, Richard Nixon, rompeu unilateralmente com o Padrão Ouro e reconheceu implicitamente que as reservas americanas do metal, depositadas no famoso Fort Knox não eram suficientes para dar lastro à moeda em circulação.
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