O ministro lembrou ainda do vazamento da prova do Enem em 2009. Na avaliação de Haddad, houve um crime e por isso foi preciso a adiamento. "Em 2009 houve um caso extremo. O crime foi apurado e os culpados indiciados. Nesse caso se justificava a elaboração e aplicação de uma nova prova sem o comprometimento do calendário escolar", explicou.
Democratização - Para o ministro, o Enem se insere no contexto da democratização do acesso ao ensino superior. De acordo com ele, houve a transformação de um "gargalo" que fazia a maioria dos jovens brasileiros abandonar o ensino médio. "Estamos tentando transformar esse gargalo numa espécie de banda larga, que garanta o acesso e o progresso permanente dos estudantes que utilizam das bolsas que o boletim do Enem disponibiliza. A bolsa do ProUni é um exemplo", disse Haddad.
Na mesma linha, o presidente da Comissão de Educação da Câmara, deputado Ângelo Vagnoni (PT-PR) apontou o avanço da educação superior no Brasil e destacou a importância do ProUni e do Enem como formas de inclusão educacional.
"Mais uma vez ficou comprovada a importância do Exame Nacional para promover o acesso dos estudantes brasileiros ao ensino superior. Seja através das universidades públicas do nosso país, seja através do ProUni, que hoje conta com cerca de 740 mil jovens matriculados no ensino privado, o Enem é o sistema que avalia e premia os jovens estudantes de família de baixa renda para aquisição da bolsa de ensino de nível superior", disse.
O líder do PT na Câmara, deputado Fernando Ferro (PT-PE) lembrou que o tema mobilizou opiniões e, segundo ele, as ações do ministério da Educação têm prejudicado interesses não representados pelas atitudes republicanas que o MEC vem implementando. "Sabemos da necessidade imperiosa de se dar respostas aos estudantes que se sentiram prejudicados por erros cometidos. No entanto, sabemos também que interesses empresariais, financeiros diversos têm sido prejudicados pela ação republicana do ministério da Educação. É visível que algumas críticas têm esse componente". O que importa, segundo Ferro é a vontade de "reparar, corrigir e tirar lições desse episódio".
As deputadas Maria do Rosário (PT-RS) e Fátima Bezerra (PT-RN) também destacaram a importância do Enem como política de Estado. Segundo elas, as ações adotadas pelo MEC "é o caminho para avançar e consolidar o Enem como mecanismo de acesso a universidade e que sirva de instrumento de inclusão social".
Benildes Rodrigues
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