quarta-feira, julho 29, 2009

Esta vai ser uma entrevista muito irritante. Eu nao uso a palavra "jornalismo"




Noticia do Blue Bus - 29/07/09

 

'Jornalismo, midia e noticias sao palavras do século passado', diz Anderson

 15:30 Chris Anderson, editor chefe da Wired e autor dos livros 'A Cauda Longa' e 'Free', deu uma entrevista digamos niilista para a Salon. Reproduzimos o inicio da conversa abaixo. Leia a integra aqui. Obrigado ao Helio Muniz pelo link. Noticias sobre jornais no Blue Bus. 29/07 Blue Bus

http://www.bluebus.com.br/aimagens/busca8_sinal.gif
 Sr Anderson, vamos falar sobre o futuro do jornalismo

Esta vai ser uma entrevista muito irritante. Eu nao uso a palavra "jornalismo".

http://www.bluebus.com.br/aimagens/busca8_sinal.gif
 OK, e sobre os jornais? Eles estao com problemas sérios nos EUA e em todo o mundo

Desculpe, eu nao uso a palavra "midia". Nao uso a palavra "noticias". Nao acho que essas palavras signifiquem mais alguma coisa. Elas definiam as publicaçoes no seculo 20. Hoje, elas sao um obstáculo. Elas estao empacadas no nosso caminho como uma carruagem sem cavalos.

http://www.bluebus.com.br/aimagens/busca8_sinal.gif
 Que outras palavras você usa?

Nao há outras palavras. Estamos em um desses períodos em que as palavras do seculo passado nao tem mais significado. O que noticias significa para você, quando a grande maioria das noticias é criada por amadores? As noticias estao vindo de um jornal ou de um grupo jornalistico ou de um amigo? Eu nao consigo chegar a uma definiçao para essas palavras. Aqui na Wired, paramos de usa-las.

http://www.bluebus.com.br/aimagens/busca8_sinal.gif
 Espere um minuto. O chamado jornalismo colaborativo e os blogueiros mudaram o significado de 'midia'. Mas sem a midia jornalistica tradicional eles, na verdade, nao teriam muito a fazer. A maioria dos amadores comenta o que a imprensa de qualidade noticia. Entao, você leu jornal esta manha?

Nao.


http://www.bluebus.com.br/show/2/91694/_jornalismo_midia_e_noticias_sao_palavras_do_seculo_passado_diz_anderson


>>>


O livro

O livro A Cauda Longa (do original em inglês The Long Tail) foi publicado nos EUA em julho de 2006 e é o resultado de um detalhado estudo desenvolvido por Chris Anderson, editor-chefe da revista Wired, no qual analisa as alterações no comportamento dos consumidores e do próprio mercado, a partir da convergência digital e da Internet. Trata-se da teorização de um fenômeno já existente e em virtuosa ascensão na indústria do entretenimento, que tem gerado um movimento migratório da cultura de hits para a cultura de nichos, a partir de um novo modelo de distribuição de conteúdo e oferta de produtos.

Antes da Internet, a oferta de produtos era feita única e exclusivamente através de meios físicos: um produto físico, distribuído através de um modelo de distribuição físico, exposto em lojas físicas, que atendiam os consumidores de determinada região. Nesse modelo, os custos de armazenagem, distribuição e exposição dos produtos são muito altos, o que torna economicamente viável apenas a oferta de produtos populares, para o consumo de massa. E é justamente por isso que crescemos acostumados a consumir um número reduzido de mega-sucessos; pop stars, block busters etc. Um varejista tradicional, que tem custos fixos altíssimos para manter sua loja aberta, não tem espaço nas prateleiras para ofertar um produto que não venda pelo menos algumas dezenas de exemplares todo mês. Essa é a cultura de hit.

Com o surgimento do mundo virtual, estamos cada vez mais transformando em bits o que antes era matéria. E é justamente o rompimento das barreiras físicas que torna possível a criação de modelos de negócios de Cauda Longa, em que a oferta de produtos é praticamente ilimitada, uma vez que os custos de armazenagem e distribuição digitais são infinitamente inferiores. Produtos economicamente inviáveis no modelo de hit encontram no meio digital seus consumidores. Por sua vez, os consumidores que antes tinham acesso a um número reduzido de conteúdos, passaram a ter uma variedade quase que infinita de novas opções. E passaram a experimentar mais, consumir produtos que até então desconheciam. É essa variedade e essa nova experimentação que proporcionam as alterações no consumo tradicional (Não é à toa que a geração da Internet é menos fiel às marcas e mais predisposta a consumir novos produtos).

O que antes era um mercado ignorado, não só passa a ter valor como vem crescendo a cada ano. Peguemos como exemplo o mercado de músicas digitais. Somadas, todas as centenas de milhares de músicas menos populares, de bandas menores ou desconhecidas no mainstream (novos nichos), cujas faixas vendem apenas alguns downloads ao ano naiTunes, já representam um volume de vendas equivalente ao dos poucos hits produzidos para vender milhões de unidades.

Importante destacar que o conceito de Cauda Longa se aplica a praticamente todo mercado, inclusive o mercado de mídia. Com a convergência digital, é muito provável uma reorganização na distribuição da audiência, não apenas por conta de alterações nas características dos meios e na maneira como são consumidos, mas principalmente por alterações no próprio comportamento do consumidor.

No Brasil, a Rain Network criou uma plataforma de comunicação baseada no conceito de Cauda Longa, cuja distribuição digital de filmes para cinema tem aumentado o acesso a conteúdos até então indisponíveis para o consumo no país.

http://pt.wikipedia.org/wiki/A_Cauda_Longa

,,,