domingo, julho 26, 2009

CONTRA A OCUPAÇÃO DA PALESTINA


http://www.youtube.com/watch?v=SQyIKyd2gqA


Manifestação contra o racionamento de água

25/7/2009, Gush Shalom, "Grupo da Paz" – http://zope.gush-shalom.org/home/en/events/1247922816

Falta água – água para beber e para cozinhar –, durante os meses mais quentes do verão. Desde março, esse é o dia-a-dia de muitas famílias na Palestina, em Qarawat Bani Zayed, Kufr 'Ein, Ramani & Nabi Salah, onde vivem 15 mil pessoas. Essas pessoas veem a água jorrar do outro lado do muro das colônias israelenses: gramados verdes e água que jorra, dia e noite, das redes de irrigação. Essa é a situação em muitos outros pontos da Cisjordânia.

Nós, militantes e ativistas contra a ocupação, convocamos todos para a  manifestação
"Água para a Palestina Ocupada" – comboio que viajará até Qarawat Bani Zayed, dia 7/8/2009 – e para as demais atividades que estão sendo organizadas: manifestações de rua, abaixo-assinados, cartas para deputados, embaixadas e organizações internacionais de auxílio humanitário.
Mais informações pelo e-mail manor12@zahav.net.il

HISTÓRICO: Desde a ocupação, em 1967, Israel controla praticamente todas as fontes de água na Cisjordânia e as usa para abastecer comerciantes fornecedores de produtos a Israel e os colonos israelenses. O aquífero da montanha é considerado reservatório partilhado (palestino-israelense) de água, que Israel pode usar – mas não como tem feiro, com 80% da água desviada para Israel e apenas 20% para os milhões de habitantes palestinos da Região.

Outros recursos hídricos, como os do vale do Rio Jordão, são usados quase exclusivamente por israelenses, com os palestinos liberados para usar apenas quantidades muito pequenas de água, insuficientes para atender toda a população palestina. Os palestinos que vivem ao sul da região de Hebron também enfrentam grave problema de falta de água.

Em Israel e nas colônias israelenses o consumo médio de água autorizado per capita para uso doméstico e municipal é de 235 litros/dia. Nos territórios ocupados, é de apenas 66 litros/dia. 220 vilas palestinas, onde vivem mais de 227 mil palestinos, não são conectadas ao sistema de fornecimento de água. E outros 190 mil palestinos vivem em áreas com abastecimento apenas parcial de água encanada.

Os acordos de Oslo reafirmaram o direito de Israel sobre os sistemas de bombeamento e distribuição de água. Os palestinos entenderam que seria acordo apenas temporário e que, conforme o cronograma que também foi acordado e assinado então, em maio de 1999 já estaria criado um Estado independente da Palestina, que, evidentemente, teria controle sobre os recursos naturais existentes em seu território nacional. A falta de água e os eternos racionamentos fazem aumentar a frustração e o ressentimento da população palestina.

Além de a água ser insuficiente para atender toda a população palestina, a distribuição não é igualitária e justa. Há perda de água no sistema de distribuição e, nos casos em que as casas estejam localizadas em áreas mais altas, não há pressão suficiente no sistema. Em vários casos, as casas palestinas localizadas em regiões mais altas não recebem nenhuma água.

A vila de Qarawat Bani Zayed, situada em encosta de montanha, por exemplo, vive situação de extrema dificuldade – como o atestam os ativistas israelenses pela paz que visitam regularmente a vila. Os moradores dessa vila têm de comprar água dos reservatórios locais, a preços muito altos – de até 40 Shekel Novos por metro cúbico de água, preço dez vezes superior ao preço da água em Israel ou nas colônias israelenses. A fonte Abud, de onde esses palestinos recebiam água antes da ocupação, foi invadida e apropriada pela Mekorot, empresa israelense de distribuição de água, e só um filete dessa água chega atualmente até a vila.

Fornecer água em quantidade compatível com a manutenção da saúde e da vida dos palestinos – para uso doméstico, público e na irrigação de suas plantações – não é favor nem ato de compaixão: é obrigação moral e dever legal que o governo de Israel tem de cumprir; a violação desse dever legal implica crime contra a legislação internacional vigente.

Organizações participantes: Anarchists against the Wall (Anarquistas contra o Muro, em http://www.awalls.org/), Bat Shalom (Mulheres pela Paz, em http://www.batshalom.org/), Gush Shalom (Grupo da Paz, em http://zope.gush-shalom.org/index_en.html), The Israeli Committee Against Home Demolitions (Comitê Israelense contra a Demolição de Lares, em http://www.icahd.org/eng/), The Israeli Committee Against Torture (Comitê Israelense contra a Tortura, em http://www.stoptorture.org.il/en), The Alternative Information Centre (em http://www.alternativenews.org/), Yesh Gvul ("Há fronteiras", "Há limites" ou "Basta!"; sobre a organização, ver http://en.wikipedia.org/wiki/Yesh_Gvul), Sadaqa-Reut, Coalition of Women for Peace (Coalizão de Mulheres pela Paz, em http://coalitionofwomen.org/home/english, Physicians for Human Rights (Médicos pelos Direitos Humanos, em http://physiciansforhumanrights.org/).

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