Empresário:
proteja-se do terrorismo midiático
Mauro Carrara
Numa época de crise internacional, desenvolve-se hoje, claramente, no Brasil uma campanha de extinção da confiança e de destruição da economia nacional. Por motivos políticos, as grandes empresas jornalísticas utilizam a desinformação, a fragmentação, a descontextualização e a amplificação imprópria para semear a desconfiança e pulverizar a confiança do brasileiro.
Um terrorista que carrega no cinto uma fieira de bombas pode matar 20, 30, quem sabe 200 pessoas.
O terrorista munido de letras infectadas, entretanto, maquiavelicamente destrói milhares de negócios e empreendimentos.
Ele leva à falência seu principal fornecedor, afugenta seu parceiro estratégico e, principalmente, espanta seu cliente.
Por trás dos grandes jornais e revistas, instala-se hoje o pior e mais covarde terrorista. Ele instaura o medo, e assim paralisa máquinas, interrompe projetos e baixa as portas do comércio.
Ele deturpa, recorta, oculta, edita e espetaculariza a crise internacional. Sua guerra é "biológica". Ele tenta contaminar a tudo e a todos com a desconfiança.
Este é o pior terrorista, o que joga contra você e contra o seu negócio.
O dicionário Aurélio define terrorismo com absoluta clareza:
1) Modo de coagir, ameaçar ou influenciar outras pessoas, ou de impor-lhes a vontade pelo uso sistemático do terror.
Esta tem sido justamente a prática de profissionais lotados nas redações das principais empresas jornalísticas do Rio de Janeiro e de São Paulo, distribuidores de "notícias" para o resto da mídia nacional.
Bombardeio diário
Os sites desses veículos de comunicação têm realizado um bombardeio diário de informações negativas, destinadas a disseminar e ampliar o pessimismo entre os brasileiros.
Perceba: cada número é minuciosamente estudado para que a manchete promova receio e apreensão.
Mesmo que determinado setor tenha experimentado crescimento no ano, logo se encontra uma maneira de sensacionalizar algum arrefecimento nos negócios.
Escreve lá o dedicado redator: "esta é a pior taxa de aceleração numa primeira semana de dezembro dos últimos 10 anos no Oeste de Santa Catarina".
Ou seja, seleciona-se apenas o que assusta, o que amarra, o que bloqueia.
Este, meu amigo e minha amiga, é o pior terrorista.
Ele assassina a Matemática. Ele confunde propositalmente diminuição no ritmo de aceleração com retração. Até setores que crescem passam a figurar na página de más notícias.
A companhia X vendia 300 mil unidades de brinquedos por mês em Agosto. Passou a 315 mil em Setembro. Em Outubro, colocou no mercado 340 mil; em Novembro, 318. E fechou Dezembro com 390 mil.
Esses resultados não são efetivamente desanimadores. Nesses casos, a imprensa terrorista diariamente pinça o que há de pior. Noticiará ruidosamente a queda nas vendas entre Outubro e Novembro. Ignorará levianamente o pico de demanda no 12 de Outubro, Dia das Crianças.
Por último, tentará comparar os números de Dezembro de 2.008 com outros Dezembros, procurando mostrar que o crescimento foi menor do que o esperado.
Detalhe: se a comparação entre os Dezembros mostrar incremento substancial nas vendas, a ordem de vários chefes de redação será suprimir a informação. Em alguns casos, o fato é apresentando de maneira confusa ao pé da matéria.
Essa campanha diária tem objetivos obscuros. Os terroristas midiáticos tentam parar o Brasil para construir um argumento de contestação política.
Ainda que nosso país tenha se mostrado capaz de enfrentar os efeitos da crise internacional, a imprensa brasileira abusa da auxese. Faz com que o cenário pareça muito pior aqui do que lá fora. A comparação entre sites jornalísticos brasileiros, norte-americanos e europeus é estupefaciente.
Faz parecer que a crise é mais destrutiva aqui do que lá.
Ameaça e antídoto
A mídia terrorista tem atingido parcialmente seu intento. Tem imobilizado empreendedores, motivado demissões preventivas, interrompido projetos e assustado o consumidor.
O terrorista midiático cria, portanto, um processo de paranóia coletiva, que pouco a pouco, em efeito dominó, derruba o complexo sistema de trocas econômicas.
Em nome de objetivo egoístas e mesquinhos, politicamente particulares, a mídia terrorista está sufocando seu mercado, destruindo seu negócio e assassinando o seu sonho.
O terrorista midiático nunca tem nada a perder. Mercenário de carteira assinada ou free-lancer, ele está sempre seguro. E frequentemente seus atos de sabotagem lhe rendem generosíssimas gratificações.
Em suas linhas de retaguarda, alinham-se os cavaleiros do apocalipse, como os publicitários nizânicos e certa malta de economistas uspeanos.
Estes últimos, em suas pavoneações de rádio, atemorizam sistematicamente o cidadão.
- Não comprem. Não comprem. Não gastem dinheiro algum – ordenam, do alto da cátedra.
Essa, pois, é a receita para que o próprio cidadão, mais à frente, perca o emprego.
Um hipotético trabalhador da indústria da informática foge da sorveteria que tanto aprecia. Com a queda na demanda, a dona da sorveteria deixa de ir à cabeleireira, a cabeleireira desiste de adquirir cosméticos, a fábrica de cosméticos demite 20% de sua mão-de-obra, as demitidas adiam o projeto de comprar um computador. E, pronto, o previdente ouvinte de rádio, trabalhador da indústria da informática, está na rua.
Sem invencionices, essa é a dinâmica das relações econômicas na sociedade.
E é nessa perversa reação em cadeia que o terrorista midiático aposta todos os dias.
Ele conspira para destruir seu negócio, para roubar o emprego de seus clientes e consumidores. Enfim, ele pretende criar dificuldades para você e para sua família.
Em épocas de crise, os ousados e confiantes prosperam. Quando a fumaça se dissipa, estão fortalecidos, à frente na disputa concorrencial. Aproveite a oportunidade. Valorize e recicle sua equipe. Descubra novos nichos de mercado. Qualifique seus produtos e serviços.
Quanto aos terroristas, tome uma atitude. Interrompa imediatamente a publicação de anúncios nas redes da mídia terrorista. Suspenda já a assinatura dos veículos de comunicação dedicados a destruir seu negócio.
Xô, terrorismo! Não deixe a crise entrar na sua empresa nem na sua casa.
Mauro Carrara é jornalista e consultor internacional em assuntos de cooperação econômica estratégica.
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