sexta-feira, fevereiro 06, 2009

Se um restaurante comercializa comida estragada...

Estadão tenta espalhar o pânico no país

 

Base fundamental do terrorismo midiático, destinado a semear o medo e a desconfiança, o Estadão de 6 de Fevereiro assassina a Matemática e deturpa escandalosamente as informações relativas às taxas de inflação de Janeiro.

 

Em seu site da Internet, o jornal estampa em letras garrafais a seguinte manchete:

 

Preço de alimentos dobra no varejo e no atacado. (veja imagem no anexo)
 
Qualquer criança que conheça os rudimentos da Matemática sabe o que isso significaria. Se o preço tivesse realmente dobrado, seria o caos. Um franguinho assado de padaria teria saltado de R$ 10 para R$ 20. Um pacote de café de 500 gramas teria passado de R$ 5,5 para R$ 11. E, no rastro alucinado do dobra-tudo, uma boa refeição média no restaurante por quilo alcançaria hoje cerca de R$ 30.

 

Felizmente, nada disso ocorreu.

 

Consultando as próprias páginas internas do site de propaganda da família Mesquita, o leitor descobrirá que, segundo o IBGE e FGV, a inflação deve alta de 0,75% em Janeiro, ante 0,36% em Dezembro.

 

Isso significa que nada dobrou de preço. Na média, as coisas ficaram 0,75% mais caras. Ou seja, alguém que gastava R$ 100 reais no supermercado, passou a gastar R$ 0,75 a mais.

 

Ou seja, o Estadão tenta passar a falsa idéia de que os produtos alimentícios tiveram alta de 100% nos preços. Para isso, mistura a idéia de valores absolutos com a idéia de aceleração na taxa inflacionária.

 

Poder-se-ia creditar o erro grosseiro à péssima qualidade dos terroristas midiáticos contratados pela organização jornalística da Marginal Tietê. Entretanto, avaliando-se o grau de imperícia dos redatores da Agência Estado, chega-se à conclusão de que se trata de mais embuste com intenção de dolo.

 

O Estadão aceita pagar a pena. Faz-se de tolo e ignorante se isso é necessário a seu projeto político de desestabilização do país.

 

Se um restaurante comercializa comida estragada, pode ser interditado pela Vigilância Sanitária. Se um advogado utiliza de suas prerrogativas para facilitar o crime, perde sua carteirinha da OAB. No caso presente, a maior agência noticiosa do país ilude e prejudica milhões de consumidores. E o que se faz? Que se repita a pergunta: e o que se faz? 


Mauro Carrara


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