domingo, julho 30, 2006
"Filme isto para os europeus e os americanos. É isto a civilização que nos trazem?"
30/07/2006 - 12h27
Mulheres abraçaram os filhos em Qana durante ataque para tentar protegê-los da morte
BEIRUTE (AFP) - As mulheres abraçaram os filhos para protegê-los da morte, mas este último e inútil escudo não foi suficiente no abrigo de Qana, uma cidadezinha que já havia sofrido há 10 anos um bombardeio israelense que matou uma centena de civis.
Os corpos de mães, vestidas com calças compridas estampadas de flores, estavam deitados no chão, com os olhos aterrorizados; morreram estreitando os filhos nos braços, comprovou a correspondente da AFP.Do prédio situado no sopé de uma colina recentemente terminado, resta apenas um terceiro andar num equilíbrio precário.
O proprietário, um plantador de tabaco conhecido como Abbas Hachem, adaptou um porão no prédio, onde se haviam refugiado vizinhos e dezenas de portadores de deficiência mental e física. Havia 63 pessoas lá, entre elas 34 crianças, afirmou à AFP Fares Attiyah, encarregado do abastecimento do abrigo.
"Vi mulheres em posição fetal, coladas à parede, pensando que o tabique as protegeria quando, na realidade, aconteceu o contrário. Sua escolha foi fatal, essas paredes caíram sobre elas", conta entre soluços Naim Rakka, responsável pela equipe da Defesa Civil enviado ao local.
Segundo ele - o que não pôde ser comprovado com fontes independentes - houve uma primeira bomba e depois uma outra que implodiu o edifício.
Voluntários trabalhavam com as mãos para tirar debaixo das ruínas os corpos cobertos de poeira. Tiravam corpos de crianças de pijama e os cobriam com um cobertor levando-as depois a uma casa ao lado.
"Houve um primeiro bombardeio à 01H00 local (22H00 GMT de sábado). Algumas pessoas deixaram o prédio e, minutos depois, um segundo bombardeio que só deixou escombros. Havia 63 pessoas, das famílias Chalhub e Hachem", confirmou Ghazi Aidibi.
"Depois do bombardeio, a poeira cobria tudo. Não se via mais nada. Consegui sair com duas crianças e tudo desabou. Há vários membros de minha família dentro e acho que não há sobreviventes", declarou comovido Ibrahim Chalhub, de 26 anos."
O bombardeio foi tão intenso que ninguém podia se mover. As tarefas de resgate só começaram com a manhã adiantada", declarou ele, um dos poucos sobreviventes.
"Tirei meu filho e deixei meu marido, Mohammad Chalhub, um paraplégico de 35 anos, no prédio porque não podia carregá-lo. Mas quando fui tirar minha filha que havia deixado no abrigo já era muito tarde, o prédio estava destruído", contou Rabab.Alguns vizinhos não poupavam as expressões de ira contra os americanos. O presidente George W. "Bush bebe seu whisky enquanto nós contamos o número de mortos", gritava histérico um morador que perdeu vários familiares. Outros chamavam os israelenses de "assassinos".
Em meio às tarefas de resgate no local, onde várias dezenas de casas estavam destruídas, a aviação israelense prosseguia os bombardeios nos arredores de Qana, segundo a jornalista da AFP.
Qana já foi cenário de um sangrento bombardeio israelense durante a operação "Vinhas da Ira" no dia 18 de abril de 1996, na qual morreram 105 civis que haviam se refugiado num posto da ONU e outros 300 ficaram feridos. enviado por Maria Luiza Tonelli
30/07/2006 - 11h10
Massacre em Qana
Javier Otazu Beirute, 30 jul (EFE).- O massacre de Qana, onde teme-se que 55 pessoas tenham morrido, causou o cancelamento da visita da secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, ao Líbano e levou às ruas de Beirute milhares de manifestantes que destruíram a sede da ONU na capital libanesa.Segundo a Cruz Vermelha libanesa, que recolheu o testemunho de um xeque (autoridade religiosa) de Qana, no sul do Líbano, havia 63 pessoas no edifício bombardeado pela aviação israelense, das quais apenas oito foram resgatadas com vida no começo da manhã.
Às 14h (8h de Brasília), o porta-voz da Cruz Vermelha libanesa, George Katani, disse à Efe que os serviços de resgate de várias instituições tinham recolhido 25 cadáveres, 16 deles de crianças.As televisões libanesas e árabes mostraram várias imagens destas crianças que jaziam inertes entre os escombros, quase todas de pijama, pois supostamente foram surpreendidas durante o sono pelos bombardeios.
"Filme isto para os europeus e os americanos. É isto a civilização que nos trazem?", gritava para as câmeras da emissora "LBC" um homem com uma menina morta em seus braços."Isto é um açougue, um açougue", gritavam mulheres da cidade, situada a cerca de 20 quilômetros de Tiro.
O ministro do Interior do país, Ahmed Fatfat, disse que o edifício era utilizado como abrigo no povoado, outras vezes duramente castigado por bombardeios.Em um tentativa de se eximir da culpa pela tragédia, o primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, disse hoje que o Exército, por meio de panfletos, tinha avisado os moradores de Qana para deixar a cidade devido à iminência de bombardeios, posto que o comando israelense alega que o Hisbolá utiliza a localidade como base de operações.
O primeiro-ministro libanês, Fouad Siniora, ao saber das notícias do bombardeio em Qana, cancelou a visita que a secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, iria fazer ao Líbano."Não há espaço neste dia triste para nenhuma discussão que não seja um cessar-fogo imediato e incondicional, assim como uma investigação internacional dos massacres israelenses no Líbano já", disse Siniora aos jornalistas.
A visita de Rice não tinha sido oficialmente anunciada, mas o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, tinha dito ontem que enviaria Rice à região para falar com israelenses e libaneses sobre uma possível solução para a crise.Os EUA, alinhados com Israel, se recusam, por enquanto, a exigir um cessar-fogo imediato como princípio de qualquer tipo de negociação, como pede o Líbano.
Pouco antes do meio-dia, enquanto organizações humanitárias e jornalistas se deslocavam o mais rápido possível para Qana para investigar o ocorrido, milhares de manifestantes saíam para o centro de Beirute para manifestar sua raiva convocados espontaneamente pelo Hisbolá.
Os manifestantes se concentraram em frente à sede a ONU em Beirute, um edifício moderno, envidraçado e rodeado por muros de concreto, o que não impediu a invasão de dezenas de pessoas, que destruíram vidros, palmeiras, computadores, cadeiras e mesas.Os funcionários da ONU, que na hora estavam dentro do prédio, tiveram que buscar refúgio nos porões. A destruição só acabou quando o presidente do Parlamento, Nabih Berri, ocasional aliado do Hisbolá nestes dias, pediu calma aos manifestantes pelo bem do Líbano.
A manifestação continuou nos arredores do edifício e pelas ruas de Beirute."Nasrallah, destrua Tel Aviv", "Morte à América", "Todos somos a Resistência", gritavam os manifestantes, muitos dos quais carregavam cartazes com mensagens como "Que culpa têm as crianças?" ou "Suas bombas inteligentes matam crianças".
sexta-feira, julho 28, 2006
artigo José Dirceu
José Dirceu
Ex-ministro-chefe da Casa Civil
[27/JUL/2006]
Não há dúvida de que um projeto de desenvolvimento para o Brasil tem que contar, entre seus pré-requisitos, com um arcabouço regulatório sólido e com regras claras, o que pressupõe agências reguladoras autônomas e bem estruturadas. Essa é uma condição necessária para atrair investimentos seja em parcerias público-privadas seja em investimentos diretos do setor privado na infra-estrutura do país.
Por isso mesmo, o governo Lula, no início de 2004, encaminhou, ao Congresso Nacional, o Projeto de Lei nº. 3.337, que dispõe sobre agências reguladoras. Seu objetivo é unificar a legislação existente – hoje cada agência tem legislação própria e há até aquelas que foram criadas por decreto e não por lei – criando regras gerais sobre a gestão, a organização e o controle social dos reguladores. Infelizmente, devido à falta de consenso sobre a proposta e da falta de vontade política, tanto da base aliada, quanto da oposição, o Projeto está parado em comissão especial da Câmara dos Deputados.
Essa discussão não só tem de ser retomada, como tem de ser incluída na pauta prioritária do Parlamento. Continuo defendendo que as agências reguladoras, como entidades de Estado – e não de governo – devem ser submetidas a um efetivo controle social pelo Congresso Nacional, pelo Executivo e pela sociedade, representada nos conselhos consultivos de tais agências.
A existência do contrato de gestão não fere a autonomia orgânica ou a administrativa das agências, como insistem os opositores dessa tese. Ele é um instrumento necessário, de controle social do Executivo, para o efetivo cumprimento das políticas públicas que formula. E desenhar políticas públicas aderentes ao seu programa é a razão de ser de um governo.
Existindo mecanismos de controle, outros pontos considerados polêmicos, no projeto, como com quem fica o poder concedente, tornam-se secundários. Como entidade de Estado, não há porque as agências reguladoras não terem esse poder.
Para que as agências reguladoras cumpram o seu papel é fundamental que tenham orçamento compatível com suas necessidades. As restrições orçamentárias impostas pela política econômica as estão asfixiando, especialmente no que diz respeito à fiscalização, em prejuízo de todos os consumidores de serviços públicos operados pela iniciativa privada.
Estão, também, impedindo que contratem serviços de consultoria para ajudar as agências a desenhar o desenvolvimento futuro do marco regulatório. Até pelo seu porte, as mais prejudicadas com os cortes orçamentários são a ANP e a Anatel.
Para reverter esse quadro, são necessárias medidas macroeconômicas, como a redução prudente do superávit primário, que abocanha a maior parte das taxas e dos royalties instituídos para financiar seu funcionamento, além de medidas específicas, pelas quais o contrato de gestão seja um instrumento eficiente.
Para se desenvolver nos próximos anos, o Brasil precisa de investimentos que dependem do marco regulatório e das agências reguladoras. A verdade, hoje, é que a ausência de uma legislação uniforme já influencia, negativamente, a tomada de decisões pelos investidores, com sérios prejuízos para o país. Daí a urgência da aprovação, pelo Congresso Nacional, ainda neste ano, da lei das agências, como acabou de acontecer com a legislação sobre saneamento, ambas vitais para o desenvolvimento da infra-estrutura econômica e social do Brasil.
Na democracia deles, só um lado pode falar
Numa clara ofensa aos trabalhadores em particular e à liberdade de imprensa no geral, a coligação encabeçada pelo candidato da direita neoliberal, Geraldo Alckmin, sustentou que o primeiro número da revista fazia campanha pró-Lula e contra o tucano. A publicação, que é mensal e teve 360 mil exemplares, é produzida por 23 sindicatos e pela CUT. Cabe recurso.Prossegue a ânsia neoliberal para calar entidades progressistas e a voz dos trabalhadores. A coligação Por um Brasil Decente (PSDB/PFL) entrou com representação junto ao Tribunal Superior Eleitoral contra a regional de São Paulo da Central Única dos Trabalhadores (CUT) por conta da veiculação da primeira edição da Revista do Brasil. Nesta quarta-feira (26/7), o ministro Carlos Alberto Menezes julgou procedente a representação, proibindo a distribuição da revista por qualquer meio, sob pena de multa.Por conta da arbitrariedade, os sindicatos vão recorrer - e o TSE terá a oportunidade de reparar o erro. Na opinião do diretor de imprensa da CUT/SP, Daniel Reis, a decisão da Justiça é uma ofensa aos trabalhadores. "Acredito que o TSE vá rever sua decisão. Não é possível que os trabalhadores sejam proibidos de manter uma publicação própria, que não tenham direito a contar o seu lado da história, como fazem os mais poderosos por meio da grande mídia."A Agência Carta Maior - que forneceu conteúdo para as duas primeiras edições da publicação - também deixa de disponibilizar na íntegra esses conteúdos. A publicação é produzida por 23 dos maiores sindicatos do país e pela CUT. Foi lançada em maio com o intuito de fazer chegar aos cerca de 360 mil associados desses sindicatos "informação apresentada sob a ótica dos trabalhadores". O primeiro número trazia na capa o presidente Lula e uma matéria analisando os motivos que o levam a permanecer com a popularidade em alta, apesar da crise política do ano passado. O segundo número, que traz na capa uma matéria sobre a Volkswagen, já estava sendo distribuído.Os dois temas mostram a pertinência da publicação. Trata-se de mais um veículo para a classe trabalhadora expor idéias e se informar de modo crítico. Os textos da revista se aprofundam um a um, na tentativa de contextualizar os leitores. Mas o bloco conservador - capitaneado por PSDB e PFL, mais e interessado na alienação dos trabalhadores - alega que a divulgação da revista faz prática de conduta ilícita. Algumas das matérias acabavam por "ressaltar a suposta força eleitoral do atual presidente da República, ao informar que seu governo não desmantelou programas sociais e não privatizou direitos sociais e culturais", segundo texto divulgado no site do TSE.Que crime, afinal?Se o argumento for válido, é preciso fechar praticamente todos os veículos da grande imprensa. A cada rodada de pesquisa de intenção de votos para as eleições de outubro, é notória a força nas camadas mais pobres de Lula, candidato à reeleição. Esse potencial não é gratuito. Analistas políticos, donos dos institutos de pesquisas e até jornalistas do establishment reafirmam justamente o peso dos programas sociais na predisposição do eleitorado.PSDB e PFL carregam nas tintas, erram a mão. Citam Eram nominalmente as matérias de capa ("O segredo de Lula" - "Diga-me para quem governas") e "Pavor de investigação", sobre as dezenas de CPIs barradas na Assembléia Legislativa de São Paulo. Apontam uma suposta "panfletagem eleitoral" em favor de Lula e "propaganda negativa" em relação ao candidato Geraldo Alckmin. Se a base de sondagem são os trabalhadores, nada mais natural do que a preferência por um candidato egresso desse mesmo meio, cujo governo valorizou o salário mínimo, aumentou os índices de empregos formais e ainda legalizou as centrais sindicais. Interpretações e análises políticas não podem ser confundidas - como fez o TSE - com propaganda eleitoral."Criamos a revista com o objetivo de levar à população informações que outras revistas de grande circulação não trazem", conta Luiz Cláudio Marcolino, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região. Como exemplo, ele expõe a a matéria de capa na edição 2, sobre as demissões na Volks. "Freqüentemente, o caso é apresentado do ponto de vista da empresa. E nós mostramos a forma como sofrem os trabalhadores e seus familiares." Propaganda política? Onde?"A revista traz matérias sobre comportamento, saúde, futebol, dicas culturais. Não tem nada de eleitoreira e ofensiva", reforça o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, José Lopez Feijóo. "Revistas como Época, IstoÉ e principalmente a Veja fizeram capas extremamente ofensivas ao presidente da República, ao Partido dos Trabalhadores - e, muitas vezes, fazem isso em relação aos sindicatos e aos trabalhadores, e são tratadas dentro dos parâmetros da liberdade de imprensa". Feijóo e Luiz Cláudio Marcolino são os diretores responsáveis pela revista.
Da Redação, com Agência Carta Maior e CUT-SP
http://www.vermelho.org.br/base.asp?texto=5663
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Na democracia deles, só um lado pode falar. Esse é o tamanho do embate político e ideológico que estamos vivendo no Brasil. Imprensa livre??? Só se for a imprensa tucana. A imprensa do anonimato editorial, a imprensa KKK.O TSE está ensinando para todos nós, quem é quem no Brasil, e por onde é, que deve ser o nosso caminho... am
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O golpe aí é simples:
-- o PSDB-PFL 'denuncia' tudo, seja revista, seja jornal, seja foto de família, seja festinha de aniversário, como campanha eleitoral ilegal.
-- o STE acolhe a denúncia, em sentença da qual se pode recorrer (o que é TOTALMENTE normal e óbvio. Praticamente TODAS essas denúncias 'podem' ser acolhidas na primeira senteça, porque SEMPRE cabe recurso em TODAS as decisões de um só juíz, no STE. Daí que, seja qual for o resultado, o lado 'perdedor' SEMPRE recorre. Nesse caso, o primeiro juiz quase sempre acolhe a denúncia... pra que o caso possa ser mais bem examinado, com mais calma); e
-- a mídia-de-jornalão 'noticia' a sentença da proibição -- SEM EXPLICAR O GOLPE, é claro.
A coisa toda funciona como PROPAGANDA PRÓ TUCANARIA, até as eleições, porque essas ações visam só a nos INTIMIDAR.
Depois das eleições, o STE julga ("com mais calma", em reunião de todos os ministros) e, absolva ou não, ninguém nem noticia o resultado final do processo.
Aliás, como é fácil de perceber, a primeira sentença, por mais precária que seja (do ponto de vista formal) JÁ PROVOCA TODO O ESTRAGO QUE TEM DE PROVOCAR (pq tira a publicação das bancas).
Tudo, aí, é a mesma tucanaria-pefelista em ação!
O que interessa extrair como lição, desse negócio aí, é que as putas-velhas do PSDB-PFL já sabem (por longa experiência) que, em período de eleição, a vantagem está com eles.
É vantagem, para eles, processar tooooooooooooooooooooooooooodo e qualquer movimento que nós façamos. Prá nós, o risco sempre é maior.
Afinal de contas, mesmo que nós processássemos sempre (e mesmo que ganhássemos) uma coisa é tirar das bancas um número inteiro de uma revista nova, que não tem dinheiro sobrando. Outra coisa, bem diferente, sempre, é retirar das bancas uma edição inteira da revista NÃO-Veja (mesmo que conseguíssemos esse milagre). Uma edição apreendida não põe em risco a empresa Abril inteira. Mas uma edição apreendida, de jornal NOVO, sim, pode ser uma BAITA desgraça (para nós).
O NOSSO CASO é diferente EM TUDO. No nosso caso, NEM os juízes têm tantos 'cuidados', nem os jornalões PUBLICAM (sejam as nossas denúncias, sejam as sentenças que nos favoreçam).
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O que nós temos de entender é que, nessa campanha, nós estamos LUTANDO contra 'um sistema' histórico-político INTEIRO.
Esse sistema tem Juízes, Procuradores Gerais, advogados, jornais, jornalistas, universidade, sociologias, televisão, novelão e tuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuudo.
É exemplar, quanto a esses dois tipos de procedimentos, sobretudo na mídia-de-jornalão paulista, o caso da conclusão do processo que o Ministro José Dirceu moveu contra o doido daquele irmão do Prefeito Celso Daniel.
O doido daquele irmão do CD MENTIU às CPI (e os jornalões publicaram as mentiras, como se fossem verdade provada). O ministro José Dirceu processou-o por calúnia.
A coisa toda era tão COMPLETAMENTE MENTIROSA, que nenhum juiz conseguiria absolver o doido do irmão do CD.
O Ministro José Dirceu, então, venceu, completamente, e já há sentença e prova que PROVAM que os jornalões publicaram MENTIRAS... mas nenhum jornalão deu destaque, à reparação, como deram destaque ÁS MENTIRAS.
CONCORDO TOTALMENTE COM O ADAUTO (na msg abaixo): "Na democracia deles, só um lado pode falar. Esse é o tamanho do embate político e ideológico que estamos vivendo no Brasil." PERFEITO, companheiro Adauto!
TÁ NA CARA que o Brasil ainda não vive em democracia.
Reeleger o presidente Lula é DAR MAIS UM PASSO na direção de RECONSTRUIR a democracia brasileira que, sim, foi TOTALMENTE destruída, no Brasil, desde o golpe de 1964.
Os governos da tucanaria-pefelista trabalharam EXCLUSIVAMENTE para mascarar, como se fosse alguma democracia, a MESMA ditadura de antes. Estão, aí, candidatos, não para democratizar. Eles estão aí, candidatos, para PROSSEGUIR o processo de DESDEMOCRATIZAR o Brasil.
A democracia ainda terá de ser REELEITA, no Brasil.
Por isso é que, agora, tem de ser "LULA DE NOVO, com a força do povo."
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O INFORMANTE
O Vermelho (28/07/06)TSE censura Revista do Brasil a pedido da campanha AlckminNão é possível que os trabalhadores sejam proibidos de manter uma publicação própria, que não tenham direito a contar o seu lado da história.
Agência Brasil (27/07/06)Quantidade de crédito no país sobe 21,7% nos últimos 12 mesesAs taxas médias de juros para empresas tiveram queda de 4,1% em relação ao junho de 2005, e para pessoas físicas declinaram 5,5%.
Pnud (28/07/06)Educação inclusiva mira 80% das cidadesProjeto que visa incentivar a inclusão, no sistema regular de ensino, de alunos com necessidades especiais quer alcançar 4.646 municípios.
Jornal O Dia-PI (28/07/06)PI: Wellington vence as eleições com 44% na Grande Teresina, diz DataCertoContra Mão Santa, num eventual segundo turno, Wellington Dias aparece com 53,54% das intenções de voto contra 33,76% do peemedebista.
Valor Econômico (28/07/06)Em vez do "Banco do Sul", governo propõe fortalecer a Corporação Andina de FomentoA CAF, que abriga um corpo técnico dissociado de interferências políticas, conseguiu conquistar confiança dos investidores internacionais.
Valor Econômico (27/07/06)BNDES libera crédito mais barato para montadora que não demitirA Volkswagen não estará habilitada à taxa de juros menor para financiamento do BNDES se mantiver o plano de demissões programado para a próxima semana
Valor Econômico (27/07/06)País cria 923 mil vagas formais no semestreNo 1º semestre, o setor que mais contribuiu com a geração de empregos formais foi o de serviços, com saldo positivo de 324.829 postos de trabalho.
Agência Brasil (26/07/06)Petrobras inaugura o primeiro centro de capacitação e pesquisa em meio ambiente do paísCom o Cepema, órgãos ambientais, universidades e centros de pesquisas consolidarão conhecimento na área de preservação ambiental.
Portal do INCRA (27/07/06)Assentados da reforma agrária movimentam economia da região central do ParanáNo antigo latifúndio Giacomet-Marodim, está sendo implantado o maior assentamento do estado, o Celso Furtado, em uma área de 25 mil hectares.
Agência Brasil (26/07/06)Economista diz que Petrobras pretende produzir 855 milhões de litros anuais de biodieselAumento de percentual de biodiesel dependerá de entregas em 2007. Estocagem de álcool terá crédito.
O Estado de São Paulo (23/07/06)Edital da 1ª PPP vai à audiência públicaA alternativa adotada pela Secretaria do Tesouro Nacional prevê que os gastos serão diferidos ao longo do tempo de duração do contrato de parceria.
Valor Econômico (27/07/06)Mercosul: BNDES aprova redução de conteúdo nacionalSegundo Luiz Fernando Furlan, "esse é o primeiro passo para a consolidação de cadeias produtivas regionais no âmbito do Mercosul".
O Informante - preenchendo lacunas da mídia
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quinta-feira, julho 27, 2006
2010 Dirceu Presidente
No pasarán! Dirceu será eleito presidente do Brasil.
“JOSÉ DIRCEU conseguiu ontem uma vitória judicial. João Francisco, irmão de Celso Daniel, retratou-se por ter dito que Dirceu recebia de Gilberto Carvalho dinheiro de propina recolhido em Santo André para o PT. Confessou que mentiu. Justificou ter dito isso apenas para forçar a investigação da morte do irmão. Os advogados do ex-ministro aceitaram o acordo e retiraram o processo por danos morais.” (Teresa Cruvinel, O Globo, 27/7/2005, na Internet em http://oglobo.globo.com/jornal/colunas/panpol.asp)
A notícia acima, que foi publicada em O Globo, do Rio de Janeiro, mas não foi publicada em NENHUM jornal paulista, é a primeira vitória das muitas que o ministro José Dirceu colherá, nos próximos tempos.
Nenhum outro político, no Brasil, jamais, foi alvo de campanha ‘midiática’ mais vergonhosamente caluniosa, mentirosa, construída com ‘noticiário’ inventado (gratuito e comprado) – e sempre cevada com mau jornalismo, que nada investigou e tudo requentou e repetiu –, do que o ministro José Dirceu.
Na campanha que levou à degola do ministro José Dirceu, todos os que ‘denunciavam’ faziam-no para esconder alguma coisa, sempre bem suja.
Esse infeliz João Francisco escondeu, sob a calúnia e a mentira, o desejo de que se investigasse a morte de seu irmão, um crime comum, que estava sendo investigado e cuja investigação prosseguiu. Nesse caso, que é de loucura e perversão pessoais, esconderam-se misérias e loucuras pessoais.
Mas – e infinitamente mais grave do que isso –, na mesma campanha que levou à degola do ministro José Dirceu, muitos outros esconderam muitos outros crimes, motivos e culpas mais perversos e perversores do que os que se esconderam nas mentiras alucinadas desse infeliz João Francisco.
O filme da sessão da Câmara de Deputados, no dia da degola do ministro José Dirceu
Vale a pena que os democratas brasileiros dediquem alguns minutos para rever o filme da sessão da Câmara de Deputados, em que se consumou a imunda degola do ministro José Dirceu .
Naquele filme – que tem enorme valor histórico – vêem-se os rostos, as fisionomias dos degoladores de 600.000 votos de eleitores paulistas. A sessão foi filmada com mão de mestre e editada com alma de democrata. Naquele filme, a câmera demora-se sobre vários rostos, que ali estão, arquivados, registrados para sempre.
A história não esquecerá nenhum daqueles rostos, doentios, tensos, feios, de homens e mulheres que sabiam que estavam cometendo um crime e o cometeram.
Em São Paulo, os jornais agonizam e o jornalismo morreu
Quanto aos jornalões paulistas, ninguém espere deles NENHUM jornalismo. O jornalismo paulista morreu, envenenado pelos desejos atrasistas dos proprietários, dos 'gerentes', dos editores, dos colunistas; nesse conluio, um ajuda a matar o outro, uma mão suja a outra.
De fato, o jornalismo paulista morreu e está morrendo mais, todos os dias, julgado hoje pelos milhares de leitores e assinantes que desertam, rejeitam, abandonam, descrêem, de vez, de monstruosidades como Folha de S.Paulo e O Estado de S.Paulo.
Sem esperanças vãs, mas com as esperanças certas, democráticas, vivas
Que ninguém tenha esperanças vãs, mas, ao mesmo tempo, que ninguém deixe de ter as esperanças democráticas certas, históricas, de que o Brasil, em 2006, já começou a redemocratizar-se, contra os jornalões paulistas.
Nenhum desses arremedos fantoches de jornalão que desgraçam São Paulo em 2006 saberá nem retratar-se nem reconstruir-se como jornal democrático e civilizatório, em tempo curto. Eles continuarão por muito tempo ainda, sem jornalismo algum, reduzidos a máquina de propaganda de DES-DEMOCRATIZAÇÃO do leitor-eleitor, como hoje são.
Dirceu será eleito presidente do Brasil
Antes de que São Paulo tenha, afinal, jornais, jornalismos e jornalistas democráticos (ou, que seja, apenas CIVILIZADOS) e contra os dois jornalões paulistas fascistas (se sobreviverem ao próximo balanço), o ministro José Dirceu será eleito presidente da República no Brasil.
Será eleito, é claro, com os votos democráticos dos MESMOS eleitores brasileiros cujos desejos progressistas os jornalões paulistas ainda insistem em tentar prender-matar-e-arrebentar.
Nem falta muito. Nesse dia, afinal, sim, reencontraremos, os brasileiros democráticos, os eleitores brasileiros, a melhor parte de nós mesmos e do Brasil.
Então, sim, teremos construído condições para escrevermos nossos próprios jornais. Jornais de cidadania re-democratizada. De civilização. De dignidade jornalística.
No plano pessoal profissional dos jornalistas e do jornalismo, afinal, poderemos ter, em São Paulo, então, afinal, jornais e jornalistas que terão vergonha na cara.
A luta continua. No pasarán! Lula é muitos!
É Lula de novo, com a força do povo!
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Após retratação de irmão de Celso Daniel, Dirceu retira ação
Leia a matéria em:
http://oglobo.globo.com/online/pais/plantao/2006/07/25/284996506.asp
Irmão de Celso Daniel faz acordo com Dirceu e processo é encerrado
http://conjur.estadao.com.br/static/text/46645,1
João Francisco admitiu que não teve a intenção de ofendê-lo, o que satisfez a defesa do ex-ministro
SANTO ANDRÉ - Os advogados do deputado cassado José Dirceu e o médico João Francisco Daniel firmaram nesta segunda-feira um acordo pondo fim a um processo por calúnia movido pelo ex-ministro chefe da Casa Civil contra o irmão do ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel, assassinado em 2002.O processo se referia a declarações dadas por João Francisco, em que acusava Dirceu de receber propina da Prefeitura de Santo André em um esquema que estaria relacionado à morte de seu irmão.
Em uma audiência realizada hoje no Fórum de Santo André, João Francisco afirmou que nunca teve a intenção de ofender Dirceu, o que satisfez a defesa do ex-ministro. "Eu nunca tive a intenção de ofendê-lo. Minha intenção sempre foi de fazer com que o assassinato de meu irmão seja esclarecido", afirmou João Francisco, logo após a audiência.
No documento resultante da acordo, ficou acertado que as duas partes concordam em extinguir o processo, a partir do momento em que João Francisco admitiu que "não teve a intenção de ofender a honra ou impetrar crimes" a Dirceu.
Do acordo:"1- As partes, nesta oportunidade, resolveram por fim à demanda, deixando expresso que o réu João Francisco Daniel não teve a intenção de ofender a honra ou imputar crimes ao autor José Dirceu de Oliveira e Silva. O réu apenas desejava que fosse esclarecida a morte de seu irmão Celso Daniel. Nesses termos, pedem a extinção do processo, sem julgamento do mérito e “sem vencidos ou vencedores”."
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PARA NÃO ESQUECER No Brasil, todos os internautas são cidadãos eleitores. A participação democrática de todos os eleitores é importantíssima, para que todos defendamos NOSSO VOTO DEMOCRÁTICO. Todas as mensagens de propaganda eleitoral de DES-democratização que circulem na rede, com conteúdo preconceituoso ou golpista, que desrespeitem as instituições democráticas e que veiculem conteúdos ofensivos ao presidente da República, às instituições da democracia, à democracia brasileira ou ao NOSSO VOTO DEMOCRÁTICOdevem ser direcionadas para o endereço internet@pt.org.br e para a página da campanha http://www.lulapresidente.org.br/, no ícone “Força militante”.Ao denunciar não esqueça de incluir data, o endereço do blog, site, veículo que a esteja divulgando. “Nós vamos ter um enfrentamento grave. Vocês se preparem.” (Presidente Lula-maio 2006)
terça-feira, julho 25, 2006
E agora Bonner? Será que essa o Simpson não entende???
Então o dono da Planam, Luiz Antonio Vendoin, mais conhecido como o chefe da "quadrilha dos sanguessugas" revelou que esperava que o candidato tucano a presidente da República em 2002, o ex-ministro da Saúde José Serra, saísse vitorioso.Desta forma, disse ele, não teria problemas para receber R$ 8 milhões devidos a suas empresas, como normalmente ocorria no governo Fernando Henrique Cardoso."O interrogando acreditava que o candidato José Serra iria vencer as eleições do ano de 2002 e as emendas iriam ser pagas normalmente, como ocorreu durante o governo Fernando Henrique Cardoso", informa o documento da Justiça Federal, com base no depoimento do empresário. Serra foi ministro da saúde de FHC de março de 1998 a fevereiro de 2002.O esquema começou a ser investigado pela CGU (Controladoria Geral da União) em 2003. O trabalho da CGU, que abrangeu o período de 2000 a 2002, serviu de base para a Operação Sanguessuga realizada pela Polícia Federal. Segundo a PF, o esquema envolveu recursos da ordem de R$ 110 milhões.No depoimento, Vedoin conta que a Planam foi aberta em 1993 para assessorar municípios. Porém a quadrilha só entrou no ramo de ambulâncias e materiais médicos em 1998.Todas estas informações estão na Folha de São Paulo de hoje 25/07/2006.Quer dizer que os sanguessugas, são crias do PSDB de FHC e Serra desde 1998, coincidência, mesmo ano da criação do valérioduto por Azeredo do PSDB.Pelo jeito esse ano de 1998, foi bem produtivo para o PSDB, teve até a reeleição de FHC. Esse é o tipo de gente que apóia o PSDB,Serra, Alckmin, são corruptos, roubam o dinheiro público mas fazem parte da elite, o Luiz Antonio Vendoin dono Planam era um empresário bem sucedido,rico, devia ser chamado de Dr. pelos mais humildes. Será que em SP tem quadrilhas da elite torcendo para o Serra ganhar? Conhecida tem a dona da Daslu, a Tranchesi, amiga do Alckmin. Quer dizer que o empresário sabia que se Lula ganhasse ele não receberia, ele sabia que o presidente Lula não iria fazer maracutaias, como não fez. O dinheiro não teria sido liberado porque o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que derrotou Serra, congelou investimentos ao assumir. O bom pagador como ele mesmo diz, era FHC, e o Serra sendo eleito a marcutaia dos sanguessugas iria continuar, o dinheiro iria fluir como água. Já entendi tudo muito bem, não precisa desenhar!
--Posted by Jussara to POR UM NOVO BRASIL LULA 2006"Hoje estou aqui para dizer a vocês que o sonho não acabou" at 7/25/2006 06:22:00 AM
segunda-feira, julho 24, 2006
Relembrando grandes momentos dos governos do PSDB - PFL
O APAGÃO
Racionamento de Energia
Em 2001, o Racionamento de Energia Elétrica impôs
à maioria dos consumidores metas de economia de
energia.
O Racionamento
O Racionamento de energia elétrica, na intensidade que foi necessário implantar no Brasil resulta, além dos fatores climáticos, de falhas no Setor Elétrico em vários aspectos e na coordenação governamental, já que, assegurar a provisão de energia é dever do Estado Nacional. A nosso ver, o déficit de energia elétrica se insere na deficiência de investimentos que temos apontado como o maior entrave ao crescimento econômico brasileiro. Sem prejuízo de que se apure a parcela de culpa do atual governo e do próprio sistema implantado, interessa à Nação encontrar meios de minimizar as conseqüências da crise atual. Conselho estende racionamento de luzA sessão de ontem do Conselho Nacional de Águas e Energia Elétrica foi toda dedicada ao exame do relatório sobre a prorrogação do racionamento pleiteada pela Light. Esta pedia não somente mais seis meses de restrição, como também que se restabelecesse regime mais drástico, alegando que a situação exigia todas as precauções. Nesse particular insistia em que se abolissem os 10% de tolerância, dados aos consumidores pela Resolução no. 1 de fevereiro. Resolveu o plenário estender o racionamento até o último dia do ano, deixando de suprimir a taxa de tolerância.
Minimizando os Efeitos Negativos do Racionamento de Energia ElétricaValor Agregado por Setor e o Consumo de EletricidadeO consumo de energia por unidade de produto é muito diferente entre os setores. Existe um valor limite de redução do uso de energia em uma unidade de produção onde a atividade econômica correspondente é simplesmente suprimida e com ela o valor que agrega ao PIB. Se o corte de energia não levar em conta essa realidade haverá uma redução da atividade econômica quase na mesma proporção da redução do abastecimento da energia elétrica.
O ANO SEGUINTE... ou da necessidade de um Plano de Mobilização Energética para afastar o risco de uma nova crise em 2002.O ano de 2002 vai se iniciar com um risco maior de desabastecimento que 2001. Uma série de medidas são necessárias para afastar o risco de um novo racionamento
A Exportação de Produtos Intensivos em Eletricidade é Coerente com a Geração Elétrica a partir de Gás Natural? A crise de energia elétrica nos leva a refletir sobre os rumos de nossa política energética em geral e da própria política econômica. Exportar produtos primários e semi-manufaturados é uma das sinas dos países em desenvolvimento. Além de perder-se a oportunidade de agregar valor, corre-se o risco de exportar energia de alta qualidade requerida na produção de tais artigos.
Lembrando o governo PSDB-PFL
O APAGÃO em 2001 - II
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Em tempo de vacas magras, a palavra de ordem era racionar e economizar. A máxima caiu como uma luva sobre o Brasil em junho. Também pudera, a sombra que se instalou no país, com o risco do apagão nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste (afetadas pelo racionamento de energia).
Fazendo dobradinha com a alta do dólar, colocou em risco o desempenho industrial, as vendas no comércio e a estabilidade do emprego de centenas de brasileiros. Para completar, este mês (agosto) a tensão de energia foi reduzida em 5% nessas regiões e a inflação atravessou um período crítico, com a elevação do dólar sendo repassada aos preços de fábrica e do varejo.
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Governo apaga direitos do consumidor
24/05/2001http://www.brasilnews.com.br/News3.php3?CodReg=2101&edit=Brasil&Codnews=999
A reedição da medida provisória que criou o "ministério do apagão" determina que os usuários não poderão usar o Código de Defesa do Consumidor para reclamar de problemas causados pelo plano de racionamento de energia.O novo texto diz que o "ministério do apagão" pode "estabelecer medidas compulsórias de redução de consumo e de interrupção no fornecimento". Esse trecho suspende a Lei 8.078, que criou o código.Na prática, tira-se do consumidor a possibilidade de reclamar dos fabricantes e das distribuidoras por defeitos em aparelhos domésticos causados por cortes, por exemplo.A mudança no texto da MP é uma tentativa do Governo de fugir das ações na Justiça contra o racionamento. Ela aconteceu depois que as distribuidoras pressionaram o Governo por se sentirem legalmente desprotegidas para cortar luz ou aplicar as sobretaxas.Pelo texto da MP, a legislação do setor elétrico vale menos que as decisões do "ministério do apagão".
Apagão do emprego provoca demissõesObrigadas a reduzir em até 25% o consumo de eletricidade, grandes empresas brasileiras já estão desligando máquinas nas fábricas e anunciando demissões. Há casos de dispensa de até 20% da força de trabalho. No Estado de São Paulo, o mais industrializado do país, os cortes de pessoal estão se tornando freqüentes. Ameaças de dispensa pairam sobre a cabeça da maioria dos operários, diante do remanejamento, do fim das horas extras e da eliminação de turnos.
Site do ministério do apagão faz consumidor calcular cota errada http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u23373.shtml O consumidor que quiser descobrir a sua cota para o racionamento utilizando o site do "ministério do apagão" ( http://www.energiabrasil.gov.br/ ) será induzido ao erro.O simulador de cotas do site faz o leitor acreditar que haverá uma cota diferente para cada mês do racionamento.De acordo com o site, a cota de agosto, por exemplo, seria calculada com base nos meses de julho, agosto e setembro de 2000. Mas segundo a resolução número 4 da Câmara de Gestão da Crise de Energia, haverá uma única cota para todo o racionamento, com base nos meses de maio a julho do ano passado.O site também já dá dicas de como enfrentar o apagão, montando um kit com radinho de pilha, lampião e vela, e dando dicas de comportamento na rua ou em casa.Apesar do erro, o site traz dicas de economia, as normas do racionamento em vigor e uma caixa de mensagens.
Da série "PRA NÃO ESQUECER"
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PARA NÃO ESQUECER: “Espero que não ganhe a visão dos tucanos neoliberais. Tudo, com eles, regredirá. Esse capitalismo que pregam é violentamente regressivo tanto nas relações com o trabalho, quanto na relação do Estado com o capital e com a cidadania. Eles só querem apagar direitos. Se possível, todos aqueles conquistados no século XX.
Outra coisa que ninguém se dá conta é a idiotice do primeiro quadriênio do Fernando Henrique. Ele abriu a economia do ponto de vista micro, estourou as empresas, e do ponto de vista macro fechou. Não exportávamos nada por causa da taxa de câmbio populista. Em resumo: o que fizemos nos últimos dois anos foi recuperar o País da situação que aqueles infelizes montaram de 1994 em diante. (MARIA DA CONCEIÇÃO TAVARES, “Sem o garrote do FMI”, Carta Capital, reproduzido em http://www.informante.net/resources.php?catID=3&pergunta=2326#1)
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PARA NÃO ESQUECER: “Nosso propósito, portanto, deve ser alcançar três objetivos que, se nos limitarmos a seguir a lógica econômica convencional, podem ser contraditórios, mas que são conciliáveis no plano político se privilegiarmos maximizar o bem-estar do conjunto da população. Esses três objetivos são: a) enfrentar o problema da fome e da subalimentação da população de baixa renda; b) concentrar investimentos no aperfeiçoamento do fator humano de forma a ampliar a oferta de quadros técnicos; e c) conciliar o processo de globalização com a criação de emprego, privilegiando o mercado interno na orientação dos investimentos.” (CELSO FURTADO, “A reconstrução do Brasil”, Revista Princípios, n.54, na Internet, em http://www.vermelho.org.br/museu/principios/anteriores.asp?edicao=54&cod_not=438)
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PARA NÃO ESQUECER: “Nosso programa para o segundo mandato é (1) mercado interno de massa, apoiado em um amplo programa de distribuição de renda; (2) revolução educacional; (3) política de exportações agressiva; e (4) integração sul-americana que adicione respostas continentais aos impasses econômicos gerados pela volatilidade mundial.” (MINISTRO JOSÉ DIRCEU, “O que está em jogo em 2006”, 22/6/2006, Jornal do Brasil).
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PARA NÃO ESQUECER: “Infelizmente, tudo indica que a oposição atravessou o Rubicão e caminha para o golpismo , hoje verbal, que, amanhã poderá ser real, indo das palavras à ação, tão a gosto de certos saudosistas das intervenções militares na nossa vida política.
Nós não podemos nos render a essa visão maniqueísta. É hora de dar um basta a esse teatro de fantoches, em defesa da democracia e de um projeto de desenvolvimento para o país, que nos conduza a uma sociedade mais justa e mais libertária.” (MINISTRO JOSÉ DIRCEU, “Onde vamos parar?”, 20/6/2006, Jornal do Brasil)
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PARA NÃO ESQUECER: ‘Nós vamos ter um enfrentamento grave. Vocês se preparem.” (PRESIDENTE LULA, maio de 2006).
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PARA NÃO ESQUECER meeeeeeeeeeeeeeeeeeesmo!
O internauta é um cidadão eleitor. A participação democrática de todos os eleitores é importantíssima, para que todos defendamos NOSSO VOTO DEMOCRÁTICO.
Todas as mensagens de propaganda eleitoral de DES-democratização que circulem na rede, com conteúdo preconceituoso ou golpista, que desrespeitem as instituições democráticas e que veiculem conteúdos ofensivos ao presidente da República, à democracia brasileira ou ao NOSSO VOTO DEMOCRÁTICO devem ser direcionadas para o endereço internet@pt.org.br e para a página da campanha www.lulapresidente.org.br, no ícone “Força militante”.
Ao denunciar a propaganda de DES-democratização do NOSSO VOTO DEMOCRÁTICO, não esqueça de incluir data, o endereço do blog, site, veículo que a esteja divulgando. Essa providência agiliza o processo de distribuir respostas-vacinas e o encaminhamento de medidas legais cabíveis caso a caso.
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Um 'silêncio ensurdecedor'
Hoje no Blog do MELLO: http://blogdomello.blogspot.com
IstoÉ e Eduardo Jorge: Um 'silêncio ensurdecedor'
Já que ninguém toca no assunto (procure pelos outros blogs, imprensa, ninguém, nada...), volto a ele. A revista IstoÉ deste final de semana veio com uma reportagem recheada de denúncias contra Eduardo Jorge Caldas Pereira, ex-secretário-geral da Presidência da República no governo de Fernando Henrique Cardoso, e agora um dos coordenadores da campanha de Alckmin.Segundo a reportagem, uma força-tarefa de auditores da Receita Federal, ao analisar as contas de Eduardo Jorge, encontrou "doações ao PSDB com recursos oriundos do Erário público, movimentação incompatível com a renda, uso de “laranja”, distribuição fictícia de lucros e “notas fiscais frias”, entre outros crimes".Segundo os auditores, "os valores repassados pelas empresas de Eduardo Jorge à campanha da reeleição de FHC em 1998 'tiveram por origem recursos oriundos de órgãos públicos, mormente do DNER'.Há muito mais: emissão de notas fiscais frias, "montagem de passivo fictício, participação como sócio oculto e uso de “laranja” na empresa VML Corretora de Seguros". Estes dados, segundo a reportagem, foram colhidos pelos auditores em correspondências eletrônicas que Eduardo Jorge teria trocado com sócios.Sobre as acusações, Eduardo Jorge afirmou:
“Vou apresentar documentos à Justiça e mostrar que a história é outra”.É importante destacar que, em diversas ocasiões, Eduardo Jorge foi acusado por procuradores, mas saiu vitorioso de todos os processos movidos contra ele. Este pode ser mais um.Vale destacar também que as entranhas da revista foram reveladas pelo editor de Política da sucursal de Brasília da IstoÉ, Luiz Cláudio Cunha, numa carta aberta, publicada no Observatório da Imprensa. E a revista não ficou nada bem na foto.Mas, o que eu estranho é o "silêncio ensurdecedor" em torno da reportagem.
Aconteceria o mesmo, caso Eduardo Jorge não fosse coordenador da campanha de Alckmin, mas do presidente Lula, por exemplo?- - - - - - - - - - -
http://blogdomello.blogspot.com/
Impor a democracia e a sociedade à universidade brasileira
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O editorial de ontem, da Folha de S.Paulo [“Editorial”, FSP, 23/7/2006, "Ciência em alta", em http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz2307200602.htm], é extraordinariamente importante.
É importante pelo que diz: que de 2004 para 2005, o número de artigos assinados por cientistas brasileiros e publicados em periódicos indexados aumentou 19%.
E é importante também pelo que não diz: que a ciência publicada, no Brasil, foi de péssima qualidade científica --, durante a década de governo dos professô-dotô udenistas-uspeanos-tucanos-pefelistas.
Mas esse negócio tem de ser muito bem explicado e bem discutido -- além de exibir só os números! --, porque, no Brasil, os cidadãos eleitores NUNCA foram e ainda não são ensinados a olhar criticamente (e politicamente, e com olhos democratizados) também para a universidade brasileira.
A "produção 'científica'"
Daí que quem não conheça a tal de "produção científica" pode ser levado a pensar que os cientistas brasileiros 'melhoraram', por alguma espécie de 'mérito pessoal' que, de repente, tivesse 'acordado' na alma ou nos computadores dos cientistas brasileiros. Errado. Os cientistas brasileiros ainda são, em 2006, os mesmos que eram, nas universidades brasileiras dos governos da tucanaria udenista-uspeano-pefelista.
É preciso mais de 30 anos para superar uma geração de cientistas, por mais antidemocráticos que sejam e, também, por mais insuficientes que sejam, do ponto de vista propriamente científico.
Em muitas áreas – sobretudo nas chamadas “ciências humanas e sociais” –, uma nova teoria, ou um modo apenas diferente de ver, analisar, descrever, pesquisar e explicar os fenômenos e os problemas têm de esperar, para aparecer e dar frutos socialmente relevantes, que morra, literalmente, o último 'catedrático' militante de algum velho paradigma científico dominante.
Ou é preciso esperar -- para dar um passo novo, adiante, em inúmeros campos de pesquisa acadêmica --, que morra, literalmente, o ‘dono’ de um campo ou domínio científico, ou, simplesmente, o ‘dono’ das bolsas de mestrado, doutoramento etc.
Essa é a receita infalível para construir panelas acadêmicas; mas JAMAIS, em tempo ou lugar algum, essa foi a receita certa para produzir boa ciência.
Leitura interessantíssima, para começar a entender a vida e morte de teorias e de suas respectivas panelas acadêmicas – que é processo histórico, social e político –, é, por exemplo, "A estrutura das Revoluções Científicas" (Thomas S. KUHN. [1962]. São Paulo: Ed. Perspectiva. Coleção "Debates", 1975; 1995).
Se esse processo é uma lenta e dolorosa história conservadora mesmo nos países que são hegemônicos na produção de ciência... imagine-se o que acontece, então, em países periféricos, nos quais, como se sabe, nada de inventa e tudo se copia, e as elites conservadoras ainda mandam e desmandam, também, nos campos do 'saber'.
A 'universidade' da tucanaria ainda é a mesma (e ruim)
O cidadão-eleitor brasileiro que não conheça o funcionamento das academias brasileiras, e leia o editorial “A ciência avança”, da FSP, facilmente será levado a pensar, também, que 'a universidade' melhorou, nesse caso, por alguma espécie misteriosa de 'mérito' institucional. Errado, outra vez. As universidades brasileiras continuam horriveis, iguaizinhas ao que sempre foram, quer dizer, elitistas, auto-referentes, autocentradas, com a tendência perversa e perversora de falar sempre com o próprio umbigo, sempre de costas para a sociedade.
Não melhoraram em nada, portanto, ainda, nem os 'cientistas' brasileiros nem a 'universidade' brasileira.
De fato, tudo piorou, no Brasil, quando as panelas udenistas-uspeano-tucano-pefelistas chegaram aos postos do governo do Estado (federal e estadual e municipal, no Brasil) e constituíram a famigerada república dos “professô-dotô da tucanaria uspeana-pefelista”.
Quando, afinal, sim, foram demitidos os professô-dotô uspeano-tucanos-pefelistas (sempre udenistas, historicamente, no Brasil) do comando POLÍTICO das políticas para a produção de ciência publicada, em 2002, aí sim, a qualidade da ciência publicada começou a melhorar, sim, no Brasil.
NÓS e o NOSSO VOTO DEMOCRÁTICO demitimos, de Brasília, os 'professô-dotô'
Quem demitiu os professô-dotô tucano-pefelistas, do comando político das políticas para a ciência, no Brasil, fomos NÓS -- justamente, os sem-universidade-coisa-que-preste, há décadas! -- e o NOSSO VOTO DEMOCRÁTICO.
O editorial da FSP, hoje, portanto, é importante também pelo que NÃO diz com clareza.
A CAPES que funciona para democratizar
E o que o editorial da FSP não diz com clareza é que a única, enorme, grande e muito bem-vinda novidade, que, isso sim, levou a melhorar os números do que a universidade brasileira produz, de ciência-coisa-que-preste, é, SOBRETUDO, a decisão POLÍTICA, do governo Lula, de exigir que a Capes FUNCIONASSE para democratizar, não para ‘coroar’ e ‘recoroar’ sempre os mesmos príncipes e subpríncipes, de sub-sociologias-de-araque, ou de 'ciências políticas' de propaganda, ou de 'ciencias sociais' pra repetir em 'entrevistas' de jornal, de rádio, de marketação.
"Periódicos indexados"
Para entender isso, é preciso saber, primeiro, o que são "periódicos indexados". Há uma explicação longa -- que não cabe aqui. Fiquemos, então, com a explicação curta: "periódicos indexados" são revistas que circulam internacionalmente, e que publicam textos escritos por cientistas.
Essas revistas são consideradas fonte confiável de informação e conhecimento, justamente porque só publicam material considerado importante por cientistas reconhecidos na chamada "comunidade científica relevante", em cada área científica, em todo o mundo.
Nesse caso, antes de serem aceitos para publicação numa ou noutra dessas revistas indexadas, os artigos científicos são lidos e avaliados por cientistas reconhecidos como autoridade científica internacional. Se os artigos prestam, são recomendados para publicação. Se não prestam, são devolvidos ao autor (às vezes, com comentários; às vezes com um definitivo “Not recomended”).
Para entender, então, tudo quanto a FSP não diz, hoje, em editorial, é preciso saber também o que é a Capes.
História da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior)
A Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) é órgão do Ministério da Educação; mantém um portal em http://www.capes.gov.br/capes/portal/, no qual se pode ler toda a história da instituição, desde 1951, quando nasceu, sob a presidência de Anísio Teixeira, sob governo democrático, de Vargas; sobre a demissão e cassação de Anísio Teixeira, no golpe de 64; sobre a ‘reorganização’ do órgão para servir à universidade da ditadura; sobre a extinção da Capes, no início do governo Collor (pela Medida Provisória nº 150, de 15/3/1990); sobre a ‘reinvenção’ da Capes, para servir os governos da tucanaria udenista-uspeano-pefelista, em 1995 (“naquele ano, o sistema de pós-graduação ultrapassa a marca dos mil cursos de mestrado e dos 600 de doutorado, envolvendo mais de 60 mil alunos”).
Durante os governos da tucanaria udenista-uspeano-pefelista, “o maior salto ocorreu na titulação: quase triplicou o número de mestres e de doutores titulados entre 1996 e 2003”. Quantidade, nesse caso, só muito raramente significa qualidade.
De fato, nos governos da tucanaria uspeana-tucano-pefelista, a Capes foi convertida em máquina de aprovar cursos superiores, no Brasil: qualquer escola de fim-de-linha – desde que privada ou rapidamente privatizável – recebeu alvará para funcionar... e funcionou. E produziu péssima ciência... e despencaram os números de artigos publicados, por autor brasileiro, nos tais de “periódicos indexados” – e a ciência brasileira passou vergonha, todos os dias, em praticamente todos os campos da produção de ciência, face às comunidades científicas relevantes, do planeta.
"Esqueçam o que eu escrevi!" (Ou: "Eu nunca disse isso. Eu mesmo já esqueci tudo!")
A melhor sociologia que o Brasil jamais produzira, nos anos de Florestan Fernandes, por exemplo... passou a ser manipulada partidariamente, programaticamente, com o descaso que se conhece: “esqueçam o que eu escrevi”.
A universidade brasileira udenista-tucano-pefelista, sempre obediente ao poder político mais atrasista, obedeceu o autoproclamado ‘príncipe’, eleito presidente da República: e despencaram os números da ciência publicada nos periódicos indexados, assinada por cientista brasileiro.
Essa, afinal, é a história que o editorial da FSP não conta... ao anotar, afinal, em 2006, que os bons números crescem, afinal, no Brasil, no governo Lula.
É indiscutível verdade, sim, que, a partir de 2004, “a Capes foi inflexível na apreciação das escolas e chegou a fechar cursos de instituições de prestígio”. Provavelmente, mais cursos devem ainda ser fechados, se se considera a quantidade catastrófica de ‘cursos superiores’ que, hoje, no Brasil, ainda são máquinas de gerar dinheiro, mas não geram sequer uma linha de ciência publicável... em periódicos indexados.
Melhorou a Capes, portanto, e muito, porque melhorou o conteúdo democrático do Estado, no Brasil, no primeiro governo Lula.
Impor a democracia e a sociedade à universidade brasileira
Também na produção de ciência publicada, o governo Lula do Brasil está começando a conseguir impor a sociedade à universidade.
Essa, afinal, a mais bem-vinda novidade, que aparece nos números que a FSP publica... depois de séculos durante os quais a sociedade brasileira foi esquecida por uma universidade autista que se auto-impôs – como saber antidemocrático e autolegitimado – à sociedade brasileira.
Bem feitas as contas, facilmente se vê que, quando um país extenso e rico como o Brasil vê-se reduzido à tragédia da desigualdade social mais monstruosa, é indispensável que se veja, para criticar, o papel desdemocratizatório que tenha, na produção de d esigualdades, também a universidade brasileira autista, elitista, fechada em si e indiferente à sociedade que, no frigir dos ovos, é quem a mantém. Isso, contudo, não se lê no editorial da FSP.
Os professô-dotô tucano-pefelistas, 'casados' com a mídia de propaganda de DESDEMOCRATIZAÇÃO do eleitor brasileiro
Se se considera, afinal, o horrrendo ‘casamento’ ao qual se assiste hoje, entre aqueles mesmos ‘cientistas’ tucanos-pefelistas-uspeanos partidarizados, que fazem de seus títulos acadêmicos moeda de troca na guerra ‘midiática’ e alugam-nos à propaganda política de DESDEMOCRATIZAÇÃO do eleitor brasileiro, ainda hoje, publicados, incansavelmente, todos os dias, em todos os jornalões e revistas NÃO-Veja... vê-se que, sim, ainda há muito o que fazer para repor em trilhos democráticos a ciência que se produz e publica, no Brasil. Temos, portanto, de continuar a melhorar os números que a FSP publica hoje.
Para fazer isso, também, temos de reeleger o presidente Lula: para continuar a reconstruir a democracia brasileira; para que consigamos, afinal, impor a democracia, também, à universidade brasileira.
É Lula de novo, com a força do povo! LULA É MUITOS!
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O INFORMANTE
Agência Brasil (24/07/06)Lei da Agricultura Familiar recebe sanção presidencialA agricultura familiar brasileira, responsável por mais de 40% do PIB da agropecuária, passa a ter uma lei específica.
Agência Reuters (24/07/06)Inflação baixa e risco país ajudam gestão da dívidaA parcela da dívida corrigida pela Selic, incluindo os contratos de swap, ficou em 46,25 por cento em junho, frente a 48,33 por cento em maio.
Agência Reuters (24/07/06)Tolmasquim teme novo apagão se PSDB assumir governoTenho medo se entrarem neófitos no governo, que não conhecem o modelo, podemos jogar por água abaixo todo o trabalho.
HAMILTON PEREIRAGianfrancesco GuarnieriGianfrancesco Guarnieri: o Brasil deve a este homem uma parcela importante dos sonhos que nos animaram a lutar contra a ditadura militar.
Agência Carta Maior (23/07/06)Um roteiro soberano para a política externaLivro de Samuel Pinheiro Guimarães, articula a política externa com os impasses internos e traça roteiro para superação das vulnerabilidades externas.
Agência Carta Maior (23/07/06)Redução da Selic articulada com esforço dos bancos públicosPara que as nove quedas seguidas do juro chegue até a base da economia, o governo começa a afinar as medidas que serão tomadas pelos bancos públicos.
LUCIANO SIQUEIRAA quem interessa um segundo turno?Isto porque, por mais importante que seja, e é, o palanque eletrônico, não substitui, nem dispensa, a movimentação do povo nas ruas.
Jornal do Commercio-PE (24/07/06)Lula defende Cuba e México no MercosulO presidente Lula assumiu ontem a coordenação do bloco econômico e disse que também quer a entrada da Bolívia no Mercosul.
Folha de São Paulo (23/07/06)PIB cresceu até 1,4% no 2º trimestreUm dos itens que mais puxaram os investimentos foi a importação de máquinas e equipamentos, que cresceu, em volume, 29% no acumulado de 2006.
Valor Econômico (21/07/06)Ministério faz 25 autuações de plantio ilegal de algodão transgênicoA CTNBio também aprovou quatro liberações planejadas de experimentos em campo que estavam sob avaliação desde a reunião de junho.
Folha de São Paulo (23/07/06)Aquecimento eleva compra de bens de capitalEm junho, a maior parcela das importações de máquinas (28,2%) era de bens destinado à indústria -ou seja, aqueles com efeito sobre a capacidade produt
Folha de São Paulo (23/07/06)FGTS dá R$ 5 bi para infra-estruturaO fundo de investimento, administrado pela CEF, faria parcerias com setor privado, para financiar obras de nfra-estrutura.
O Informante - preenchendo lacunas da mídia
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sábado, julho 22, 2006
Relembrando grandes momentos dos governos do PSDB - PFL - Plataforma P36
Relembrando grandes momentos dos governos do PSDB - PFL
Sob FHC: Petrobrás, em 3 anos, 99 acidentes e 32 mortes
Relatórios escritos na plataforma alertaram executivos sobre a iminência do desastre. Mas ninguém fez nada
André Jockyman
E o mar levou US$ 354 milhões em 130 horas e 40 minutos. Bastaria, porém, um segundo de reflexão sobre os relatórios operacionais produzidos pelo pessoal da plataforma P-36 para que os executivos confortavelmente instalados na sede da Petrobras na rua Chile, no Rio de Janeiro, tivessem evitado a tragédia que causou 11 mortes e prejuízos milionários à estatal. Os boletins dos dias 12, 13 e 14 de março, enviados da plataforma ao continente, portanto nos três dias imediatamente anteriores às três explosões que puseram a P-36 a pique, comunicavam o “entupimento do abafador de chamas” e solicitavam “a parada de produção para substituição do mesmo, visto estar bem próximo dos queimadores de gás na torre de flaire”. A revelação sobre a existência dos documentos foi feita na quinta-feira, 22, pelo presidente da Federação Única dos Petroleiros, Maurício Rubem, e recaíram como uma bomba no colo do presidente da companhia, Henri Philippe Reichstul. “Esse fato é gravíssimo”, reconheceu. “Vamos apurar.” Ele prometia para a sexta, 23, o anúncio das providências.
A revelação do alerta sobre o exato motivo do acidente pode levar a Petrobras a amargar ainda mais prejuízos na triste história da plataforma. Até a semana passada, as ações da companhia haviam despencado 7,64% na Bolsa de Valores de São Paulo. Com o naufrágio da P-36 e sua cota diária de 80 mil barris de petróleo extraídos em alto-mar, perdia uma receita de US$ 60 milhões por mês. Agora, com os documentos que revelam a leniência da estatal diante do alerta de seus próprios funcionários, as famílias das 11 vítimas encontraram um forte argumento para exigir maiores indenizações. Além disso, até mesmo as seguradoras que têm um prêmio de US$ 500 milhões a pagar podem abrir uma intrincada guerra jurídica antes de arcar com a conta.
http://www.terra.com.br/dinheironaweb/187/economia/187_p36.htm
É bom nunca esquecer o que foi a gestão tucana da Petrobrás. Como a única motivação deles era vender a empresa, a irresponsabilidade foi levada a tal ponto, que depois de uma série de vazamentos importantes (como o da baía da Guanabara) e outros acidentes menores, chegamos no clímax do caos com o tombamento e naufrágio da plataforma P36.
De: http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/plataforma.shtml
A P-36 afunda na bacia de Campos, após fracasso em tentar salvá-la;
Explosão naP-36 foi causada por erros de manutenção e projeto, diz ANP
Vídeos da P-36
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sexta-feira, julho 21, 2006
Para os conservadores, o problema é o povo
Há tempos já, ando preocupada com o 'vazio' de conteúdos históricos no que temos escrito a favor de reeleger o presidente Lula e contra a elite canalha que está aí, a toda.
Eles vêm com pesquisa... e nós respondemos com números. São bons números, são números que mostram que a desigualdade está diminuindo, sim, mas são SÓ números.
Eles vêm com propaganda de DES-DEMOCRATIZAÇÃO ... e nós respondemos com 'ética na política'... quando o que importa, como ensinou a Marilena Chauí é aprendermos sobre a ética DA política.
"Ética na política" e merda, "pra mim é a mesma coisa" -- como diria, sobre ética na política -- o negão naquele filme "O dia que não-me-lembro-o-nome-do-negão encarou a guarda."
Pode haver ética burguesa NA política. Pode haver ética proletária NA política. Pode haver até ética-de-PCC e ética-de-Bornhausen (parecidíssimas!) NA política.
Dizer "ética na política", assim, no geralzão é NÃO DIZER COISA ALGUMA. O que interessa aprender, conhecer e praticar é a ética DA política.
Quem não entender direito esse negócio de "ética NA política" versus "ética DA política", tem de ler mais, mais e mais o que a Marilena Chauí está trabalhando pra ensinar.
PENSANDO em tudo isso -- e pensando sobretudo o quanto nos falta de conteúdos HISTÓRICOS, nos nossos discursos-de-resposta -- comecei a procurar coisas e achei coisas ótimas, que dão uma boa articulada em muita coisa do que temos intuído, mas que não sabemos ainda 'recompor' em etapas contínuas, passo a passo, de 1964 até hoje.
Dentre as coisas que encontrei, pra começar a 'costurar' as etapas e personagens que levam, DIRETAMENTE, do golpe de 64 aos editoriais do Clóvis Rossi e do tal-de-Valdo (e a praticamente TUDO que os jornalões têm publicado), achei o texto que aí vai.
Para quem não veja aqui, o texto, do José Carlos Ruy, historiador, comunista e meu amigo, está em http://www.vermelho.org.br/museu/principios/anteriores.asp?edicao=53&cod_not=430.
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Para os conservadores, o problema é o povo[1]
Visões da história
(Segunda parte)
José Carlos Ruy
Com Oliveira Viana, a interpretação elitista da história do Brasil degenera em mera apologia, que justificou as ditaduras do Estado Novo e de 1964.
Antes de entrar propriamente na análise das concepções dos escritores que surgiram após 1930, cujas idéias hoje são hegemônicas entre os historiadores, é conveniente olhar em detalhe o rumo tomado pela interpretação conservadora, em reação às mudanças preconizadas por homens como Capistrano de Abreu, Euclides da Cunha, Silvio Romero, e os demais que, a seu tempo, enfrentaram a tarefa de reconciliar a arte de escrever a história do Brasil com o povo e o país.
Além de reagir aos avanços teóricos que estes escritores representavam, essa interpretação refletia também a reação ideológica dos setores conservadores às mudanças sociais que ocorriam no país, e que ameaçavam o domínio exclusivo da oligarquia agro-mercantil.
O ponto de vista conservador não fora completamente derrotado, e manifestou-se principalmente na obra de Francisco José de Oliveira Viana, cujas concepções atravessaram o século, inspirando as ditaduras do Estado Novo (1937/1945) e dos generais presidentes (após 1964).
Influíram nas idéias do principal ideólogo do golpe militar de 1964 e dos governos que o seguiram, Golbery do Couto e Silva, e continuam vivas na mente de grande parte da elite brasileira. A interpretação conservadora seguiu, para sobreviver, trajetória inversa ao rumo apontado por aquela geração renovadora, e degenerou em apologia aberta da oligarquia latifundiária.
O ponto de vista elitista, herdado de Varnhagen, modificou-se, adaptou-se aos novos tempos da República, mantendo seu traço essencial: o culto da razão de Estado e da ação das classes dominantes como principais agentes das transformações sociais e políticas. Embalado pela sociologia da época, pelas idéias racistas que eram apresentadas como ciência, Oliveira Viana produziu uma extensa obra que procura fundamentar, em bases políticas, econômicas e sociais, a história da sociedade brasileira, e apresentar o domínio da oligarquia latifundiária como “natural”.
Dando ênfase ao patriarcalismo, ressaltou e defendeu a ação da classe dominante, da cúpula da burocracia estatal e das elites urbanas, na formação social brasileira. E, embora fosse ele próprio mulato, considerava defeituosa e indequada a formação racial de nosso povo, devido à enorme presença nela do negro, do índio e dos mestiços.
Oliveira Viana defendeu um Brasil fictício, onde a elite branca, “ariana”, era tudo, e o povo, descendente do cruzamento da minoria européia com índios e africanos, era o problema. Mas, de maneira perversa, Oliveira Viana era otimista e – ao contrário da imensa maioria dos pensadores de seu tempo – pensava que os problemas do Brasil seriam resolvidos se duas condições fossem satisfeitas: primeira, que a elite, tendo sido educada para isso, cumpra seu papel civilizatório; segundo, que no processo de mestiçagem, os mestiços “superiores” assimilassem os valores culturais do segmento branco, e os negros, índios e mestiços “inferiores” fossem, naturalmente, eliminados.
Pensando que a ciência social deve estar ligada à atividade política, Oliveira Viana escreveu em Evolução do Povo Brasileiro, publicado em 1922, que somente o estudo do “nosso povo, em todos os seus aspectos”, pode fornecer os dados concretos “para um programa nacional de reformas políticas e sociais, sobre cujo êxito poderemos contar com segurança” (Viana, 1933).
Ele promete uma análise científica, mas o resultado é a apologia das elites e dos direitos do segmento da população de pele clara ao domínio sobre os demais. Os valores e dados concretos de nosso povo, a que se refere, revelam-se, em seu estudo, como os preconceitos de classe e de raça da elite brasileira, preconceitos que ele apresenta como os traços específicos que distinguem os brasileiros dos demais povos.
Após 1930, Oliveira Viana teve a chance de colocar em prática suas idéias; foi consultor do Ministério do Trabalho (1932 a 1940), tendo enorme influência na legislação trabalhista, previdenciária e sindical elaborada por Getúlio Vargas.
Considerado por alguns como “liberal autoritário” e por outros como inspirador de um autoritarismo instrumental, Oliveira Viana está, em nosso tempo, em grande parte desacreditado pelos cientistas sociais.
Mas, apesar do anacronismo de sua obra, muitas de suas idéias continuam vivas. A principal delas diz que, devido à natureza intrinsecamente patriarcal e oligárquica de nossa sociedade, a democracia liberal não pode desenvolver-se aqui. É necessária então a intervenção autoritária do Estado para modernizar as oligarquias e criar as condições que levem ao aparecimento, na sociedade, do conjunto de interesses diversificados que formam a base da democracia.
Ao Estado e à elite, tornada “esclarecida”, cabem então a tarefa de “educar” as massas, “despreparadas”, para a democracia.
Ele foi, talvez, o autor de maior prestígio nas primeiras décadas do século XX, sendo sua obra a referência principal para os autores que, a partir dos anos 30, produziram uma revisão radical na maneira de se encarar o passado brasileiro. Entretanto, trata-se de uma obra erigida sobre bases muito frágeis, muitas vezes fantasiosas, claramente anacrônica.
Mas, como ensina Hobsbawn, “o abuso ideológico mais comum da história baseia-se antes em anacronismos que mentiras”, sobre o qual são construídos os mitos e invenções essenciais à política de identidade que permite a distinção, dentro da sociedade, de grupos que se pretendem superiores ou buscam, na história, legitimar seus interesses, privilégios e domínios de classe (Hobsbawn, 1998).
O elitismo de Oliveira Viana é um exemplo desse abuso ideológico. Para elaborar uma visão de mundo adequada à elite latifundiária e mercantil, ele deformou fatos e criou lendas. Diante da ciência social de sua época, diz Dante Moreira Leite, ele foi um “retardatário”, e sua obra “satisfazia os pruridos de nobreza rural de parte da população brasileira” (Leite, 1983).
Ruralista, ele parte da tese de que o “traço fundamental da nossa psicologia nacional” é rural. O brasileiro é, e “sempre se afirma, um homem do campo, à maneira antiga. O instinto urbano não está na sua índole, nem as maneiras e os hábitos urbanos” (Viana, 1973).
Essa falsificação traduziu-se na ficção de que a elite colonial criou, em Pernambuco e São Paulo, pelo menos, um “recanto de corte européia transplantada para o meio da selvageria americana”, marcada por um “fausto espantoso”, “maravilhoso luxo”, “bom tom” e “elegância”.
Caracterizaram-se ainda, aqueles colonizadores, por “bem falar” e “bem escrever” (Viana, 1973).
A mentira desta tese não demorou a ser desmascarada. Já em 1929 foi publicado o livro clássico onde Alcântara Machado, examinando inventários e testemunhos paulistas dos séculos XVII e XVIII, demosntrou a pobreza material e cultural em que se vivia na São Paulo de então (Machado, 1972).
Quanto à civilidade, ao bem falar e bem escrever, há o depoimento do bispo de Pernambuco, D. Francisco de Lima, às vésperas do século XVIII, sobre Domingos Jorge Velho, o capitão de mato paulista que havia destruído o Quilombo de Palmares. É “um dos maiores selvagens com que tenho topado”, “que nem falar sabe”, diz o prelado, declarando que precisou de “língua” (isto é, intérprete) para falar com aquele cabo de guerra (Ennes, 1938).
Embora o bispo possa ter exagerado (mesmo porque existem documentos de próprio cunho de Domingos Jorge Velho, escritos em português e transcritos por Ernesto Ennes), esse depoimento revela o conceito que se tinha então dos paulistas, cujos hábitos, comportamento e a própria língua que falavam (não se pode esclarecer que o idioma dominante em São Paulo até meados do século XVIII era o nheengatu, derivado do tupi) desmentem a imagem idílica criada por Oliveira Viana para descrever a elite colonial.
O principal fundamento do elitismo de Oliveira Viana era o culto à raça branca, a idéia de que o “ariano” era o tipo humano superior. Assim, ele falsificou até mesmo a descrição física de seus heróis míticos, sendo o autor da tese de que os bandeirantes seriam “arianos” puros, “dólico-louros”, descendentes em linha reta e racialmente pura da nobreza portuguesa que se fixou em São Paulo no século XVI (Viana, 1933 e 1973).
Essa história de ariano, de dólico-louro, é uma bobagem criada pelos teóricos racistas do século XIX e começo do século XX, cujas conseqüências trágicas tiveram o auge na perseguição nazista contra aqueles que eram considerados racialmente inferiores. E que, ainda em nossos dias, encontra seguidores entre os partidários da supremacia das populações de pele e cabelos claros, sobre as demais, de pele e cabelos escuros e cujo crânio, nariz e olhos tem outros formatos.
Quando diz que o bandeirante era ariano, Oliveira Viana adota, em sua tese enganosa, outra mentira, a da pureza étnica da gente paulista, ignorando uma das mais antigas evidências históricas sobre o planalto paulista onde, como em toda a colônia, ocorreu intensa mestiçagem entre europeus e a população autóctone, mestiçagem referida já nas primeiras cartas dos jesuítas, em meados do século XVI.
A defesa radical do arianismo – só compreensível em autor mulato como Oliveira Viana devido à sua posição de abastado latifundiário, exemplo do dito segundo o qual, no Brasil, o dinheiro branqueia – leva-nos ao cerne da visão de Brasil deste autor: a idéia de que o povo é o problema. Seu desprezo pelo povo foi ressaltado por Nelson Werneck Sodré ao relacionar alguns dos adjetivos que empregou para descrevê-lo: “desclassificados”, “massa de mestiços ociosos e inúteis”, “madraçaria perigosa” (Sodré, 1965), cuja predominância na população Viana encara como a razão do atraso do país.
Nosso povo, diz, é formado por duas raças bárbaras, a negra e a vermelha, dominadas por uma “aristocracia de dólicos-louros” (Viana, 1933). E, acredita, os negros, “de facies troglodíticos”, nunca poderão “assimilar completamente a cultura ariana, mesmo os seus exemplos mais elevados”. E o índio tem “capacidade ainda menor” de alcançar aquele ideal de civilização (Viana, 1933).
Conseqüente com essa bobagem, Oliveira Viana condenou a abolição dos escravos por ter desorganizado o povo e retardado a eliminação do negro na população brasileira. A disciplina das senzalas, escreveu, mantinha-os “dentro de certos costumes de moralidade e sociabilidade”, outra falsidade só compreensível nos apologistas que dizem que a escravidão teria sido, no Brasil, benigna, e seu jugo, suave. Com o fim da ordem senhorial, após o 13 de maio, os ex-escravos, “entregues em massa, à sua própria direção”, decaíram, chegando “progressivamente à situação abastardada em que os vemos hoje” (Viana, 1933).
Essa degradação dos antigos escravos, escreveu em O ocaso do Império (de 1925), “mostra que o regime de escravidão não era tão bárbaro e desumano como fizeram crer o romantismo filantrópico dos abolicionistas” (citado por Rodrigues, 1988a). Ele acha que o fim da escravidão foi um prejuízo para o país, levando-o a uma “fase de desorganização profunda e geral, sem paralelo em toda a sua história. Todas as diretrizes da nossa evolução coletiva se acham”, desde então, “completamente quebradas e desviadas” (Viana, 1973).
Outro grande malefício da abolição, em sua opinião, foi retardar o branqueamento da população, imperativo étnico que o leva à tese claramente genocida que desmente a alegação da benignidade da escravidão e completa a insânia pré-nazista com a defesa tranqüila, “científica”, do aniquilamento dos negros e seus descendentes, que ocorria sob a escravidão. “Pode-se dizer”, escreveu, “que a lei da abolição de 1888 concorre para retardar a eliminação do Homo Faber em nosso país – porque, não há dúvida que, conservado em escravidão, ele teria desaparecido mais rapidamente” (Viana, 1933).
Se o problema é o povo, quem o salva é a elite, diz. Repetindo, à sua maneira, a tese de Varnhagen de que a nação brasileira foi uma doação da Casa de Bragança, diz que o desmembramento do país, após a Independência, só foi evitado pelo “acidente feliz da presença, no Rio, de um rei” (Viana, 1973).
A “ação civilizadora” da elite sobre a “ralé”, pensa, se exerceu de maneira suave. A história de nosso país se distingue da das demais nações pelas qualidades dessa elite, cuja bonomia e patriarcalismo tendem à acomodação e não ao conflito ou repressão aguda. Assim, outra tese fundamental de Oliveira Viana diz que, em nossa história, as relações entre as classes sempre foram harmônicas. “Nunca tivemos aristocracia de raça”; “nunca tivemos aristocracia de castas ou de classes”.
Garante, ao contrário, que no Brasil, o lavrador, “nosso despreocupado foreiro”, nunca vê “o grande senhor rural” como “seu inimigo, o seu antagonista, o seu opressor”, mas como “seu protetor” (Viana, 1973). Prosseguindo nessa apologética descrição das relações de poder no Brasil, fala na “singular ausência de tiranos opressores e cruéis”, na “carência de conflito de classes ou de raças”, na “tranquilidade” e na “moderação” que “caracterizou a nossa história política” (Viana, 1973).
Resultado: não há luta de classes no Brasil. E “em nossa história, tais conflitos são raríssimos. Quando surgem, apresentam invariavelmente um caráter efêmero, ocasional ,descontínuo, local” (Viana, 1973).
Em sua fantasiosa reconstrução da formação da elite latifundiária brasileira, em Populações meridionais do Brasil, Oliveira Viana diz que houve uma involução, ao longo dos séculos, e aquela elite culta, rica, letrada, sofisticada e urbana transformou-se – ao se fixar em suas fazendas – em uma oligarquia agrária bronca que, apesar disso, era herdeira dos valores e qualidades “arianas” que a faziam naturalmente superior, e da missão civilizadora de seus antepassados.
Em conseqüência, escreveu em Instituições políticas brasileiras (de 1949), que a única forma de democracia possível no Brasil é o “governo dos melhores” (citado por Tavares, 1979), como na Atenas da antigüidade. O Império brasileiro foi um governo daquele tipo, poderíamos completar – uma democracia de senhores de terras e escravos que subordinava a imensa massa de cativos.
Esta idéia de “governo dos melhores” não foi estranha à ditadura do Estado Novo, regime do qual Oliveira Viana foi ideólogo e funcionário destacado, nem a ditadura militar de 1964, cujo principal ideólogo, Golbery do Couto e Silva era um descendente intelectual de Oliveira Viana, como veremos mais adiante.
Assim, escreveu Oliveira Viana “o problema não é acabar com as oligarquias”, mas “transformá-las, fazendo-as passarem da sua atual condição de oligarquias broncas para uma nova condição – de oligarquias esclarecidas” (citado por Tavares, 1979).
Esta é uma tese de amplo curso na história intelectual do Brasil moderno, influenciando não apenas o pensamento claramente conservador, mas também o pensamento reformista que, como o de Fernando Henrique Cardoso, militou na oposição à ditadura militar de 1964.
Num artigo escrito em 1965 (Cardoso, 1969), ele fala na “permeabilidade das classes dominantes tradicionais aos efeitos da transformação social” e que o fato de a fazenda ter sido, em sua opinião, capitalista desde o início “facilitou a transição da estrutura tradicional para a moderna”, um argumento muito próximo daquele de Oliveira Viana, que pretendia transformar as oligarquias “broncas” em “esclarecidas”.
Quase 30 anos depois de ter escrito aquele artigo, Fernando Henrique Cardoso aliou-se àquelas oligarquias tradicionais, alojadas no Partido da Frente Liberal, transformando em prática aquilo que havia formulado no campo da teoria – e os resultados são os que vemos hoje, com o país em uma crise de profundidade inaudita, com crescimento da miséria, da pobreza e da exclusão social, ao mesmo tempo que aquelas oligarquias se locupletam pilhando o patrimônio público e a submissão ao imperialismo volta a níveis coloniais.
Apesar de anacrônico e claramente superado pela ciência social mais avançada, a avaliação detalhada das idéias de Oliveira Viana justifica-se pela influência que elas tiveram e ainda têm. Ela próprio foi um dos ideólogos da ditadura do Estado Novo (1937-1945), e sua obra, mais tarde, forneceu argumentos teóricos e encontrou seguidores entre ideólogos autoritários, como Golbery do Couto e Silva, mentor do golpe militar de 1964 e da ditadura militar que nasceu dele.
Solidamente enraizado no pensamento conservador de Oliveira Viana, Golbery desenvolveu a noção de que é o Estado que deve capitanear a sociedade agregando a ela o sujeito dessa ação, as Forças Armadas, capazes de evitar que o processo de mudança transborde dos limites considerados seguros pela elite.
Em sua famosa palestra na Escola Superior de Guerra, em julho de 1980, Golbery foi pródigo em elogios a Oliveira Viana: “mestre”, “grande sociólogo e politicólogo”, em cuja “lição magistral”, registrada em Evolução do Povo Brasileiro, baseia sua tese de que a história do Brasil oscila, desde a origem, entre centralização e descentralização – as sístoles e diástoles da pretensiosa metáfora cardíaca que Golbery usou para descrever nossa história política e justificar as ditaduras (Silva, 1981).
No final dos anos 50, o projeto de Golbery para o Brasil era claro: garantir as linhas essencias do desenvolvimento do país seguidas até então, a manutenção do capitalismo e o alinhamento automático com o Ocidente – isto é, os EUA – na política externa.
Em 1967, Golbery reuniu os textos de seus cursos na Escola Superior de Guerra, entre 1952 e 1960, no livro Geopolítica do Brasil, um dos mais influentes no pensamento conservador dos anos do regime militar.
Atento às transformações de classes na sociedade brasileira, viu na crescente urbanização do país a superação das “velhas e orgulhosas aristocracias rurais”, ultrapassadas por “novas elites – a burguesia comercial, os ‘bacharéis’, os barões industriais” - , cujo domínio ainda não se consolidara nem chegara a “firmar-se solidamente no usufruto remansoso das posições conquistadas, em face das pressões novas que lhes chegam de baixo, agressivas e arregimentadas”, tudo isso apontando “no sentido de uma democratização efetiva da vida política nacional”.
Ideólogo da modernização conservadora, autoritária, Golbery preconizava assim o desenvolvimento capitalista do país e sua articulação dependente à zona de influência dos EUA. Esse desenvolvimento precisava ser protegido, e a democracia só poderia surgir depois que o povo fosse “educado” para ela e ficasse imune aos excessos da luta de classes e à influência ideológica do bloco contrário, o bloco soviético.
Adaptando as teses de seus antepassados ideológicos a um período de nossa história onde a presença da classe operária no cenário político era mais nítida e consistente, Golbery compreendia que os conflitos sociais se agravavam no país. Nesse quadro (o texto foi escrito em 1959), identificava ameaças de agudização do “problema social pela cristalização de classes bem diferenciadas e cada vez mais conscientes de sua existência como grupos em oposição ou ferrenha concorrência” (Silva, 1981).
Conservador conseqüente e fiel à sua tradição, Golbery encarava os movimentos sociais de contestação como basicamente inspirados pelos países comunistas, e não decorrentes das contradições sociais presentes no interior da sociedade brasileira. Afinal, acreditava – como seus antepassados ideológicos – que a luta de classes é estranha à alma nacional, e trazida de fora pelos que seguiam a orientação de uma potência estrangeira, no caso a URRS.
Ele registrou, nesse livro, o programa de modernização conservadora que seria seguido pelos generais do regime de 1964, aqueles que, imaginava, serem os “objetivos nacionais permanentes”: a salvaguarda de nossa independência, admitidas autolimitações “em benefício da cooperação e da paz internacionais”; a manutenção da democracia burguesa; garantia das liberdades regionais e da autonomia local; “consolidação da unidade do grupo nacional, através de crescente integração social, com fundamentação nos princípios da justiça social e da moral cristã”; a integração de todo o território nacional; o desenvolvimento equilibrado da economia, “garantindo-se o grau de autosuficiência realmente indispensável ao pleno exercício da própria soberania nacional”; a manutenção do status do Brasil na América do Sul, contra governos ou iniciativas regionais que ameacem a “paz no continente”; solidariedade e cooperação entre os povos das Américas; fortalecimento do prestígio nacional no exterior.
Também define com clareza o nacionalismo da direita militar, para o qual ser nacionalista é sobrepor “a quaisquer interesses outros, individuais ou de facções ou de grupos, a quaisquer vantagens regionalistas ou paroquiais, os verdadeiros interesses da nacionalidade”, é estar sempre pronto a sacrificar qualquer doutrina, teoria, ideologia, sentimentos, paixões, ideais e valores, que se “evidenciem nocivos” e “incompatíveis ante a lealdade suprema que se deve dedicar, sobretudo, à nação”. O nacionalismo, assim, é “um absoluto, em si mesmo um fim último”. Contrapõe essa concepção de nacionalismo ao apregoado, com “virulência” e “desfaçatez”, pelos comunistas – nacionalismo que “se reconhece e proclama a si mesmo muito mais classista” do que nacionalista, “o pseudonacionalismo que, na verdade, é, antes de tudo, muito mais partidista e sectário do que até mesmo classista” (Silva, 1981).
Depois da tomada do poder, em 1964, esse nacionalismo conservador de direita revelou seu verdadeiro caráter ao traduzir-se na ideologia do Brasil Grande dos generais, na doutrina de segurança nacional que tanto males causou à democracia em nosso país, e na doutrina da interdependência que levou ao alinhamento automático e subordinado do Brasil no bloco ocidental liderado pelos EUA.
Golbery baseava seu diagnóstico conservador na identificação de um antagonismo “entre o Ocidente Cristão e o Oriente Comunista” e sua defesa veemente e apaixonada do “Ocidente”: “O Ocidente que se pode de fato distinguir, nitidamente, de tantas outras civilizações e culturas, dotado de uma individualidade própria, original, e marcadamente caracterizada, é para nós o Ocidente como ideal, o Ocidente como propósito, o Ocidente como programa”.
Entre o Ocidente e o Oriente, a convivência era balizada por dois extremos, a guerra fria (“a única paz possível”) e a “guerra no seu máximo de violência”.
Entre estes dois extremos, situou a guerra subversiva ou insurrecional; a guerra localizada, limitada; a guerra localizada, total; a guerra geral. Há, assim, entre os dois blocos, um estado de guerra permanente.
Nessa linha, e aparentemente defendendo a soberania nacional, Golbery diz que – hoje – a limitação da independência do país é inevitável, sob o argumento de que a organização do Estado “vê-se forçada” a “amoldar-se às exigências e às limitações impostas pelo sistema vigente de relações internacionais” (Silva, 1981).
Esse conflito impõe, diz, a necessidade de “conter o expansionismo comunista”, prevenindo a formação no Ocidente – e no Brasil, particularmente – de “novos focos da perniciosa infecção, de extinção muito mais difícil depois”. Nesse quadro, diz, é preferível “sacrificar o Bem Estar em proveito da Segurança”. Encara assim a democracia e a liberdade como meio para obter o consenso social em torno dessa opção. “Há um mínimo de liberdade – escreveu – que é indispensável realmente, e deve ser assegurar à Sociedade”; “a participação é indispensável, para que se possa, realmente, conduzir certas ações que exigem sacrifícios” (Silva, 1981).
Como Oliveira Viana, Golbery foi um ideólogo conservador voltado para a ação, e sua obra reflete isso, não apenas na interpretação da história mas também na proposição de um programa para o país e de uma estratégia para colocá-lo em prática. O cerne desse pensamento é o anti-comunismo extremado, justificação retórica que, adaptada a um tempo de luta de classes aberta e aguda, vai além do racismo pré-nazista de Oliveira Viana e traduz-se em uma ideologia mobilizadora das classes dominantes para impor e manter seu domínio sobre a sociedade.
Segundo esse pensamento, as dificuldades da democracia no Brasil decorrem daquilo que considera como atraso do povo. Isto é, o povo é o problema, agravado – segundo quem pensa assim como ele -, com seu alegado baixo nível de educação. Isto é, a democracia só será possível se houver um povo previamente preparado para ela. Absurdo que, visto de outra forma, mostra que a elite brasileira só aceita como democrático aquele regime em que não se sinta ameaçada nem pressionada por demandas vindas da classe operária, dos demais trabalhadores assalariados e setores que compõem o povo brasileiro.
O pensamento reacionário influenciado por Oliveira Viana esteve no poder, no Brasil, durante boa parte da ditadura de 1964, na pessoa e na influência de Golbery do Couto e Silva.
Hoje, embora confinado a grupos de ideólogos ultrapassados, ainda representa o pensamento muitas vezes não confessado de largos setores da elite. Representa, na esfera da ideologia, a sistematização de uma visão da história do país que, pretendendo ser científica, é mera recompilação dos preconceitos de classe e de raça da elite brasileira.
Bibliografia
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1938: As guerras dos Palmares, Cia Editora Nacional, SP.
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1998: Sobre a história, Cia das Letras, SP.
LEITE, Dante Moreira
1983: O caráter nacional brasileiro – história de uma ideologia, Pioneira, SP, (1ª Edição: 1954).
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1972: Vida e morte do bandeirante, Livraria Martins Editora, SP, ( 1a. edição: 1929)
RODRIGUES, José Honório
1988: História da História do Brasil, V. II, tomo 2, A metafísica do latifúndio: o ultra reacionário Oliveira Viana, Cia. Editora Nacional, SP.
SILVA, Golbery do Couto e
1981: Conjuntura política nacional: o poder executivo & Geopolítica do Brasil, José Olympio, RJ ( 1a. Edição: 1967)
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1965: A ideologia do colonialismo – seus reflexos no pensamento brasileiro, Civilização Brasileira, RJ.
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1979: Autoritarismo e dependência: Oliveira Viana e Alberto Torres, Achiamé/Socii, RJ.
VIANA, Oliveira
1973: Populações Meridionais do Brasil, vol. 1, Paz e Terra, RJ ( 1a. Edição: 1920).
1933: Evolução do povo brasileiro, Cia Editora Nacional, SP, ( 1a. Edição: 1923).
[1] Em http://www.vermelho.org.br/museu/principios/anteriores.asp?edicao=53&cod_not=430 Revista Princípios, n. 53.