O Congresso não pode tergiversar diante do incontornável:uma base de espionagem
da CIA operou diuturnamente em território brasileiro, pelo menos até 2002. A
sociedade tem direito de saber o que ela monitorou e com que objetivos. Há
outras perguntas de vivo interesse do momento político nacional. O pool de
espionagem apenas coletou dados no país ou se desdobrou em processar, manipular
e distribuir informações, reais ou falsas, cuja divulgação obedecia a
interesses que não os da soberania nacional? Fez o que fez de forma totalmente
clandestina e ilegal? Ou teve o apoio interno de braços privados ou oficiais e
mesmo de autoridades avulsas? Ainda opera? Quem, a não ser uma Comissão
Parlamentar de Inquérito, teria acesso e autoridade para responder a essas
indagações de evidente relevância nos dias que correm? Há, ainda, coincidências
que gritam por elucidação. A empresa que coordenava o trabalho de grampos da
CIA, a Booz-Allen, na qual trabalhava o agente Snowden, é uma das grandes
corporações de consultoria mundial. No governo FHC, ela foi responsável por
estudos estratégicos contratados pela esfera federal. Inclua-se aí desde o
"Brasil em Ação" (primeiro governo FHC) até o "Avança
Brasil" (segundo governo FHC) e outras, como as dos programas de privatização e de reestruturação do sistema financeiro nacional, com o descarnamento dos bancos públicos. Vale repetir: a mesma empresa guarda-chuva do sistema de espionagem que operou no Brasil até 2002, a Booz Allen, foi a mentora intelectual de uma série de estudos e pareceres, contratados pelo governo do
PSDB, para abastecer uma estratégia de alinhamento (‘carnal', diria Menen) do Brasil com a economia dos EUA. A turma da versátil Booz Allen trabalhava em segmentos estanques? Ou aqueles encarregados de assessorar o governo do PSDB também coletavam informes do interesse imperial no país e na América Latina?
http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=22329
Brasil" (segundo governo FHC) e outras, como as dos programas de privatização e de reestruturação do sistema financeiro nacional, com o descarnamento dos bancos públicos. Vale repetir: a mesma empresa guarda-chuva do sistema de espionagem que operou no Brasil até 2002, a Booz Allen, foi a mentora intelectual de uma série de estudos e pareceres, contratados pelo governo do
PSDB, para abastecer uma estratégia de alinhamento (‘carnal', diria Menen) do Brasil com a economia dos EUA. A turma da versátil Booz Allen trabalhava em segmentos estanques? Ou aqueles encarregados de assessorar o governo do PSDB também coletavam informes do interesse imperial no país e na América Latina?
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