Professores mobilizam 12 Estados pela implantação do Piso Nacional
Em São Luís,
o que diz o tucano Castelo sobre o assunto?
Dois meses após a sanção da lei que estabelece o piso nacional para professores da rede pública, docentes de pelo menos 12 estados resolveram paralisar ontem suas atividades em mobilização pela implementação da nova legislação. A lei que estabelece o piso de R$ 950 para a categoria vem sendo questionada pelos governadores tucanos de São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.
"Essa mobilização acontece, principalmente, por conta da campanha de alguns governadores contra a implementação do piso, com alegações incabíveis, dizendo que os estados irão à falência (com o pagamento dos salários), o que não é verdade", defende Roberto Leão, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (Cnte). Segundo ele, Rio Grande do Sul, São Paulo e Minas Gerais são os principais estados "contra" a lei do piso.
“A mobilização nos Estados foi muito boa, com uma média superior a 70%. É importante destacar que a categoria paralisou redes municipais e estaduais, fez passeatas e atos públicos nas Câmaras e Assembléias Legislativas, dialogando com a sociedade e os parlamentares para garantir o apoio necessário à medida”, declarou. Embora o valor do piso de R$ 950 não seja o ideal, ressaltou Leão, “ele começou a pavimentar o caminho para a educação de qualidade que todos queremos”.
De acordo com Leão, os governos de São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul - respectivamente o 1º, o 2º e o 4º em arrecadação - representam neste momento a vanguarda do atraso, sendo os principais opositores da nova lei.
A principal contrariedade desses governos, todos tucanos, é o período destinado para as atividades extraclasse, já que os três dedicam um período menor do que o previsto pela Lei. São Paulo bate o recorde do descaso: meros 16% da jornada, menos da metade do que estabelece a Lei. O fato é que em vez de abrir concursos públicos e contratar novos profissionais, os governos do PSDB preferem sobrecarregar os professores, com impactos sabidamente negativos na qualidade do ensino.
Segundo Leão, essa é uma posição política para "manter uma educação barata para a população pobre". "Os estados tiveram 11 meses para se manifestar, o piso foi amplamente debatido no Brasil inteiro. Agora eles (governadores) baixaram um pouco o discurso por causa do período eleitoral, mas nós estamos pressionando também os prefeitos para que assumam o compromisso de estar ao nosso lado no cumprimento da lei", diz.
De acordo com Leão, presidente da Cnte, os governadores desses três estados estariam liderando uma campanha "contra a lei".
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