terça-feira, outubro 09, 2007

TUCANOS: O NEGÓCIO DELES É VENDER







CUT e PT se mobilizam contra nova onda de privatização tucana em SP

A CUT-SP, sindicatos cutistas e parlamentares de São Paulo realizaram na segunda-feira (8), aquela que promete ser a primeira de uma série de manifestações contra a venda de um lote de empresas públicas paulistas. Um “pacotão” de 18 empresas, divididas em três grupos (leia abaixo) passarão por definição de valores.

Na próxima semana, o governo José Serra (PSDB) deve anunciar as empresas vencedoras do processo. Entre as candidatas estão JP Morgan, Banco Fator e Ernest Young. No grupo de modelagem de vendas, disputam Morgan Stanley, Citi Bank e Ernest Young.

O presidente nacional da Central Única dos Trabalhadores, Artur Henrique, lembrou que no início do Programa Estadual de Desestatização (PED), em 1995, assim como acontece agora, o governo Mário Covas (1995-2001) dizia que a venda das companhias iria diminuir as dívidas do Estado e melhorar os serviço. “Após 12 anos vemos que os serviços pioraram e as tarifas aumentaram. Já naquela época falávamos sobre a suspeita de usar as empresas como caixa de campanha e moeda de troca política. Por aqui, PSDB significa patrimônio sendo doado em troca de banana”, criticou.

Também na segunda-feira (8) a Bancada do Partido dos Trabalhadores na Assembléia Legislativa de São Paulo (Alesp) protocolou um recurso de reconsideração à Ação Popular e o pedido de liminar na 1.ª Vara da Fazenda Pública do Estado de São Paulo. Porém, a juíza Luciana Almeida Bresciani considerou que não há riscos de venda imediata das estatais.

Contudo, o grupo da oposição alega que não há razão para o Estado pagar R$ 20 milhões para que as empresas sejam avaliadas, se não há intenção de vendê-las.

“Somos solidários à luta contra o sucateamento público e apoiamos aqueles que desejam preservar o patrimônio público construído com muita luta e muito suor”, afirmou o deputado do PT-SP, Marcos Martins.

Na próxima quarta-feira (10), uma reunião na Assembléia Legislativa, às 10h, definirá os próximos passos da Frente em Defesa das Empresas Públicas.

Leia abaixo o conteúdo do material que a CUT-SP distribuiu diante da Secretária da Fazenda de São Paulo:

Frente em Defesa das Empresas Públicas Estatais

Nessa segunda-feira (08) o governo José Serra (PSDB) promoveu o primeiro passo para vender o que resta do patrimônio da população de São Paulo. Sabesp, Nossa Caixa, Metrô, CDHU, Cetesb, EMTU, são sete das 18 empresas (leia a lista completa abaixo) que serão avaliadas e poderão passar para as mãos do poder privado. Caberia ao poder público controlar e administrar o fornecimento de água, saneamento básico e ambiental, transporte, habitação, educação, obras e serviços.

Para refrescar sua memória, lembramos que em 12 anos de governo tucano no Estado de São Paulo, Mário Covas e Geraldo Alckmin, antecessores de Serra, se livraram de grupos estratégicos como Comgás, Eletropaulo e Banespa, responsáveis por incentivar o desenvolvimento social. Um exemplo do tamanho do prejuízo para a população: quem empresta dinheiro para o pequeno agricultor ou financia a compra de casas pelo público de baixa renda são os bancos públicos, como a Nossa Caixa, com juros menores e o compromisso de aumentar o número de pessoas com moradia.

Sem o controle social que as empresas públicas permitem, veremos o aumento do custo dos serviços e queda da qualidade, além de prejuízos como a tragédia da Linha 4-Amarela do Metrô, recente exemplo da falta de compromisso do poder público paulista com o cidadão.

Precisamos de sua ajuda para impedir a privatização. Defenda nosso Estado, participe da mobilização. As companhias são da população e não podemos permitir que Serra e seus aliados as vendam para fazer caixa!

Vende-se
Grupo 1: Cesp (energia elétrica), Sabesp (saneamento básico - abastecimento de água), Nossa Caixa (crédito imobiliário - crédito rural - acesso ao sistema financeiro);
Grupo 2: Metrô (transporte), CDHU (habitação), CPTM (transporte - trem), Dersa (construção, fiscalização e administração de estradas), Emae (energia), Cosesp (seguros);
Grupo 3: CPP (educação), Cetesb (saneamento ambiental), Prodesp (processamento de dados do Estado), Imprensa Oficial, EMTU (transporte - ônibus), CPOS (obras públicas), IPT (pesquisa tecnológica), Codasp (desenvolvimento agrário), Emplasa (planejamento urbano).

Portal do Mundo do Trabalho (http://www.cut.org.br/)