PF GRAVA O SUBMUNDO DA MÍDIA
"Discrição não era o forte do empreiteiro Zuleido Veras, lobista e pagador de propina de sua empresa. Ele mantinha contato direto com políticos, visitava ministérios, participava de almoços e solenidades de assinatura de convênios com prefeituras.
O empresário comandava as negociatas e, apesar de demonstrar certo receio de ser grampeado, não media as palavras em telefonemas. A interceptação telefônica da PF mostra que Zuleido tinha desenvoltura até para ‘plantar’ notícias contra seus desafetos.
Foi o que fez contra seu ex-sócio Latif Abud, com quem brigou. A disputa pelo contrato de uma obra em Brasília foi parar no Tribunal de Contas da União. O jornalista e porta-voz do governo Fernando Collor, Cláudio Humberto, que hoje é colunista e tem um site informativo, publicou nota contrária a Latif e favorável a Zuleido.
A nota, de 7 de julho de 2006, dizia que a movimentação de Latif estava incomodando e que o tribunal até pensava em vetar sua entrada no prédio. Zuleido ligou no mesmo dia para o jornalista e agradeceu. Em seguida, ligou para Maria de Fátima Palmeira, diretora da Gautama, e afirmou: — A nota tá dentro daquilo que a gente acertou."
"Zuleido Veras liga para o jornalista Cláudio Humberto em 7 de julho de 2006 para agradecer a publicação de uma nota em sua coluna que o favorece.
Zuleido: Cláudio?
Humberto: É.
Zuleido: Parabéns, tá?
Humberto: Ficou bom?
Zuleido: Muito bom.
Humberto: Você não imagina a choradeira, viu?
Zuleido: Foi (risos).
Humberto: Rapaz, mas foi pela madrugada.
Zuleido: A hora que bateu na internet, foi?
Humberto: Foi. Rapaz, a coisa é mais grave. O cara tá lá comprando ministros, foi expulso de uma sala. Eu dei a coisa mais amena possível.
Zuleido: Aquela frase final foi terrível.
Humberto: É bom porque constrange, né?
Zuleido: Tá bom, meu amigo. Parabéns, obrigado.
Humberto: Às suas ordens, viu?"
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RECUPERANDO...
IMAGINE COMO SERIA A GRAVAÇÃO DO ACERTO DESSE SERVIÇO???
IMAGINE COMO SERIA A GRAVAÇÃO DO ACERTO DESSE SERVIÇO???
CartaCapital revela o ''submundo'' da mídia hegemônica
O experiente jornalista Raimundo Rodrigues Pereira, com a colaboração de dois outros repórteres – Antonio Carlos Queiroz e Walter Rodrigues – escreveu a reportagem de capa da última edição da revista CartaCapital : ''A trama que levou ao segundo turno''. Trata-se de uma investigação jornalística de grande relevância em tempos de hegemonia acachapante do que se convencionou chamar de ''grande imprensa''. O texto revela o flagrante das engrenagens desta mídia pró-pensamento único que dá sustentação política ao campo neoliberal e que, na atualidade, faz propaganda do candidato à presidente da República pelo PSDB/PFL, Geraldo Alckmin.
Na última sexta-feira à noite, este Vermelho já reproduziu praticamente na íntegra o texto com a reportagem da revista, que procura levantar passo-a-passo os caminhos tortuosos pelos quais o esquema de comunicação da candidatura tucana monitorou a divulgação e ao mesmo tempo a ocultação de informações cruciais envolvendo o dossiê que petistas teriam tentado comprar para incriminar candidatos do PSDB, José Serra e Alckmin.
Exatamente há um mês, no dia 15 de setembro, teve início a operação, com a prisão de Valdebran Padilha e Gedimar Passos no Hotel Íbis Congonhas, em São Paulo. As equipes do candidato Serra e Alckmin ficaram sabendo do episódio em primeira mão e foram os primeiros a chegar na sede da Polícia Federal na zona oeste da capital paulista.
No dia 29/9 a segunda etapa da operação foi comandada pelo delegado Edmílson Pereira Bruno, que ao convidar quatro jornalistas da Folha de S.Paulo, d’O Estado de S.Paulo, de O Globo e da rádio Jovem Pan, revelou as fotos do dinheiro apreendido naquela ocasião, pedindo explicitamente que o material fosse divulgado impreterivelmente na noite daquele mesmo dia no Jornal Nacional da Rede Globo de Televisão. Fitas gravadas com a conversa do delegado com os jornalistas estão de posse da TV Globo e da Folha, e foi ocultada tanto pela TV quanto pelos jornais impressos. (Trechos dessa fita estão disponíveis no site do jornalista Luiz Carlos Azenha, http://viomundo.globo.com/)
O interesse extraordinário da TV Globo em dar espaço ao caso do dossiê fica mais evidente quando se constata que a rede preferiu ignorar um fato inescapável do ponto de vista jornalístico – o maior desastre aéreo da história da aviação brasileira – o choque entre um avião Boing 737-800 da Gol e o jato Legacy, no sul do Pará. A edição das capas dos jornais paulistas Folha e Estadão forçando a relação entre as fotos do dinheiro e a pessoa do presidente Lula ficam mais do que ressaltados os interesses políticos partidários de prejudicar a candidatura Lula.
A reportagem, por fim, questiona por que apenas um lado da história foi explorado pela grande mídia, enquanto que as articulações de Abel Pereira, empresário de Piracicaba envolvido com interesses no Ministério da Saúde na época dos governos tucanos era totalmente omitida. Além disso, pouco se investigou sobre o papel do Procurador da República Mário Lúcio de Avelar, que comandou a operação que levou à denúncia da compra do dossiê e que foi o mesmo que trabalhou no caso da divulgação do dinheiro apreendido na firma Linus. Fato que liquidou a candidatura de Roseana Sarney à presidência da República em 2002. Como se sabe esse episódio foi uma ''benção dos céus'' aos interesses dos tucanos.
Até agora, as empresas jornalísticas flagradas na trama estão fazendo de conta que nada se passou, que nada foi denunciado. ''Nuas'' em praça pública mantém a pose de quem veste a ''imparcialidade'' que nunca praticaram. Felizmente, alguns nomes conceituados do jornalismo brasileiro estão tornando público seus protestos por essa manipulação desnudada por CartaCapital.
Essas revelações do modus operandi da imprensa hegemônica brasileira, publicadas pela CartaCapital, chamam a atenção de todos os que se preocupam com a necessidade imperiosa da luta pela democratização dos meios de comunicação em nosso país. É a questão democrática que está em jogo. O aprofundamento da democracia exige medidas que garantam a pluralidade do pensamento e a diversidade informativa.
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... ouviu uma conversa do enviado especial com algum de seus superiores, na qual ele relatava as dificuldades encontradas para ridicularizar a viagem de Lula mas dizia que mais adiante ainda conseguiria fazê-lo, conforme determinava a pauta... na página 190 em: Do golpe ao planalto, Ricardo Kotscho...
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