Lula rejeita acordo com papa e diz que manterá Estado laico
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira, em encontro com o papa Bento XVI, que o Brasil vai "preservar e consolidar o Estado laico".
Em conversa com sua assessoria depois da reunião com o Papa no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo, Lula disse que explicou ao Papa que o Brasil mantém a posição de "ter a religião como instrumento para tratar do espírito e temas sociais".
Lula também disse, segundo sua assessoria, que o Papa não tocou no tema aborto e preservativos durante o encontro. A oposição da Igreja Católica ao aborto foi citada pelo papa em suas duas falas na quarta-feira, em seu primeiro dia de visita ao país.
A reunião de Lula e Bento XVI terminou em impasse no que diz respeito a fechar um acordo sobre direitos e privilégios da Igreja Católica no país.
O papa, porém, expressou a expectativa de firmar o acordo "em seu papado e no mandato de Lula", ou seja, a perspectiva do Vaticano é assinar até 2010. "Eles (o Vaticano) sentem falta desse status de um acordo internacional que tem com outros países", afirmou Vera Machado, embaixadora brasileira junto ao Vaticano.
Há poucas informações sobre os exatos termos do acordo, mas, segundo a BBC Brasil, a Igreja Católica quer formalizar em um documento legal próprio direitos e privilégios.
Entre os temas estariam a liberdade de culto, a preservação de igrejas, isenções fiscais, concessão de vistos para missionários e o ensino de religião nas escolas.
Segundo a assessoria de Lula, o papa disse que, apesar do impasse, tem a expectativa de que o acordo seja fechado ainda em seu pontificado e no mandato do presidente Lula.
Lula chegou ao Palácio dos Bandeirantes acompanhado da primeira-dama, Marisa Letícia, que ofereceu como presente um retrato pintado do papa. O presidente entregou três livros sobre a obra do pintor modernista Candido Portinari (1903-1962) e o governador, uma bíblia de 15 quilos. Antes da conversa com Lula, o pontífice visitou uma exposição de arte sacra no Salão dos Pratos do Palácio.
Resistência
O Itamaraty vem resistindo aos pedidos da Igreja e prefere remeter os temas para a legislação brasileira já em vigor.
"A assinatura, segundo o desejo do Vaticano, deveria acontecer durante a viagem do papa ao Brasil, mas ela acabou sendo adiada para o final do ano, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva poderá ir em visita oficial", informou a funcionária da Embaixada do Brasil junto à Santa Sé.
Uma proposta de acordo foi enviada pela Santa Sé ao Itamaraty em dezembro do ano passado.
Público
Cerca de 50 pessoas esperavam o papa do lado de fora do palácio. Entre elas, Zélia Matta, com três filhos em uniformes escolares, segurava um buquê de flores que queria entregar a Bento XVI. "Como católica, espero que o papa defenda o direito à vida", afirmou.
Outra católica, Lucila Beting, também defendeu a postura da Igreja. "A Igreja tem posições que são difíceis de seguir no mundo moderno, mas temos que defender esses princípios", disse.
"É muito difícil ser uma mãe católica hoje em dia e ensinar que não se deve usar camisinhas porque não se deve fazer sexo. Sexo é um presente de Deus. O que nós somos contra é a promiscuidade", afirmou.
Com BBC e Reuters
Em conversa com sua assessoria depois da reunião com o Papa no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo, Lula disse que explicou ao Papa que o Brasil mantém a posição de "ter a religião como instrumento para tratar do espírito e temas sociais".
Lula também disse, segundo sua assessoria, que o Papa não tocou no tema aborto e preservativos durante o encontro. A oposição da Igreja Católica ao aborto foi citada pelo papa em suas duas falas na quarta-feira, em seu primeiro dia de visita ao país.
A reunião de Lula e Bento XVI terminou em impasse no que diz respeito a fechar um acordo sobre direitos e privilégios da Igreja Católica no país.
O papa, porém, expressou a expectativa de firmar o acordo "em seu papado e no mandato de Lula", ou seja, a perspectiva do Vaticano é assinar até 2010. "Eles (o Vaticano) sentem falta desse status de um acordo internacional que tem com outros países", afirmou Vera Machado, embaixadora brasileira junto ao Vaticano.
Há poucas informações sobre os exatos termos do acordo, mas, segundo a BBC Brasil, a Igreja Católica quer formalizar em um documento legal próprio direitos e privilégios.
Entre os temas estariam a liberdade de culto, a preservação de igrejas, isenções fiscais, concessão de vistos para missionários e o ensino de religião nas escolas.
Segundo a assessoria de Lula, o papa disse que, apesar do impasse, tem a expectativa de que o acordo seja fechado ainda em seu pontificado e no mandato do presidente Lula.
Lula chegou ao Palácio dos Bandeirantes acompanhado da primeira-dama, Marisa Letícia, que ofereceu como presente um retrato pintado do papa. O presidente entregou três livros sobre a obra do pintor modernista Candido Portinari (1903-1962) e o governador, uma bíblia de 15 quilos. Antes da conversa com Lula, o pontífice visitou uma exposição de arte sacra no Salão dos Pratos do Palácio.
Resistência
O Itamaraty vem resistindo aos pedidos da Igreja e prefere remeter os temas para a legislação brasileira já em vigor.
"A assinatura, segundo o desejo do Vaticano, deveria acontecer durante a viagem do papa ao Brasil, mas ela acabou sendo adiada para o final do ano, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva poderá ir em visita oficial", informou a funcionária da Embaixada do Brasil junto à Santa Sé.
Uma proposta de acordo foi enviada pela Santa Sé ao Itamaraty em dezembro do ano passado.
Público
Cerca de 50 pessoas esperavam o papa do lado de fora do palácio. Entre elas, Zélia Matta, com três filhos em uniformes escolares, segurava um buquê de flores que queria entregar a Bento XVI. "Como católica, espero que o papa defenda o direito à vida", afirmou.
Outra católica, Lucila Beting, também defendeu a postura da Igreja. "A Igreja tem posições que são difíceis de seguir no mundo moderno, mas temos que defender esses princípios", disse.
"É muito difícil ser uma mãe católica hoje em dia e ensinar que não se deve usar camisinhas porque não se deve fazer sexo. Sexo é um presente de Deus. O que nós somos contra é a promiscuidade", afirmou.
Com BBC e Reuters
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