quarta-feira, maio 02, 2018

CURIOSIDADES DA TORRE QUE DERRETEU


Walter Falceta
9 h · 
 
CURIOSIDADES DA TORRE QUE DERRETEU
Como todo mundo sabe, foi durante muito tempo o prédio da Polícia Federal em São Paulo. E ali esteve preso o argentino Adolfo Pérez Esquivel, depois Prêmio Nobel da Paz. Foi solto pela intervenção do nosso Dom Paulo Evaristo Arns.
Outro detalhe: o prédio chique foi obra do empresário Sebastião Paes de Almeida, o mesmo que era dono do edifício carioca em que se localizava o apartamento que rendeu tantas acusações a Juscelino Kubitschek.
Paes de Almeida foi um próspero empresário, dono da pioneira Companhia de Vidros do Brasil (Covibra), fundada na década de 1930.
Depois, fundiu-se com concorrentes e formou a poderosa Vidrobrás Indústrias Reunidas. Teve muitas outras empresas, como a Oleogazas e a Socomin, e foi acionista majoritário do Banco Mineiro do Oeste.
Sebastião foi vice-presidente do São Paulo Futebol Clube entre 1947 a 1951. Depois, foi presidente do Banco do Brasil (1956) e ministro da Fazenda de JK (1959).
Tido como um "desenvolvimentista", foi vice-presidente da Companhia Siderúrgica Paulista (Cosipa) e se destacou como entusiasta da transferência da capital federal e da construção de Brasília.
O edifício Wilton Paes de Almeida (nome do irmão de Sebastião), no centro de São Paulo, começa a ser erigido nessa época.
Paes de Almeida foi eleito deputado federal em 1962, pelo PSB mineiro. Em 1965, depois do Golpe Militar, lançou sua candidatura ao governo de Minas Gerais.
A UDN, no entanto, conseguiu impedir sua candidatura no Superior Tribunal Eleitoral.
Em outubro de 1966, quando expirava a vigência do Ato Institucional nº 2 (AI-2), editado pelo general Castelo Branco, Pais de Almeida teve seu mandato parlamentar cassado e seus direitos políticos suspensos por dez anos.
Depois disso, sofrendo com a antipatia do governo, viu seus negócios definharem.
Em 1975, teria participado das reuniões secretas da Frente Ampla, de oposição ao regime. Seria um articulador financeiro do movimento.
Gozava de boa saúde. Um dia, porém, teve uma crise respiratória e morreu. Laudo: edema pulmonar.
Os três líderes da frente morreriam nos dois anos seguintes: Juscelino e Jango, em 1976; Lacerda, em 1977.