Indústria naval renasce das cinzas
Luiz Inácio Lula da Silva*
A indústria naval brasileira chegou a ser a segunda maior do mundo, empregando, em 1979, 39 mil trabalhadores. Nas décadas seguintes, quando os navios e plataformas de exploração passaram a ser importados, o setor começou a definhar até quase virar pó, com o número de empregados caindo para 1,9 mil, no ano de 2000. Hoje, no entanto, a indústria naval está renascendo das cinzas. O setor já superou em muito o número de empregados da época áurea, empregando atualmente 46,5 mil trabalhadores.
Esta reviravolta fantástica está sendo proporcionada sobretudo pelo Programa de Modernização e Expansão da Frota da Transpetro (Promef), um dos principais projetos do PAC. As encomendas do Promef somam 49 navios de grande porte. As premissas do Promef são de que os navios devem ser construídos no Brasil e com índice de nacionalização de 65% na primeira fase e de 70% na segunda, além da exigência de que sejam competitivos internacionalmente.
No mês passado, nós participamos do lançamento ao mar do primeiro navio concluído: o João Cândido, construído pelo Estaleiro Atlântico Sul, em Pernambuco, com 274 metros de comprimento, duas vezes e meia a distância de uma trave à outra do campo do Maracanã. Na última quinta-feira, o segundo navio, o Celso Furtado, foi lançado ao mar no Estaleiro Mauá, em Niterói, no Rio de Janeiro. Nós estamos resgatando uma tradição cara ao nosso país, uma vez que este estaleiro foi fundado em 1846 pelo Barão de Mauá, pioneiro da indústria naval e do desenvolvimento industrial do nosso país.
A grande maioria dos trabalhadores do Atlântico Sul ganhava a vida como pescador, cortador de cana ou doméstica. Todos eles receberam formação em três fases, até a qualificação final para as atividades de soldador, caldeireiro, mecânico, montador e pintor. Não há nada que pague ver a expressão de felicidade estampada no rosto dos trabalhadores, pessoas que jamais imaginaram que um dia seriam capazes de construir um verdadeiro monumento, como é o navio João Cândido.
A retomada da indústria naval é irreversível. Além das encomendas atuais, não é difícil imaginar quantas encomendas serão geradas com o início da exploração do pré-sal. Além da revitalização dos antigos estaleiros e da construção, por exemplo, do Atlântico Sul, o Estaleiro Aliança, de Niterói, vai construir uma nova unidade em São Gonçalo (RJ); o Estaleiro Rio Grande, em Rio Grande (RS), construirá oito cascos de navios-plataforma para a Petrobras, e o grupo Wilson Sons anunciou, na semana passada, a construção de outro estaleiro na mesma cidade. Outros quatro serão instalados no país, para atender à demanda crescente: Paraguaçu, na Bahia, Eisa, em Alagoas, Promar, no Ceará ou Pernambuco, e Corema, em Manaus. Os reflexos desta verdadeira explosão da indústria naval estão se espraiando por toda a economia e beneficiando, direta ou indiretamente, todos os brasileiros.
Esta reviravolta fantástica está sendo proporcionada sobretudo pelo Programa de Modernização e Expansão da Frota da Transpetro (Promef), um dos principais projetos do PAC. As encomendas do Promef somam 49 navios de grande porte. As premissas do Promef são de que os navios devem ser construídos no Brasil e com índice de nacionalização de 65% na primeira fase e de 70% na segunda, além da exigência de que sejam competitivos internacionalmente.
No mês passado, nós participamos do lançamento ao mar do primeiro navio concluído: o João Cândido, construído pelo Estaleiro Atlântico Sul, em Pernambuco, com 274 metros de comprimento, duas vezes e meia a distância de uma trave à outra do campo do Maracanã. Na última quinta-feira, o segundo navio, o Celso Furtado, foi lançado ao mar no Estaleiro Mauá, em Niterói, no Rio de Janeiro. Nós estamos resgatando uma tradição cara ao nosso país, uma vez que este estaleiro foi fundado em 1846 pelo Barão de Mauá, pioneiro da indústria naval e do desenvolvimento industrial do nosso país.
A grande maioria dos trabalhadores do Atlântico Sul ganhava a vida como pescador, cortador de cana ou doméstica. Todos eles receberam formação em três fases, até a qualificação final para as atividades de soldador, caldeireiro, mecânico, montador e pintor. Não há nada que pague ver a expressão de felicidade estampada no rosto dos trabalhadores, pessoas que jamais imaginaram que um dia seriam capazes de construir um verdadeiro monumento, como é o navio João Cândido.
A retomada da indústria naval é irreversível. Além das encomendas atuais, não é difícil imaginar quantas encomendas serão geradas com o início da exploração do pré-sal. Além da revitalização dos antigos estaleiros e da construção, por exemplo, do Atlântico Sul, o Estaleiro Aliança, de Niterói, vai construir uma nova unidade em São Gonçalo (RJ); o Estaleiro Rio Grande, em Rio Grande (RS), construirá oito cascos de navios-plataforma para a Petrobras, e o grupo Wilson Sons anunciou, na semana passada, a construção de outro estaleiro na mesma cidade. Outros quatro serão instalados no país, para atender à demanda crescente: Paraguaçu, na Bahia, Eisa, em Alagoas, Promar, no Ceará ou Pernambuco, e Corema, em Manaus. Os reflexos desta verdadeira explosão da indústria naval estão se espraiando por toda a economia e beneficiando, direta ou indiretamente, todos os brasileiros.
*Presidente da República Federativa do Brasil
TER, 29 DE JUNHO DE 2010 08:08
Atlântico Sul, com 4 mil empregados, está investindo R$ 75 milhões num condomínio residencial de 1.328 unidades. Na primeira fase, 648 casas foram sorteadas. A próxima etapa será no 2º semestre
O Estaleiro Atlântico Sul (EAS) concluiu a primeira etapa do sorteio para selecionar os funcionários que serão contemplados pelo programa habitacional da empresa, que está investindo R$ 75 milhões na construção de um condomínio residencial com 1.328 unidades, em Ipojuca. Com quase 4 mil funcionários, o EAS precisou recorrer ao sorteio para distribuir as casas. Nesse primeiro momento foram 648 trabalhadores. A segunda seleção está programada para acontecer neste segundo semestre.
O programa habitacional é uma estratégia do estaleiro para fidelizar a mão de obra, num cenário em que outros empreendimentos anunciam implantação no Complexo de Suape. Para qualificar os profissionais, o EAS investiu na construção de um centro de treinamento e financiou parte da capacitação dos funcionários no Senai. O projeto também vai contribuir para minimizar o déficit habitacional em Ipojuca e na região do Território Estratégico de Suape, que chega a 35 mil residências.
O condomínio fica localizado num terreno de 71 hectares próximo à área de expansão do centro de Ipojuca, às margens da rodovia PE-60 e a 30 minutos da empresa, de automóvel. O terreno abrigava um canavial, símbolo do antiga base econômica local. O projeto inicial do EAS era construir 2 mil casas, depois o número foi reduzido a 1,5 mil e depois para 1.328, em função da topografia do terreno, que não permitia a construção de um número maior de casas.
A definição dos funcionários que podem participar dos sorteios dá prioridade aos operários de chão de fábrica. Os contemplados ganham o direito de morar de graça nas casas do Programa e, caso completem 12 anos de trabalho no estaleiro, recebem o título de propriedade do imóvel. O projeto prevê casas com tamanho de 49,5 metros quadrados, que permitem o enquadramento no programa Minha casa, minha vida, da Caixa Econômica Federal. O contrato de financiamento será firmado em nome do trabalhador beneficiado, mas as parcelas serão pagas pelo Atlântico Sul.
As casas têm dois quartos, sala, cozinha, banheiro, área de serviço e garagem e fazem parte de um condomínio projetado de acordo com tendências arquitetônicas e urbanísticas modernas, com infraestrutura que inclui escola, minimercado, padaria, área de lazer, academia, ciclovia e outros benefícios.
Os primeiros sorteados devem receber as casas até o final deste ano e entrar para morar no início de 2011. O condomínio, em fase de terraplenagem, está sendo erguido pela Pernambuco Construtora e deve ficar pronto até dezembro deste ano. As obras começaram em dezembro de 2009. As 680 unidades restantes serão sorteadas no segundo semestre para serem construídas e entregues em 2011.
Fonte: Jornal do Commercio (PE)