Abri o documento apresentado no site da candidata (clique aqui), usei a palavra-chave transportes e encontrei apenas o seguinte:
1. Diagnóstico “Ampliação do Caos Urbano”
“Nas cidades, o tempo gasto no trânsito já chega a 2,6 horas por dia, e a distância percorrida cresce continuamente por aqueles que utilizam transporte público.”
2. Proposta de medidas em relação à infra-estrutura
“Nos sistemas de transporte, a ênfase deve ser dada às ferrovias, às hidrovias e aos sistemas híbridos, combinando biocombustíveis e eletricidade.”
3. Preparação para os grandes eventos
“A realização de grandes eventos, como a Copa do Mundo, a Olimpíada e a Convenção Internacional Rio + 20, deve ser encarada como uma importante oportunidade para projetar a imagem de um país que tem a sustentabilidade no eixo central de seu desenvolvimento, ao mesmo tempo que deixará uma ampla gama de investimentos em infraestrutura urbana como legado para a melhoria de qualidade de vida dos brasileiros. Neste sentido é fundamental criar força-tarefa para otimizar planos e investimentos, e garantir a instalação de sistemas de transporte público e saneamento nas cidades-sede.”
4. Estímulo à geração de empregos verdes
“São os empregos calcados em uma economia sustentável, proporcionando trabalho decente com baixo consumo e emissão de carbono. Os setores de maior potencial no Brasil são a construção civil, a indústria, o turismo, a geração de energias limpas, seguras e renováveis, o transporte, a agropecuária e o uso sustentável dos diferentes biomas (particularmente das florestas). Eles precisam ser estimulados por meio de instrumentos fiscais, tributários e creditícios.”
5. Mobilidade urbana saudável
Reordenar e direcionar os investimentos e subsídios em transportes de forma a orientar e estruturar o crescimento e mobilidade nas cidades, visando sistemas adequados aos diferentes tamanhos e tipologias de cidades existentes no território.
Criar incentivos e inserir nos critérios de financiamento o estabelecimento de instituições reguladoras de transportes coletivos em regiões metropolitanas e aglomerados urbanos (integrar modais, otimizar frotas e itinerários, reduzir tempo de viagens, entre outros). Incorporar a bicicleta como meio de transporte e criar condições para seu uso seguro (ciclofaixas, ciclovias, ligações intermodais).
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É só!
De todos as candidatas e candidatos, este talvez seja o programa de governo mais anêmico no que se refere às enormes necessidades de aumento da eficiência e da eficácia dos sistemas de transportes e da logística, para o crescimento sustentável do país.
Ainda mais que o PV e os ambientalistas mais radicais são extremamente críticos em relação às grandes obras de infra-estrutura de transportes.
As diretrizes apenas tocaram de leve nas questões relativas aos municípios e regiões metropolitanas, sem mencionar qualquer proposta ou diretriz para os modais rodoviário, ferroviário, aeroviário, dutoviário, portos, hidrovias e aquaviário. Utilizei cada uma dessas palavras na procura e nada…
Entrei com a palavra-chave “logística” e não encontrei referência alguma.
Ou seja, um dos principais temas da campanha - a logística e a infra-estrutura de transportes - não foi abordado nas diretrizes de programa de governo da candidata Marina Silva, a não ser, levemente, na área urbana.
É uma pena, pelo empobrecimento do debate, já que palavras de ordem como sustentabilidade e meio-ambiente são insuficientes para o eleitor entender a proposta de cada candidato em relação ao desenvolvimento econômico e social, ambientamente sustentável.
José Augusto Valente - Diretor Técnico do T1
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