(Do blog com equipe) - Está explicado porque a viagem do
vice-presidente dos EUA à América do Sul, dessa vez incluiu o Brasil em sua
“agenda”.
Nada a ver com alguma mudança de postura na atitude dos EUA
de mostrar ao resto do continente que o Brasil tem que ficar,
diplomaticamente, onde está, na
berlinda, por ser justamente o país que nos governos anteriores estava tentando
contrabalançar na América do Sul a influência norte-americana.
Michael Pence veio ao Brasil não para visitar São Paulo e o
Rio de Janeiro, ou Temer, que, aliás, deveria ter relegado o papel de recebê-lo
a um vice-presidente que não existe, ou ao Ministro das Relações Exteriores,
mas para comparecer a Manaus para tirar selfies com “refugiados” venezuelanos e
atacar Maduro, com um programa - para um país que separa crianças dos pais e os
enfia em campos de concentração
infantis, vulneráveis a todo tipo de abuso - profundamente hipócrita e
descaradamente político.
O espetáculo, que poderia ter sido feito na Colômbia, onde
acaba de ser eleito um governo proto-fascista, à direita do que havia antes,
não foi encenado no Brasil por acaso.
Tratava-se de mandar um recado claro a outras capitais, como
Buenos Aires, à própria Bogotá e Santiago, de que aqui, agora, quem manda são
eles.
Que falam e fazem o que quiserem, no território de um país cada vez mais
abjeto, submisso e irrelevante do ponto de vista internacional.
Até mesmo oficiar cerimônias religiosas e atacar de forma
iracunda seus desafetos regionais, sem dar satisfação a quem quer que seja,
como se estivessem em sua própria casa.
Incluído ou, principalmente o próprio governo
brasileiro, de quem o vice-rei do
palhaço maluco que agora ocupa a Casa Branca puxou as orelhas publicamente,
cobrando mais rigor no trato com a Venezuela.
A ressaltar, a digna atitude do prefeito de Manaus, Arthur
Virgílio, que se recusou a atender às humilhantes exigências do protocolo de segurança norte-americano
e não foi ao pé do avião receber o gringo, um ex-católico convertido ao
protestantismo, membro do Tea Party, extrema-direita dos “conservadores”
norte-americanos, famoso por ter metido a tesoura nos orçamentos de programas
sociais quando era governador de Indiana.
Pronto a deixar o poder no final do ano, Temer não irá aos
EUA.
Se o fizesse, seria
aconselhável já ir calçado de havaianas.
Para não ter o trabalho de tirar os sapatos quando fosse
revistado pelos agentes de “la migra” ao passar pelos controles de entrada no
país do aeroporto.
Postado por Mauro Santayana