sábado, setembro 30, 2006
A história está desmascarada.
Delegado da PF entregou fotos para prejudicar Lula, diz Garcia
O coordenador-geral da campanha da reeleição, Marco Aurélio Garcia, revelou hoje que foi o delegado da Polícia Federal Edmilson Bruno quem vazou para jornalistas as fotos do dinheiro apreendido com petistas para a compra do dossiê dos sanguessugas.
"A história está desmascarada. A conversa do delegado com os jornalistas foi gravada. Nós sabemos que elas mostram que ouve uma tentativa de armação política", disse Garcia a jornalistas no comitê de campanha de São Paulo.
Garcia disse que o delegado entregou as fotos a jornalistas de vários meios de comunicação com o objetivo declarado de prejudicar o PT e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O delegado Bruno foi quem prendeu o ex-policial Gedimar Passos e o petista Valdebran Padilha na madrugada de 15 de setembro em um hotel de São Paulo. O delegado foi afastado do caso logo depois.
Ainda segundo o coordenador-geral, a campanha de Lula teria "indicações ainda não confirmadas de que dois partidos teriam estimulado o vazamento até com apoio material".
Garcia não quis identificar os partidos, dizendo apenas que eram de oposição, mas o ministro das Relações Institucionais Tarso Genro disse à Reuters mais cedo que o vazamento "é uma articulação tucano-pefelista"
Na versão divulgada por Garcia, ao entregar as fotos de 1,7 milhão de reais em cédulas de reais e dólares, o delegado teria usado um palavrão para se referir ao PT e ao candidato Lula.
O delegado teria, em seguida, dito aos jornalistas que faria um boletim de ocorrência atestando falsamente que o disquete com as fotos havia sido roubado.
Garcia disse que não estava acusando a imprensa de ter participado de um complô com delegado, mas criticou que essas informações não tenham sido divulgadas pelos veículos de comunicação que publicaram o material.
"Nós gostaríamos de saber quais foram as razões que levaram parte da imprensa a não divulgar as circunstâncias completas em que as fotos foram obtidas", disse.
Da redação, com agências
http://www.vermelho.org.br/base.asp?texto=8153
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Lunus no 2
Um policial ainda não identificado vazou ontem para a imprensa supostas fotos do dinheiro apreendido com petistas ligados ao “caso do dossiê”.
As fotos devem ser divulgadas hoje à noite nas redes de televisão, obviamente para ajudar a campanha de Alckmin em busca do 2o turno. O PT tenta evitar no TSE, mas é pouco provável que o consiga. Naturalmente a imprensa pró-tucano não perguntará quem adquiriu esse dossiê fotográfico anti-Luka, nem de onde veio o dinheiro, se dinheiro houve.
O anunciado golpe publicitário reprisa o “caso Lunus”, quando fotos de dinheiro apreendido no escritório de uma firma de Roseana Sarney foram exibidos na Globo, derrubando-a do segundo lugar nas pesquisas para presidente. A operação foi articulada pelo promotor matogrossense Mário Avelar, ligado ao esquema do presidenciável tucano José Serra, o mesmo que aparece de forma tão agressiva no caso do dossiê antitucano.
A única diferença é que, desta vez, não conseguiram armar a foto com o escudo da PF fazendo as vezes de carimbo oficial. São fotos tiradas quando o dinheiro era submetido a perícia.
Tudo considerado, acho que Lula não perde mais que um pontinho ou dois, se tanto, com mais esse factóide pré-eleitoral. Menos do que seria necessário para forçar o segundo turno.
Abrir o dossiê
Que é mesmo que havia ali de tão grave contra Alckimin ou Serra, ou contra os dois, que fazia o dossiê valer R$ 1,7 milhão?
Escrito por WALTER RODRIGUES às 18h58
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Para Renato, armação das fotos do dinheiro ''tem cheiro de tucano''
Por Bernardo Joffily
Para Renato Rabelo, o episódio da divulgação ilegal de fotos do dinheiro do ''Dossiê Serra'', no portal do Estado de S. Paulo e em seguida no UOL, Globo e outros endereços da internet, ''tem o cheiro de tucano no meio''. Ele caracteriza o episódio, a 48 horas da eleição onde o presidente Lula aparece nas pesquisas como vencedor no primeiro turno, como ''uma grande armação''.
Renato: 'Compraram alguém ou tinham alguém lá'
''É ilegal e tem o cheiro de tucano no meio. Ninguém é bobo. Ou eles compraram alguém da Polícia Federal para conseguir as fotos, ou tinham alguém lá'', denuncia Renato.
Diferenças com o ''Caso Lunus'' contra Roseana
''Isto é uma grande armação, para criar impacto na véspera da eleição'', opina o dirigente comunista. Ele lembra como o bloco oposicionista-midiático vinha insistindo na divulgação das imagens do dinheiro. E que o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, recusou. ''É preciso que as pessoas entendam que o Brasil mudou. Hoje não é mais como naquele tempo em que se faziam imagens para jogar na televisão e destruir candidaturas'', disse o ministro, no último dia 19.
Renato Rabelo chama atenção para o fato de que as imagens não são do flagrante de uma operação da Polícia Federal. Difere portanto da famosa ''Operação Lulus'', de fevereiro de 2002, em que os partidários do então pré-candidato José Serra (PSDB) na PF derrubaram a candidatura presidencial de Roseane Sarney (PFL) quando esta aparecia em segundo lugar nas pesquisas.
''Desta vez são as fotos da perícia. São as fotos tiradas pela própria PF'', salienta o dirigente comunista. E comenta: ''É para você ver como a briga presidencial deste ano é braba''.
O papel decisivo da militância
O PCdoB vem insistindo no papel da militância, até o domingo, ''a hora da onça beber água'', segundo a imagem de Lula. ''Quem imaginava que seria uma disputa pacata, sem muita adrenalina e forte tensão, não tinha se dado conta do que realmente está em jogo nestas eleições'', salientou Renato Rabelo, em artigo desta quarta-feira.O artigo, intitulado Toda a militância nas ruas em 1º de outubro (clique aqui para ver), enfatiza o papel ''determinante'' dos lutadores sociais ''diante desta batalha de envergadura histórica, os lutadores sociais têm um papel determinante a cumprir.
Com o quadro novo criado pela iniciativa ilegal da divulgação das imagens, este papel avulta ainda mais. O bloco conservador lança mão, sem escrúpulos, do seu maior trunfo -- o virtual monopólio da mídia. Cabe ao bloco progressista, dos movimentos sociais e da reeleição de Lula, responder com o que ele tem de mais efetivo e poderoso: a consciência, a organização e a ação de incontáveis milhões de cicadãos e cidadãs atuantes.
Coligação de Lula pedirá impugnação de Alckmin
Os advogados da coligação A Força do Povo (PT-PCdoB-PRB), que apóia a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preparam uma ação de impugnação da candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB) à Presidência, alegando que a campanha do tucano teria feito ''uso indevido dos meios de comunicação''.
Atualizada à 1h20
O comitê de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva irá entrar com ação judicial eleitoral no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), pedindo a impugnação da candidatura à presidência do candidato Geraldo Alckmin (PSDB).
Segundo a assessoria jurídica do comitê, a ação irá argumentar que Alckmin está usando indevidamente o episódio da suposta compra de um dossiê para prejudicar a candidatura Lula.
O dossiê teria documentos ligando o ex-ministro José Serra, hoje candidato ao governo de São Paulo pelo PSDB, à máfia das ambulâncias.
O pedido será entregue neste sábado (30) ao TSE, ocasião em que o comitê dará mais detalhes sobre a ação.
Vazamento comprado
O coordenador-geral da campanha da coligação A Força do Povo (PT, PRB e PCdoB), Marco Aurélio Garcia, afirmou nesta sexta-feira (29) que há fortes indícios de que o vazamento das fotos do dinheiro apreendido com Gedimar Pereira Passos, há duas semanas, teria sido comprado.
O inquérito que apura a suposta compra do dossiê corre sob segredo de Justiça. Além disso, para evitar o uso político-eleitoral do caso, a Polícia Federal havia decidido não divulgar as imagens.
Hoje, as fotos apareceram estampadas na internet. Segundo matéria da Agência Estado, elas foram vazadas por “uma fonte” de dentro da PF.
A Polícia Federal divulgou, posteriormente, disse que as fotos estavam em um DVD que teria sido roubado. “Deve ser um roubo sob remuneração”, concluiu Marco Aurélio.
De acordo com ele, o PT entrou com uma petição no TSE para sustar a divulgação ilegal do material, uma vez que a matéria corre em segredo de Justiça.
“Nós não vamos permitir que se repitam situações semelhantes às de 1989, quando se tentou identificar a candidatura Lula e o PT ao seqüestro do empresário Abilio Diniz”, disse.
O coordenador da campanha afirmou que também serão tomadas medidas internas, no sentido de averiguar como o vazamento ocorreu, além de medidas administrativas e jurídicas para coibir “esta tentativa de violar a vontade popular”.
Ele lembrou que há uma lei que permite que determinados fatos sejam resguardados até seu esclarecimento final, sob forma de segredo de Justiça.
“O que está em jogo aqui é mais do que um ato criminal, mais do que a violação do segredo de Justiça. É uma tentativa de influenciar o processo eleitoral brasileiro e tentar reverter uma tendência irreversível do presidente Lula ser reeleito no dia 1º de outubro.”
Para Marco Aurélio, a divulgação das fotos não terá impacto porque a sociedade brasileira sabe o que está em jogo: “a continuidade de um programa de transformação social do país ou a volta ao passado”.
A questão fundamental, segundo o coordenador, é que os destinos do país serão decididos sob a base de programas de governo apresentados durante o processo eleitoral.
Questionado sobre a representação no TSE correr o risco de ser interpretada como cerceamento da imprensa, Marco Aurélio defendeu a proteção do segredo de Justiça e afirmou que a imprensa está sujeita às normas do Estado de direito, assim como o governo.
Tasso confessou uso eleitoreiro das imagens
O presidente nacional do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), praticamente confessou o uso eleitoreiro das fotos do dinheiro ao comemorar ontem (29) a divulgação das imagens. Tasso disse estar confiante que esse vazamento vai forçar um segundo turno nas eleições presidenciais. a hipótese de haver segundo turno favorece diretamente o candidato tucano, Geraldo Alckmin.
''Hoje se não der segundo turno vou ficar muito surpreso. É surpreendente que o Lula não caia dois ou três pontos e não tenha segundo turno'', afirmou o senador, com uma bizarra naturalidade.
Com informações das agências
http://www.vermelho.org.br/base.asp
Mídia 'abafa' investigações contra PSDB
Resumo da ópera: na véspera da eleição descobre-se que Serra e o PSDB estão metidos com os Sanguessugas até as orelhas.
E a mídia tucana quer convencer o Brasil de que o grande "crime" do momento é a compra armada de um dossiê de araque?
Mídia equilibrada? Não é essa mais a questão.
Mídia que participa de golpe e acoberta bandido, não é mídia, é quadrilha de criminosos...
Sexta-Feira, 29 de Setembro de 2006
MÍDIA EQUILIBRADA?
Mídia 'abafa' investigações contra PSDB
Segundo relatos de jornalistas das principais redações do país, há 'ordem velada' para se poupar candidaturas tucanas. Equipes são destacadas para investigar suposta venda do dossiê, enquanto pautas sobre relação de tucanos com sanguessugas são vetadas.
Bia Barbosa – Carta Maior
SÃO PAULO – Um dos últimos boletins eletrônicos de campanha do presidente Lula afirma que o “ódio” de alguns meios de comunicação pela esquerda tem “motivos simples, embora inconfessáveis”. “Acostumados ao controle que detinham sobre a opinião pública desde a redemocratização do país, alguns meios de comunicação não se conformam com a situação atual, em que a maior parte do povo vota em Lula, contra a opinião da maior parte da mídia, que é alckmista. O que mais incomoda estes setores da direita e dos meios de comunicação são as mudanças na estrutura social brasileira”, diz o texto.
Nas últimas semanas, depois da eclosão da crise do dossiê contra Serra, o presidente tem feito duras críticas ao comportamento da imprensa. Em discurso feito em Porto Alegre nesta segunda-feira (25), Lula disse que a cada erro que companheiros do partido cometem os jornais reagem como se “tivesse caído uma bomba atômica”, repercutem “meses e meses”. Já o erro dos adversários sai “no dia seguinte das páginas dos jornais”.
Estaria Lula exagerando nessa avaliação? Na última terça-feira (26), o jornal O Globo publicou uma matéria intitulada “Ataque de Lula à imprensa provoca reações”, que afirma que, na opinião de jornalistas e políticos ouvidos pelo jornal, o “episódio da compra do dossiê contra o candidato do PSDB ao governo do Estado de São Paulo, José Serra, foi criado por integrantes do partido de Lula, não por jornalistas”. A reportagem ouve, no entanto, somente fontes que confirmam a tese de que a cobertura estaria equilibrada. Na reportagem, o jornalista Alberto Dines, do “Observatório da Imprensa”, afirma que o discurso de Lula é “esquizofrênico” e que a mídia “tem se comportado muito bem”. A outra fonte ouvida é o diretor de redação do jornal O Estado de S. Paulo, Sandro Vaia, que diz que a imprensa está cumprindo sua obrigação ao cobrir e dar espaço em suas edições ao episódio, sem “partidarismos”. O ombudsman da Folha de S.Paulo aparece dizendo que a imprensa tem agido corretamente ao dar visibilidade ao caso.
Ninguém discorda disso. No entanto, onde estaria o acompanhamento da imprensa do outro lado desta história? Por que nossas equipes de jornalismo investigativo não foram atrás, como a mesma profundidade, das informações que o dossiê trazia? Como foram determinadas as linhas de coberturas dos jornais, revistas e da televisão acerca do caso?
No dia 18 de setembro, poucos dias depois da prisão de Gedimar Passos e Valdebran Padilha em São Paulo, a análise interna de Marcelo Beraba, ombudsman da Folha de S.Paulo, dizia que parecia “correta até aqui a cobertura jornalística da Folha do dossiê contra Serra que os Vedoin tentavam vender para um membro do PT e uma revista. Desde sábado o jornal está bem informado, deu destaque necessário nas Primeiras Páginas, tem dado espaço para as várias acusações e para as várias defesas e explicações e tem tratado as acusações ainda não confirmadas com cautela”. Dois dias depois, no entanto, destacava que a “Folha relegou a uma nota pequena e sem destaque, no final da edição, à continuação da investigação que iniciou no interior de São Paulo seguindo as pistas reveladas pela entrevista dos Vedoin à IstoÉ e que relacionam os ex-ministros José Serra e Barjas Negri à máfia dos sanguessugas. Aliás, o título da nota - "Ex-prefeito admite ter sido pago por Abel", página A14 - é impossível de ser decifrado.
Quem é Abel?”
Já no dia 21, Beraba afirma que “sumiu, na Edição SP, a única notícia que dava seqüência às investigações que a Folha vem fazendo do envolvimento de tucanos com a máfia dos sanguessugas. Na Edição Nacional, a nota "Barjas Negri é investigado em Piracicaba" está na página A7, mas depois caiu”. No dia seguinte, o ombudsman aponta uma mudança importante na manchete da primeira página: “A Edição Nacional circulou com a declaração do presidente à TV Globo: "Lula põe 'a mão no fogo' por Mercadante". Mais tarde, com o depoimento de um dos Vedoin à Polícia Federal, o título mudou: 'Vedoin isenta Serra do caso sanguessuga'. Embora as palavras dos Vedoin já não mereçam grande credibilidade, tantos depoimentos e entrevistas contraditórios já deram; o jornal, ao optar por mais esta declaração, deveria ter colocado na formulação da manchete ou da linha de apoio a informação completa: Vedoin disse que não sabia de indícios contra Serra, mas voltou a acusar Abel Pereira de receber propinas na gestão do também tucano Barjas Negri, sucessor de Serra. O título interno contempla as duas informações e mostra que a Primeira Página teria condições de ter feito formulação parecida - 'Vedoin isenta Serra, mas acusa sucessor'. Como está, a manchete da Folha faz parecer que a única preocupação do jornal é isentar o candidato do PSDB ao governo de São Paulo, e não a apuração do esquema dos sanguessugas que teria se apropriado do Ministério da Saúde nos governos FHC e Lula”.
As críticas à cobertura do jornal continuam até esta quarta-feira (27), quando Beraba afirma que desapareceu, na Edição SP da Folha, a meia página de noticiário sobre o suposto envolvimento do ex-ministro Barjas Negri (PSDB) no escândalo dos sanguessugas publicada na Edição Nacional. “Os títulos das reportagens da Edição Nacional que caíram: 'Presidente de CPI vê prova contra tucano', 'Empresário daria à Justiça papéis contra tucano' e 'Abel agora diz que foi duas vezes à Saúde' (página A7). Para abrigar o noticiário dos debates que terminaram tarde, a Edição SP teve de excluir algumas reportagens publicadas da Edição Nacional. Precisavam ser exatamente as referentes ao noticiário sobre o suposto envolvimento dos tucanos?”, questiona o ombudsman. Dentro das redaçõesAs decisões acerca da cobertura da Folha de S. Paulo, que são apontadas, mas não explicadas, pela crítica interna da redação, não são exclusivas do jornal cujo presidente – Luis Frias – é amigo pessoal de José Serra. Em veículos do mesmo grupo, vale a regra do faz de conta: faz de conta que Abel Pereira – o empresário ligado ao PSDB que também estaria envolvido em negociações do dossiê – não existe. “Como Abel [Pereira] não está preso, não está indiciado, então faz de conta que ele não existe. Mas ele também estava negociando o dossiê com Vedoin; havia um leilão de informações, independente do conteúdo ser verdadeiro ou falso. Era preciso investigar por que ele estava lá. Mas o que se faz é repercutir o que sai no jornal impresso do dia. Então, se a Folha não dá, aqui também não sai nada. Parece que, por alguma razão, as pessoas não conseguem entender que há um outro lado da história”, disse à Carta Maior um jornalista que trabalha numa empresa do Grupo Folha.
“Aqui não há uma pressão para que o Serra apareça bem, mas todo mundo sabe que a ordem de cima é pra poupá-lo. Se vier algo concreto contra ele, vamos dar. Mas se for uma situação nebulosa – como acontece com informações sobre outros políticos que acabam publicadas – não damos”, explica outro profissional que trabalha na empresa.
Em outro grande jornal de São Paulo, cuja linha editorial é claramente favorável aos tucanos, a cobertura da crise recente foi “como o de sempre”. “Ataquem os inimigos e finjam-se de mortos com os amigos”, relatou um repórter. “O foco da pauta desses dias foi todo no bando que comprou o dossiê, mas ninguém se preocupou em ir atrás do dossiê. A pauta do dia já vem pronta, na verdade: o repórter chega e já dizem pra ele pra onde ele vai correr. Aí ele vai pra rua, apura o que pediram pra apurar e acabou”, explica outro jornalista do mesmo jornal.
Segundo os repórteres de uma das revistas semanais de maior circulação, há uma clara diferença de comportamento entre o período "padrão" e os períodos de “crise”. As informações chegam, são apresentadas pela equipe de reportagem, mas não ganham continuidade na pauta.“Não há uma ordem explícita. Mas quando chega a hora do fechamento, é só olhar para o espelho. Há seis páginas para falar da crise que envolve o PT e duas colunas pra dizer que há alguma suspeita sobre o PSDB”, conta um jornalista. “Há pequenos boicotes internos e você nunca sabe se isso é voluntário”, diz outro. “Você até tenta furar o bloqueio. Apura, mostra, mas a pauta não anda. É inexplicável”, completa. Na época da crise do mensalão, qualquer informação contra o governo era usada pela revista para confirmar a tese de autoritarismo e aparelhamento do Estado. Quando alguma coisa vazava “do outro lado” – por exemplo, quando surgiu a relação entre Marcos Valério e o tucano Eduardo Azeredo –, e não havia como sonegar a informação do leitor, “a matéria se transformava numa análise sociológica de como a política é suja no Brasil. Ou seja, uma matéria é a sujeira de um partido. A outra, é a sujeira da política no geral. Aí essas informações caem na vala comum”, explica um dos jornalistas do veículo.
Pelos relatos – e pelo fato de todos os jornalistas temerem falar abertamente sobre a cobertura política que seus veículos realizam –, fica nítido que há uma pressão clara dos donos dos meios de comunicação não apenas para que a cobertura siga determinada orientação, mas também para que não se discuta isso publicamente. Na televisãoNa maior emissora de TV do país, o clima na redação não é diferente. Na semana passada, a Rede Globo não falou, em nenhum momento, que 70% das ambulâncias da Planam foram liberadas durante a gestão do PSDB, quando Serra estava à frente do Ministério da Saúde. A emissora também não enviou uma equipe até Piracicaba, para investigar Abel Pereira e as suspeitas que pesam sobre o ex-secretário-executivo de José Serra e atual prefeito da cidade, Barjas Negri. Durante a crise do mensalão, a emissora colocou repórteres investigando a fundo as denúncias contra Antônio Palloci em Ribeirão Preto. Mas Piracicaba parece que foi “esquecida” desta vez.
Esta semana, a emissora entrou na cobertura do “caso Abel” de forma tímida, mas com espaço para manipulações sutis. Na última terça-feira, em entrada ao vivo no jornal Hoje, o repórter da TV Centro-América, afiliada à Globo em Mato Grosso, disse que Abel Pereira esteve em Cuiabá na véspera da entrevista para a revista IstoÉ, e que Pereira é ligado a Barjas Negri, ex-ministro de Fernando Henrique Cardoso (Negri assumiu o ministério quando da saída de Serra). À noite, o texto da edição do Jornal Nacional descrevia Negri como “ex-ministro do governo anterior”.
Osvaldo Bargas, Jorge Lorenzetti e Freud Godoy são descritos dezenas de vezes ao dia como petistas. Mas Abel Pereira não pode ser tratado como lobista de um ex-ministro e prefeito tucano.Com didatismo, a emissora relaciona o presidente Lula e os corruptos de seu governo e do partido envolvidos com a história do dossiê. O mesmo não acontece com Serra, Negri, Pereira, Vedoin e os deputados mensaleiros do Mato Grosso, que na época eram do PSDB. A pergunta que o telespectador se faz é: “Lula não sabia de nada?”. Mas ao eleitor não é dada a chance de se perguntar: “E Serra, não sabia de Abel? Se Barjas Negri era seu braço direito, como Serra não sabia dos sanguessugas atuando ali tão perto?
”O desequilíbrio da cobertura da Globo contaminou também o acompanhamento dos candidatos à presidência. Desde o início da campanha, a recomendação dos editores era a de que as entrevistas dos candidatos nas ruas deveriam ser sempre propositivas. Nada de críticas ou provocações aos adversários. No caso do PCC, por exemplo, o candidato petista ao governo de São Paulo não podia aparecer cobrando do governo do PSDB/PFL por que a polícia paulista havia perdido o controle do crime organizado. No entanto, diariamente se vê no Jornal Nacional as críticas dos demais candidatos a Lula. Na quarta-feira (20) da última semana, Geraldo Alckmin foi agraciado com 1´20” no Jornal Nacional. Os outros candidatos tiveram 30 segundos. A justificativa dos editores cariocas foi a de que tratava-se do lançamento do programa de governo do PSDB, daí o tempo maior. No entanto, as declarações de Alckmin neste dia não foram sobre seu programa, mas atacando a corrupção do governo Lula. No dia do lançamento do programa de governo de Lula, na última semana de agosto, o candidato recebeu 1´30” – exatamente o mesmo tempo dado ao PSDB, incluindo espaço para Fernando Henrique criticar o presidente em seu discurso no Jockey Clube.
“Na redação, as pessoas estão com o estômago revirado. Ninguém duvida da necessidade de mostrar essa quadrilha de pseudo-sindicalistas que tentaram comprar o tal dossiê. Mas e o outro lado? E os sanguessugas tucanos? O que vemos, é um massacre ininterrupto no ar”, contou à Carta Maior um jornalista da TV.
Credibilidade em jogo
Em seu site pessoal, o repórter da Globo Luiz Carlos Azenha avalia que o que acontece hoje é um “espetáculo de hidrofobia que, lamentavelmente, não se fez quando a Vale do Rio Doce foi privatizada ou quando surgiram denúncias de que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso comprou votos no Congresso para garantir seu direito à reeleição”. “Embora isso não justifique o banditismo de integrantes do governo Lula, está claro que sanguessugas, vampiros e mensaleiros começaram a agir no governo FHC. O que fez a Polícia Federal, então? E Aristides Junqueira, o engavetador-geral da República?”, questiona Azenha. O repórter diz que se sente à vontade para escrever sobre o atual governo porque investigou e denunciou alguns de seus integrantes. “Mas o trabalho de um jornalista deve ser guiado pela imparcialidade.
A pior coisa que um repórter pode fazer é trombar com os fatos”, afirma. Nos bastidores do jornalismo, não são poucas as histórias do poder de José Serra junto aos donos dos meios de comunicação. Certa vez, ele teria ligado diretamente para Boris Casoy e pedido a cabeça de um repórter que não havia feito a “pergunta combinada” a ele numa entrevista de rua. Também não são poucas as inclinações das chefias às políticas conservadoras.
Na avaliação de Luís Nassif, em post publicado esta semana em seu blog, é evidente que há uma competição entre praticamente todos os grandes veículos da mídia para saber quem derruba Lula primeiro. “Está-se tentando repetir a história, quando o momento seria propício para o veículo que se colocasse acima das paixões, recuperasse a técnica jornalística e se comportasse como magistrado, duro, inflexível, porém justo, colocando a preocupação com o país acima das conveniências de momento”, escreveu o jornalista.
Para Nassif, a virulência do editorial de domingo (24) da Folha de S. Paulo adotou um estilo inspirado em Carlos Lacerda. Lacerdista ou não, é fato que há uma guerra declarada da mídia ao governo e uma onda – não necessariamente articulada, porque nem precisa ser – para poupar tucanos e fingir que nada se passa do lado oposto do muro.
Pesquisas quantitativas e qualitativas – como as divulgadas pelo Observatório Brasileiro de Mídia – mostram como isso se reflete no tempo e no espaço de textos negativos ou positivos dados pela imprensa a cada um dos candidatos. Dentro das redações, os movimentos são sutis.
Por enquanto, as pesquisas eleitorais mostram que, apesar da artilharia, o efeito surtido questiona a eficiência da estratégia. Resta saber se, depois das eleições, o caminho escolhido pela imprensa brasileira não afetará sua credibilidade e sua capacidade de continuar influenciando a opinião pública.
em: http://agenciacartamaior.uol.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=12400
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Os poderes do General Voto
RECOMENDO VIVAMENTE que todos leiam a entrevista com a Prof. Marilena Chauí que está nas bancas hoje, na revista FÓRUM. Ajudará muito a viver a vida, hora a hora, até 2ª feira.
LULA É MUITOS! VIVA O BRASIL! 8-)
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Seguinte, anoto aqui umas idéias, pra discutir e irmos pensando juntos. A palavra de ordem é CALMA.
Eu acho que uma das 'disputas simbólicas' que estão sendo disputadas nas eleições de domingo é, precisamente, essa:
-- a democracia brasileira VERSUS a dita 'grande' mídia brasileira, em 2006.
A democracia brasileiro ainda é frágil, sim. Mas a democracia brasileira já é MUITO MAIS FORTE do que jamais foi, antes, em 500 anos.
Cada eleitor, no momento de votar em Lula presidente, estará votando, também, CONTRA o 'general' Globo, o 'general' Frias-Filho, o 'general' Civita, o 'general' Mesquita e seus soldados rasos mercenários, dado que todos esses se expuseram MUITO, na campanha eleitoral, e expuseram demais que tinham lado, na disputa. O mercado dá-se bem com a tal de 'despolitização'.
Mas o mercado NUNCA se dá bem com a tal de 'partidarização' na direção oposta ao voto das maiorias. A maioria dos eleitores, afinal, é a maioria, tb do mercado consumidor. Todo o público da Globo é eleitor, no Brasil (menos as criancinhas). É preciso 'negociar' também no plano simbólico com TODOS os consumidores. Não é bom negócio, para a Globo, ter de expor-se muito no plano político -- e, hoje, a Globo está ATOLADA na briga político-partidária. Isso não é bom prôs negócios!
De fato, TODO ESSE PESSOAL 'midiático', no Brasil, ainda é parte MUITO IMPORTANTE do último lixo da ditadura que ainda falta varrer do Brasil.
Ora essa! De um lado, exército mercenário é sempre exército fraco. De outro lado, até Napoleão foi derrotado, na Rússia, pelo General Inverno!
Há uma pergunta que a Globo ainda não se fez -- ou já se fez e não soube responder: "Por que o Brasil não usaria os poderes do General Voto, pra derrotar, afinal, de vez, os 'generais' Globo, Veja, Estadão e Folha seus soldados rasos mercenários?!"
Isso, eu acho, está em disputa, no campo simbólico, também, nas eleições de domingo.
Que ninguém se deixe impressionar demais por essas coisas 'midiáticas', da Globo, de hoje até amanhã.
É claro que a Globo JAMAIS deixaria barato, sem golpe-resposta, o golpe brabíssimo que ela sofreu, com o presidente Lula não ter ido ao debate. Houve ali uma espécie de desafio. A Globo tentou encurralar o presidente Lula. E o presidente Lula TRUCOU. Ou, noutra metáfora: o presidente Lula empurrou a Globo prás cordas.
A resposta-golpe de ontem -- bem comentada na msg abaixo -- dá a dimensão do estrago que fez, na Globo, o presidente não ter ido.
A Globo apostou TUDO [muito burramente, aliás!] em que o presidente iria; ou ela inventaria uma regra segundo a qual só haveria debate se fossem todos os candidatos... e passaria algum filme daqueles que hipnotiza e paralisa a classe média e rende milhões em anúncios. E, assim, ganharia dinheiro e, de quebra, esvaziaria a 'não ida' do presidente.
O presidente Lula não apenas não foi ao debate e avisou no último momento, usando o tempo a seu favor (e a Globo, perdida a queda de braço) teve de exibir AQUELE HORROR, durante horas, vendo a audiência DESAPARECER), como também, além de (i) não ir; e de (ii) avisar no último instante... o presidente Lula (iii) foi ao comício de São Bernardo.
Essa é uma resposta simbólica complexa, mas muito clara. O presidente Lula 'disse' mais, com essa resposta, do que apenas dizer que a Globo já não manda na presidência da Repúbica -- como sempre mandou.
O presidente Lula jogou uma cartada política muito clara e muito bem jogada: "Estou aqui. Não estou aí. E, sem mim, vocês não tem NADA. Quem mandou ME desafiar?"
O monopólio da Globo custa um preço comunicacional muito alto -- que ninguém se lembra de considerar.
Por exemplo: é totalmente inadmissível que um canal comercial de televisão tenha o monopólio da exibição de um debate entre candidatos à presidência.
Um pool de emissoras, por exemplo, naquele dia, diluiria o impacto de o presidente não ir. Mas a Globo tem o monopólio (inadmissivel) da transmissão. Azar o da Globo, que crê em monopólio e ditadura: por causa do monopólio, o presidente não ir atingiu SÓ a Globo.
E, assim, embora não se abale a solidariedade política (e de classe) que une todas as empresas de comunicação no Brasil, desequilibra-se a competição mercadológica: a Bandeirantes ADOROU ver a Globo humilhada.
Onde não se possa ter vitórias muito espetaculosas é preciso ir acumulando pequenas vitórias simbólicas. Em matéria de comunicação social, TUDO é disputa simbólica. Azar de quem creia que comunicação social seja só 'mercado'.
Se 'eles' (todos os 'midiáticos') não estivessem MUITO FRACOS (e com a Globo SUPER exposta, na briga), eles (e a Globo, super exposta) não estariam obrigados, como estão, a confrontar abertamente o Estado e o Governo, no Brasil, apesar de Lula estar reeleito.
A Globo está numa arapuca: onde ela opere movida por seus golpismos burros, ela operará contra os seus interesses no mercado e comerciais e financeiros e políticos. Essa contradição é importante e complexa, nasceu há pouco tempo e não se equaciona por métodos brucutus. E, pra piorar prô lado da Globo, o Dr. Roberto já morreu e o pessoal que está lá NÃO ENTENDE NADA de Brasil (nem de coisa alguma).
Não esqueçam que TODOS os jornalões estão endividados e dependem do Estado -- que controla o dólar que atinge, diretamente, as dívidas deles.
Não esqueçam que TODOS os jornalões e a Rede Globo vivem de anúncios do governo.
Não esqueçam que esse enlouquecimento de última hora é uma espécie de 'última cartada' burra. Eles já sabem que estão perdedo poder -- por menos que nós ainda não saibamos ver com clareza O MUITO PODER que estamos ganhando.
Calma. O presidente Lula já sinalizou que é hora de deixar a história andar.
É hora de o Brasil confiar, mesmo, na força do povo.
O povo brasileiro não somos nós, aqui na Internet.
O povo brasileiro sabe mais do que nós, aqui.
O povo brasileiro NÃO VIVE DE VER A REDE GLOBO e não lê jornais paulistas. Nós devemos cuidar, apenas, para não nos atrapalhar.
O mais provável é que a Globo já esteja dando a eleição presidencial por perdida, no 1º turno e esteja tentando, apenas, inflar Serra, em São Paulo.
Há muitas variáveis 'de fundo' que não temos como avaliar agora. Serra foi MUITO MAL no debate, em São Paulo. Há gente que diz que sabe que Serra está MUITO doente. Não há lugar onde eu chegue em que não haja algum ex-Serrista que mudou o voto. Quércia sempre teve muito voto em S.Paulo. E a esquerda-dos-barzinhos com zilhões de Serristas, ADOROU o discurso e a figura do Plínio Sampaio.
O dinheiro cenográfico apareceu tarde demais.
O assunto 'corrupção' e moralismo começou cedo demais -- e esvaziou-se. E abriu portas e suspeitas contra a tucanaria que JAMAIS teriam sido abertas se não houvesse as investigações que Jefferson detonou cedo demais.
É possível que a grana mostrada ontem tenha custado caro demais à tucanaria. Sabe-se lá o que fizeram pra arranjar isso. E as investigações não param e não vão parar. A cada minuto a tucanaria paulista mais enlouquece, pq, embora nós ainda não saibamos das falcatruas deles... eles sabem, é claro, muito bem, o que fizeram.
É claro que, sim, eu acho que o PT deve reclamar no STE contra o que a Globo fez, está fazendo e fará. DEVE-SE RECLAMAR CONTRA TUDO E TODOS e sempre. De cada 20 reclamações, ganharemos uma. Uma vitória contra 'os generais midiáticos', em qquer caso, sempre será uma grande vitória.
O resto é votar, nunca perder de vista a luta de classes e ir aprendendo com a história que está andando.
RECOMENDO VIVAMENTE que todos leiam a entrevista com a Marilena Chauí que está nas bancas hoje, na revista FÓRUM. Ajudará muito a viver a vida, hora a hora, até 2ª feira. 8-)
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sexta-feira, setembro 29, 2006
"O perfeito mordomo (ou quase)"
Sobre: CLÓVIS ROSSI, "O perfeito mordomo (ou quase)", Folha de S.Paulo, 30/9/2006, p. 2 e na internet, em http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz2909200603.htm
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Sr. Clóvis Rossi,
"Nós, brasileiros, somos um povo em ser, impedido de sê-lo. Na mestiçagem fomos feitos e ainda continuamos nos fazendo."(Darcy Ribeiro, O Povo Brasileiro)
Explica-se muito facilmente que o leitor-eleitor brasileiro, em 2006, ainda não saiba de muitos dos fatos dos quais deveríamos saber, nesse Brasil pré-eleitoral: o eleitor brasileiro leitor de jornalões, no Brasil ainda vive entregue ao pior jornalismo do mundo.
Há décadas já não temos jornais no Brasil, porque, no Brasil, as empresas jornalísticas, desde a ditadura, foram convertidas em house organ dos partidos que representam e defendem e falam (e escrevem) pelas as ditas `elites´ brasileiras.
Criou-se assim, no Brasil, uma espécie de `jornalismo´ do absurdo, que não vale um réis de mel coado, nem para os acionistas, nem para os assinantes nem, em geral, para nenhum leitor-eleitor.
O jornalismo dos jornalões-empresas no Brasil-2006 é jornalismo do absurdo, primeiro, porque as ditas `elites´ brasileiras estão desmascaradas para TODOS... menos para o `jornalismo´ brasileiro.
Já não há como não ver que nada há de `elite´ nas autoproclamadas `elites´ brasileiras, se se vêem os mais laureados `sociólogos´ brasileiros aí, perfeitamente enlouquecidos, zurrando que "Temos de exorcizar o Demônio" ou "o presidente é ladrão".
Todos sabemos que o presidente NÃO É ladrão. Todos sabemos que o Demônio, se existe, não está nos lares, nas ruas e praças do Brasil. O Demônio, se existe, está nas redações dos jornalões e é `jornalista´ à moda dos Josias, dos Clóvis Rossi, das Dora Kramer, das Lucia Hippólito, dos Jabores & Mainardis, pra ficarmos só nos demônios-empregados.
Se quisermos pensar em demônios `sociológicos´, então, a coisa é ainda mais banderosa: demônio `sociológico´, hoje, no Brasil, é esse ridículo Fernando Henrique Cardoso/Weffort/Bóris Fausto, ex-sociólogos e ex-historiadores e eternos uspeano-udenista-pefelista-dasluzetes que hoje zurram como qualquer doido fundamentalista. Ora! Esse FHC foi aluno de Florestan Fernandes!
Pois... NENHUM jornalão brasileiro soube, sequer, denunciar esses zurros de enlouquecimento fundamentalista pirado. E nenhum `jornalismo´ brasileiro soube ver, nesses zurros de enlouquecimento de fundamentalista pirado, a mais completa traição, aí, à vista de todos, da honrada sociologia de Florestan Fernandes.
Nem isso, Sr. Clóvis Rossi, o seu `jornalismo´ acanalhado soube `noticiar´ ou `colunar´.
Além de nada ver, nada saber, nada noticiar e nada colunar do enlouquecimento das ditas `elites´ `sociológicas´ uspeanas pefelistas e eternamente udenistas, os jornalões e jornalistas que falam por essas `elites´ do atrasismo ainda se querem fazer passar por jornais e jornalistas. Pois já nada têm, nem de jornal nem de jornalistas sequer públicos ou republicanos.
Imagine-se, então, o que esses jornalões e jornalistas que falam pelas tais `elites´ piradas têm hoje, no Brasil, de democráticos. É nada.
Jornalistas como o senhor só têm, de jornalistas, o NADA que têm de jornalistas esses patéticos carinhas encarregados da dita `comunicação´ das empresas, hoje operantes nas ditas `assessorias de imprensa´ de empresas e de partidos políticos.
Carinhas como o senhor, Sr. Clóvis Rossi, ex-jornalistas, são hoje empregados como quaisquer outros - e vivem vida mais dura do que muitos, porque têm a específica função de sabujar os patrões também por escrito, em textos assinados, que a história guarda e o futuro saberá ler com mais clareza do que nós os lemos hoje. Se a vida desses pseudo jornalistas como o senhor já é vergonhosa hoje, muito mais vergonhosa será a sua posteridade.
Domingo que vem haverá eleições no Brasil. O presidente Lula será reeleito, não porque eu - o eleitor brasileiro - seja burro.
O presidente Lula será reeleito porque os eleitores brasileiros DERROTAREMOS pela segunda vez, TODO esse jornalismo acanalhado que envergonhou o Brasil, todos os dias, nessa Folha de S.Paulo, desde 2002, sem parar um dia.
Em alguns anos, essa página 2 da Folha de S.Paulo - que foi escândalo e vergonha para os eleitores brasileiros democráticos - andará por aí, xerocada, como amostra, para que os mais jovens conheçam o pior jornalismo que o mundo jamais conheceu: `jornalismo´ acanalhado, de propaganda de DES-democratização do cidadão eleitor e leitor de jornais, como foi acanalhado o `jornalismo´ do macartismo; como foi acanalhado o `jornalismo´ de Goebbels; como foi acanalhado o `jornalismo´ stalinista, depois de McCarthy, Goebbels e Stálin já estarem TOTALMENTE pirados, quer dizer: às vésperas do fim.
Boris Libois[1], filósofo e especialista em deontologia do jornalismo, diz, belamente, que, hoje, os públicos leitores de jornal, em todo o mundo, já começam a libertar-se da escravidão que pesou sobre eles, construída de desinformação e engambelação dita `jornalística´.
Essa engambelação dita `jornalística´ sempre foi movida pelas opiniõezinhas PRIVADAS e PESSOAIS de meia dúzia de `jornalistas´ acanalhados.
Esses `jornalistas´, por escrever em jornais (falando sozinhos, surdos ao contraditório e à discussão democrática), viveram, por décadas, da ilusão autista de que impunham aos leitores, como se fosse opinião `jornalística´, o que jamais passou de uma estranha mistura de preconceitos, neuroses, noções e palavreado PESSOAIS dos próprios `jornalistas´ e jornalões.
`Colunistas´ de jornalão, como o senhor são empregados e, portanto, vivem a dura vida de quem tenha de conciliar suas neuroses, perversões, opiniões e crenças e preconceitos pessoais, com as neuroses, perversões, opiniões e crenças e preconceitos pessoais dos seus respectivos patrões. Isso é sempre muito ruim.
Mas esse acanalhamento da opinião jornalística é particularmente ruim quando opera como instrumento de propaganda política macartista, nazista, fascista e stalinista, com lado político-partidário sempre ocultado mas sempre ativo, em campanha eleitoral.
Esse acanalhamento da opinião jornalística - do qual essa página 2 da Folha de S.Paulo e seus colunistas vendidos são hoje o mais vergonhoso exemplo - é triplamente criminoso. É jornalismo criminoso porque é pessoalmente nefasto (porque corrompe a alma do jornalista). É jornalismo criminoso porque é socialmente nefasto (porque corrompe a opinião pública, envenena o eleitor, desencaminha-o, engana e o trai). E é jornalismo criminoso, também, porque é antidemocrático; porque `apaga´ os valores democráticos; e porque `esquece´ e ensina a esquecer a importância dos votos democráticos dos eleitores-leitores democráticos.
O perfeito mordomo criminoso, portanto, Sr. Clóvis Rossi, hoje, no Brasil, é o senhor.
Besteira sua - mais uma! - escrever que o Brasil seria "um pobre país", `porque´ "nem o perfeito mordomo é de fato perfeito".
O problema jamais esteve em saber se o senhor é "perfeito mordomo", ou quase-perfeito, ou alguma outra dessas suas asnices retóricas.
O que interessa é que, depois de amanhã, o Brasil terá DERROTADO, nas urnas, em eleições legais, legítimas e perfeitas, TODO o des-jornalismo acanalhado da Folha de S.Paulo, d´O Estado de S.Paulo e da Rede Globo.
Derrotamos, de fato, toda `a corte´! Do seu Friazinhos-patrão, aos colunistas mordomos sabujos.
O povo brasileiro DERROTOU, nas urnas, democraticamente, outra vez essa tal de dita `elite´, mil vezes maldita anti-elite brasileira - e que nem elite jamais foi.
Essa é a MARAVILHOSA notícia desse outubro de 2006, que o seu des-jornalismo acanalhado JAMAIS publicará.
Pronto. A guerra continua, é claro. Mas a batalha de 2006, acabou.
O senhor perdeu. A Folha de S.Paulo perdeu. O Brasil venceu.
Florestan Vive! Glauber Vive! Darcy Ribeiro Vive! Brizola Vive! Sabotage Vive! Itamar Assumpção Vive! Viva o Brasil!
LULA É MUITOS!
[1] LIBOIS, Boris. 2002. Un concept normatif de communication publique. La communication publique. Pour une philosophie politique des médias. Préface de Jean-Marc Ferry. Paris: L´Harmattan, cap. I [Tradução de trabalho, para finalidades acadêmicas, sem valor comercial, de Caia Fittipaldi. Texto traduzido disponível, a pedido, para leitura pessoal, para finalidades acadêmicas.
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terça-feira, setembro 26, 2006
O Brasil quer paz e democracia, chega de inferno!!!
Crédito: Ricardo Stuckert
Nº
Em pauta
Os demônios da direita
As forças conservadoras estão mobilizando todas as suas energias para impedir que Lula seja reeleito presidente. Tentarão de tudo para levar a disputa ao segundo turno. E alguns setores já deixam claro que, mesmo que Lula seja eleito, buscarão impedir a sua posse e dificultar ao máximo seu governo.
O ódio da direita contra o presidente Lula e contra a esquerda tem várias razões, algumas inconfessáveis. Setores da direita querem retornar à época em que as denúncias de corrupção eram abafadas, engavetadas ou suas investigações desautorizadas.
A compra de votos na aprovação da reeleição, o obscuro processo de venda de mais de R$100 bilhões do patrimônio nacional através das privatizações e o sufocamento de dezenas de CPIs, são algumas das heranças morais dos oito anos de governo da aliança PSDB-PFL.
Hoje, os incomoda a atuação da Controladoria Geral da União (CGU), do Ministério da Justiça (por meio da Polícia Federal e da Secretaria Nacional de Justiça), da Advocacia Geral da União e do Ministério da Fazenda que reforçaram muito, nos últimos três anos e meio, o trabalho de combate à corrupção e qualificaram a transparência da gestão pública federal.
O que os incomoda é que a Polícia Federal prendeu 30 vezes mais durante nosso governo, desmantelando quadrilhas montadas durante o período do governo do PSDB-PFL, como a quadrilha dos vampiros e dos sanguessugas (ambas atuavam majoritariamente no Ministério da Saúde).
O que os incomoda tanto é que durante o governo Lula a sujeira não ficou debaixo do tapete, nem dentro da s gavetas.
O ódio de alguns meios de comunicação contra Lula e contra a esquerda também tem motivos simples, embora inconfessáveis.
Acostumados ao controle que detinham sobre a opinião pública desde a redemocratização do país, alguns meios de comunicação não se conformam com a situação atual, em que a maior parte do povo vota em Lula, contra a opinião da maior parte da mídia, que é alckmista.
O que mais incomoda estes setores da direita e dos meios de comunicação são as mudanças na estrutura social brasileira.
Segundo a Pesquisa Nacional de Amostragem por Domicílio-IBGE (PNAD), caiu em 19% o número de pobres. Os 50% mais pobres viram sua renda crescer 6,6%; o nível de emprego foi o maior desde 1996, e o das mulheres, o maior da série. Em três anos de governo Lula, 6,2 milhões de trabalhadores conseguiram ocupação.
É isto que está em jogo, na eleição de outubro. Por isso não podemos nos intimidar com os ataques demagógicos, hipócritas e golpistas da direita! Até porque a direita, mesmo perigosa, já beira o ridículo. Vide a frase do ex-presidente FHC, segundo a qual nosso candidato seria o "demônio".
É nessa hora que devemos mostrar toda a nossa força militante e a nossa capacidade de superar as adversidades. A hora é de mobilizar as bandeiras vermelhas da esquerda brasileira.
Biodiversidade
PSDB foi conivente com saque à biodiversidade
O governo do tucanos não teve a menor preocupação com a biodiversidade brasileira. Na era FHC, nenhuma política efetiva e de grande alcance foi desenvolvida para preservar esse patrimônio natural do País.
O governo FHC tornou essa reserva viva de recursos da Nação refém de outros países detentores de tecnologia de ponta, os quais buscam, de forma arbitrária, a transferência de recursos genéticos para suas indústrias, principalmente a farmacêutica.
O patenteamento, por empresas estrangeiras, de princípios ativos encontrados nos recursos genéticos - sempre com o objetivo maior de descobrir novos medicamentos para a cura de doenças "nobres" (leia-se de tratamento caro) -, correu solto durante os oito anos do governo do PSDB, num claro atentado à soberania brasileira.
Lula preservou a biodiversidade
O Brasil tem a maior e mais importante biodiversidade do planeta e, consciente do valor que esse patrimônio natural representa para o país, o governo Lula implementou programas eficazes para a preservação das espécies de nossa flora e fauna.
Juntamente com esses programas, Lula desenvolveu uma ação intensa de combate à biopirataria, impedindo a continuação do saque aos nossos bens naturais. Um saque, na verdade, histórico, mas que ganhou proporções descomunais durante os oito anos do desgoverno de FHC.
Para bloquear esse crime continuado, logo no início de seu governo o presidente Lula exigiu um diagnóstico completo da capacitação de recur sos humanos e da infra-estrutura de pesquisa para a taxonomia zoológica, botânica e microbiológica no país.
O documento, elaborado após exaustivo trabalho do Ministério da Ciência e Tecnologia, em parceria com instituições de pesquisa do país, propõe as metas com que o governo deverá trabalhar para aprimorar a classificação da flora, fauna e vida microbiológica do Brasil no prazo de três a dez anos. No âmbito do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), foram criados vários programas de sucesso, como o Programa de Pesquisa em Biodiversidade (PPBio), o Programa de Taxonomia, a Rede Virtual de Informações sobre Biodiversidade e a Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), entre vários outros.
Juntos, estes programas contribuem para que os brasileiros conheçam cada vez mais a sua riquíssima biodiversidade. E ajudem a preservá- la. Nesse sentido, ações que visam despertar os jovens pesquisadores para o tema da biodiversidade, incentivar a pós-graduação e, ainda, fortalecer as coleções biológicas são uma das grandes prioridades do governo Lula na área de ciência e tecnologia.
Circula por aí
Vice vira alvo de mentiras
A fábrica de boatos digitais continua em pleno funcionamento na Internet e desta vez a vítima dos ataques é o vice-presidente da República José Alencar. A mensagem que tem circulado pela rede tem o assunto "Vice-presidente não faz nada?". O e-mail acusa o governo federal de beneficiar a Companhia de Tecidos Norte de Minas (Coteminas), pertencente à família de José Alencar, com uma licitação para fornecimento de uniformes para o Exército Brasileiro.
A verdade neste caso é que a licitação pública para fornecimento de uniformes para o Exército Brasileiro foi decidida muito tempo antes, quando a empresa vencedora da licitação de dezembro de 2003, a Companhia Tecidos Santanense, não pertencia ao grupo Coteminas. A aquisição da Santanente pela Coteminas aconteceu somente em março de 2004 e a nomeação de José Alencar para o Ministério da Defesa aconteceu somente no dia 8/11/2004. Portanto, antes de ser adquirida pela Coteminas, a Santanense já possuía um contrato em vigor, tendo obrigações a cumprir com o Exército Brasileiro conforme manda a lei.
É preciso lembrar também que o vice-presidente José Alencar está afastado de suas funções empresariais desde que assumiu a vice-presidência da República em janeiro de 2003.
Nesta reta final de campanha é preciso que todos redobrem a atenção sobre os e-mails com mentiras, enviando as respostas do Antivírus para todos os seus contatos.
Reta final
Calendário Eleitoral
26 de setembro - terça-feira (5 dias antes)1. Último dia para os partidos políticos e as coligações indicarem aos juízes eleitorais, tribunais regionais eleitorais ou ao Tribunal Superior Eleitoral representantes para o Comitê Interpartidário de Fiscalização, bem como os nomes das pessoas autorizadas a expedir as credenciais para os respectivos fiscais e delegados (Lei no 9.504/97, art. 65);2. Data a partir da qual e até quarenta e oito horas depois da eleição, nenhum eleitor poderá ser preso ou detido, salvo em flagrante delito, ou em virtude de sentença criminal condenatória por crime inafiançável, ou, ainda, por desrespeito a salvo-conduto (Código Eleitoral, art. 236);
28 de setembro - quinta-feira (3 dias antes)1. Último di a para a divulgação da propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão (Lei no 9.504/97, art. 47, cabeça do artigo).2. Último dia para propaganda política mediante comícios e reuniões públicas (Código Eleitoral, art. 240, parágrafo único).3. Último dia do prazo para realização de debates (Resolução no 20.374, de 2.10.98).
29 de setembro - sexta-feira (2 dias antes)1. Último dia para a divulgação paga, na imprensa escrita, de propaganda eleitoral, no espaço máximo, por edição, para cada candidato, partido ou coligação, de um oitavo de página de jornal padrão e um quarto de página de revista ou tablóide (Lei nº 9.504/97, art. 43, cabeça do artigo -alterado pela Lei nº 11.3 00/2006).
30 de setembro - sábado (1 dia antes)1. Último dia para a propaganda eleitoral mediante alto-falantes e amplificadores de som ou para a promoção de carreata (Lei no 9.504/97, art. 39, § 5o, I).
1º de outubro - domingo (dia das eleições)(Lei no 9.504, art. 1o, cabeça do artigo)Às 7h - Instalação da seção eleitoral (Código Eleitoral, art. 142).Às 8h - Início da votação (Código Eleitoral, art. 144).Às 17h - Encerramento da votação (Código Eleitoral, arts. 144 e 153).Depois das 17h - Emissão do boletim de urna e início da apuração e da totalização dos resultados. SEMPRE É BOM LEMBRARÉ crime eleitoral (art. 39, I, II e III, da Resolução 22.261/06 e Lei nº 9.504/97, art. 39, § 5º, I e II):a) o uso, no dia da eleição, de alto-falantes e amplificadores de som ou a promoção de comício ou carreta; b) a arregimentação de eleitor ou a propaganda de boca de urna (Lei n.º 11.300/06);c) a divulgação de qualquer espécie de propaganda de partidos políticos ou de seus candidatos, mediante publicações, cartazes, camisas, bonés, broches ou dísticos em vestuário (Lei n.º 11.300/06). Não caracteriza: o crime eleitoral acima previsto, a manifestação individual e silenciosa da preferência do cidadão por partido, coligação ou candidato, incluída a que contenha no próprio vestuário ou que se expresse no porte de bandeira ou de flâmula ou pela utilização de adesivos em veículos ou objetos de que tenha posse (art. 67 da Res.).
Agenda
27/9
Lançamento do Programa de Governo das Mulheres - Lula 2006
27/9
Lançamento do Programa de Governo de Aqüicultura e Pesca - Lula 2006
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Clique para visitar o site oficial da campanha de Lula, clique no botão ao lado ou digite no navegador: http://www.lula13.org.br/
Antivírus é um boletim publicado sob responsabilidade da coordenação de internet da campanha Lula. Coord. geral: Marco Aurélio Garcia. Coord. de internet: Valter Pomar.
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segunda-feira, setembro 25, 2006
LULA É MUITOS!!!
ALIMENTOS TÊM MENOR CUSTO DOS ÚLTIMOS 34 ANOS
06/06/2006 13:09h
Há 34 anos o brasileiro que ganha salário mínimo não gasta tão pouco com alimentos básicos (veja reportagem em vídeo). Levantamento do Conversa Afiada com base nos dados do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) mostra que, considerando a média de 2006, a cesta básica custa 52% do salário mínimo. A menor proporção era a de 1972, quando a cesta custou 49% do salário mínimo.
A pensionista Vera Lúcia Ferreira é uma das brasileiras beneficiadas com a redução nos custos dos alimentos básicos. Viúva, mãe de dois filhos e moradora de uma favela em Santo André , ela conta que agora sobra mais dinheiro para a família. “Agora sobra para comprar ‘mistura’ e até roupa para os meus filhos”, conta Vera.
O coordenador de pesquisas do Dieese, José Maurício Soares, no entanto, conta que o custo da cesta básica começou a cair em 1995. “Se intensificou durante o governo Lula, mas começou um pouco antes. Isso acontece porque os preços dos alimentos subiram pouco e, em contrapartida, o salário mínimo aumentou 40% desde 95.”
Dos 13 produtos da cesta básica pesquisada em São Paulo , quatro registraram queda nos preços desde 2003, início do governo Lula. O óleo de óleo de soja caiu 33% em razão do dólar baixo, já que o produto é cotado em dólar. A farinha de trigo teve queda de 27% devido à isenção de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). O preço do arroz caiu 17% em razão da isenção de Pis (Programa de Integração Social) e Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social). E a manteiga apresentou redução de 6% porque os impostos do leite caíram de 18% para 12%.
Pão, carne, feijão e leite subiram. Mas menos do que o 24% de inflação medida pelo ICV (Índice do Custo de Vida) do Dieese no período.
Apesar da queda nos preços, alguns consumidores cobram mais do governo. Para uma consumidora consultada pela reportagem, o governo deveria se preocupar menos com reduzir os preços dos alimentos e mais com aumentar o nível de emprego. “Seria melhor se mais pessoas trabalhassem e todos tivessem condições de comprar coisas diferentes e não só a cesta básica.”
CAIU PREÇO DA CESTA BÁSICA EM 12 CAPITAIS
06/06/2006 12:56h
Os alimentos básicos estão mais baratos em 12 capitais brasileiras neste ano. Na comparação com os primeiros cinco meses do ano passado, a cesta básica com 13 produtos registrou queda de 5% em São Paulo , de 6% no Rio de Janeiro e de 10% em Brasília, destacou o economista José Maurício Soares, coordenador da pesquisa sobre a cesta básica realizada pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).
Apesar da queda, o maior valor para a cesta básica foi apurado na capital paulista, onde o preço dos gêneros de primeira necessidadeficou em R$ 178,99. O aumento de 0,94% elevou o custo da cesta de Porto Alegre para R$ 173,47, que registrou o segundo maior valor. As cestas mais baratas continuaram a ser encontradas no Nordeste: Fortaleza (R$ 133,77) e Aracaju (R$ 138,41). De acordo com José Maurício, a queda no preço de produtos como arroz, feijão, óleo de soja, tomate, batata, pão, manteiga e leite contribuíram para a queda do preço da cesta básica.
Em entrevista a Paulo Henrique Amorim (clique aqui para ouvir), o economista explicou que produtos como arroz e óleo de soja registraram queda em todas as capitais brasileiras. “A queda do dólar barateou o óleo de soja, porque o produto é cotado em dólar. Além disso, ainda temos o impacto da retirada de impostos nos insumos, como fertilizantes, em 2005” , explicou Soares. Segundo ele, o período de safra também é um dos responsáveis pela queda de preço dos produtos da cesta básica.
José Maurício disse também que a alimentação está sempre abaixo da variação total do índice de custo de vida. Ou seja, apesar de o efeito ser sazonal (por causa da safra) esse efeito de queda pode durar um tempo maior. "O arroz, por exemplo, você pode estocar para o ano todo, o feijão tem outras safras. Depende também do fator climático", disse o economista.
No caso da carne, José Maurício explicou que a restrição internacional por causa do risco de febre aftosa barateia o produto para comercialização no mercado interno. O mesmo vale, segundo ele, para a carne do frango que enfrentou problemas no mercado internacional por causa da gripe aviária.
Quando Paulo Henrique Amorim perguntou se o impacto da queda de impostos de produtos da cesta básica não teria contribuído para essa redução, José Maurício respondeu: "Sem dúvida". Em maio, o brasileiro utilizou metade do tempo trabalhado somente para comprar a cesta básica. “Há algum tempo, o preço da cesta básica ultrapassava toda a jornada de trabalho
PARA NÃO ESQUECER: "Nós vamoster um enfrentamentograve.Vocês se preparem." (Presidente Lula da Silva,maio de 2006)
domingo, setembro 24, 2006
LULA É MUITOS!!!
"Nós vamos ter um enfrentamento grave.Vocês se preparem."
(Presidente Lula da Silva,maio de 2006)
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O primo do Collor
Animado pelo boato de que pode haver segundo turno para presidente — hipótese ainda improvável segundo o Datafolha de hoje, Lula 49, todos os outros 42 — o ministro Marco Aurélio de Mello, presidente do TSE, insiste e amplia suas declarações nitidamente “eleitorais” contra o presidente Lula. Hoje vi a entrevista que ele deu a Alexandre Garcia na GloboNews. Garcia, para quem não lembra, estava tão queimado como chapa-branca dos quartéis no final da ditadura militar (durante um tempo foi até assessor de imprensa do general-presidente João Figueiredo), que a Globo o enfiou na geladeira durante anos, desde pouco antes da eleição de Tancredo Neves e José Sarney em 1985. De modo que o jornalista e o magistrado encenaram um dueto mais que perfeito.
Entre outras pérolas, Marco Aurélio deu a entender claramente que Lula pode ser cassado depois de reeleito (ou seja, melhor que não votem nele) e que há outros candidatos melhores que o do PT. Faltou pouco para pronunciar o nome de Alckmin.
Não há precedente de um ministro do TSE, ainda por cima o presidente do tribunal, ter procedido assim. Por muitíssimo menos do que isso o ex-presidente do Supremo, Nelson Jobim, que se limitara a votar e a defender sua posição minoritária no caso José Dirceu, foi execrado como faccioso em dezenas de artigos e editoriais, sem contar as reportagens picantes, as perguntas capciosas, a divulgação de que pretendia ser vice de Lula etc.
Marco Aurélio é um ministro polêmico, e não é de hoje. No governo Fernando Henrique, entre outras façanhas, mandou soltar o banqueiro Salvatore Alberto Cacciola, dono do banco Marka, envolvido num escândalo financeiro de várias dezenas de milhões de dólares (caso Marka-FonteCidam). Como seria de esperar-se, de posse do habeas corpus, Cacciola mal disse “grazzie!” e deu no pé para a Itália, onde hoje vive a salvo de pedidos de extradição, protegido pela dupla nacionalidade ítalo-brasileira.
O atual presidente do TSE foi indicado e nomeado por seu primo, o ex-presidente Fernando Collor. Isso, entretanto, não prova nada contra ele. Collor é que fica mal na fotografia. Afinal, como diria o próprio Marco Aurélio a respeito de Lula, não é possível que ele não conhecesse o primo...
Escrito por WALTER RODRIGUES às 18h35
http://walter.rodrigues.zip.net/
sábado, setembro 23, 2006
EQUIPE DO SERRA CHEGA ANTES DA IMPRENSA TUCANA
Delegado fala em informação privilegiada
Em entrevista na tarde desta sexta-feira, o delegado Edmilson Pereira Bruno, da PF, insinuou a possibilidade de armação dos tucanos, visto que uma equipe da campanha de José Serra, candidato do PSDB ao governo de São Paulo, estaria aguardando na sede da PF, antes mesmo de qualquer órgão de imprensa, a prisão de Valdebran Padilha e Gedimar Passos.
Momentos depois da prisão e antes mesmo da chegada da imprensa, já havia dois carros da produtora dos programas de TV do PSDB, atingido pela divulgação do dossiê. Na coletiva desta sexta, a equipe de filmagem também estava presente. O delegado Bruno, que conduziu as investigações e as prisões, disse não saber por que a equipe tucana já estava na sede da PF em São Paulo antes da chegada da imprensa.
O delegado disse que, como não está mais no caso, não vai apurar se houve algum tipo de informação privilegiada. Em Brasília circula a hipótese de que o dossiê tenha sido um aarmação para atrair os petistas."
Esta notícia saiu no Globo Online. Leiam também a IstoÉ, que traz Abel Pereira na capa.enviada
Barjas Negri é homem de confiança de Serra
A hipocrisia da oposição e de parte da mídia não tem mesmo limites. Quando se trata de acusar o PT e o governo, vale tudo, e qualquer suposto envolvido vira imediatamente “braço-direito” do seu superior. Já quando se trata de PSDB e PFL...A Folha, onde José Serra foi editorialista (ou seja, colocava no papel a voz do dono), já havia feito isso na sua manchete de ontem, ao afirmar que “Vedoin isenta Serra do caso sanguessuga”.
Mais à noite, foi a vez do Jornal Nacional afirmar que “Vedoin disse que não há ligação” entre a máfia dos sanguessugas e Serra.
Por acaso Serra não foi ministro da Saúde? Por acaso não é a assinatura de Serra e o seu CPF que estão nos extratos de convênios que foram feitos com prefeituras entre 1999 e o começo de 2002, quando, segundo Vedoin, era “mais fácil” o esquema das sanguessugas? Quer dizer, então, que Serra não era o responsável?
Vale lembrar que a mesma matéria do JN diz o seguinte: “Entre os telefonemas recebidos por Luiz Vedoin está também o de uma pessoa que passa um recado (‘Abel está querendo falar com Vedoin’) e deixou um número de celular. Ligamos para o número, que pertence a Abel Pereira, braço-direito de Barjas Negri, ex-ministro da Saúde, que substituiu José Serra em 2002”.
Notem bem: Abel Pereira é amigo de 30 anos de Barjas Negri e era tido como o “operador” do esquema, mas não era funcionário do governo; já Barjas Negri tinha sido secretário-executivo do Ministério da Saúde na gestão de Serra e ficou no cargo quando o tucano resolveu disputar – e perder – a eleição presidencial de 2002. O JN não diz, assim como a Folha não o fez, que Barjas Negri foi o braço-direito de Serra no Ministério da Saúde.
Em 21 de fevereiro de 2002, quando Serra deixava o ministério para ser candidato, a Folha (para assinantes) descreveu Barjas Negri, que assumia a pasta, desta maneira:"Um dos fundadores do PSDB de São Paulo, Negri é homem de confiança de Serra. Considerado bom administrador de Orçamento, Negri conheceu Serra quando ambos militavam no antigo MDB, nos anos 70. Na mesma época, Negri conheceu o presidente Fernando Henrique Cardoso, com quem mantém bom relacionamento".
Não adianta, agora, querer tapar o céu com a peneira.
No blog do Zé Dirceu
http://blogdodirceu.blig.ig.com.br/
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Anti Vírus
Nº
Crédito: Ricardo Stuckert
Em pauta
Força do povo, fraqueza da mídia
Parte da imprensa brasileira é cabotina: gosta de fazer elogios a si mesma. Segundo esta parte da imprensa, a população confiaria nos meios de comunicação, ao mesmo tempo que desconfiaria dos políticos, dos governos e dos partidos.
As pesquisas de opinião estão demonstrando algo diferente. A maior parte do povo votará em Lula, não em Alckmin, candidato do coração da maior parte da imprensa brasileira.
Os auto-intitulados "formadores de opinião" estão desconsolados e reagem a sua baixa influência, aumentando os ataques contra Lula, seu governo, o PT e toda a esquerda.
Caso a eleição confirme as pesquisas de opinião, ficará claro que o povo brasileiro não acredita, não confia, não aceita os arg umentos desta imprensa alquimista.
Se dependesse desta imprensa, das poucas empresas que controlam a maior parte da mídia, bem como dos jornalistas que pensam com a cabeça de seus patrões, Alckmin estaria em primeiro lugar.
Jornais que hoje posam de "democráticos" e de "liberais" estiveram ao lado dos golpistas em 1964, apoiaram a ditadura militar, encobriram os desaparecimentos e as torturas. A revista semanal de maior circulação no Brasil recebeu, recentemente, injeção de capital vinda de um grande grupo empresarial vinculado ao apartheid na África do Sul.
Eles se reciclaram, se modernizaram, mas não aprenderam. Continuam elitistas. Não aceitam que o povo seja capaz de pensar, sem depender da intermediação dos auto-proclamados "formadores de opinião".
Nos próximos dias, esta imprensa alquimista fará de tudo para nos derrotar. Para eles, não está em questão apenas o resultado eleitoral. Está em jogo sua hegemonia sobre a população brasileira.
Reta final de campanha
Bandeiraço agita o país neste sábado
O Bandeiraço da Inclusão Social, que acontece neste sábado 23 em todo o país, levará milhares de pessoas às ruas para esquentar ainda mais o clima na reta final de campanha.
O objetivo é ocupar - com bandeiras e a forte presença da militância - os principais centros comerciais e outros locais de grande movimentação. Será uma ampla mobilização pela reeleição de Lula e pelos candidatos a governador, senador, deputados federais e estaduais.
No ato serão distribuídos folhetos divulgando tudo o que o governo Lula já fez para melhorar a vida dos brasileiros, além de bandeirolas de plásticos para aumentar o clima da festa.
O Comitê Nacional Lula de Novo com A Força do Povo conclama todos os coordena dores da campanha Lula em cada estado a mobilizarem a militância e as candidaturas proporcionais.
Direitos Humanos
Alckmin e FHC: pouco empenho, resultados fracos
Para aumentar o combate à exploração sexual infantil existiu, entre 1998 e maio de 2003, um serviço 0800 para que as pessoas ligassem e fizessem sua denúncia. O serviço era administrado por uma Organização Não Governamental, em convênio com o governo federal. Durante esse período foram registradas pouco mais de 1000 denúncias.
Sobre trabalho infantil, o governo tucano investiu, em 2002, R$ 386,3 milhões no Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti). O combate ao trabalho escravo também foi pequeno durante os anos de FHC. Em 2000, foram apenas 25 operações móveis e 516 trabalhadores libertados. Em 2002, último ano dos tucanos, o número de operações subiu para 30, com 2.285 trabalhadores libertados.
Em São Paulo, tampouco se respeitaram os direitos da Crianç a e do Adolescente. Não há programas e políticas específicas no Estado para erradicar a exploração infantil.
Em 2005, por exemplo, o governo federal repassou R$ 18,7 milhões para o estado de São Paulo nessa área. No balanço do governo paulista, os tucanos mencionam ter investido, durante aquele ano, R$ 19,5 milhões, beneficiando 36.480 crianças e adolescentes paulistas. Ou seja, quase a totalidade dos recursos aplicados pelo governo de São Paulo vieram do governo federal, sob a gestão de Lula.
Lula: preocupação efetiva e resultados positivos
Desde o começo de 2006, o programa Bolsa Família assumiu a gerência pelos recursos de transferência de renda do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti). Todo o recurso do programa está sendo usa do para as ações sócio-educativas, como por exemplo, garantir a freqüência das crianças e adolescentes na escola. O valor das bolsas repassadas para a execução dessas ações cresceu 25% em relação a 2002, atingindo um montante de R$ 1,4 bilhão, beneficiando 1,01 milhão de crianças e adolescentes entre sete e 16 anos.
A erradicação tem avançado também contra o trabalho escravo. Desde 2003, foram libertados 13,4 mil trabalhadores, mais do que o dobro da média anual do período anterior. O número de operações também dobrou. Enquanto em 2002, foram realizadas apenas 30 operações, já no ano seguinte, em 2003, o governo Lula promoveu 67 operações e libertou mais de cinco mil trabalhadores. Em 2005, o número chegara a 84 operações móveis, com a libertação de mais de quatro mil trabalhadores. No governo Lula, os trabalhadores libertados estão sendo beneficiados com até três parcelas do seguro-desemprego.
O aumento na fiscalização gerou uma reação dos fazendeiros que usam trabalho escravo. Em 2004, fiscais da Delegacia Regional do Trabalho foram mortos em uma emboscada. Eles foram assassinados, quando fiscalizavam denúncias de exploração de mão-de-obra em fazendas da cidade mineira de Unaí.
Para combater o Abuso e a Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, o governo mudou o número do Disque Denúncia. Com um número mais fácil de ser memorizado (100), a quantidade de registros teve um aumento extremamente significativo. Desde maio de 2003, o governo recebeu cerca de 19 mil denúncias. O governo implantou também o Plano Presidente Amigo da Criança e Adolescente, que visa cumprir compromissos em torno da vida saudável, da educação de qualidade, da proteção contra abusos, exploração e violência e do combate à AIDS.
Em pauta
Empréstimo consignado
As artimanhas para atacar o governo do presidente Lula continuam cada vez mais sofisticadas na Internet. O alvo da vez é o programa de empréstimo consignado para aposentados e pensionistas concedido pela Previdência Social, que permite o empréstimo bancário com desconto direto no salário, com juros menores que os praticados pelo mercado.
Os textos sem autoria afirmam que a possibilidade de empréstimo concedido pelo governo federal, que pode ser feita em qualquer banco, é a responsável pelo extremo endividamento dos cidadãos da terceira idade e diz ainda que o governo obrigou os cidadãos a abrirem contas. Veja um trecho do texto: "De forma eleitoreira, Lula iludiu os aposentados mais humildes, fazendo com que abrissem contas para terem crédito e retira, compulsoriamente, de suas contas, o valor emprestado, numa das mais vis atitudes que s e tem conhecimento (SIC)".
O governo federal não desconta nenhuma quantia dos benefícios que os aposentados tem direito e a conta utilizada é uma simples conta salário para que seja feito o depósito pela previdência social, que será sacado pelos beneficiados com o uso de um cartão bancário. Toda a operação é feita exclusivamente pelos bancos que oferecem os serviços.
O programa de empréstimo consignado foi criado depois que o governo constatou que os aposentados recorriam às casas de empréstimo, e até mesmo aos agiotas, para conseguir algum tipo de crédito que pudesse permitir uma reforma doméstica, a compra de novos equipamentos para o lar ou até mesmo tratamento médico. Com o empréstimo consignado, que permite o débito direto no salário, os interessados pagam juros de no máximo 2,99% ao mês.
As taxas cobradas pelos bancos variam e isto deve servir de alerta para os interessados nas ofertas consignadas. Na Caixa Econômica Federal, por exemplo, as taxas de juros para aposentados do INSS variam entre 1,35% para prestações de até seis parcelas e 2,6% ao mês para um crédito de 25 a 36 meses.
Antes de solicitar o empréstimo o governo recomenda que os interessados leiam o "Roteiro técnico sobre empréstimo consignado para aposentados e pensionistas do INSS" que pode ser baixado no endereço www.mj.gov.br/sedh/ct/cndi/Roteiro_Tecnico.pdf
Agenda
23/9
Dia Nacional de Mobilização dos Pescadores e Aqüicultores
23/9
Bandeiraço da inclusão social
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Lula destaca redução da pobreza em 19%
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Clique para visitar o site oficial da campanha de Lula, clique no botão ao lado ou digite no navegador: http://www.lula13.org.br/
Antivírus é um boletim publicado sob responsabilidade da coordenação de internet da campanha Lula. Coord. geral: Ricardo Berzoini. Coord. de internet: Valter Pomar.
A imprensa tucana em transe
A IMPRENSA É UM PARTIDO POLÍTICO?
Não é de agora que a imprensa brasileira apresenta-se como um partido político. Esta constatação já foi percebida por estudantes de comunicação e parte da sociedade mais vigilante e crítica.
E como que a imprensa - e de modo mais amplo a mídia - transformou-se num partido? A resposta é simples: através da manipulação das informações sobre a realidade dos fatos. É preciso primeiro saber como se dá a manipulação da informação, transformando-a em consenso, em opiniões no lugar de fatos.
Para sedimentar a constatação de que a mídia atua como um partido político é observar como "jornalistas" e "linhas editoriais" de jornais e revistas agem. Idem os telejornais que também manipulam a verdade, transformando-as em "realidades virtuais" para conduzir esse ou aquele segmento da população.
São muitos os artifícios empregados para enganar, mentir, conduzir, distorcer a verdade e fazer seus leitores/telespectadores obedecerem como carneirinhos. O primeiro artifício, para conduzir a uma determinada idéia o leitor/telespectador, é o silêncio sobre fatos jornalísticos da realidade.
Esquecem deliberadamente fatos que ajudariam a compreender melhor a notícia. Preferem colocar fatos que nada ajudam a informação, melhor dizendo, como o fato é transformado para uma "realidade virtual", o distinto público se vê aceitando a notícia como um fragmento da verdade.
O próximo artifício que se observa é a inversão da realidade, conduzindo a aspectos secundários o que é importante e à relevância o que é pouco ou nada importante. Como é feito isso? É relativamente simples. Como o leitor/telespectador nem sempre analisa objetivamente o que está escrito na notícia (ou no som e imagem da TV), a mídia (muito competente por sinal) inventa frases, faz jogo de palavras, edita entrevistas (camuflando o que é importante), busca imagem comprometedora ou imagem que atinja a finalidade esperada pelo veiculo de comunicação, etc. O que se depreende disso é que não é o fato/realidade que interessa e sim a "opinião" colocada, induzida, forçada na cabeça do povo. Claro que essa "opinião" é, geralmente, formada ou forjada por quem nada entende daquele determinado assunto (embora possa,
também, ser colocada por quem entende mas será usada para atingir determinados fins).
Deve-se também observar outros artifícios gerados pelos meios de comunicação que levam a manipulação do pobre (e)leitor/telespectador desavisado que tende a pensar de maneira emocional e não racional. É o aspecto espetaculoso e sensacionalista da informação. Veja um exemplo: um determinado político - poderia ser um cidadão ou entidade qualquer - contrário à orientação da mídia, aparece no noticiário com indícios de que cometeu um crime. A informação é colocada como indício de que ele é culpado. Nenhuma prova é apresentada! Em seguida a sociedade é chamada a dar uma opinião.
Evidencia-se nessa opinião somente os aspectos negativos. Nenhum item que possa ser nalisado que conduza à verdade. Ao mesmo tempo são chamados os oposicionistas que conduzem - sem qualquer objetividade - o (e)leitor a ver com olhos da oposição (que é a visão do órgão de mídia) que o político (ou cidadão/entidade) é efetivamente culpado do possível delito. São só mpressões que tendem a atingir os menos críticos, não alertas para esse artifício.
Neste último artifício, as "opiniões" são formuladas por políticos escolhidos pela mídia e de grande capacidade de comunicação. O objetivo final é incriminar/culpar o político que se deseja tirando-o do caminho para se atingir determinados objetivos. Além disso, o político simpático à causa do órgão de comunicação é alçado a posição de "autoridade". Então, chega-se a conclusão que ocorreu uma transformação da realidade e o (e)leitor não percebeu que a possibilidade do delito (ainda não provado) passa a ser encarado como verdade. Ainda mais, o conhecimento que se tem da pessoa que se quer culpada , tornou-se um fato subjetivo ao invés de se procurar a verdade objetivamente.
Claro que existem outras considerações que aqui poderiam enriquecer este texto. Todavia, o que se quer mostrar é que efetivamente a grande imprensa brasileira - de propriedade de grandes famílias - tornou-se um partido político que, manipulando a informação, tem um significado e um propósito.
Como a atividade da mídia é empresarial, ela tende a deslocar para seus anunciantes seus objetivos manipulando a notícia de maneira a levar o consumidor a ver esses anunciantes como entes dignos de aceitação (alguém já viu a mídia criticar os grandes bancos, a Ambev, a Telesp, a Coca-Cola, e outros grandes anunciantes?) e portanto consumir seus produtos, muitas vezes, automaticamente. Mas não é somente esse caminho (a prática do consumismo irrefreável). A outra explicação para a mídia atuar como partido político é que ela se transforma em um órgão de poder e, para exerce-lo, ela não aceitará jamais que um governo seja independente dela.
Qualquer governo que ouse ter uma visão independente - administrando o pais para atender as
necessidades básicas do povo em termos de saúde, educação, alimentação, dignidade, soberania e liberdade - será automaticamente atacado até se tornar dependente, ou o poder voltar aos governantes dóceis de antanho. Além disso, o poder dos grandes órgãos de comunicação existirá para atendimento de seus próprios interesses capitalistas.
At last but not least, a mídia transforma e aprisiona a mente do (e)leitor/telespectador menos desavisado recriando a realidade à sua maneira e de acordo com seus interesses políticos partidários e empresariais. É o que faz os jornalões e as revistas semanais com raríssimas exceções.
Devemos nos perguntar se é esse o tipo de jornalismo e mídia que queremos (que se transformou num partido político conservador sem obedecer as regras do TSE), ou através da conscientização e progresso intelectual/social da sociedade e exigir, como ocorre em muitos paises, um controle mais eficaz dessa mídia.
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Não é de agora que a imprensa brasileira apresenta-se como um partido político. Esta constatação já foi percebida por estudantes de comunicação e parte da sociedade mais vigilante e crítica.
E como que a imprensa - e de modo mais amplo a mídia - transformou-se num partido? A resposta é simples: através da manipulação das informações sobre a realidade dos fatos. É preciso primeiro saber como se dá a manipulação da informação, transformando-a em consenso, em opiniões no lugar de fatos.
Para sedimentar a constatação de que a mídia atua como um partido político é observar como "jornalistas" e "linhas editoriais" de jornais e revistas agem. Idem os telejornais que também manipulam a verdade, transformando-as em "realidades virtuais" para conduzir esse ou aquele segmento da população.
São muitos os artifícios empregados para enganar, mentir, conduzir, distorcer a verdade e fazer seus leitores/telespectadores obedecerem como carneirinhos. O primeiro artifício, para conduzir a uma determinada idéia o leitor/telespectador, é o silêncio sobre fatos jornalísticos da realidade.
Esquecem deliberadamente fatos que ajudariam a compreender melhor a notícia. Preferem colocar fatos que nada ajudam a informação, melhor dizendo, como o fato é transformado para uma "realidade virtual", o distinto público se vê aceitando a notícia como um fragmento da verdade.
O próximo artifício que se observa é a inversão da realidade, conduzindo a aspectos secundários o que é importante e à relevância o que é pouco ou nada importante. Como é feito isso? É relativamente simples. Como o leitor/telespectador nem sempre analisa objetivamente o que está escrito na notícia (ou no som e imagem da TV), a mídia (muito competente por sinal) inventa frases, faz jogo de palavras, edita entrevistas (camuflando o que é importante), busca imagem comprometedora ou imagem que atinja a finalidade esperada pelo veiculo de comunicação, etc. O que se depreende disso é que não é o fato/realidade que interessa e sim a "opinião" colocada, induzida, forçada na cabeça do povo. Claro que essa "opinião" é, geralmente, formada ou forjada por quem nada entende daquele determinado assunto (embora possa,
também, ser colocada por quem entende mas será usada para atingir determinados fins).
Deve-se também observar outros artifícios gerados pelos meios de comunicação que levam a manipulação do pobre (e)leitor/telespectador desavisado que tende a pensar de maneira emocional e não racional. É o aspecto espetaculoso e sensacionalista da informação. Veja um exemplo: um determinado político - poderia ser um cidadão ou entidade qualquer - contrário à orientação da mídia, aparece no noticiário com indícios de que cometeu um crime. A informação é colocada como indício de que ele é culpado. Nenhuma prova é apresentada! Em seguida a sociedade é chamada a dar uma opinião.
Evidencia-se nessa opinião somente os aspectos negativos. Nenhum item que possa ser nalisado que conduza à verdade. Ao mesmo tempo são chamados os oposicionistas que conduzem - sem qualquer objetividade - o (e)leitor a ver com olhos da oposição (que é a visão do órgão de mídia) que o político (ou cidadão/entidade) é efetivamente culpado do possível delito. São só mpressões que tendem a atingir os menos críticos, não alertas para esse artifício.
Neste último artifício, as "opiniões" são formuladas por políticos escolhidos pela mídia e de grande capacidade de comunicação. O objetivo final é incriminar/culpar o político que se deseja tirando-o do caminho para se atingir determinados objetivos. Além disso, o político simpático à causa do órgão de comunicação é alçado a posição de "autoridade". Então, chega-se a conclusão que ocorreu uma transformação da realidade e o (e)leitor não percebeu que a possibilidade do delito (ainda não provado) passa a ser encarado como verdade. Ainda mais, o conhecimento que se tem da pessoa que se quer culpada , tornou-se um fato subjetivo ao invés de se procurar a verdade objetivamente.
Claro que existem outras considerações que aqui poderiam enriquecer este texto. Todavia, o que se quer mostrar é que efetivamente a grande imprensa brasileira - de propriedade de grandes famílias - tornou-se um partido político que, manipulando a informação, tem um significado e um propósito.
Como a atividade da mídia é empresarial, ela tende a deslocar para seus anunciantes seus objetivos manipulando a notícia de maneira a levar o consumidor a ver esses anunciantes como entes dignos de aceitação (alguém já viu a mídia criticar os grandes bancos, a Ambev, a Telesp, a Coca-Cola, e outros grandes anunciantes?) e portanto consumir seus produtos, muitas vezes, automaticamente. Mas não é somente esse caminho (a prática do consumismo irrefreável). A outra explicação para a mídia atuar como partido político é que ela se transforma em um órgão de poder e, para exerce-lo, ela não aceitará jamais que um governo seja independente dela.
Qualquer governo que ouse ter uma visão independente - administrando o pais para atender as
necessidades básicas do povo em termos de saúde, educação, alimentação, dignidade, soberania e liberdade - será automaticamente atacado até se tornar dependente, ou o poder voltar aos governantes dóceis de antanho. Além disso, o poder dos grandes órgãos de comunicação existirá para atendimento de seus próprios interesses capitalistas.
At last but not least, a mídia transforma e aprisiona a mente do (e)leitor/telespectador menos desavisado recriando a realidade à sua maneira e de acordo com seus interesses políticos partidários e empresariais. É o que faz os jornalões e as revistas semanais com raríssimas exceções.
Devemos nos perguntar se é esse o tipo de jornalismo e mídia que queremos (que se transformou num partido político conservador sem obedecer as regras do TSE), ou através da conscientização e progresso intelectual/social da sociedade e exigir, como ocorre em muitos paises, um controle mais eficaz dessa mídia.
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FHC, o cônsul do império
22/09/2006 - 15:11
A Senha
Quando o ex-presidente exortou seus seguidores a “por fogo no palheiro”, numa carta criptográfica, depois didaticamente decifrada para os simples mortais numa entrevista, estava, talvez inadvertidamente, oferecendo a senha para a atual ofensiva do aparato de comunicação contra a candidatura Lula, nessa reveladora disputa para a Presidência da República. Buscava reunir, sua alteza, as últimas energias das hostes dos cavalheiros organizados sob o escudo Daslu, para deter o avanço aparentemente irrefreável do populacho rumo a mais um mandato à frente dos destinos do país. Para tanto contou, a posteriori, com o fósforo aceso oferecido pela mesquinhez de figuras incapazes de enxergar a disputa política além do espaço subterrâneo das intrigas.
Há poucos dias, conversando com um militante de larga experiência e estudioso da história política do Brasil, ouvi dele o nome e sobrenome Fernando Henrique de Lacerda. A “Carta aos eleitores do PSDB”, uma espécie de carta-testamento, na definição de Emir Sader, enviada pelo ex-presidente, na última semana, revela a impressionante atualidade da frase com que Marx abre O 18 Brumário de Luiz Bonaparte: “... todos os fatos e personagens de grande importância na história do mundo ocorrem, por assim dizer, duas vezes. E esqueceu-se de acrescentar: a primeira vez como tragédia, a segunda como farsa”.
De referência central e obrigatória para a disputa política que se travou ao longo dos últimos anos, notadamente em 2005, contra o governo Lula, quando indicava, a partir do seu artigo semanal, no espaço da imprensa liberal conservadora, o alvo do ataque, o ex-presidente se viu numa situação de ostracismo para ele, sob todos os títulos, intolerável. A estratégia tucana para a presidência optou por oculta-lo durante a campanha em virtude de sua elevada rejeição aos olhos do eleitorado. Não é de se estranhar a reação, em se tratando de quem se trata. Envergando um figurino novo, o ex-presidente, a cada momento que se dirige à sociedade, o faz num tom virulento que lembra o mais emblemático líder da direita brasileira no século XX, durante a crise final do varguismo.
Independente de outras considerações, o 24 de agosto de 1954 se constituiu no desfecho de uma tragédia com todos os significados que ela traz consigo. O tiro no peito, na solidão do Catete; a carta testamento; a comoção popular. O “Saio da vida para entrar na História” não foi apenas a frase retórica de um suicida que possuía uma aguda consciência de suas debilidades, de momento, mas também da permanência do seu legado. O gesto último, não isento de cálculo político, revela a determinação de quem decidiu sobreviver historicamente aos seus inimigos. Desencadeou a comoção popular que desejava, adiou por dez anos as pretensões dos que tentavam o golpe contra ele e cumpriu o que prometera na última frase da carta: saiu da vida para entrar na História.
Há, no entanto, diferentes maneiras para realizar essa pretensão. Na trincheira oposta, O Corvo, para lembrar o carimbo definitivo conferido por Samuel Wainer a Carlos Lacerda, viu frustradas suas pretensões golpistas, e o golpe – quando veio – foi desferido por outras mãos. Outros atores tomaram lugar na cena. Mas, cumpre ressaltar aspectos da realidade de então que conferiam a esse personagem, consistência suficiente para participar da cena da tragédia. Ele foi capaz de dar voz – com timbre e virulência inconfundíveis – reconhecida e temida por seus inimigos, aos interesses e ao discurso da direita brasileira que se organizara depois da deposição de Vargas em 45. Agia com eficácia como articulador e líder de uma rede que atava estreitamente a direita civil e a direita militar, com presença expressiva dentro de cada uma das três armas e audiência cativa nas classes médias urbanas, particularmente na capital da República.
Passado meio século, precisamente para servir aos desígnios imperiais dos Estados Unidos, Fernando Henrique, presidente, trabalhou para rebaixar o papel das Forças Armadas ao de capitães do mato, caçadores de traficantes de drogas nas fronteiras. Destruiu, assim, uma tradição herdada dos positivistas de pensar o Brasil, a médio e longo prazo, como nação e com ela boa parte dos laços entre a direita civil e a direita militar. Fernando Henrique, com a arrogância reconhecida e, não raro, ostentada, destruiu as pontes entre o apetite golpista entranhado na cultura das oligarquias brasileiras – as arcaicas e as modernas – e os instrumentos de força necessários para convertê-lo em realidade. Hoje, tucanos e pefelistas, herdeiros bastardos do lacerdismo, não têm a quem recorrer, para golpear os setores populares quando avançavam para ocupar legitima e democraticamente maiores espaços na cena política do país.
O Brasil mudou. As classes trabalhadoras mudaram seu perfil. Ampliaram significativamente seu espaço e influência nos rumos do país. Redefiniram o mapa das disputas ao incluir na agenda os interesses de vastos setores sociais antes excluídos. Construíram instrumentos de luta social e política independentes. Hoje, são capazes de mobilizar forças sociais importantes para fazer frente aos arreganhos golpistas dos que esgrimem uma retórica liberal e sonham com uma democracia sem voto. Há, como sabemos, diferentes formas de entrar para a História. Sua alteza foi convertido pelas circunstâncias em que a História se repete, neste setembro de 2006, num provecto ator de ópera bufa a esbravejar uma retórica apocalíptica em favor de um país que o povo brasileiro insiste em transformar.
Hamilton Pereira é presidente da Fundação Perrseu Abramo
http://www.pt.org.br/
A Senha
Quando o ex-presidente exortou seus seguidores a “por fogo no palheiro”, numa carta criptográfica, depois didaticamente decifrada para os simples mortais numa entrevista, estava, talvez inadvertidamente, oferecendo a senha para a atual ofensiva do aparato de comunicação contra a candidatura Lula, nessa reveladora disputa para a Presidência da República. Buscava reunir, sua alteza, as últimas energias das hostes dos cavalheiros organizados sob o escudo Daslu, para deter o avanço aparentemente irrefreável do populacho rumo a mais um mandato à frente dos destinos do país. Para tanto contou, a posteriori, com o fósforo aceso oferecido pela mesquinhez de figuras incapazes de enxergar a disputa política além do espaço subterrâneo das intrigas.
Há poucos dias, conversando com um militante de larga experiência e estudioso da história política do Brasil, ouvi dele o nome e sobrenome Fernando Henrique de Lacerda. A “Carta aos eleitores do PSDB”, uma espécie de carta-testamento, na definição de Emir Sader, enviada pelo ex-presidente, na última semana, revela a impressionante atualidade da frase com que Marx abre O 18 Brumário de Luiz Bonaparte: “... todos os fatos e personagens de grande importância na história do mundo ocorrem, por assim dizer, duas vezes. E esqueceu-se de acrescentar: a primeira vez como tragédia, a segunda como farsa”.
De referência central e obrigatória para a disputa política que se travou ao longo dos últimos anos, notadamente em 2005, contra o governo Lula, quando indicava, a partir do seu artigo semanal, no espaço da imprensa liberal conservadora, o alvo do ataque, o ex-presidente se viu numa situação de ostracismo para ele, sob todos os títulos, intolerável. A estratégia tucana para a presidência optou por oculta-lo durante a campanha em virtude de sua elevada rejeição aos olhos do eleitorado. Não é de se estranhar a reação, em se tratando de quem se trata. Envergando um figurino novo, o ex-presidente, a cada momento que se dirige à sociedade, o faz num tom virulento que lembra o mais emblemático líder da direita brasileira no século XX, durante a crise final do varguismo.
Independente de outras considerações, o 24 de agosto de 1954 se constituiu no desfecho de uma tragédia com todos os significados que ela traz consigo. O tiro no peito, na solidão do Catete; a carta testamento; a comoção popular. O “Saio da vida para entrar na História” não foi apenas a frase retórica de um suicida que possuía uma aguda consciência de suas debilidades, de momento, mas também da permanência do seu legado. O gesto último, não isento de cálculo político, revela a determinação de quem decidiu sobreviver historicamente aos seus inimigos. Desencadeou a comoção popular que desejava, adiou por dez anos as pretensões dos que tentavam o golpe contra ele e cumpriu o que prometera na última frase da carta: saiu da vida para entrar na História.
Há, no entanto, diferentes maneiras para realizar essa pretensão. Na trincheira oposta, O Corvo, para lembrar o carimbo definitivo conferido por Samuel Wainer a Carlos Lacerda, viu frustradas suas pretensões golpistas, e o golpe – quando veio – foi desferido por outras mãos. Outros atores tomaram lugar na cena. Mas, cumpre ressaltar aspectos da realidade de então que conferiam a esse personagem, consistência suficiente para participar da cena da tragédia. Ele foi capaz de dar voz – com timbre e virulência inconfundíveis – reconhecida e temida por seus inimigos, aos interesses e ao discurso da direita brasileira que se organizara depois da deposição de Vargas em 45. Agia com eficácia como articulador e líder de uma rede que atava estreitamente a direita civil e a direita militar, com presença expressiva dentro de cada uma das três armas e audiência cativa nas classes médias urbanas, particularmente na capital da República.
Passado meio século, precisamente para servir aos desígnios imperiais dos Estados Unidos, Fernando Henrique, presidente, trabalhou para rebaixar o papel das Forças Armadas ao de capitães do mato, caçadores de traficantes de drogas nas fronteiras. Destruiu, assim, uma tradição herdada dos positivistas de pensar o Brasil, a médio e longo prazo, como nação e com ela boa parte dos laços entre a direita civil e a direita militar. Fernando Henrique, com a arrogância reconhecida e, não raro, ostentada, destruiu as pontes entre o apetite golpista entranhado na cultura das oligarquias brasileiras – as arcaicas e as modernas – e os instrumentos de força necessários para convertê-lo em realidade. Hoje, tucanos e pefelistas, herdeiros bastardos do lacerdismo, não têm a quem recorrer, para golpear os setores populares quando avançavam para ocupar legitima e democraticamente maiores espaços na cena política do país.
O Brasil mudou. As classes trabalhadoras mudaram seu perfil. Ampliaram significativamente seu espaço e influência nos rumos do país. Redefiniram o mapa das disputas ao incluir na agenda os interesses de vastos setores sociais antes excluídos. Construíram instrumentos de luta social e política independentes. Hoje, são capazes de mobilizar forças sociais importantes para fazer frente aos arreganhos golpistas dos que esgrimem uma retórica liberal e sonham com uma democracia sem voto. Há, como sabemos, diferentes formas de entrar para a História. Sua alteza foi convertido pelas circunstâncias em que a História se repete, neste setembro de 2006, num provecto ator de ópera bufa a esbravejar uma retórica apocalíptica em favor de um país que o povo brasileiro insiste em transformar.
Hamilton Pereira é presidente da Fundação Perrseu Abramo
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