domingo, março 04, 2012

Paquistão está dificultando a retirada dos EUA do Afeganistão

2/3/2012, Ron Synovitz e Iskandar Aliev, Tadjiquistão
http://www.atimes.com/atimes/South_Asia/NC02Df02.html
Entreouvido na Vila Vudu

Essa notícia que vos chega gratuitamente do Tadjiquistão é totalmente desjornalística e TOTALMENTE SENSACIONAL.

As ‘potências ocidentais’ estão láááááá longe, esperneando na arapuca em que se meteram sem ser chamadas, para implantar a democracia e acabar com o terrorismo na galáxia, tudo a ferro e fogo e targeted killings. Só que já não conseguem nem abrir uma picada no mato, pra carregar de volta as zilhões de zilhões de toneladas de armas que levaram para lá e, agora, têm de carregar nas costas de volta prô ‘ocidente’, e rápido... antes que os ‘nativos’ passem a mão naquele tresloucado arsenal.

Ah, sim, sim, “o presidente Nursultan Nazarbayev do ‘leopardo das neves’ Cazaquistão já falava de uma União Eurasiática desde 1994, como Pepe Escobar escreveu em “Jogo de Xadrez na Eurásia”, em novembro do ano passado (http://redecastorphoto.blogspot.com/2011/12/pepe-escobar-jogo-de-xadrez-na-eurasia.html).
Ele deve estar adorando receber lá esse desfile de ministros das ‘grandes potências’, um depois do outro.
Quanto a Putin, que nunca foi Washington Luiz, nem jamais supôs que “governar é abrir estradas”...
Bom... A eleição de Putin acontece no próximo domingo. Não deu na Globo, mas... a Hilária está sendo comida pela perna.
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Paquistão está dificultando a retirada dos EUA do Afeganistão 2/3/2012, Ron Synovitz e Iskandar Aliev, Tadjiquistão
http://www.atimes.com/atimes/South_Asia/NC02Df02.html
O principal comandante de transporte militar dos EUA disse que é necessário que o Paquistão reabra à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) as rotas de transporte pesado que cruzam território paquistanês, para que os EUA consigam completar a retirada do Afeganistão até o final de 2014.

Em novembro de 2011, o Paquistão fechou as estradas de transporte pesado, pela qual transitavam os suprimentos para a OTAN, em momento de grave deterioração nas relações com os EUA e a OTAN.

Dia 28/2, o general William Fraser do exército dos EUA disse à Comissão das Forças Armadas do Senado[1] que a chamada “Rede Norte de Distribuição”, que cruza a Ásia Central, não basta para o transporte de todos os tipos de carga que têm de ser levados do Afeganistão, ao ritmo necessário para manter o cronograma da retirada.

Fraser disse que há acordos vigentes com o Tadjiquistão, Quirguistão e Cazaquistão que pemitem o trânsito por esses países, do equipamento que ainda está no Afeganistão – mas os acordos não permitem que se transportem armas de nenhum tipo.

Disse que os EUA estão explorando outras vias para deslocar suprimentos não letais e alguns tipos de blindados que podem ser transportados através daqueles países.

Suas declarações sugerem que blindados leves como os US Humvee utilizados pelos soldados dos EUA no Afeganistão – e talvez também os veículos Bradley blindados para transporte de pessoal – podem transitar pela Ásia Central sem violar acordos existentes, desde que todas as armas sejam removidas.

Mas é preciso encontrar outra solução para transportar os tanques pesados M1A1 Abrams que foram usados na província de Helmand no início de 2011.

Fraser disse também que Rússia e Uzbequistão liberaram o trânsito pelas estradas em seu território, para a retirada de equipamento.

A estrada do Tadjiquistão

No Tadjiquistão, o porta-voz do ministério da Defesa, Farhod Ibodulloev, disse ao serviço tadjique de notícias, dia 29/2, que o general Fraser visitou Dushanbe semana passada, para encontros com o ministro da Defesa Sherali Khayrulloev.

Os analistas tadjiques lembram que, em 2007, os EUA concluíram a construção de uma ponte, estimada em $37 milhões de dólares, sobre o rio Panj, que liga o norte do Afeganistão e o Tadjiquistão. Essa ponte poderia ser usada para retirada de materiais. O porta-voz informou que o general americano e o ministro concordam que, para o trânsito de carga, são suficientes os acordos existentes, e não se exige nenhum novo acordo para a retirada de equipamento não letal e veículos blindados.

Aquela ponte permite tirar do Afeganistão cargas da OTAN e transportá-las até a base aérea francesa em Dushanbe, dali a uma base alemã no Uzbequistão ou ao Quirguistão, onde os EUA mantêm alugada uma parte do Aeroporto Internacional Manas, onde armazenam as cargas que circulam pela Rede Norte de Distribuição. A carga da OTAN também pode ser embarcada por via férrea no Tadjiquistão, atravessando a Rússia, até portos do Báltico.

Na audiência no Senado, dia 28 de fevereiro, Fraser disse também que todos os aviões que traziam suprimentos para o Afeganistão estão agora sendo completamente carregados com os itens não letais a serem retirados, e que chegaram como parte do surge, no final de 2012, que elevou o número de soldados no Afeganistão, de 70 mil, para 110 mil.

Contudo, disse Fraser, o fechamento das estradas para transporte de equipamento pesado por terra através de território paquistanês, que eram usadas para levar até o Afeganistão grande parte do equipamento militar usado pelos EUA, já reduziu o ritmo da retirada e passa agora a ameaçar gravemente todo o cronograma.

Planos britânicos

Oficiais da Grã-Bretanha também tentam encontrar rotas alternativas para retirar de território afegão seus soldados e carga militar. O secretário da Defesa britânico, Philip Hammond, esteve no Uzbequistão dia 29 de fevereiro, onde assinou acordo com o governo do Cazaquistão, para trânsito aéreo em território daquele país, de equipamento militar e soldados.

O ministério da Defesa da Grã-Bretanha informou que Hammond e o presidente cazaque Nursultan Nazarbaev também acertaram o início das conversações para construir um acordo para transporte de equipamento militar e soldados também por terra.

Em Astana, Hammond disse que a Grã-Bretanha enfrentava “gigantesca operação logística” para retirar do Afeganistão 11 mil contêineres e cerca de 3 mil veículos blindados – e que a Grã-Bretanha começava a “trabalhar com nossos parceiros na região, para dar conta dessa operação”.

O ministro da Defesa do Cazaquistão, Adibek Dzhaksybekov, disse, depois das reuniões com Hammond dia 28 passado, que “a cooperação militar internacional” é um dos itens cruciais para “garantir a segurança regional”.

Essa semana, também o ministro britânico das Forças Armadas, Nick Harvey, deve chegar à região, para dar prosseguimento às negociações iniciadas por Hammond, no Quirguistão, Tadjiquistão e Turcomenistão.


[1] Ver “Texto preparado para a audiência no Senado”, Air Force Magazine, 28/2/2012, http://www.airforce-magazine.com/SiteCollectionDocuments/Testimony/2012/February2012/022812fraser.pdf