5/1/2018, Pedro Augusto Pinho* [msg. distribuída por e-mail, aqui redistribuída]
A Petrobrás é fruto da coragem e da habilidade política do Presidente Getúlio Vargas, grande eleitor mesmo 63 após sua morte, e da atuação da própria empresa, que sempre promoveu o desenvolvimento nacional.
Como todos os brasileiros, desde os analfabetos até os que se orgulham de seus dois neurônios, têm perfeito conhecimento, a Petrobrás sempre sofreu a oposição das forças que representam entre nós os interesses estrangeiros, a escravidão e a ignorância.
Não me deterei na história destas agressões, sempre cantando o dueto corrupção-comunismo, único discurso que estes inimigos do Brasil conseguem articular. Mas é interessante relembrar o que ocorreu em 1964.
Vitorioso o movimento militar, a Petrobrás, tida como antro de corrupção e comunismo, foi no dia 7 de abril de 1964 entregue para a “depuração”, ao Marechal Adhemar de Queiroz.
Competente comandante, o Marechal procurou, logo que assumiu, conhecer detalhadamente a empresa. Conversou com chefes e subordinados, com os possíveis aliados do 31 de março e os que se recolhiam temerosos de represálias. Concluiu que a Petrobrás era muito menos corrupta do que a imensa maioria das empresas privadas, nacionais e estrangeiras, que conhecera ao longo de sua carreira. Também compreendeu rapidamente que os comunistas eram muito menos numerosos do que os inimigos do Brasil que trabalhavam nos Diários Associados e no Globo e que cantavam loas à “revolução”. Tampouco nem os supostos corruptos nem os supostos comunistas só pensavam em enriquecer com o “ouro para o bem do Brasil” de Chateaubriand.
O Marechal Adhemar de Queiroz foi um defensor da Petrobrás contra os quadros do Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (IPES) e da Consultec que cercavam o Presidente Castelo Branco.
A Petrobrás cresceu, fez surgir empresas brasileiras em diversas áreas da engenharia, promoveu o desenvolvimento tecnológico, patrocinou pesquisas acadêmicas e projetos de cultura nacional. Tornou-se uma invejável e grande empresa. Até que foi assaltada, dia 24 de março de 1999, pelo tucanato.
Desde então passou a sofrer os oito anos de demolição sob a chefia do francês Henri Philippe Reichstul, até 2001; e do banqueiro, formado na Wall Street, Francisco Gross, até 2003.
Além de alterar a situação jurídica da Petrobrás, pela Lei nº 9478/1997, reestruturaram a organização da empresa, facilitando a ação corrupta de seus gerentes e dirigentes, pela quebra da linha hierárquica até então vigente.
Houve, ainda, um grande negócio que mereceria a ação competente do Ministério Público Federal (MPF), não fosse hoje esta instituição, por vários de seus membros, um braço do tucanato.
Em 2000, a Petrobrás de Reichstul começa a vender suas ações na Bolsa de Nova Iorque. Hoje, 29,83% das ações ordinárias e 44,23% das ações preferenciais estão em mãos de pessoas físicas e jurídicas no exterior. Observe o caro leitor que não afirmo que seriam pessoas físicas e jurídicas estrangeiras.
É possível – como a decisão de Pedro Parente de dar um presente de quase 3 bilhões de dólares a estes “investidores no exterior” nos leva a cogitar – que os beneficiados hoje não sejam necessariamente estrangeiros, mas brasileiros, com recursos e disponibilidades políticas, que constituíram pessoas jurídicas em paraísos fiscais, para se locupletarem com as ações da Petrobrás.
Um acordo, à revelia dos acionistas brasileiros, já é ponto de suspeição. A inércia do MPF em ato de tal gravidade torna o ato e o MPF o ainda mais suspeitos. E, como mais um indício, a Polícia Federal de Temer – ou seria do PMDB? –, ocupadíssima à caça de qualquer incriminação da família Lula, não tem tempo nem quadros para investigar essa potencial evasão de divisas.
Assim a Petrobrás se verá assaltada mais uma vez em seu caixa. Assim também, os governos tucanos, direta ou indiretamente, vão transferindo as reservas brasileiras de petróleo para o controle alienígena. E a maior e mais tecnologicamente bem aparelhada empresa nacional, vai sendo destruída por seus administradores.
Este é o ódio que alguns nascidos no Brasil devotam ao nosso País. Como escrevia Camões, no episódio de Inês de Castro, nos Lusíadas, “com falsas e ferozes razões” – corrupção e comunismo – condenam à miséria, à humilhação, à vida de escravos, e por que não à morte como os filhos de Inês, milhões e mais milhões de brasileiros.
Façamos de 2018 o ano da independência.*****
* Para ouvir mais do Dr. Pedro Augusto Pinho, assista à entrevista que deu ao jornalista Beto Almeida, transmitida pela TV Comunitária do Rio em 21/2/2017, 56", em Youtube [NEd.]