'Querem
as riquezas do solo brasileiro e sacrificar Dilma e Lula', afirma cineasta
Luiz Carlos Barreto acredita que campanha contra a Petrobras
tem por objetivo a privatização do pré-sal
por Redação RBA publicado 24/02/2015
12:18, última modificação 24/02/2015 14:49
Barreto: “Você não pode pedir o fechamento do Congresso
porque um deputado ou senador cometeu atos irregulares"
São Paulo – O país não pode abrir mão da Petrobras e de
empreiteiras brasileiras que têm não só mercado nacional como internacional,
dada a qualidade dos serviços, know-how técnico dessas empresas, “hoje
patrimônio nacional”, afirma o cineasta Luiz Carlos Barreto em entrevista à
jornalista Marilu Cabañas, na Rádio Brasil Atual.
“Punam-se os responsáveis, as pessoas que praticaram os
malfeitos, como diz a presidenta Dilma”, diz o cineasta, acrescentando que é
preciso preservar a existência das empresas. Tanto a Petrobras quanto as
empreiteiras foram vítimas de maus gestores, de aventureiros, na opinião do
cineasta.
“Se a gente fosse punir o Congresso Nacional por cada malfeito
que os deputados e os senadores fazem através dos tempos, os escândalos que
aparecem envolvendo parlamentares, se você fosse culpar e fechar o Congresso,
nós viveríamos em permanente regime de ditadura.”
E continua: “Você não pode pedir o fechamento do Congresso
porque um deputado ou senador ou ambos cometeram atos irregulares; a mesma
coisa se aplica à Petrobras e empreiteiras. Você não pode querer liquidar com
as empresas ou privatizar a Petrobras porque alguns dirigentes ou funcionários
cometeram atos ilegais”.
Para o cineasta, a delação não é aceitável, porque quem
delata, segundo ele, não merece credibilidade. Ele pondera que todas as
acusações estão sujeitas a prova, mas a mídia já incriminou e julgou de maneira
acabada. “Hoje o noticiário não é apenas informativo, ele é conceitual; o
noticiário virou algo opinativo, a notícia já é redigida de uma maneira contra
os manuais de redação. A reportagem deve ser informativa, não pode ser
opinativa.”
O que existe na verdade é uma luta de posse pelo pré-sal,
segundo o cineasta. “O pré-sal, que é a maior reserva de petróleo do mundo,
porque ele vai de Porto Alegre a Belém, segundo os estudos e as prospecções,
então, isso é um patrimônio nacional e hoje a Petrobras é igual à Amazônia.
Querem privatizar a Petrobras como internacionalizar a Amazônia, quer dizer,
são interesses econômicos de se apossar de uma riqueza nitidamente nacional”,
afirma.
“A desgraça da Petrobras é ela ter descoberto o pré-sal,
isso despertou toda a ambição da banca internacional, do capital financeiro
internacional, isso é o que está na cara. Nós estamos vendo o filme se repetir:
o Getúlio (Vargas) foi levado ao suicídio por causa da Petrobras; no mesmo ano
de sua morte, foi derrubado Perón (na Argentina). Hoje estão tentando
derrubar a Dilma e a presidenta da Argentina (Cristina Kirchner).”
"Tudo isso ocorre porque não conseguiram derrotar a
presidenta Dilma nas urnas", destaca o cineasta. “Através das urnas, as
camadas populares entenderam que esses governos são a favor da população pobre,
que hoje em dia está fidelizada com os partidos de tendência de esquerda. Não é
só o problema da corrupção, porque quanto a isso você pune a pessoa e acabou. O
problema é se apossar das riquezas que estão no solo brasileiro. Isso
sacrificou Getúlio, João Goulart, e agora querem sacrificar a Dilma, o Lula e
todos os líderes populares que surjam ou venham a surgir terão esse tipo de
combate.”
Ouça a entrevista na
íntegra: