quinta-feira, março 02, 2006

CRESCIMENTO PÍFIO... será mesmo??

Uma interessante reflexão sobre a situação economica do Brasil atual, muito diferente do que tenta ditar o "pensamento único" propagado pela nossa imprensa corporativa...

From: André Lux


O PIB brasileiro deve ter fechado 2005 como o maior da América Latina, posição que perdemos para o México em 2002 (no governo FHC, portanto). Assim, o tal crescimento pífio é conversa fiada da oposição.A imprensa fala do crescimento do PIB de 2,3% ('esquecendo-se' que este vem depois do crescimento de 4,9% em 2004, o maior em mais de 10 anos), mas ignora que tal crescimento está sendo obtido com redução e controle da inflação (que diminuiu de 12,5% em 2002 para 5,7% em 2005), com redução da dívida pública/PIB (que diminuiu de 57,5% para 51,6% do PIB no governo Lula) e da dívida externa (que caiu de US$ 210 bilhões em 2002 para US$ 168 bilhões em 2006) e também com a valorização da moeda nacional em relação ao Dólar. Antigamente, o Brasil crescia mais (7% ao ano, em média, entre 1930-1980) mas tal crescimento era, em grande parte, falso e ilusório, pois foi financiado com inflação alta e com o aumento brutal da relação dívida/PIB. Com isso, o país crescia muito durante alguns anos e depois ficava estagnado ou entrava em recessão. Exemplo disso ocorreu no governo JK, quando o país chegou a crescer mais de 10% ao ano e, quando o mesmo terminou, a economia passou a crescer muito menos e, entre 1962 e 1966 ela ficou praticamente estagnada, se descontarmos o crescimento demográfico. E a inflação cresceu.A inflação elevada aumenta a concentração de renda e as desigualdades sociais, pois os ricos lucram com a inflação, mas os pobres perdem, pois seus ganhos aumentam bem menos do que a inflação.Fazer um país crescer baseado em inflação alta, moeda fraca e desvalorizada e endividamento exagerado é fácil. Difícil é fazer o país crescer com inflação em queda e sob controle, moeda valorizada e, ainda, com redução da dívida pública/PIB, como o Brasil está conseguindo no governo Lula.Por isso, o crescimento do PIB que temos no governo Lula é muito mais significativo do que se pensa, pois o país cresce ao mesmo tempo em que a inflação e a relação dívida/PIB diminuem e a moeda nacional se valoriza. Além disso, o PIB brasileiro foi afetado, em 2005, por fatores que não se repetirão em 2006, como:1) a crise política, que já diminuiu muito de intensidade e que assustou, temporariamente, investidores e consumidores (principalmente no 3o. trimestre de 2005);2) a quebra da safra agrícola (devido ào clima ruim), que foi cerca de 13 milhões de toneladas inferior às previsões iniciais, fato este que não irá se repetir em 2006 pois as condições climáticas estão muito melhores do que no ano passado;3) a demora do Banco Central em iniciar a queda da taxa básica de juros (que começou apenas em setembro e que demora cerca de 6 meses para surtir efeito na economia), mesmo depois de ter constatado que a inflação estava sob controle e caminhando para a meta de inflação que o BC queria alcançar. Tais fatores não se repetirão em 2006. E somados com o aumento real do salário mínimo, da correção da tabela do IR, com maiores investimentos públicos, com redução de impostos para itens da construção civil, com o reajuste da tabela do Simples, com a continuidade da queda da taxa básica de juros e do desemprego, com o reajuste salarial do funcionalismo federal - que será anunciado em breve - com a continuidade do aumento das exportações - que estão crescendo quase 20% em relação a 2005 até o momento - com o aumento da safra agrícola em cerca de 13 milhões de toneladas, teremos um crescimento do PIB muito maior em 2006 (provavelmente entre 4 e 4,5% do PIB).Com isso, o Brasil terá acumulado, no triênio 2004/2006, um crescimento do PIB de cerca de 11,5 a 12%, ao mesmo tempo em que reduz e controla a inflação, reduz a relação dívida/PIB e a dívida externa e em que o Real se valoriza.

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