O líder do governo na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), criticou nesta terça-feira (21), da tribuna do plenário, a atitude da oposição de “indignação seletiva” com a quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa para “proteger apenas os seus e usar a divulgação da quebra do sigilo para atacar o ministro Palocci”, disse.
“Alguns deputados já tiveram estampados seus sigilos fiscais e telefônicos e, no entanto, não houve nenhuma indignação”, disse.
O líder do governo lembrou que, em agosto de 2004, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles teve seu sigilo fiscal e patrimonial divulgado por uma revista, “para fins políticos e eleitorais”.
Também em 2004, acrescentou Chinaglia, a Concrab (Confederação das Cooperativas de Reforma Agrária do Brasi), teve seu sigilo fiscal e bancário estampado em dois jornais de circulação nacional, sendo que as informações estavam sob a proteção da CPI da Terra.
“Se estamos em defesa — e estamos — do Estado de Direito, é preciso que a indignação seja mais generosa, mais extensiva. Por que o caseiro merece respeito e o ministro Palocci, não”? indagou o líder do governo.
“Respeito todos aqueles que permanentemente saem em defesa dos direitos individuais, dos direitos de cidadania, portanto respeito os que reagiram à quebra ilegal do sigilo bancário do caseiro Francenildo, bem como sua divulgação, mas o ministro Palocci também merece respeito”, salientou.
Para o líder Arlindo Chinaglia, o caseiro Francenildo precisa ser apoiado e defendido, “mas não transformado num ícone da moralidade”.
Chinaglia salientou que foi o governo Lula que chamou o Ministério Público para acompanhar a investigação que está sendo realizada pela Polícia Federal.
“E é preciso ficar claro que não foi o governo que suspendeu o depoimento do Francenildo, e sim o Supremo Tribunal Federal”, disse. “Os partidos de oposição agora se arvoram em defensores da legalidade, da moralidade, da democracia. Mas não disseram isso quando foi o Supremo Tribunal Federal que obrigou o Senado a instalar a CPI dos Bingos. Então, não pode haver dois pesos e duas medidas”, acrescentou.
“Desafio a oposição para que convide o ministro Palocci para um debate, no sentido de esclarecer aquilo que interessa à Nação, e não a acusação sórdida, nem sempre explícita que envolve sua vida particular, da sua família e sem nenhuma prova”, afirmou Chinaglia.
O líder do governo enfatizou que é preciso que a oposição entenda que impedir o presidente Lula de governar é atrapalhar o Brasil.