terça-feira, setembro 30, 2014

Dilma não está isolada em sua posição contrária aos ataques liderados pelos Estados Unidos

Dilma não está isolada em sua posição contrária aos ataques liderados pelos Estados Unidos contra o Estado Islâmico no Iraque e na Síria. O uso da força só em legítima defesa ou autorizada pelas Nações Unidas.
América Latina e Caribe exigem ante as Nações Unidas que se ponha fim às guerras e se semeie a paz
24 Set. AVN.- "Não se combate o terrorismo fazendo soar tambores de guerra", foi a reflexão feita pela presidenta da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, durante sua intervenção ante a 69ª Assembleia Geral da ONU.
Em relação aos planos bélics de alguns países membros da ONU contra outras nações, a mandatária criticou que “sempre correm rios de sangue” nas lutas contra o terrorismo, pelo que reclamou “refletir profundamente acerca da necessidade das Nações Unidas recuperar sua liderança para que contribua na luta contra o terrorismo e assim poder deixar aos nossos filhos um mundo muito melhor”.
Uniram-se à voz de Dilma Rousseff, a primeira a discursar, os presidentes da Venezuela, Nicolás Maduro; do Chile, Michelle Bachelet; do México, Enrique Peña Nieto; da Bolívia, Evo Morales; da República Dominicana, Danilo Medina; da Costa Rica, Luis Guillermo Solís; e de Honduras, Juan Orlando Hernández.
Aliança de paz
Maduro conclamou a "construir uma nova Organização das Nações Unidas, para a paz”.
"Acreditamos que em vez de estar bombardeando e bombardeando, numa lógica demencial, há que se construir uma grande aliança de paz contra o terrorismo, respeitando os governos soberanos de todas as regiões”, enfatizou. "Não é a ameaça de uso da força que nos vai levar a uma paz estável”, expressou.
Contra as intervenções
Dilma Rousseff questionou as políticas intervencionistas empreendidas pelos Estados Unidos em países como Iraque e Siria, ações que afastam o mundo de alcançar a paz.
"Cada intervenção militar não permite avançar em direção à paz e sim que vemos que os conflitos se agravam com graves consequências humanitárias”, advertiu a mandatária.
Reforma do Conselho de Segurança
A presidenta Bachelet manifestou a necessidade de reformar o Conselho de Segurança da ONU.
"A reforma do Conselho de Segurança é uma tarefa pendente que exige decisão política e pronta ação. Essa instância trouxe contribuições para abordar e prevenir crises mundiais, “porém em muitas ocasiões, lamentavelmente, o Conselho não foi e não tem sido capaz de atuar com a unidade de seus membros”.
O presidente Enrique Peña Nieto precisou que “o México apoia e valoriza as operações para a manutenção da paz, instrumento da ONU que ajuda os países a superar conflitos e criar condições para uma paz duradoura mediante ações de reconstrução e assistência humanitária”.
Estados Unidos deixam rastro de morte
O presidente da Bolívia, Evo Morales, indicou que a política intervencionista que os Estados Unidos mantêm sobre outras nações traz consigo a miséria e a destruição desses povos.
"A invasão do Iraque em 2003, somada a outros fatos históricos, nos deixou a lição que onde os Estados Unidos intervêm, deixa destruição, ódio, miséria e morte, mas também deixa riquezas em mãos das transnacionais”, advertiu.
Morales recordou que a invasão do Iraque, sob a suposta denúncia de posse de armas de destruição em massa, que jamais foram encontradas, desestabilizou toda a região.
O mandatário boliviano questionou, ademais, as ações terroristas contra o povo sírio e o apoio que os grupos terroristas receberam das potências ocidentais.
"Guerra contra guerra não é igual a paz, é uma fórmula perversa da morte e da confrontação sem fim”, expressou.
“Devemos resolver as causas estruturais da guerra, da marginalidade, da pobreza, da ausência de oportunidades, da exclusão cultural, política e social, da discriminação, da desigualdade, da usurpação dos territórios, do capitalismo impiedoso e a ditadura dos interesses capitalistas", enfatizou Morales.