terça-feira, abril 11, 2006

BIOCOMBUSTÍVEIS: os tucanos dizem que isso é um delírio do presidente LULA...

Diretor do BNDES aponta etanol como nova fronteira econômica

A nova fronteira brasileira é o etanol, disse ontem ao diretor de Planejamento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, Antonio Barros de Castro, ao comentar a diversificação do comércio brasileiro - em produto e em regiões.Ele sugeriu que o Brasil deverá, inclusive, liderar esse processo no mundo."A economia do Brasil é hoje bastante internacionalizada, o que constitui um fenômeno positivo. Ela exporta para o mundo inteiro. Os ovos estão em todas as cestas", afirmou. Barros de Castro se disse otimista em relação ao etanol porque é um campo em que "podem surgir novidades". E destacou: "Não é mais só o Japão, com seus 10 milhões de litros de encomenda sendo negociada. É também a Califórnia e há vários outros indícios de um quadro imensamente favorável ao etanol".O diretor lembrou que a cadeia do álcool "vai desde a cana até uma ponta onde estão as biorefinarias, plásticos etc. É frondosa, com vários ramos, e o Brasil tem mostrado que está se preparando para ocupar esse campo com grande peso".Na avaliação dele, o Brasil ainda deve vencer duas limitações e a primeira delas é que o mercado de etanol ainda não está construído adequadamente. "Ainda não existe a commodity etanol. Ou seja, não há padronização. O Brasil tem que ajudar na construção desse mercado para que o consumidor tenha segurança de que, ao comprar etanol, está comprando algo que ele conhece perfeitamente e que tem determinadas propriedades definidas".A outra limitação, segundo Barros de Castro, é que para construir esse mercado o Brasil não deve ficar sozinho. Ele ressaltou a necessidade de se pluralizar a economia do etanol: "Nós só vamos poder exportar em massa se ajudarmos outros países, como África do Sul, Índia, México, a produzirem etanol. O ideal para o Brasil seria liderar esse processo, mas pelo problema de segurança energética, seria completamente contraproducente ter um peso excessivo dele".O diretor informou que está em curso "uma verdadeira onda de construção de usinas", com 80 empreendimentos. E que estudo patrocinado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia aponta dois cenários de adição do etanol à gasolina, nas proporções de 5% e de 10%. "Isso implicaria um salto da presença brasileira e uma afirmação crescente da rota energética etanol, o que nos deixa entusiasmados", avaliou. (Fonte: Agencia Brasil)

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Álcool é solução para indústria química

São Paulo - A alcoolquímica tem potencial para demandar 7 bilhões de litros de etanol no mercado interno. Depois de se consolidar no mercado brasileiro de combustíveis - motivado pelo lançamento dos carros flex-fuel -, o álcool pode tornar-se também matéria-prima para a indústria química, que no momento procura alternativas para substituir os insumos derivados do petróleo, cujos preços do barril voltaram a alcançar patamares elevados no mercado internacional, próximos de US$ 70.Empresas como a Oxiteno não descartam a possibilidade de utilizar, no futuro próximo e "em alguns casos", a alcooquímica no lugar da petroquímica. "O bom momento do etanol e o presente cenário do petróleo sinalizam que devemos analisar a competitividade da alcoolquímica à luz destes novos parâmetros, definindo, caso a caso, a oportunidade de investimento nessa área", diz Pedro Wongtschowski, diretor-superintendente da Oxiteno.Segundo estimativa de Wongtschowski, o potencial da alcoolquímica no mercado brasileiro é enorme. "Em tese, a alcoolquímica pode demandar, só para o mercado interno, cerca de 7 bilhões de litros de álcool por ano", diz Wongtschowski. Trata-se de um número nada desprezível, considerando que o atual mercado doméstico movimenta anualmente 13 bilhões de litros - a absoluta maioria destinada ao setor de combustível (álcool anidro e hidratado). Uma pequena parte da produção brasileira de álcool - em torno de 2 bilhões - é exportada para o mercado externo.Diversos produtos convencionalmente derivados da plataforma petroquímica também podem ser obtidos a partir do álcool. O maior exemplo é o eteno, principal petroquímico básico consumido no País, produzido a partir da nafta e que serve de matéria-prima para a produção de resinas termoplásticas (politetilenos e poliestireno), PVC, entre outros produtos. Para Wongtschowski, hoje e futuramente, as mais atrativas aplicações do álcool na indústria química, porém, serão aquelas voltadas à produção de "compostos oxigenados" - que contêm oxigênio na composição de sua molécula -, como o ácido acético, acetato de etila e butanol.Segundo o Marcello Guimarães Mello, um dos maiores especialistas em energia renovável do País, o álcool nada mais é que um petróleo limpo e renovável. "Ele (etanol) também serve para produzir plástico, borracha, adubo nitrogenado, entre outros", enfatiza. Na verdade, conforme lembra o diretor-superintendente da Oxiteno, a alcoolquímica não é novidade para as indústrias brasi-leiras. "No Brasil, a alcoolquímica precedeu a petroquímica por várias décadas. Muitos produtos tidos atualmente como ‘petroquímicos’, dos quais o exemplo mais relevante é o eteno, tiveram suas produções iniciadas utilizando o etanol como matéria-prima", diz.O principal motivo para o arrefecimento da alcoolquímica no passado foi de natureza econômica. "Os produtos petroquímicos, derivados de matéria-prima mais competitivas, produzidos por rotas tecnológicas mais avançadas e em escalas comerciais de produção, apresentaram custos de produção menores que os alcoolquímicos, deslocando-os do mercado consumidor", explica.Agora, com a oferta abundante de álcool - que tende a crescer ainda mais, uma vez que são esperados investimentos pesados por parte das usinas sucroalcooleiras - e os sinais de que o preço do petróleo irá se manter em patamares elevados, as indústrias de químicos começam a repensar a possibilidade do uso da matéria-prima oriunda da cana-de-açúcar. Na avaliação do diretor-superintendente da Oxiteno, o avanço da alcooquímica no País dependerá "fortemente" de três principais fatores: a queda no custo de produção do álcool, a manutenção do cenário de alta da cotação internacional do petróleo e disponibilidade comercial de novas tecnologias direcionadas exclusi-vamente para o setor".Por enquanto, nas contas de Wongtschowski, o preço de mercado do álcool o exclui como matéria-prima viável para a maioria das aplicações possíveis. No entanto, além do fato do uso do petróleo como matéria-prima ter vida relativamente curta - as reservas atuais no mundo permitem suprir a demanda mundial por 40 anos, conforme estimativas -, é grande a chance de surgirem novas tecnologias no País que reduzem consideravelmente o custo de produção do etanol.Para Telma Franco, professora da Faculdade de Engenharia da Universidade de Campinas (Unicamp), o custo de produção do etanol pode ser reduzido pelas tecnologias que proporcionam o aproveitamento integral da cana-de-açúcar. Segundo ela, é possível viabilizar a produção de produtos químicos a partir da biomassa e não apenas da produção do álcool pela fermentação da sacarose da cana. "O Brasil tem condições de aproveitar melhor a cana, melhorando o rendimento do bioetanol (álcool) a partir da utilização do bagaço e da palha de cana", afirma. Nesse processo, são convertidas a açúcares adicionas do bagaço e da palha, os quais, por sua vez, podem ser convertidos a etanol adicional. "Com essa tecnologia, o rendimento do bioetanol pode dobrar sem que precise aumentar a área plantada", diz o especialista.Seminário do UniempA alcoolquímica será o tema central do seminário "Perspectiva industriais para o bioetanol", que será realizado nesta quarta-feira, em São Paulo. Promovido pelo Instituto Uniemp - Fórum Permanente das Relações Universidade-Empresa, da Unicamp, o evento terá a participação de brasileiros e europeus vinculados a instituições de pesquisa, indústrias e órgãos governamentais. "O seminário tem como objetivo proporcionar a troca de experiências nas mais diversas áreas da cadeia de produção e de aplicação do bioetanol", diz Saul d’Avila, diretor de assuntos científicos do Uniemp. (Fonte: Gazeta Mercantil/Denis Cardoso)

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DuPont anuncia unidade global de biocombustíveis

Passado menos de um mês do anúncio de sua mega reestruturação para tornar-se mais rentável, a gigante norte americana DuPont (receita com vendas de US$ 27,3 bilhões) fez ontem o anúncio mundial da criação uma unidade global de negócios em biocombustíveis. A DuPont Biocomusbíveis reunirá os negócios de agricultura e etanol combustível, que atualmente rendem uma receita de US$ 300 milhões à empresa. A companhia prevê grande crescimento nesta cifra até 2010, segundo comunicado divulgado através do site da companhia. A unidade centrará pesquisas direcionadas a novos mercados no mundo com potencial demanda nesta área.A DuPont Biocombustíveis estará sob a direção de John Ranieri, vice-presidente e diretor geral de Materiais da DuPont - Energia & Especialidades. O executivo será responsável por dirigir uma equipe que será responsável por conduzir projetos de criação de valor em biocombustíveis."As capacidades científicas do DuPont no setor nos darão um crescimento substancial" disse o vice-presidente sênior e responsável pelo departamento de Ciência e Tecnologia, Thomas M. Connelly. "A nova unidade de negócio será uma combinação rara das capacidades da DuPont em biotecnologia agrícola, projetos metabólicos, química e processo para acelerar a venda de soluções rentáveis", disse o executivo.Consultada sobre a nova unidade, a DuPont Brasil informou que não vai se pronunciar sobre o papel de nosso País na nova unidade da empresa, embora o Brasil possua grande potencial nesta área. No País, onde possui receita de US$ 850 milhões, a Du Pont atua nos setores grícola, química e petroquímica, automobilística, embalagens e polímeros industriais, eletrônica, construção e decoração, indústria gráfica, segurança, papel e celulose, produtos domésticos e biotecnologia.Ontem, a DuPont e a Syngenta anunciaram a criação de uma joint-venture para vender soluções genéticas para milho e soja para empresas de sementes dos EUA e Canadá. (Fonte: Gazeta Mercantil)