segunda-feira, outubro 24, 2011

Miriam Leitão acertou mais uma

                                                  Banca de revista em Buenos Aires


em 27.10.2010
A morte do ex-presidente Nestor Kirchner altera completamente o quadro político da Argentina. Ele era o pré-candidato à presidência da República na eleição do ano que vem numa alternância combinada com sua mulher, a presidente Cristina Kirchner.
Na verdade, altera o quadro de poder na Argentina no momento, porque os dois governaram juntos no mandato dela, com inclusive preponderância dele sobre ela. Houve um momento no começo do governo em que ela só cuidava de questões protocolares, ficando a maior parte do tempo na Residência de Olivos enquanto ele governava, Kirchner é que comanda a relação do governo com os sindicatos e o Partido Justicialista.
Para o bem e para o mal, os dois se misturaram. A tal ponto que ele esteve envolvido em escândalos do governo e nos projetos mais polêmicos. No La Nacion de hoje um artigo do jornalista Luis Majul dizia que em 2012 ou Kirchner estaria na cadeia ou na Casa Rosa.
O projeto do casal era aumentar o controle sobre a imprensa, para eliminar críticas, aumentar o crescimento - este ano o país está crescendo - esconder a inflação através de manipulação dos dados, intensificar o caráter populista do Partido Justicialista e reelegê-lo no ano que vem.
Como será o governo de Cristina sem ele é uma incógnita porque apesar de ela ter feito uma carreira política prévia ela se deixou eclipsar por ele. Recentemente aumentaram os rumores de atritos entre os dois, mas a união deles politica parecia indissolúvel. Até que a morte os separou.
A Argentina deve aprofundar a crise e a divisão passadas as emoções da despedida. Hoje é o dia em que os argentinos estavam em feriado nacional para ajudar o trabalho do Censo. Uma pesquisa que - parece incrível vendo da perspectiva do censo brasileiro - estava sendo considerada suspeita de ser usada para manipular os dados para a eleição do ano que vem, e por isso é objeto de campanha de boicote.
Assim, dividida, fragmentada, em delicado momento político, a Argentina perde o ex-presidente que a tirou da última e devastadora crise de 2001/2002. Sem ele, acaba o Kirchnerismo.

http://oglobo.globo.com/economia/miriam/posts/2010/10/27/morte-de-kirchner-altera-quadro-politico-atual-a-sucessao-335937.asp#.TqU6LgAwwHM.facebook



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Cristina Kirchner é reeleita com vitória esmagadora


A presidente argentina, Cristina Kirchner, conquistou uma vitória esmagadora com 53,7% dos votos, após a apuração de 97% das urnas, o maior triunfo desde o retorno da democracia em 1983. A participação popular foi alta, de 77% dos quase 29 milhões de eleitores.


A vitória arrasadora permite a Cristina Kirchner manter a maioria no Senado e recuperar o controle da Câmara dos Deputados, perdido nas legislativas de 2009.

"Convoco a unidade, aprofundando um projeto que ajude a melhorar a vida dos 40 milhões de argentinos", afirmou em um palanque em frente à Casa Rosada, diante de uma multidão. Cristina Kirchner é a primeira mulher reeleita na história do país, para um mandato até 2015, e registrou o maior número de votos desde a redemocratização, superior aos 51% de Raúl Alfonsín em 1983.

Quase quatro horas depois do fechamento dos centros de votação, com apenas 15% das urnas apuradas, a presidente se declarou vitoriosa em um discurso diante de seus partidários em um hotel da capital que serviu de quartel general da sua campanha.

Ela dedicou a vitória ao seu marido, ex-presidente Néstor Kirchner, que morreu há um ano.

Eufóricos, militantes peronistas e seus aliados saíram às ruas minutos depois do anúncio da reeleição da mandatária pela TV e começaram a agitar bandeiras e a bater bumbos na Praça de Maio, diante da Casa Rosada, sede do governo.

"Somos a gloriosa Juventude Peronista!", cantavam os manifestantes na praça.

Néstor Kirchner foi quem tirou o país do buraco após a tragédia econômica e social do final do século 20, e renegociou a dívida após o maior 'default' da história.

A popularidade de Kirchner é apoiada, segundo analistas, na dinâmica da economia, no consumo e nas exportações agrícolas em um país com uma média de 8% de crescimento do Produto Interno Bruto desde 2003.

Outra política dos Kirchner foi promover os julgamentos por crimes na ditadura (1976-1983) com 244 militares e policiais condenados e outros 800 que aguardam sentença.

Durante sua campanha, Kirchner ressaltou a redução dos níveis de pobreza, que hoje chega a 8,3% (2 milhões de pessoas nas 31 principais cidades do país).

Kirchner já tinha obtido 50,7% dos votos nas primárias obrigatórias de 14 de agosto.

Quase 29 milhões de argentinos estavam habilitados a votar nestas eleições, em que também foram renovados a metade da Câmara dos Deputados, um terço do Senado e foram eleitos nove governadores. A coligação liderada por Cristina Kirchner ganhou oito dos nove governos provinciais (estaduais) em disputa.

A presidente reeleita agradeceu aos presidentes da América do Sul que telefonaram para dar os parabéns. O primeiro nome que mencionou foi o da presidente Dilma Rousseff. “Quero agradecer o telefonema solidário, amigo, fraternal de Dilma Rousseff – a companheira Dilma”, disse. Cristina reiterou que pretende aprofundar as políticas de integração regional.

A esmagadora vitória de Cristina Kirchner confirma a tendência democrática e progressista na América Latina, onde os povos avançam em sua luta por soberania nacional e pelo aprofundamento da democracia, derrotando os planos neocolonialistas do imperialismo estadunidense e das oligarquias locais. 

Com agências



http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=166976&id_secao=7