sexta-feira, março 06, 2009

A MÍDIA JÁ TEM CANDIDATO

Quem cala, consente

Suspeito e assustador, para dizer o mínimo, o comportamento da mídia brasileira quando o assunto é o governador e presidenciável tucano de São Paulo, José Serra. Desta vez, a mídia foi primorosa em sua campanha pelo pré-candidato do PSDB ao Planalto em 2010,  e em sua falta de ética para com a população brasileira. 

Há dois dias, em seu retorno à cena política nacional depois de alguns meses de um auto-recesso que se impôs, o deputado Ciro Gomes (PSB-CE), também pré-candidato a presidente no pleito daqui a dois anos, criticou duramente Serra. Ciro lembrou a todos os danos provocados pelo governo Fernando Henrique Cardoso na nossa economia, entregando em 2003 um país com 35% de carga tributária, 78% de aumento na dívida e sem ativos.

O deputado do PSB também lembrou que Serra, ministro do Planejamento, esteve no centro dessa política econômica desastrosa para todos os brasileiros. A reação da mídia nesses dois dias da fala de Ciro até agora tem sido muito clara: desqualificar as críticas do deputado e, simplesmente, abafá-las.

Adormecida - ou interessada - a  imprensa não dá curso e nem maior espaço às críticas de Ciro, sequer expõe o que ele falou para suscitar discussões. Simplesmente não cobra nada do governador, que passa ileso de polêmica ou confronto nessas oportunidades. 

Aliás, até houve uma tentativa de levar Serra a falar a respeito, fulminada prontamente pelo governador paulista que, tão logo a questão foi levantada, deu as costas e disse: "Não vou falar sobre declarações de políticos".

Silêncio até sobre a contratação de políticos desempregados

Lembram-se dos casos Roberto Freire e e Antero Paes de Barros? O primeiro, presidente nacional do PPS, ex-deputado por Pernambuco, morador em Brasília, recebe jetons como integrante do conselho de administração de duas empresas mistas da prefeitura paulistana (co-adminstrada por Serra); o segundo, ex-senador tucano pelo Mato Grosso, morador em Cuiabá, também recebe jetons como integrante do conselho de administração da SABESP.

Ambos nomeados por Serra, mas também sobre esses casos - além das críticas de Ciro Gomes - não sai uma linha na grande imprensa para não serem associados a Serra. São atitudes como essa que possibilitam a Serra manter sua postura imperial, de só falar à mídia quando quer, sobre o que quer e a abandonar coletivas (como fez ontem, com o escândalo da SSP-SP) se o assunto não lhe agrada nem é conveniente.

Outro fato: a crise econômica mundial eclodiu e Serra permaneceu seis meses mudo. Não apresentou nenhuma solução, muito menos sugestão para resolvê-la no âmbito do Estado que governa, apesar deste ter sido o mais atingido pela turbulência - 54% do desemprego no país se registra em São Paulo.

Assim age o governador de São Paulo. Atua como se não estivesse numa disputa pela legenda do PSDB para ser candidato a presidente em 2010 - aliás, para ele, sua candidatura já é fato consumado - e não tivesse que  prestar contas ao povo paulista. E o faz, evidentemente, tranquilo e protegido pela mídia que, mais uma vez, desinforma.
 
O comportamento de Serra chega a levantar suspeitas de que só uma bem azeitada máquina de contatos seus com os barões da mídia possibilita que seu nome  seja poupado e nunca apareça associado aos escândalos de seu governo ou as críticas que lhe dirigem adversários como Ciro Gomes.

No Blog do Zé Dirceu

Leia também as notas abaixo:  
Escândalo alastra-se e mídia poupa Serra
Lamaçal de denúndias é profundo
Um tucano muito bem blindado pela mídia

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ENTENDA A CAMPANHA DO SERRA

Atualizado em 04 de março de 2009 às 16:08 | Publicado em 04 de março de 2009 às 15:08

por LUIZ CARLOS AZENHA

Começou a campanha de 2010. Já está pegando fogo, nos bastidores. Se 2006 serve de exemplo, vai ser quente. Em 2006 eu era repórter da TV Globo. Notei, quando estava lá, o que batizei de "repercussão seletiva de capa". É como a indignação seletiva.

Funciona assim: a capa da Veja detona o Lula? Repercute no Jornal Nacional. A capa da Carta Capital detona o Gilmar Mendes?  Não repercurte no Jornal Nacional. Eu mesmo, como repórter da Globo, fui escalado pela emissora para repercutir uma capa da Veja sobre uma acusação feita a um dos irmãos de Lula. Na época eu argumentava que nós não deveríamos nos fiar em informações apuradas por outros veículos. E se a informação for falsa? E se não tiver sido bem apurada? Nada mudou. Aí, quando foi para apurar denúncias relativas a José Serra, então candidato a governador de São Paulo, "gaveta".

Já temos um exemplo de indignação seletiva: a repercussão da entrevista do senador Jarbas Vasconcellos à Veja. Funciona assim: a Veja publica, os jornais e a TV Globo repercutem. Em torno de uma denúncia, alguns fatos são apurados. Tantos quantos for necessário para criar uma "crise" ou um "escândalo" e limitados a implicar os adversários. No caso atual o objetivo do PSDB é dividir o PMDB em dois: o "nosso", o de Orestes Quércia, limpinho, imaculado, campeão de ética e pureza. E o "deles", o do Lula -- e, portanto, da Dilma --, sujo como pau de galinheiro. Não dá para defender José Sarney. Nem Renan Calheiros. Mas não dá para imaginar o Quércia como paladino na luta contra a corrupção e a modernização política.

Leia tudo aqui: http://www.viomundo.com.br/opiniao/entenda-a-campanha-do-serra

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Quanto Zé Pedágio inve$te na Abril e na Globo

O estudo, com base na divulgação oficial dos gastos do administração, demonstra que o governo paulista gastou R$ 526 mil em contratos com a Editora Abril em 2007. Já em 2008, o valor dos contratos subiu para R$ 11,5 milhões, o que revela um aumento de 2.000% em apenas um ano.

 

Contudo, o maior incremento em gastos, realizados pela Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE), ligada à Secretaria Estadual da Educação, referem-se à grupo Globo. A Fundação Roberto Marinho, mantida pela Globo, recebeu do governo paulista R$ 60 mil em 2007.

Em 2008, a soma dos valores pagos chegou a R$ 13,8 milhões. Esse montante representa crescimento de 20.000% em relação a 2007. Somente no início de 2009, a Fundação Roberto Marinho já abocanhou outros R$ 609 mil dos cofres paulistas.


em: http://www2.paulohenriqueamorim.com.br/?p=6988


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