segunda-feira, janeiro 29, 2007

Para o correto necrológio do Gen. Meira Mattos, (o Brasil NÃO PODE ESQUECER TANTO, tão depressa!)

Faltou incluir no necrológio do Gen. Meira Mattos, publicado ontem na FSP [veja abaixo], que:

-- no dia 13/12/1968, dia em que o governo militar fechou o Congresso, ordenou a prisão de Juscelino Kubistchek e decretou o Ato Institucional n.º 5 (que cassou dezenas de mandatos, permitiu intervenção nos Estados e municípios, suspendeu a garantia de habeas corpus em casos de crime contra a segurança nacional e confiscou bens... o MESMO general Meira Mattos, que foi colunista da Folha de S.Paulo até 2006, foi o general encarregado, pelo comando militar, de FECHAR O CONGRESSO e "desalojar de lá, a qualquer preço, vivos ou mortos", os deputados brasileiros que, tendo ocupado o prédio, tentavam ainda impedir, com a própria presença, que o Congresso fosse fechado.


Há necrológios -- assim como há jornais, jornalistas e jornalismos, que dizem mais pelo que ocultam do que pelo que lembrem. Que descansem em paz.
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Morre o general Carlos de Meira Mattos, especialista em geopolítica Folha Online, 27/1/2007, 15h35, em http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u89000.shtml Morreu ontem, aos 93 anos, na capital paulista, o general reformado do Exército Carlos de Meira Mattos. Doutor em ciência política pela Universidade Mackenzie, ele era veterano da Segunda Guerra Mundial e conselheiro da Escola Superior de Guerra. Estava internado no Hospital Santa Catarina desde meados de dezembro para uma cirurgia no abdômen, da qual não se recuperou.Mattos nasceu em São Carlos, no interior de São Paulo, e alistou-se nas forças paulistas durante a Revolução Constitucionalista de 1932. Ao final desta, ingressou como cadete na Escola Militar do Realengo. [Antônio Gaudério - 19.set.2000/Folha Imagem]O general reformado Carlos de Meira Mattos
Fazendo parte da FEB (Força Expedicionária Brasileira), lutou na Segunda Guerra Mundial como Oficial de Ligação do Quartel-General do marechal Mascarenhas de Moraes e também no comando de uma companhia de fuzileiros do 16º Regimento de Infantaria. Foi agraciado com a medalha "Bronze Star", concedida pelo Exército dos Estados Unidos, pela sua participação na batalha de Monte Castelo, na qual a FEB teve importante atuação.Amigo e colaborador do presidente Humberto de Alencar Castello Branco, no seu governo (1964-67) foi subchefe do gabinete militar da Presidência da República. Quando da comemoração do centenário oficial de nascimento do ex-presidente, em 2000, Mattos coordenou o livro "Castello Branco e a Revolução", reeditado pela Biblioteca do Exército.Ocupou também o posto de comandante do Destacamento Brasileiro das Forças Inter-Americanas de Paz na República Dominicana, em 1965, e também foi comandante da Academia Militar das Agulhas Negras.Promovido a general-de-brigada em 1968, deixou a ativa em 1973, quando era vice-chefe do Estado-Maior das Forças Armadas.Publicou diversos livros nas áreas de geopolítica e estratégia militar, dentre os quais: "Projeção Mundial do Brasil", de 1960; "Operações na Guerra Revolucionária", de 1966; "A Doutrina Política da Revolução de 31 de Março de 1964", de 1967; "A Geopolítica e as Projeções de Poder", de 1977; "Estratégias Militares Dominantes", de 1986; e "Guerra nas Estrelas", de 1988. Sua última obra foi "A Geopolítica e a Teoria de Fronteiras", de 1990. Escreveu, ainda, artigos sobre política nacional e internacional para a Folha de S.Paulo.

O corpo de Mattos será enterrado às 17h no cemitério São João Baptista, no Rio de Janeiro. Viúvo de Serrana, o general deixa os filhos Maria Carolina Whitaker de Azevedo e José Carlos de Meira Mattos e os netos Ana Carolina, Carlos e os gêmeos Pedro e Cecília.

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