domingo, março 15, 2015

Feijão com arroz da mais sustança


Existe uma parte da classe média que só vai para a rua quando tem certeza que não vai apanhar da polícia e que vai aparecer na TV.
É constituída por um grande número de funcionários públicos com maiores salários e mordomias, pequenos é médios empresários, profissionais liberais como: médicos, advogados, engenheiros...
Essa gente tem reais motivos para apoiar governos liberais e suas políticas regressivas de direitos e conquistas dos trabalhadores.
Não é só uma questão de terem a cabeça feita pela mídia, eles realmente se dão bem com governos liberais.
FHC acabou daquela forma desgraçada porque errou na dose. Fez tanta trapalhada que acabou acertando até essa gente. Apagão, arrocho, Tarifaço geral, inflação, privatizações escandalosas, desorganização geral do estado. É como o Paraná do tucano Richa hoje.
Assim nem coxinha aguenta.
Mas hoje o governo petista também incomoda essa gente. Cada medida que beneficia os trabalhadores e os mais pobres, que corta ou diminui privilégios, que expande oportunidades e diminui a possibilidade do clientelismo nas relações sociais aumenta esse atrito.
A mídia sabe que isso acontece, ela mesma está nesse grupo que vem perdendo privilégios e importância política e social. Estão endividados e alguns quase falidos. Mas do que nunca precisam de um governo amigo e manobrável.
A Globo também foi para a rua hoje. Faz a propaganda descarada do impeachment que é o golpe contra a presidenta Dilma.
As maiores passeatas estão em São Paulo, Rio e Brasília. Exatamente onde aquela classe média que mencionei lá em cima é mais numerosa. Mesmo assim, não foi essa coisa toda. Ainda mais considerando toda a mídia que tiveram.
A passeata Feijão com Arroz, dos Movimentos Sociais e Centrais Sindicais em São Paulo, foi muito maior que a dos coxinhas. Mesmo sem mídia e com chuva. E foi muito mais abrangente no resto do Brasil.
Nunca foi e nunca vai ser fácil.
Tem muita coisa em jogo.
A luta continua!