Existe uma parte da classe média que só vai para a rua
quando tem certeza que não vai apanhar da polícia e que vai aparecer na TV.
É constituída por um grande número de funcionários públicos com
maiores salários e mordomias, pequenos é médios empresários, profissionais
liberais como: médicos, advogados, engenheiros...
Essa gente tem reais motivos para apoiar governos liberais e
suas políticas regressivas de direitos e conquistas dos trabalhadores.
Não é só uma questão de terem a cabeça feita pela mídia,
eles realmente se dão bem com governos liberais.
FHC acabou daquela forma desgraçada porque errou na dose.
Fez tanta trapalhada que acabou acertando até essa gente. Apagão, arrocho, Tarifaço
geral, inflação, privatizações escandalosas, desorganização geral do estado. É
como o Paraná do tucano Richa hoje.
Assim nem coxinha
aguenta.
Mas hoje o governo petista também incomoda essa gente. Cada
medida que beneficia os trabalhadores e os mais pobres, que corta ou diminui
privilégios, que expande oportunidades e diminui a possibilidade do
clientelismo nas relações sociais aumenta esse atrito.
A mídia sabe que isso acontece, ela mesma está nesse grupo
que vem perdendo privilégios e importância política e social. Estão endividados
e alguns quase falidos. Mas do que nunca precisam de um governo amigo e manobrável.
A Globo também foi para a rua hoje. Faz a propaganda
descarada do impeachment que é o golpe contra a presidenta Dilma.
As maiores passeatas estão em São Paulo, Rio e Brasília. Exatamente
onde aquela classe média que mencionei lá em cima é mais numerosa. Mesmo assim,
não foi essa coisa toda. Ainda mais
considerando toda a mídia que tiveram.
A passeata Feijão com
Arroz, dos Movimentos Sociais e Centrais Sindicais em São Paulo, foi muito
maior que a dos coxinhas. Mesmo sem mídia e com chuva. E foi muito mais
abrangente no resto do Brasil.
Nunca foi e nunca vai ser fácil.
Tem muita coisa em jogo.
A luta continua!