domingo, novembro 16, 2008

Não tenha medo, é só desligar a TV



Noticia do Blue Bus - 12/11/08

Marinho De fato, a crise nao chegou, mas o medo dela sim16:00 A crise é assunto em toda parte - nas salas de reunioes das empresas, nos botecos, nos saloes de beleza, nas agências de propaganda e principalmente na mídia. Mas, afinal, será que ela já desembarcou de fato no país? Quais as consequências que ela pode trazer? Para responder a essas dúvidas, a McCann e o Datapopular foram a campo na última semana de outubro para entrevistar mais de 600 habitantes de capitais e cidades do interior das regioes Sul, Sudeste e Nordeste, todos pertencentes às classes C e D, ou seja, com renda média familiar entre R$ 600 e R$ 3,000 - nota mais cedo aqui. Os resultados, divulgados agora de manha, mostraram que, apesar de ainda nao terem sido afetadas, as pessoas nao tem duvidas de que nao, nao sairao ilesas dessa crise. 12/11 Luiz Alberto Marinho

Para você ter uma idéia do que anda acontecendo, basta dizer que 85% dos brasileiros de baixa renda consideram que sua condiçao econômica atual vai de regular para boa e que apenas 25% acham que a vida ficou pior nos últimos 3 meses. Porém, chega a 43% o percentual dos que acreditam que o país piorou de 6 meses para cá. Além disso, 76% estao preocupados ou muito preocupados com a crise, 90% pensam que o país será afetado por ela e 88% dizem que a própria família sofrerá de alguma maneira as consequências desse problema. O que mais se espera é o aumento do desemprego, reduçao nos salários e aumento da inflaçao. Em outras palavras, o que assusta essa gente é a possibilidade de ter que reduzir o consumo e a nao conseguir pagar suas contas e dívidas. 12/11 Luiz Alberto Marinho

O que faz com que as pessoas acreditem que todas essas coisas ruins acontecerao com elas em breve, apesar de haver poucos sinais concretos da crise em suas vidas? É justamente o barulho que se faz em torno do tema, especialmente na mídia, que alimenta com fervor o pessimismo desse pessoal. 12/11 Luiz Alberto Marinho


Mesmo sem entender direito o que acontece no mundo, 61% dos brasileiros que habitam a base da pirâmide social cogitam pisar no freio e adiar a realizaçao de sonhos de consumo. Os mais preocupados sao os que moram no interior, as mulheres e os mais velhos. Entre as medidas que poderao ser adotadas, caso a situaçao piore de fato, estao a diminuiçao dos gastos, a reduçao do grau de endividamento, a busca por mais um emprego e o adiamento de compras planejadas para o ano que vem, especialmente a aquisiçao de automóveis, eletrodomésticos e eletrônicos, a reforma da casa e a compra de imóveis. 12/11 Luiz Alberto Marinho

Do ponto de vista das marcas e do varejo, o que esse consumidor popular pode fazer é procurar lojas mais baratas, cortar produtos supérfluos, diminuir a frequência de compra e trocar as marcas preferidas por similares mais em conta. Os setores que sofreriam menos, se a crise bater na porta das classes C e D, seriam os relacionados com limpeza, saúde, moradia, alimentaçao e educaçao. Os maiores cortes seriam em lazer, vestuário, cartoes de crédito e celulares. O grande termômetro do pessimismo do consumidor popular brasileiro será este Natal. Nada menos do que 63% dos entrevistados pensam em mudar a forma de presentear. Se eles farao isso realmente ou nao é algo que somente saberemos no início do ano que vem. 12/11 Luiz Alberto Marinho

Concluindo, a pesquisa da McCann mostra que as classes C e D já sabem o que fazer se a crise invadir suas casas sem pedir licença. Desemprego de algum parente ou amigo próximo, aumento da inflaçao e incapacidade de pagar contas ou dívidas seriam os principais sinais de que é chegada a hora de agir. Elas estao assustadas e preocupadas, nao com o presente, mas principalmente com as incertezas do futuro e a possibilidade de perder boa parte do que conquistaram a duras penas nos últimos anos.
Todas do Marinho no Blue Bus, escolha uma na lista aqui. 12/11 Luiz Alberto Marinho
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