quarta-feira, janeiro 02, 2008

O DNA LACERDISTA DA TUCANARIA USPEANA


RICOS, POBRES E CPMF
As oligarquias descendem de senhores de engenho e conservavam poder trocando votos por comida. Ações como Bolsa Família, ProUni e acesso à saúde as condenam ao desaparecimento.

Mauro Santayana

Três fatos encerraram o ano: a votação insuficiente para a prorrogação da CPMF no Senado (faltaram quatro votos), o aumento da confiança do país em Lula, segundo o Ibope, e a revelação, pela Folha de S.Paulo, de que 20 milhões de brasileiros deixaram as classes E e D, migrando para a classe C.

Os grandes interesses financeiros e industriais de São Paulo se mobilizaram a fim de garantir a extinção do tributo. Embora a alíquota fosse de apenas 0,38%, a contribuição tinha efeito colateral indesejável aos ricos. Como incidia sobre todas as operações de transferência de dinheiro, o cruzamento das informações permitia a identificação dos sonegadores e dos fraudadores. Era mais fácil identificar os laranjas, freqüentemente usados para a lavagem de dinheiro sujo, e ficava mais difícil o uso de CPFs falsos.

Foi por estar em vigência a CPMF que a receita fiscal aumentou nos últimos anos. Não que só a CPMF pudesse amedrontar os fraudadores e sonegadores. Ela já estava em vigência, quando ocorreram escândalos financeiros espantosos, entre eles o do Banestado, no governo dos tucanos. O que amedrontou os criminosos foi a soma de dois fatores: de um lado, a possibilidade do rastreamento do dinheiro ilícito e, do outro, a decisão de combater a fraude. Assim, o povo brasileiro pôde assistir a elevados senhores serem algemados e levados, de camburão, para os presídios. A Polícia Federal invadiu templos de consumo dos milionários, como a Daslu, recolhendo documentos comprobatórios de fraude fiscal, contrabando e falsificação de documentos.

Sonegadores passaram a pagar regularmente seus impostos – embora alguns, mais atrevidos, permaneçam devedores. Outros, ainda, mediante manobras jurídicas e vários expedientes, empurram para o futuro o pagamento da dívida para com o Tesouro, à espera de providências que os beneficiem.

Por isso, os mal chamados “Democratas”, sob liderança de José Agripino (RN), foram, com Artur Virgílio (AM) e Tasso Jereissatti (CE), do PSDB, os mais intransigentes inimigos da CPMF. Sua origem ideológica se encontra em 1937, com a União Democrática Brasileira, criada pelo paulista Armando Salles de Oliveira, para combater Getúlio Vargas. Ela se transformaria mais tarde na União Democrática Nacional, de Carlos Lacerda e Magalhães Pinto. Foi essa UDN que, sob o comando de Lacerda, levou Vargas ao suicídio, em 1954, e os militares ao poder dez anos depois. Em seguida, com o nome de Arena, manteve submissão absoluta à ditadura. Com a pluralidade partidária, transformou-se em PDS, e mais tarde em PFL. Com a recente erosão da sigla, os pefelistas buscaram mais um novo nome: “Democratas”.

São os mais ferrenhos representantes das oligarquias nordestinas. Quase todos os seus líderes descendem de senhores de engenho, que têm governado seus estados com mão de ferro, submetendo o povo à miséria. Até agora, eles se conservavam no poder trocando votos por comida em tempo de eleições. O programa Bolsa Família e o ProUni, e melhor atenção à saúde, os condena irremediavelmente ao desaparecimento como grupo de mando. É por isso que usam de todas as manobras para sabotar o governo. A eles não importa que – conforme advertiu dona Zilda Arns – a mortalidade infantil volte a crescer e os idosos morram nas filas dos hospitais. Nem que portadores de HIV e enfermos de hepatite C e de hemofilia deixem de receber medicamentos.

Os 20 milhões de brasileiros que, nos últimos cinco anos, passaram a viver bem melhor do que antes foram beneficiados diretamente pela CPMF. E é exatamente isso – a redenção dos pobres – que os “Democratas” querem impedir. Quanto ao PSDB, sua posição se deve à influência direta do ex-presidente sobre a bancada, mediante Virgílio e Jereissatti. Sob mando do senhor Fernando Henrique e de seu acólito Geraldo Alckmin, o PSDB não tem lugar para Aécio, nem para Serra, e a cisão o condenará ao destino do PFL. No fundo, tanto o mineiro quanto o paulista estão hoje mais próximos de Lula do que da ala direita dos tucanos.

Fonte: Revista do Brasil (http://www.revistadobrasil.net/ponto_de_vista.htm).

>>>

GRAAAAAAAAAAAAAAAAAAANDE Mauro Santayana! Matô a pau! Maravilhoso!

Não há dúvidas de que, sim, muuuuuuuuuuuuuuuuita gente está vendo o lacerdismo da tucanaria uspeana. Maravilhoso! A gente tem de acabar com estes lacerdistas neo-nada.

Fosse mais 'comum' [de fato, se não houvesse no Brasil uma espécie de tabu que BLINDA a USP contra todo e qquer tipo de crítica], Mauro Santayana poderia facilmente ter acrescentado um paragrafinho ao seu comentário. Além do que escreveu:

"[A origem ideológica do PFL, depois DEM se encontra em 1937, com a União Democrática Brasileira, criada pelo paulista Armando Salles de Oliveira, para combater Getúlio Vargas]...

... Mauro Santayana poderia acrescentar um paragrafinho, que tirei, agora, da Wikipedia, tudo certíssimo, comprovadamente:
Armando de Sales Oliveira foi interventor federal em São Paulo entre 21/8/1933 a 11/4/1935 e governador (eleito pela Assembléia Constituinte) de 11/4/1935 a 29/12/1936.
Em 1937, concorreria ao cargo de Presidente da República, mas foi impedido de concorrer por Getúlio Vargas e a implantação do "Estado Novo". O nome de Sales Oliveira está associado à criação da Universidade de São Paulo em 1934, cuja criação seu cunhado Júlio de Mesquita Filho, diretor de O Estado de S. Paulo defendera por anos. O campus da USP na capital paulista recebeu seu nome.
Criados todos na mesmíííííííííííssima UDN, portanto, o PFL que conhecemos hoje reuniu a UDN 'do nordeste'; e o PSDB uspeano reuniu a UDN 'de São Paulo'. Estes caras compõem a mesma UDN que tanto quanto foi contra Getúlio é hoje contra Lula (contra pagar impostos e sonegar o mais possível, toooooooooooooooooooooooooooooda a UDN sempre foi. E nenhum udenista jamais deu qquer bola para gente eleita em eleições democráticas).
Chama-se, aliás, de "lacerdismo", precisamente, este estranhíssimo casamento que há no Brasil entre gente muuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuito letrada (são professôs-dotôs ou são donos de jornal) e alguma espécie de eteeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeerno golpismo que se tenta sempre... pelos jornalões. Com o ex-FHC, a USP-em-pessoa entrou na mesma dança.
A impressão que eu tenho, quando alinho todas estas informações, é que só o PT paulista não sabe disto. O PT do nordeste e do norte e do sul, por exemplo, sabe disto tudo, de fato, há eeeeeeeeeeeeeeeeeeeeras.

Caia Fittipaldi

///