Manifesto do 2 de abril de 2006 – Universidade Nômade
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CONTRA A DITADURA DA MÍDIA, NÃO VACILAR !
AVANÇAR NA RADICALIZAÇÃO DEMOCRÁTICA
O que começou a acontecer logo após o Carnaval já estava anunciado.... De novo, a tristeza do poder pretende obstruir nosso horizonte.
O próximo alvo é o Presidente Lula
As CPIs estão investigando qualquer coisa que sirva ao projeto estabelecido pelas direções de alguns partidos de oposição, nos salões das luxuosas residências dos donos da mídia no Brasil: uma vez que Lula não desce nas pesquisas de opinião, "é preciso desmontar o seu governo". Depois da queda de Palocci, já anunciam que o próximo alvo será o Presidente Lula. Sabendo que devem perder nas urnas, querem voltar a ganhar do jeito de sempre: no conchavo de uma reunião oligarquica e machista, do mesmo jeito que escolheram o candidato da oposição.
O cinismo hipócrita do poder de sempre
Trata-se de uma estratégia autoritária, desenvolvida de maneira irresponsável, que só vem confirmar a repetição do cinismo e da hipocrisia do bloco brasileiro do biopoder, composto pelos brancos e machos com sobrenome, poder, mídia e dinheiro no banco: - o poder patriarcal que desde sempre governa o país mais desigual do mundo.
Em defesa do sagrado Sigilo ... a Casa Grande em "proteção"da Senzala
Agora é o caseiro, armado para desmoralizar o Ministro Palocci. Em face dos indícios de que a testemunha é forjada de maneira grosseira, desvia- se a atenção para a questão de principio do "sigilo". É o patrão “protegendo” o caseiro como se fosse sua propriedade, do mesmo jeito que o Senhor do engenho protegia seus escravos por meio dos serviços do capitão do mato.
Linchamentos de graça: a gratuidade hedionda da mídia
Se a deputada Angela Guadagnin externa - aliás de maneira simpática – seu afeto com os companheiros deputados absolvidos pela votação, desvia-se a atenção para o fato irrelevante de se ter dançado no congresso, provocando um linchamento ridículo em toda a imprensa. Não são raras as manifestações de euforia (para não falar dos sopapos) no mesmo congresso, quando da aprovação de emendas contra o governo ( de PFL, PSDB, PSOL), com a oposição comemorando suas vitórias como se assistissem a um Fla-Flu. Mãos levantadas, gritos esfuziantes, expressões de macho, tudo bem, dança não. Não há nenhuma razão, a não ser a gratuidade hedionda do poder que a mídia pretende ter e manter.
A mídia não é a opinião pública, mas o resultado das concessões da ditadura!
Trata-se de uma operação reacionária e totalitária, que usa uma falsa identidade entre opinião pública e mídia. A mídia não foi eleita por ninguém, a não ser pelo dinheiro da publicidade que recebe por um discurso que agrada ao poder econômico. Ela já deixou, há muito tempo, de expressar uma opinião pública, desde que as concessões públicas lhes foram entregues pelo Estado, em períodos históricos que estão longe de ser éticos e democráticos: a ditadura! A efetividade do poder da mídia (sua "audiência" e suas tiragens) tem apenas bases totalitárias ! Uma mídia cujo racismo se esconde atrás do cinismo: ao passo que veicula as imagens da violência da pobreza, multiplica os editoriais e as colunas contra qualquer política afirmativa e anti-racista. Defendem o "mérito"! Como se os milhares de jovens pobres e negros fossem exterminados por merecê-lo!
O único projeto da Mídia e da elite: não mudar nada !
Pretendendo representar e sobretudo ser a “opinâo” pública, a mídia apenas defende os interesses dela, ou seja do monopólio privado que ela representa. Esses interesses são os piores que nosso escravagismo já produziu: não querem reforma universitária, não querem cotas para os pobres e os negros, não querem um padrão democrático de TV digital, não querem controle democrático sobre os gastos públicos na produção audiovisual (a ANCINAV), não querem enfrentar as razões estruturais da guerra civil que assola nossas cidades. Os mesmos colunistas mobilizados – como pequenos soldados – no front do sigilo do caseiro, atacam “ao vivo” e sistematicamente o sigilo de famílias acusadas de receber indevidamente o Bolsa Família por não ser “suficientemente” (sic!) miseráveis. De um lado exibem a fantastica impotência dos meninos miseráveis do narcotrafico, do outro não gastam uma linha sequer para a aprovação do Fundeb, projeto que Lula mandou ao congresso para mobilizar bilhões de reais para o ensino infantil,fundamental e médio. Enfin, querem acabar com a política externa que, além das alianças sul-sul desenvolvidas pelo Brasil, sustenta um processo de constituição sulamericâna único na história
Em face disso, não podemos hesitar!
O alvo da crítica tem que continuar sendo o conservadorismo autoritário, oligárquico, escravagista e racista da elite, do bloco do biopoder. Nenhuma brecha deve ser deixada para que eles pautem nosso debate. Nenhuma desculpa para a imprensa neo-escravagista e tecnocrática. Nenhum formalismo originado de leis com geometria variável. Precisamos enfrentar o desenho reacionário pelo que ele é e defender a mudança que o governo Lula começou. Sem vacilo nenhum ! Aprofundar a democracia
O alvo da nossa relação com o governo é aprofundar a democracia.
O único horizonte ético que nos interessa é o dessa mudança, ou seja o que
permite acabar com a hipocrisia de transformar os jovens pobres, negros e mestiços em diabos, em comparsas de um crime que é o crime do poder. A única ética que nos interessa é a constituição do sentido da mudança, das micro e macro rupturas que conseguirmos fazer nesse bloco hediondo do poder, mudanças como as que o governo Lula, ainda que não tanto quanto desejávamos, conseguiu fazer.
Contra a midiocracia : radicalização democrática.
Lula é muitos !
Rio de Janeiro, e2 de abril de 2006 Rede Universidade Nômade -
Primeiras assinatturas: Giuseppe Cocco, André Barros, Tatiana Roque, Geo Brito, Ivana Bentes, Marta Peres, Gerardo Silva, Barbara Szaniecki, Leonora Corsini, Barbara Santos, José Lima, Pepe Bertarelli, Fábio Malini, Alexandre do Nascimento, Écio de Salles, Bruno Costa, Adauto Melo,