247 - Nos dez anos do programa Bolsa Família, carro-chefe do PT, o partido resolveu usar seu tempo de propaganda gratuita na televisão com um filme publicitário que promete não passar indiferente. A tendência, na noite desta quinta-feira 24, é de muitos aplausos entre os petistas e seus simpatizantes - e franca oposição entre os adversários.
No filme, produzido pela equipe do marqueteiro João Santana, a presidente Dilma Roussseff e o ex-presidente Lula são as duas grandes estrelas políticas, mas os programas sociais implantados pelo partido, mais especialmente, têm forte destaque entre ilustrações, computação gráfica e entrevistas de campo. Pela ordem, o governador da Bahia, Jacques Wagner, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e o presidente da legenda, Rui Falcão, são os outros políticos que aparecem em cena, em momentos distintos.
"O Bolsa Família é igual a um bolo, quanto mais batem nele, mais ele cresce", resume Lula, após assinalar que "muitos políticos querem acabar" com o programa sob o argumento de criar uma "porta de saída". "Mas o Bolsa Família já é essa pota de saída" da pobreza, completa o ex-presidente.
Antes, a presidente Dilma aparece cravando que "o Brasil teve e tem governos que defendem o povo". Ela diz que o país, administrado pelo partido, "fez, faz e fará". Em suas falas, Dilma sustenta que a administração pública gerenciada pelo PT "aprende rápido" a implantar programas sociais amplos a cada vez que um deles é colocado em prática.
Na abertura, a peça de propaganda mostra cenas de um telejornal da Espanha, com a informação de que o Europa bate recordes de desemprego. "Enquanto isso, o Brasil bate gera empregos a cada dia", comparam o locutor e os letterings. A seguir novos cotejamentos são feitos para mostrar, em resumo, que enquanto há uma crise infernal lá fora, aqui se vive, na prática, num paraíso de trabalho e renda. Esse contraste é acentuado por cenas em preto e branco do exterior e em vivo colorido quando aparece o Brasil.
O ritmo é veloz, o que permitiu a abordagem de diferentes temas. Após a exaltação ao Bolsa Família em seus dez anos, que retirou, de acordo com a informação veiculada, 36 milhões de brasileiros da faixa da pobreza extrema, chega a vez do Mais Médicos. O programa sancionado por Dilma esta semana é mostrado como um marco social tão importante quanto o que completa dez anos. Neste ponto, além de uma fala de um médico cubana, há um povo-fala e, sim, a presença do ministro Padilha. "Então eu sou o segundo médico que a senhora vê na vida", reflete ele diante de uma mulher idosa, moradora do interior do país. Como se sabe, o ministro é pré-candidato da legenda ao governo de São Paulo.
Em estúdio, entre placas computadorizadas, o presidente do partido, deputado estadual Rui Falcão, aparece no melhor estilo 'apresentador do Globo Repórter', prometendo que a legenda promoverá, nos próximos períodos, uma reforma política.
O filme é encerrado com uma mensagem de otimismo da presidente Dilma. Até aqui, goste-se ou não do PT e seu marqueteiro Santana, não se conhecia um filme de publicidade política tão bem elaborado tecnicamente.
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