terça-feira, junho 14, 2011

O banquete de aniversário de FHC

O banquete de aniversário de FHC - o mimo do amigo banqueiro

O banquete da gente diferenciada
FHC completou na última semana 8 décadas de vida, da questionável trajetória do político, sociólogo e pensador.
Seu aniversário foi comemorado em uma luxuosa casa de São Paulo, certamente cercado pela fina flor da sociedade paulistana.

O que, de certo modo, encontra coerência com suas últimas declarações sobre que rumo o PSDB, seu partido, deve tomar para retornar ao poder: esquecer o "povão" e firmar-se como inspiração entre os mais ricos.

O blog de Nirlando Beirão, no portal R7, revela que o banquete de aniversário foi inteiramente pago pelo banqueiro José Safra, um mimo de um velho e dedicado amigo.

Confira abaixo o post:
------

FHC COLHE A BOA SAFRA 


Foi o banqueiro José Safra quem pagou a conta do banquete de 500 talheres em homenagem aos 80 anos de Fernando Henrique Cardoso, na noite de sexta, 10, na luxuosa Sala São Paulo.

Não é a primeira vez que Safra se mostra tão generoso com o ex-presidente. FHC vive hoje no apartamento onde Safra morava, à rua Rio de Janeiro, naquela Higienópolis de punhos de renda – e que Safra lhe vendeu em 2002 por um preço para lá de camarada.

José Safra está em terceiro lugar entre os bilionários brasileiros da lista da Forbes. Tem, de acordo com a revista, um patrimônio de US$ 11,4 bilhões, uns R$ 18,5 bilhões.

Dá para pagar um jantar amigo.

------

O valor desembolsado pelo bom amigo Safra, de longe representa apenas alguns "trocados" para um dos barões do sistema financeiro nacional, nada que desfalque seu orçamento, além, claro, com todo respeito que qualquer sentimento de amizade mereça, representa o afeto e estima genuínos, presentes neste gesto.
 
Mas levando-se em conta todo o período em que FHC governou e todo o histórico de políticas voltadas para os bancos, incluindo o PROER e as alta taxas de juros reais praticadas pela cúpula da equipe econômica tucana, Safra poderia bancar também anualmente, sem que isso represente qualquer risco de ruína de suas finanças para muitas gerações futuras de sua família, comemorações pessoais de FHC, Pedro Malan, Serra e todo o tucanato que comandou a esplanada dos ministério entre 1995 e 2002.
O "troco" ainda seria muito grande!
 
A oposição, hoje plumada de azul, ajudada pelas corporações da mídia, sempre vão ao púlpito da imprensa clamar pela queda da taxa selic e pela imposição de taxas de juros reais "civilizadas".
Esquecem o que fizeram, além de esquecerem o que já escreveram um dia.
 
Sabe-se que o sistema financeiro é quem mais lucra com taxas de juros elevadas.  E isso ainda ocorre.  Os bancos ganham com o encarecimento do crédito de maneira abusiva.
 
Durante o governo FHC, as organizações que mais lucraram foram as bancárias, como a de seu amigo devoto, José Safra, ao observar o gráfico a seguir que compara a rentabilidade patrimonial de empresas de capital aberto e de bancos é possível constatar tal disparate:


Verifiquem que quanto maior a diferença entre a coluna azul e a dourada, pior para a saúde da economia, como um todo.

Safra, disso pode orgulhar-se de seu amigo prodigioso.

A política econômica de FHC, das altas taxas de juros, sustentaram o sistema financeiro na dolce vita, regados ao bom e velho caviar, aumentando ainda mais a riqueza dos mais ricos, inibindo a produção e transformando a economia brasileira em um casino para investimentos de curto prazo.

Os banqueiros estouraram os melhores champanhes franceses, das melhores safras, tal como deve ter ocorrido no salão da festa de aniversário de FHC.

A taxa de juros reais, taxa Selic descontada a inflação oficial, sempre esteve beirando ou acima dos dois dígitos, chegou próxima dos 40%, conforme demonstra gráfico abaixo:



FHC pôde comemorar seu aniversário, com muita pompa e luxo, entre os seus amigos, familiares, admiradores, bajuladores e gratos beneficiados das vantagens que seu governo proporcionou aos "diferenciados", pôde usufruir de presentes e agrados, como aquele que recebeu em 2002, ao final de seu mandato, do grato banqueiro Safra: um apartamento, a preço de ocasião, em Higienópolis, área nobre de São Paulo, tal qual uma recompensa pelos bons serviços prestados ao país.

FHC não pode comemorar seu orgulho pela herança que deixou ao país nos logradouros mais comuns do Brasil, próximo do povão, aquele que recomendou rejeitar em artigo recente.  Lá as percepções de suas ações no governo são outras...

Mas fica uma questão: qual seria o tratamento que a imprensa brasileira daria se fosse Lula quem tivesse ganho tais regalos?  A escandalização do fato ou os rodapés de poucas palavras que FHC recebe?


Veja alguns dos convidados