domingo, junho 05, 2011

A comunicação do Governo não pode ser entregue aos “especialistas”

Posto aí em cima o ótimo trabalho de edição do Blog Amigos do Brasil, no qual o Zé Augusto faz um compacto de 13 minutos da fala da Presidenta Dilma Rousseff ontem, no lançamento da plataforma P-56 da Petrobras, em Angra dos Reis(*).
Na fala de Dilma, os princípios, as estratégias e os compromissos de seu Governo são afirmados de maneira muito clara.
Quando se ouve a Presidenta, cai por terra toda a onda de propaganda que se faz na mídia.
O que ela fala, você vai ouvir no vídeo, não é preciso que eu repita aqui.
Mais importante é como ela fala.
Não é um discurso escrito.
Não é uma tese, nem uma lista de dados numéricos.
É a alma de uma brasileira, que ama este país e ama seu povo.
Não é uma entrevista algo gaguejada, planificada, treinada e inconvincente.
É o coração, a dignidade, o pensamento.
Quando, no final da campanha eleitoral do ano passado, a direita levantou a cabeça, foi com isso que Lula e Dilma a derrotaram: comunicação com o povo.
Para dizer: nós somos isso; eles são aquilo.
Não vou discutir técnicas de comunicação. Não tenho a “competência” de “casar” a agenda de um grande acontecimento como este com um evento como a entrevista de Palocci ao Jornal Nacional, para que ela receba apenas 15 segundos na televisão.
Nem para marcar para o mesmo dia o anúncio do lançamento da segunda etapa do “Minha Casa, Minha Vida”, com a construção de dois milhões de moradias.
A comunicação do Governo não pode ser entregue aos “especialistas”. Ela é uma atividade política e tem de ter direção política.
Se não for assim, Dilma não falará o que pensa, nem como pensa, nem mostrará a grande e preparada mulher que é.
A nossa força, a nossa arma é a verdade. É o que desejamos e fazemos pelo povo brasileiro. Por este conjunto de terra e gente que se chama Brasil.
* Elogio o trabalho do Zé Augusto porque ele faz o que a estrutura de comunicação da Presidência da República não faz. Burocraticamente, colocam na internet uma simples cópia da gravação “bruta“. Dura mais de uma hora. Logo, não vai ser assistida, nem reproduzida nos sites e blogs. Ninguém vai ficar sabendo. Mesmo as pessoas que o acessarem, desistem antes da fala de Dilma, que só começa aos 40 minutos. Portanto, a Presidenta, que não fala no Jornal Nacional, depende de gente como o Zé e outros de nós, blogueiros, baixarmos o longo vídeo, nas nossas conexões maravilhosas, editarmos nos nossos laptops de última geração e colocarmos no Youtube. Simples, não é?

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No batismo da plataforma de petróleo P-56 da Petrobras, construída no Brasil, em Angra dos Reis (RJ), a presidenta Dilma Rousseff fez um discurso histórico, com a síntese do projeto de desenvolvimento nacional.
A maior riqueza do Brasil são os 190 milhões de brasileiros, disse a Presidenta.
A encomenda de navios e plataformas no Brasil é investimento no trabalhador brasileiro, para ele ter emprego, vida digna, comida na barriga, criança na escola e participar das demais riquezas nacionais.
O combate à pobreza faz parte de cuidar dessa que é maior riqueza da nação: o brasileiro.
Brasileiro na pobreza é problema.
Brasileiro que sai da pobreza é solução.
A Presidenta lembrou do perigo que corremos no governo tucano de FHC, quando deixava de investir em estaleiros brasileiros, e encomendava plataformas e navios no exterior. E lembrou da determinação do governo Lula que foi a redenção da indústria naval brasileira.
Em 2010 a Petrobras investiu R$ 78 bilhões. Investidos no Brasil é dinheiro injetado na economia brasileira, movimentando toda uma cadeia produtiva, inclusive indireta. Se as compras fossem no estrangeiro, como era no governo FHC, movimentava a economia alheia, encolhendo o PIB brasileiro.
A Presidenta ainda anunciou a determinação de desenvolver não só os estaleiros que montam plataformas e navios, como a indústria nacional de peças de navios.

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A mídia acabou com os políticos do Brasil.

Político brasileiro tem medo de fazer política.

Partido brasileiro tem medo de fazer política.

A humanidade nunca precisou da mídia.

Mas a humanidade sempre foi política.