domingo, maio 18, 2008

A barbárie política da mídia



fonte:http://www.rsurgente.net/

Sábado, 17 de Maio de 2008
Intelectuais argentinos denunciam clima golpista e barbárie política da mídia

Cláudia Cardoso envia texto publicado no jornal argentino Página 12 sobre carta-aberta assinada por mais de 750 intelectuais denunciando o clima de golpismo que vem sendo alimentado na Argentina pelos setores conservadores ligados ao agronegócio e seus aliados urbanos.

O documento critica fortemente a atuação dos grandes meios de comunicação na formação desse clima. A carta afirma:"Na atual confrontação em torno da política de retenções desempenharam e desempenham um papel fundamental os meios massivos de comunicação mais concentrados, tanto audiovisuais como gráficos, de altíssimos níveis de audiência, que estruturam diariamente a realidade dos fatos, que geram 'o sentido' e as interpretações e definem 'a verdade' sobre atores sociais e políticos a partir de variáveis interessadas que excedem a busca de audiência.

Meios que gestam a distorção do que ocorre, que difundem o preconceito e o racismo mais espontâneo, sem a responsabilidade por explicar, por informar adequadamente nem por refletir com ponderação as mesmas circunstâncias conflitivas e críticas sobre as quais operam".

"Esta prática de autêntica barbárie política diária, de desinformação e discriminação, consiste na gestação permanente de mensagens formadoras de uma consciência coletiva reacionária. Privatizam as consciências com um sentido comum cego, iletrado, impressionista, imediatista, parcial. Alimentam uma opinião pública de perfil anti-político, que desacredita a existência de um Estado democraticamente interventor na luta de interesses sociais. A reação dos grandes meios diante do Observatório da discriminação na rádio e na televisão mostra claramente um desprezo fundamental pelo debate público e pela efetiva liberdade de informação".

Diante desse cenário, o documento defende a necessidade de "uma recuperação da palavra crítica em todos os planos das práticas e no interior de uma cena social dominada pela retórica dos meios de comunicação e pela direita ideológica de mercado".

"Da recuperação de uma palavra crítica que compreenda a dimensão dos conflitos nacionais e latino-americanos, que assinale as contradições centrais que estão em jogo, mas sobretudo que acredite ser imprescindível voltar a articular uma relação entre mundos intelectuais e sociais com a realidade política".


"Esta problemática", afirma ainda a carta, "é decisiva não só em nosso país, mas também no Brasil de Lula, na Bolívia de Evo Morales, no Equador de Correa, na Venezuela de Chávez, no Chile de Bachelet, onde abundam documentos, estudos e evidências sobre o papel determinante que assume a contenda cultural e comunicativa e as denúncias contra os meios em mãos dos grupos de mercado mais concentrados".


Postado por Marco Aurélio Weissheimer

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