sexta-feira, agosto 03, 2007

BASTA QUE UM MOSTRE, O QUE OS OUTROS ESCONDEM




HOMENAGEM AO "Conversa Afiada" do grande Paulo Henrique Amorim, e ao Mauro Santayana, também grande


"Carta a Stalingrado" (Drummond, updated):

“Stalingrado...

Depois de Madri e de Londres, ainda há grandes cidades!

O mundo não acabou, pois que entre as ruínas

Outros homens surgem, a face negra de pó e de pólvora

(e dedos exaustos, de teclar teclados)

E o hálito selvagem da liberdade dilata seus os peitos (...)
A poesia fugiu dos livros, agora está na blogosfera.

Os e-mails de Stalingrado repetem Homero.”


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Tancredo Neves: os paulistas e a modéstia


FÚRIA DA MÍDIA:
“VOCÊ NÃO VENDE A CLASSE”

Paulo Henrique Amorim

Máximas e Mínimas 582.


Perguntei ao amigo Mauro Santayana – um dos melhores jornalistas do Brasil – como ele explicava a fúria da mídia conservadora (e golpista) contra o Presidente Lula.. Santayana trabalhou com o Presidente Tancredo Neves e é responsável por alguns dos melhores discursos da carreira de Tancredo..


Santayana disse que Tancredo explicaria assim: “Você vende a mãe, mas não vende a classe. E se vender a classe é porque já vendeu a mãe.”.


Perguntei ao Mauro o que ele achava desse movimento golpista “Cansei”, nascido do ventre da elite branca de São Paulo..


Santayana conta que, um dia, na campanha das Diretas Já, estava sozinho com Tancredo num jatinho. Tancredo começou a divagar:“Mauro, você vê o Ulysses (Guimarães). Não sei como é que ele consegue ser meio arrogante.”


Santayana retrucou: “Não, Tancredo, não acho o Ulysses arrogante.”


Tancredo não registrou a observação de Santayana e continuou a divagar: “Todos nós somos vaidosos. Eu sou vaidoso, você é vaidoso, Mauro. Todos nós. O ideal seria que todo mundo tivesse um espelho no banheiro em que você pudesse se ver de corpo inteiro. Antes de entrar no banho você ficaria nu em frente ao espelho. E diria assim – ‘veja como eu sou bonito, bem dotado, que bíceps ! não tem homem mais bonito do que eu’. Aí, ia tomar banho, se enxugava, vestia a roupa e, na hora de botar a gravata, ficava modesto. Modesto até a hora de tomar banho no dia seguinte...”




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