FELIZ ANO NOVO ! O BRASIL NÃO É FEITO SÓ DE LADRÕES.
(Jornal
do Brasil) - Inaugura-se, nesta quinta-feira, novo ano do Calendário
Gregoriano, o de número 2015 após o nascimento de Jesus Cristo, 515, depois do
Descobrimento, 193, da Independência, e 125, da Proclamação da República.
Tais
referências cronológicas ajudam a lembrar que nem o mundo, nem o Brasil, foram
feitos em um dia, e que estamos aqui como parte de longo processo histórico que
flui em velocidade e forma muitíssimo diferentes daquelas que podem ser
apreendidas e entendidas, no plano individual, pela maioria dos cidadãos
brasileiros.
Ao
longo de todo esse tempo, e mesmo antes do nascimento de Cristo, já existíamos,
lutávamos, travávamos batalhas, construíamos barcos e pirâmides, cidades e
templos, nações e impérios, observávamos as estrelas, o cair da chuva, o
movimento do Sol e da Lua sobre nossas cabeças, e o crescimento das plantas e
dos animais.
Em
que ponto estamos de nossa História ?
Nesta
passagem de ano, somos 200 milhões de brasileiros, que, em sua imensa maioria,
trabalham, estudam, plantam, criam, empreendem, realizam, todos os dias.
Nos
últimos anos, voltamos a construir navios, hidrelétricas, refinarias,
aeroportos, ferrovias, portos, rodovias, hidrovias, e a fazer coisas que nunca
fizemos antes, como submarinos - até mesmo atômicos - ou trens de levitação
magnética.
Desde
2002, a safra agrícola duplicou - vai bater novo recorde este ano -
e a produção de automóveis, triplicou.
Há
12 anos, com 500 bilhões de dólares de PIB, devíamos 40 bilhões de dólares ao FMI,
tínhamos uma dívida líquida de mais de 50%, e éramos a décima-quarta economia
do mundo.
Hoje,
com 2 trilhões e 300 bilhões de dólares de PIB, e 370 bilhões de dólares em
reservas monetárias, somos a sétima maior economia do mundo. Com menos de
6% de desemprego, temos uma dívida líquida de 33%, e um salário mínimo, em
dólares, mais de três vezes superior ao que tínhamos naquele momento.
De
onde vieram essas conquistas?
Do
suor, da persistência, do talento e da criatividade de milhões de brasileiros.
E, sobretudo, da confiança que temos em nós mesmos, no nosso trabalho e
determinação, e no nosso país.
Não
podemos nos iludir.
Não
estamos sozinhos neste mundo. Competimos com outras grandes nações, que conosco
dividem as 10 primeiras posições da economia mundial, por recursos, mercados,
influência política e econômica, em escala global.
Não
são poucos os países e lideranças externas, que torcem para que nossa nação
sucumba, esmoreça, perca o rumo e a confiança, e se entregue, totalmente, a
países e regiões do mundo que sempre nos exploraram no passado - e ainda
continuam a fazê-lo - e que adorariam ver diminuída a projeção do Brasil
sobre áreas em que temos forte influência geopolítica, como a África e a
América Latina.
Nosso
espaço neste planeta, nosso lugar na História, foi conquistado com suor e
sangue, por antepassados conhecidos e anônimos, entre outras muitas batalhas,
nas lutas coloniais contra portugueses, holandeses, espanhóis e franceses; na
Inconfidência Mineira, e nas revoltas que a precederam como a dos Beckman e a
de Filipe dos Santos; nas Conjurações Baiana e Carioca, na Revolução
Pernambucana; na Revolta dos Malês e no Quilombo de Palmares; na Guerra de
Independência até a expulsão das tropas lusitanas; nas Entradas e Bandeiras,
com a Conquista do Oeste, da qual tomaram parte também Rondon, Getúlio e
Juscelino Kubitscheck; na luta pela Liberdade e a Democracia nos campos de
batalha da Europa, na Segunda Guerra Mundial.
As
passagens de um ano para outro, deveriam servir para isso: refletir sobre o que
somos, e reverenciar patriotas do passado e do presente.
Brasileiros
como os que estão trabalhando, neste momento, na selva amazônica, construindo
algumas das maiores hidrelétricas do mundo, como Belo Monte, Jirau e Santo
Antônio; como os que vão passar o réveillon em clareiras no meio da floresta,
longe de suas famílias, instalando torres de linhas de alta tensão de
transmissão de eletricidade de centenas de quilômetros de extensão; ou os que
estão trabalhando, a dezenas de metros de altura, em nossas praias e montanhas,
montando ou dando manutenção em geradores eólicos; ou os que estão construindo
gigantescas plataformas de petróleo com capacidade de exploração de
120.000 barris por dia, no Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul, como as 9 que
foram instaladas este ano; ou os que estão construindo novas refinarias e
complexos petroquímicos, como a RENEST e o COMPERJ, em Pernambuco e no Rio de
Janeiro; ou os que estão trabalhando na ampliação e reforma de portos, como os
de Fortaleza, Natal, Salvador, Santos, Recife, ou no término da construção do
Superporto do Açu, no Rio de Janeiro; ou os técnicos, oficiais e engenheiros da
iniciativa privada e da Marinha que trabalham em estaleiros, siderúrgicas e
fundições, para construir nossos novos submarinos convencionais e atômicos, em
Itaguaí; os técnicos da AEB - Agência Espacial Brasileira, e do INPE -
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, que acabam de lançar, com colegas
chineses, o satélite CBERS-4, com 50% de conteúdo totalmente nacional; os que trabalham
nas bases de lançamento espacial de Alcântara e Barreira do Inferno; os
oficiais e técnicos da Aeronáutica e da Embraer, que se empenham para que o
primeiro teste de voo do cargueiro militar KC-390, o maior avião já construído
no Brasil, se dê com sucesso e dentro dos prazos, até o início de 2015; os
operários da linha de montagem dos novos blindados do Exército, da família
Guarani, em Sete Lagoas, Minas Gerais, e os engenheiros do exército que
os desenvolveram; os que trabalham na linha de montagem dos novos helicópteros
das Forças Armadas, na Helibras, e os oficiais, técnicos e operários da IMBEL,
que estão montando nossos novos fuzis de assalto, da família IA-2, em Itajubá;
os que produzem novos cultivares de cana, feijão, soja e outros alimentos, nos
diferentes laboratórios da EMBRAPA; os que estão produzindo navios com o
comprimento de mais de dois campos de futebol, e a altura da Torre de Pisa,
como o João Candido, o Dragão do Mar, o Celso Furtado, o Henrique Dias, o
Quilombo de Palmares, o José Alencar, em Pernambuco e no Rio de Janeiro; os que
estão construindo navios-patrulha para a Marinha do Brasil e para marinhas
estrangeiras como a da Namíbia, no Ceará; os engenheiros que desenvolvem
mísseis de cruzeiro e o Sistema Astros 2020 na AVIBRAS; os que estão na Suécia,
trabalhando, junto à Força Aérea daquele país e da SAAB, no desenvolvimento do
futuro caça supersônico da FAB, o Gripen NG BR, e na África do Sul, nas
instalações da DENEL, e também no Brasil, na Avibras, na Mectron, e na Opto Eletrônica,
no projeto do míssil ar-ar A-Darter, que irá equipá-los; os nossos soldados,
marinheiros e aviadores, que estão na selva, na caatinga, no mar territorial,
ou voando sobre nossas fronteiras, cumprindo o seu papel de defender o país,
que precisam dessas novas armas; os pesquisadores brasileiros das nossas
universidades, institutos tecnológicos e empresas privadas, como os que
trabalham ITA e no IME, no Laboratório Nacional de Luz Síncrotron, ou no
projeto de construção e instalação do nosso novo Acelerador Nacional de
Partículas, no Projeto Sirius, em São Paulo; os técnicos e engenheiros
da COPPE, que trabalham com a construção do ônibus brasileiro a hidrogênio, com
tubinas projetadas para aproveitar as ondas do mar na geração de energia, com a
construção da primeira linha nacional de trem a levitação magnética, com o
MAGLEV COBRA; nossos estudantes e professores da área de robótica, do Rio de
Janeiro, São Paulo, Mato Grosso, Minas Gerais, várias vezes campeões da
Robogames, nos Estados Unidos.
Neste
momento, é preciso homenagear esses milhões de compatriotas, afirmando,
mostrando e lembrando - e eles sabem e sentem profundamente isso - que o
Brasil é muito, mas muito, muitíssimo maior que a corrupção.
É
esse sentimento, que eles têm e dividem entre si e suas famílias, que faz
com que saíam para trabalhar, com garra e determinação, todos os dias, cheios
de orgulho pelo que fazem, e pelo nosso país.
E
é por causa dessa certeza, que esses brasileiros estão se unindo e vão se
mobilizar, ainda mais, em 2015, para proteger e defender as obras, os projetos
e programas em que estão trabalhando, lutando, no Congresso, na Justiça, e
junto à opinião pública, para que eles não sejam descontinuados, destruídos,
interrompidos, colocando em risco seus empregos, sua carreira, e a
sobrevivência de suas famílias.
Eles
não têm tempo para ficar teclando na internet, mas sabem que não são bandidos,
que não cometeram nenhum crime e que não merecem ser punidos, direta ou
indiretamente, por atos dos quais não participaram, assim como a Nação
não pode ser punida pelos mesmos motivos.
Eles
têm a mais absoluta certeza de que a verdadeira face do Brasil pode ser vista
nesses projetos e empresas - e no trabalho de cada um deles - e não na
corrupção, que se perpetua há anos, praticada por uma ínfima e sedenta minoria.
E intuem que, às vezes, na História, a Pátria consegue estabelecer seus
próprios objetivos, e estes conseguem se sobrepor aos interesses de grupos e
segmentos daquele momento, estejam estes na oposição ou no governo.