sexta-feira, abril 18, 2014

“VAMO PRA CIMA DESSES JORNAIS, SÔ!”]



Atenção, Walter Xeu:

O Instituto Lula não tem nada q 'editar' coisa alguma. Só tem de fazer o que fez: DISTRIBUIR O DOCUMENTO INTEGRAL e por escrito. Afinal, apareceu.

O jeito certo de fazer isso é TAQUIGRAFAR a fala inteirinha e em seguida -- rapidamente, transcrever. É o que se faz em todo o mundo, há séculos. É muito difícil 'tirar falas', de ouvido, para transcrever.

Daqui em diante, é conosco. E MUITO CUIDADO para, no processo, não dar mais destaque aos blogueiros do que ao que o presidente Lula realmente disse.

O trabalho, daqui em diante é trabalho DE PROPAGANDA DE DEMOCRATIZAÇÃO.

A internet NÃO É JORNALÍSTICA. E o bloguismo, se continuar jornalístico, só nos atrasa a vida.

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LULA: “VAMO PRA CIMA DESSES ‘JORNAIS’, SÔ!”
Trecho da entrevista de 8/4/2014, a jornalistas blogueiros.
(Em
http://goo.gl/y0aKVc vídeos e texto integral transcrito)


LULA: Eu acho que, não é que falta humor na política, porque senão a gente elegeria um humorista qualquer e tava resolvido o problema [brilhante resposta, a pergunta tola, metida a besta]. O problema é que nós estamos sendo conduzidos por uma massa feroz de informações deformadas que vai criando, sabe, o imaginário e vai formando a cabeça das pessoas.

Eu, sábado passado, faz 15 dias eu fui almoçar, fui jantar na casa de um companheiro. E na casa desse companheiro tinha um menino de 20 anos de idade e tinha um menino de 17 anos de idade, filho e sobrinho. E eu tava na mesa conversando com eles e eu comecei a me dar conta do seguinte: há 11 anos atrás, quando eu fui eleito, esse menino de 20 tinha só nove anos. O de 17 tinha só seis anos de idade. Quando eu deixei a Presidência, em 2010, o de 20 tinha 16 e o de 17 tinha 13.

Eu me dei conta que essa meninada não tem obrigação de saber o que eu fiz e, se ele for ver o que nós fizemos, pela imprensa ele tá totalmente desinformado. Porque há uma… Há uma… Eu fico pensando que, se a imprensa, nos seus editoriais, sabe, batesse no governo, discordasse, seria ótimo, é a opinião, tá lá, a opinião da diretoria. Devia de colocar logo a cara do diretor, pra gente ver que é o diretor. Ele nunca tem coragem de colocar também a cara do diretor que faz o editorial, pra gente ver quem é que tá fazendo o editorial. E na cobertura normal, que fosse um pouco mais sério, um pouco… Eu diria… Mais neutro, sabe, na cobertura.

Então, eu, tem dia que eu fico pensando que o país acabou, sabe, porque é uma quantidade de notícias equivocadas, de notícias… Eu tenho falado com alguns companheiros ministros que eles têm que ir pra cima. Todo dia tem que ver, tem que ligar, tem que pedir pra dar entrevista. Não dá… Que fique grupo de pessoas pra acompanhar, pra poder pedir direito de resposta, pra dizer pelo menos a verdade.

Não precisa concordar. Então, eu me dei conta de que esse mau humor é uma quantidade… Eu recebo hoje mais gente do que eu recebia quando era presidente. Sabe, recebo mais gente do movimento social, do movimento sindical, mais empresário, converso com muita gente, muito mais solto do que antigamente, ou seja, e existe esse mau humor. É inacreditável. O Delfim escreve muito sobre isso. Ou seja, a percepção negativa é pior do que o mundo real e todo mundo sério percebe isso. E, eu lembro que, numa conversa que eu tive com a companheira Dilma e com… Com a presidenta Dilma e com alguns companheiros eu falei:

“Gente, vocês têm que dar uma olhada, não é na pesquisa de opinião pública. É na percepção da sociedade, o que que tá acontecendo, porque tem alguma coisa que nós temos que fazer, pra fazer a sociedade entender.”

E eu me dei conta que, se a gente não for agressivo numa política de comunicação, pra dizer o que que tá acontecendo, daí eu acho que nós perdemos um tempo precioso em não fazer a discussão sobre o marco regulatório da comunicação nesse país. Perdemos um tempo precioso, ou seja, eu espero que em algum momento a gente retome essa discussão. O da internet nós vencemos a primeira parte. O Marco Civil nós vencemos a primeira parte. Precisa tomar cuidado com o Senado, mas já foi um avanço, sabe, a neutralidade.

Pois bem, eu me dei conta… As pessoas reclamavam: “O Lula tá sempre em palanque, o Lula fala toda hora, o Lula fala oito vezes por dia, o Lula fala…”. Ô, meu filho, mas seu eu não falar, quem vai falar, os meus opositores? Eu tenho que falar dez vezes por dia, 15 vezes por dia. A Dilma tem que falar, os ministros têm que falar. Nós temos que disputar espaço, porque a tentativa de vender coisas que não são verdadeiras é fantástica. A de tentar vender coisas negativas é… Eu, sinceramente, fico assustado. Eu duvido que tenha um jornalista nesse país que diga que um dia o Lula pediu pra que ele não falasse tal coisa. Nunca! Não faz parte da minha cultura política. Pra mim, pra mim, sabe, o leitor é o censor, é o censurador desse país. Ele que vai censurar o que ele quiser, ele que vai… Não é o governo e muito menos um ministro.

As passeatas de 2002, ou seja, eu fiquei pensando que informação política tinha na cabeça daqueles jovens, sabe? Eu tenho neta, sabe, com 18 anos de idade, eu tenho neta, eu vejo o que eles falavam pra mim. E eu fico pensando: que informação eles têm? Nenhuma informação, gente. Não tem debate nas universidades mais. Não tem programa, sabe, que ele possa ter alguma informação correta. O noticiário que ele pode ter correto é via internet, mesmo assim, uma quantidade de coisas na internet é coisa que não politiza, é coisa despolitizante, ou seja, então, se a gente não tiver uma preocupação de conversar com essa gente mais vezes, toda hora, e repetir e conversar… [fim do fragmento “VAMO PRA CIMA DESSES JORNAIS, SÔ!”]