sábado, setembro 24, 2011

Carta Maior - Especial Palestina

Boletim Carta Maior - 23 de Setembro de 2011 Ir para o site






O que é mais arriscado, a paz ou a guerra? O que é mais perigoso para palestinos e israelenses: o ódio mútuo alimentado pela morte e a violência ou a aposta humanista numa reconstrução generosa dos laços e valores compartilhados que sustentam convivência fraterna entre as nações? A quem interessa um povo palestino humilhado, expropriado em seus direitos, fragmentado em lotes territoriais, cindido em facções, que o enfraquecem enquanto nação mas ao mesmo tempo convidam ao desespero da ação unilateral pelas armas? A quem interessa uma Israel prisioneira de uma agenda bélica, asfixiada pelo orçamento da guerra, intoxicada por uma cultura de perseguição que apequena sua subjetividade e afeta a qualidade de vida e o futuro de seus jovens, além de legitimar governantes toscos que, definitivamente, não representam o povo judeu naquela que é a sua maior riqueza: a densidade e a alegria humanista que sempre o distinguiu em todos os campos da civilização? Depo is de décadas de impasses, em que a sua sorte foi jogada nos campos de batalha e em mesas de negociação nas quais a sua existência enquanto povo foi tratada como objeto e não como sujeito histórico, a nação palestina resolveu olhar para frente porque é lá que se encontra a paz. E a paz é a única fronteira que unifica a pátria palestina e a pátria israelense.


Ao levar à ONU diretamente, sem intermediários, como cabe a um povo dotado de legitimidade e autodeterminação, seu pleito pelo reconhecimento do Estado soberano, o que os palestinos estão dizendo é que o futuro do Oriente Médio não está na diáspora, nem no confinamento, tampouco na negação mútua de sonhos e direitos. Estão dizendo que a convivência realmente fraterna entre árabes e judeus, e entre os próprios judeus e os próprios palestinos passa por acordos e concessões mútuas. Mas, acima de tudo, passa pela mais importante das transformações que a história agendou para agora: assumirem juntos a construção de seu próprio destino, afastando a influencia nefasta de interesses econômicos expansionistas e imperiais, bem como de seus aliados internos e regionais que representam, no fundo, o grande obstáculo ao florescimento de uma verdadeira primavera da liberdade e da justiça social no Oriente Médio. Neyse histórico 23 de setembro de 2011, Carta Ma ior saúda a festa de libertária de todos os povos condensada na festa contagiante da nação palestina, cuja soberania, definitivamente, conquisou seu lugar nos corações e mentes dos democratas de todo o mundo. E isso nenhum veto imperial pode reverter.


Com orgulho e alegria, palestinos celebram dia da dignidade
O orgulho e a emoção brotavam dos milhares de palestinos reunidos em Ramallah. “Este é o dia mais feliz da minha vida”, dizia um membro da Autoridade Palestina. Há muitos anos que não se via palestinos tão felizes e cheios de orgulho, fazendo corpo com seu presidente. Não temos ilusões. “Sabemos que isso é só um começo, um passo curto em uma história muito longa, mas não é um passo vazio, não é um passo violento, é um passo que nos legitima, que nos faz visíveis aos olhos do mundo".
> LEIA MAIS | Internacional | 23/09/2011

As razões para Israel reconhecer o Estado Palestino na ONU
Fórum de ONG’s israelo-palestinas pela paz, grupo que compreende 100 organizações dos dois lados do muro, lançou um manifesto no qual expõe as “50 razões para Israel reconhecer o Estado Palestino na ONU”. O texto, respaldado pelo influente colunista do jornal Haaretz, Gideon Levy (foto), busca explicar à sociedade por que não há nem perigo nem catástrofe nesse reconhecimento. A reportagem é de Eduardo Febbro.
> LEIA MAIS | Internacional | 23/09/2011

"A Autoridade Palestina colocou Israel em apuros"
Em entrevista à Carta Maior, o historiador israelense Meir Margalit analisa a iniciativa palestina em busca do reconhecimento de seu Estado na ONU e as consequências sobre a política israelense. Pacifista e militante do Meretz, pequeno partido da esquerda israelense, Margalit destaca que o presidente da Autoridade Palestina pôs Israel em apuros e fala sobre as contradições da sociedade israelense e a crise da esquerda em seu país.
> LEIA MAIS | Internacional | 22/09/2011

Apoio ao Estado mobiliza mais de um milhão na Palestina
Manifestações ultrapassaram em 100% nossas expectativas, declarou Abdallah Abu Rahmah, coordenador nacional das mobilizações populares. “Tivemos a adesão de mais da metade da população da Cisjordânia. Não houve nenhum incidente. Já em Gaza, o Hamas não permitiu nenhum tipo de ação. Eles participaram do começo da campanha, mas desistiram nas últimas semanas.” Em Tel Aviv, apoiadores da causa palestina, entre eles o escritor Amos Oz, fizeram vigília cívica pela paz. A reportagem é de Baby Siqueira Abrão, direto de Ramallah.
> LEIA MAIS | Internacional | 22/09/2011

Palestina: "Se nada mudar em setembro, haverá uma grande decepção"
Kali Tafakji, ex-membro da delegação palestina que negociou os acordos de paz, argumenta que se não se apurar o passo “daqui a pouco não haverá mais nada o que negociar”. Fora quatro regiões que equivalem a apenas 40% da Cisjordânia, Israel controla todo o resto. Esse é o grande problema de toda negociação: desde os acordos de Oslo, o número de colonos israelenses se multiplicou por dois, chegando hoje à casa do meio milhão na Cisjordânia. O artigo é de Eduardo Febbro.
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"O contrato entre o Estado e os cidadãos foi rompido", diz líder dos indignados israelenses
“O contrato entre o Estado e os cidadãos foi rompido. O Estado fala de segurança. Mas o que ocorre quando o mesmo Estado não faz nada pela saúde e pela moradia? – pergunta Stav Shaffir, a jovem ruiva de 26 anos, líder dos indignados israelenses que saíram às ruas para protestar contra o atual modelo político-econômico do país. "A sociedade despertou em Israel", diz Shaffir. A reportagem é de Eduardo Febbro, direto de Tel Aviv.
> LEIA MAIS | Internacional | 21/09/2011

Seis olhares sobre o reconhecimento da Palestina na ONU
A rede Al Jazeera ouviu seis pessoas, conhecedores da realidade política do Oriente Médio, para falar sobre o pedido de reconhecimento do Estado palestino na ONU. A conversa levanta algumas interrogações:O reconhecimento porá um fim na ocupação israelense? Ele alterará o papel diplomático dos EUA na região? Trará os palestinos e israelenses de volta à mesa de negociações? Ou inspirará uma mobilização social palestina?
> LEIA MAIS | Internacional | 20/09/2011