sexta-feira, abril 26, 2013

O Brasil e o Combate à Fome


O combate à fome tem sido uma das grandes lutas do Brasil nos últimos anos. 
Quer conhecer mais sobre o que tem sido feito? Assista ao vídeo abaixo:





quinta-feira, abril 25, 2013

Mentirão: a mídia e as baboseiras do STF


O juiz inglês versus os juízes brasileiros
PAULO NOGUEIRA 25 DE ABRIL DE 2013 73
Depois de ver Leveson comandar as discussões sobre a mídia inglesa, dói ver nosso STF.

Leveson em ação
DE LONDRES
Acompanhei, em Londres, o trabalho sereno, lúcido, inteligente do juiz Brian Leveson, incumbido de comandar as discussões sobre a mídia britânica.
Leveson, para lembrar, foi chefe de um comitê independente montado a pedido do premiê David Cameron depois que a opinião pública disse basta, exclamação, às práticas da mídia. Já havia um mal estar, parecido aliás com o que existe no Brasil, mas a situação ficou insustentável depois que se soube que um jornal de Murdoch invadira criminosamente a caixa postal do celular de uma garota de 12 anos sequestrada e morta. O objetivo era conseguir furos.
Leveson e um auxiliar interrogaram, sempre sob as câmaras de televisão, personagens como o próprio Cameron, Murdoch (duas vezes), editores de grande destaque, políticos e pessoas vítimas de invasão telefônica, entre as quais um número expressivo de celebridades.
Em seu relatório final, Leveson recomendou a criação de um órgão independente que fiscalize as atividades jornalísticas. Os britânicos entendem que a auto-regulação fracassou. O “interesse público” tem sido usado para encobrir interesses privados, e a “liberdade de expressão” invocada para a prática de barbaridades editoriais.
Um grupo de políticos conservadores publicou uma carta aberta que reflete o sentimento geral. “Ninguém deseja que nossa mídia seja controlada pelo governo, mas, para que ela tenha credibilidade, qualquer órgão regulador tem que ser independente da imprensa, tanto quanto dos políticos”, diz a carta.
Este Diário defende vigorosamente isso no Brasil, aliás: um órgão regulador independente — sem subordinação a governo nenhum e nem a políticos de qualquer naipe. Mas — vital — também independente das empresas de mídia. A Inglaterra marcha para isso, e a Dinamarca — ah, sempre a Escandinávia — já tem um sistema exemplar desses há anos. A auto-regulação é boa apenas para as empresas de mídia. Para a sociedade, como se observou na Inglaterra e como se observa no Brasil, pode ser muito danosa.
Você vê Leveson e depois vê nossos juízes do STF e o sentimento que resulta disso é alguma coisa entre a desolação e a indignação. Por que os nossos são tão piores?

Mello
Leveson, para começo de conversa, fala um inglês simples, claro, sem afetação e sem pompa. Não se paramenta ridiculamente para entrevistar sequer o premiê: paletó e gravata bastam. Ninguém merece a visão das capas que fizeram Joaquim Barbosa ser chamado, risos, de Batman.
Leveson guarda compostura, também. Se ele fosse a uma festa de um jornalista com um interesse tão claro nos debates que ele comanda, seria fatalmente substituído antes que a bagunça fosse removida pelas faxineiras.
Nosso ministro Gilmar Mendes foi, alegremente, ao lançamento do livro do colunista Reinaldo Azevedo, em aberta campanha para crucificar os réus julgados por Gilmar, e de lá saiu com um livro autografado que provavelmente jamais abrirá e com a sensação de que nada fez de errado.
Leveson também mede palavras. Há pouco tempo, nosso Marco Aurélio Mello disse que a ditadura militar foi um “mal necessário”. Mello defendeu uma ditadura, simplesmente – e ei-lo borboleteando no STF sem ser cobrado para explicar direito isso.
Necessário para quem? O Brasil tinha, em 1964, um presidente eleito democraticamente, João Goulart. Os americanos entendiam, então, que para cuidar melhor de seus interesses em várias partes convinha patrocinar golpes militares e apoiar ditadores que seriam fantoches de Washington.
Foi assim no Irã e na Guatemala, na década de 1950, e em países como o Brasil e o Chile, poucos anos depois. O pretexto era o “risco da bolchevização”. Uma pausa para risos.
Recapitulemos o legado do golpe: a destruição do ensino público, a mais eficiente escada para a mobilidade social. A pilhagem dos trabalhadores: foram proibidas greves, uma arma sagrada dos empregados em qualquer democracia. Direitos trabalhistas foram surrupiados, como a estabilidade.
De tudo isso nasceu uma sociedade monstruosamente injusta e desigual, com milhões de brasileiros condenados a uma miséria sem limites. Quem dava sustentação ideológica ao horror que se criava era o poderoso ministro da economia Delfim Netto. Ele dizia que era preciso primeiro deixar crescer o bolo para depois distribuir.
São Paulo, a minha São Paulo onde nasci e onde pretendo morrer, era antes da ditadura uma cidade dinâmica, empreendedora, rica – e bonita. Menos de 1% de sua população vivia em favelas. Com vinte anos de ditadura, já havia um enxame de favelas na cidade, ocupadas por quase 20% dos residentes.
Este o mundo que adveio do “mal necessário” defendido por Marco Aurélio Mello. Não tenho condições de avaliar se ele entende de justiça. Mas de justiça social ele, evidentemente, não sabe nada, e muito menos de história — a despeito de uma retórica pomposa, solene, pretensamente erudita e genuinamente arrogante.
Se a ditadura foi um mal necessário, aspas, Mello pode ser classificado como um mal desnecessário, exclamação.

sexta-feira, abril 19, 2013

Mobilize-se vamos juntos fazer a Reforma Política.


Companheiros,

O presidente nacional do PT, Rui Falcão, convoca a militância do PT e a sociedade brasileira a se mobilizar em defesa de uma reforma política que tem como pontos fundamentais o financiamento público de campanha, a lista preordenada; ampliação da participação feminina nas candidaturas e a convocação de uma Assembleia Constituinte exclusiva.

Veja as matérias no site do PT, clicando nos links a seguir


Mobilize-se vamos juntos fazer a Reforma Política.


Sorg


quinta-feira, abril 18, 2013

Brasil retoma produção nacional de insulina

R$ 430 milhões serão investidos na construção de fábrica em Minas Gerais para a produção do medicamento para diabetes
O governo federal, por meio de parceria do laboratório público Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) com a empresa brasileira Biomm, promoverá a retomada da produção nacional de insulina, medicamento vital para o controle de diabetes. A previsão de investimento é de R$ 430 milhões nos próximos cinco anos - R$ 80 milhões do Ministério da Saúde e Fiocruz, e o restante via financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O anúncio foi feito nessa terça-feira (16), em Belo Horizonte.
A fábrica da Biomm deve começar a produzir a partir de 2015 e a população terá acesso ao medicamento nacional em 2017. De acordo com o Ministério da Saúde, a produção nacional de insulina - interrompida em 2001 - representa avanço não apenas na assistência, mas também confere ao Brasil autonomia e reduz a vulnerabilidade do país frente a potenciais crises internacionais de produção.
Com a retomada da produção, o Brasil volta a fazer parte do seleto grupo de países que produzem insulina, ao lado de Ucrânia, Dinamarca e Estados Unidos. “A retomada só se tornou viável porque o programa Farmácia Popular, do Ministério da Saúde, criou um mercado que sustenta a produção. Aumentou cinco vezes o número de pessoas com acesso a medicamentos de graça. Subiu de 15 mil para 25 mil o número de farmácias que ofertam esses medicamentos”, afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Assistência - Atualmente, há cerca de 10 milhões de diabéticos no país. Desses, 1,1 milhão utilizam a insulina disponibilizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS).  A Biomm produzirá 50% da insulina distribuída no SUS.
O Ministério da Saúde ampliou o acesso aos medicamentos para diabetes por meio do Saúde Não Tem Preço - ação lançada em 2011 pelo governo federal - que tornou gratuitos os medicamentos para diabetes, além de hipertensão e asma, nas farmácias credenciadas ao programa Farmácia Popular.
Em pouco mais de dois anos, o número de pessoas com diabetes atendidas pelo Saúde Não Tem Preço passou de 306 mil (em janeiro de 2011) para 1,5 milhão (em março de 2013). No total, 4,8 milhões de pessoas foram atendidas em dois anos. O programa também contribuiu para reduzir as internações por diabetes. Em 2012, houve 6,6 mil menos pacientes internados do que em 2010 - queda de 148,6 mil para 142 mil.
Novas medidas visam impulsionar indústria brasileira de saúde
A construção de uma fábrica nacional de insulina está inserida na estratégia do governo federal de aumentar a autonomia do país em relação ao mercado externo de medicamentos e equipamentos de saúde. Uma série de medidas foi anunciada pelo governo na semana passada para impulsionar a indústria brasileira nesse setor. Foram firmadas oito parcerias entre laboratórios públicos e privados para a produção nacional de medicamentos e equipamentos, que vão gerar economia de R$ 354 milhões em cinco anos.
Com os novos acordos, estão em vigor um total de 63 parcerias entre 15 laboratórios públicos e 35 privados para a produção nacional de 61 medicamentos e seis equipamentos. Estima-se que essas parcerias resultem em uma economia anual aproximada de R$ 2,8 bilhões para o Ministério da Saúde. O governo federal também vai disponibilizar R$ 7 bilhões para a concessão de crédito a empresas brasileiras com projetos inovadores no campo da saúde, além de R$ 1,3 bilhão na infraestrutura de laboratórios públicos.
Na ocasião, também foram assinados acordos de cooperação entre a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, o Instituto Nacional de Propriedade Industrial e a Associação Brasileira de Notas Técnicas para dar celeridade ao processo de concessão de patentes e registro a produtos prioritários para a saúde pública. Com isso, será possível reduzir o déficit do setor, que atualmente está em R$ 10,5 bilhões.


domingo, abril 14, 2013

Morreu Thatcher. Chávez vive!




Venezuela sinaliza um futuro pós-neoliberal
12-14/4/2013, George Ciccariello-Maher, Counterpunchhttp://www.counterpunch.org/2013/04/12/thatcher-is-dead-long-live-chavez/

“Mãe: Oh, meu filho, que morte perversa, danosa.Rebelde: Oh, mãe, que morte fecunda, copiosa.Mãe: Morte feita de tanto ódio.Rebelde: Morte só de amor feita.
Aimé Cesaire*

Duas mortes, e significados diametralmente opostos, evidentes nas respostas imediatas que provocaram. Uma foi recebida em luto, por milhões de homens e mulheres que encheram as ruas de Caracas, à espera de um minuto para a última despedida do comandante morto. A outra foi recebida em festa, nas ruas de Brixton e Glasgow, e por uma avalanche de postados cômicos nas redes sociais, sobre a iminente privatização do inferno.[1] Mas enquanto as multidões reuniam-se espontaneamente para celebrar o fim físico da Dama de Ferro do neoliberalismo, Margaret Thatcher, os eleitores na Venezuela encaminham-se para as urnas para pregar mais pregos no caixão dela e enterrar o legado dela, elegendo um sucessor revolucionário para Hugo Chávez.

“Filhos de 1989”
A 4ª Guerra Mundial começou na Venezuela[2] e foi guerra contra Thatcher e a gangue dela. Em fevereiro de 1989, Ronald Reagan acabava de passar o bastão para George H.W. Bush, e Thatcher manobrava para impor um seu “imposto comunitário” [orig. Poll Tax[3]], que seria recebido com tumultos épicos em Trafalgar Square no ano seguinte. Enquanto isso, na Venezuela, chegava ao poder um novo governo, com projeto aparentemente diferente. O socialdemocrata de centro Carlos Andrés Pérez fora eleito com plataforma antineoliberal, prometendo resistir ao pagamento da dívida externa, falando contra o FMI: “é uma bomba que só mata os mais pobres”.

Mas, chegado ao poder, mudou tudo. Pérez virou repentinamente a casaca, e instituiu o Consenso de Washington, neoliberal, ao pé da letra: pôs-se a privatizar e desregular; os pobres imediatamente perceberam que as coisas, dali em diante, pelo menos para eles, só poderiam piorar. Mas enquanto nos EUA e na Grã-Bretanha as populações iam dolorosamente engolindo a pílula amarga do neoliberalismo, sob a ilusão de que não haveria alternativa possível, os venezuelanos inesperadamente, puseram a saquear e pôr fogo no que encontrassem à mão, e começaram a tornar surpreendentemente possível o tal impossível.

Foi o chamado “Caracazo,” rebelião popular, de massa, nas ruas, que destruiu, em dias, o mito do excepcionalismo venezuelano e sua ilusória estabilidade. O Caracazo destruiu o sistema existente da democracia corrupta de dois partidos e abriu espaço para Hugo Chávez, ele próprio uma cristalização de demandas políticas jamais atendidas e aspirações nunca realizadas. Como se lia em graffiti nos muros, em Caracas: “Somos os filhos de 1989, em revolução”.[4]

Hoje, Chávez já se foi. E a guerra contra o neoliberalismo continua. Se, vivo, Chávez só muito raramente foi respeitado pela imprensa-empresa internacional – de fato, era personagem sobre o qual o ‘jornalismo’ podia escrever, televisionar e dizer literalmente o que bem entendesse –, por que esperar que fosse diferente, com Chávez morto? E lá estava: enquanto prosseguiam nas ruas as festas post-mortem contra Thatcher e o luto popular emocionado, por Chávez, o Guardian pressuposto muito progressista, fazia caminho inverso.

O obituário de Thatcher foi quase polido, não tivesse Rory Carroll, perfeito campeão ‘jornalístico’ do absurdo, inventado um verniz de respeitabilidade para todos que gritassem um “já vai tarde” ao recém-falecido presidente Chávez. Carroll ainda sofre a vergonha de uma lição que Chávez lhe deu, pessoalmente. Por mais que volta e meia fale do assunto, nunca contou a história como realmente aconteceu.[5]

Esse bastião do liberalismo nos EUA, a revista The New Yorker não se saiu melhor. Um jornalista da empresa, Jon Lee Anderson, viu-se envolvido em um escândalo, quando, ao que se diz, estaria verificando fatos; mas a verdade é muito pior. A empresa The New Yorker chegou a corrigir dois dos principais erros de Anderson (Anderson publicou que a Venezuela seria campeã em número de assassinatos na América Latina; e, adiante, que Chávez teria chegado à presidência por golpe de Estado, não em eleições). Mas a empresa jamais corrigiu o principal vício de tudo que Anderson sempre escreveu: que os pobres, na Venezuela, seriam “vítimas de seu amor” por Chávez.

Afinal, no que tenha a ver com o comandante morto, tudo é permitido, no ‘jornalismo’ atual.

Mas se Chávez sempre foi e continua a ser esquartejado pela imprensa-empresa, todos podemos nos consolar, porque a maioria dos venezuelanos simplesmente não toma conhecimento nem acredita no que publicam os jornais e as televisões. Todas as pesquisas indicam que o candidato da direita, Henrique Capriles Radonski, será mais uma vez derrotado (hoje) pelo candidato indicado por Chávez, o ex-motorista de ônibus e líder sindicalista Nicolás Maduro. Os números das pesquisas refletem também as divisões internas, dentro da oposição a Chávez, que não se entendem, sequer, em termos de programa e estratégia.

As divisões dentro da oposição a Chávez

Na verdade, ante a derrota anunciada e praticamente certa, muito do que a oposição faz na Venezuela não passa de encenação para o público internacional. Por exemplo: recentemente, a coalizão de partidos que apoiam Capriles convocou recentemente uma conferência de imprensa para ‘denunciar’ irregularidades no sistema eleitoral, que “um membro do PSUV [Partido Socialista Unido da Venezuela] teria a senha para inicializar e encerrar o sistema das urnas eletrônicas.” Mas, quando jornalistas o pressionaram para que desse detalhes da ‘denúncia’, Ramón Aveledo, secretário-executivo da coalizão de oposição reconheceu que a senha “não põe em risco o sistema eleitoral, nada tem a ver com o software eleitoral, nem permite identificar os eleitores nem a contagem de votos nem a transmissão dos dados.”[6]

O que se conclui do ‘evento’? Se o objetivo era desacreditar o sistema eleitora, difícil imaginar fracasso mais patético. Mas a ‘denúncia’ mostra que há divisões irreconciliáveis dentro da própria oposição. Não tem maioria, não vence eleições e, sem conseguir eleger-se pelos votos, a oposição na Venezuela vive tentando desacreditar as próprias eleições, em vez de buscar meios para eleger-se democraticamente.

Esse tipo de falta de perspectiva e possibilidades eleitorais levou à enlouquecida tentativa de golpe contra Chávez há exatos 11 anos, que não durou nem 47 horas, derrotada pelas mesmas massas que os golpistas, como sempre fizeram, subestimaram tão estupidamente. Com aquele golpe derrotado, a oposição só fez entregar ao governo Chávez a taça de plena legitimidade democrática. Muitos antichavistas se autocondenaram a passar anos tentando apagar o carimbo de “golpistas” que estamparam na própria testa. Até hoje, nada conseguiram. Depois que Chávez varreu a oposição da cena eleitoral, em 2006,[7] pela primeira vez, a maioria da oposição passou a aceitar os resultados eleitorais, rendidos à evidência de que a urna, não os golpistas, é a melhor garantia para a democracia na Venezuela.

Mas render-se à via eleitoral não resolve o problema de não ter votos, e enquanto tenta silenciar os absenteístas (a parte da oposição que prega a abstenção, para não votar em Capriles), os anti-Chavistas também trataram de caminhar alguns passos em direção ao centro, afastando-se da extrema direita, pelo menos em palavras, à procura de votos. Capriles e outros têm-se autoapresentado como socialdemocratas, sugerindo que não abolirão – apenas ‘aprimorarão’ – os programas sociais, como as Missiones Bolivarianas. Não faz sentido e não convence ninguém, se se vê o que acontece no estado de Miranda, onde, quando governador, a primeira providência de Capriles foi assaltar as Missiones, a começar pelos centros de saúde e clínicas populares onde trabalham médicos cubanos, na Missión Barrio Adentro.

Capriles se autoboicota, também, quando apoiadores seus ocupam e vandalizam, como fizeram recentemente, um prédio de apartamentos em construção, parte do projeto de moradias para os mais pobres, do projeto Misión Vivenda [Missão Moradia]. Os que há tanto tempo atacam como “invasores”, os venezuelanos sem-teto que ocuparam um prédio abandonado, ou um pedaço de terra improdutiva, agora atacam um projeto chavista de dar casa aos pobres. E enquanto Capriles sempre evitou criticar diretamente Chávez, e pôs a atacar Maduro por não seguir o exemplo de Chávez, alguns de seus seguidores exibiam as velhas garras de sempre: pintaram graffitis de “viva o câncer”.

Quanto a Capriles, cujo sobrenome, só ele, já o expõe como porta-voz da elite mais decadente (e milionária), não há o que faça que consiga apagar o próprio passado. No segundo turno das eleições de outubro de 2012, circulou na Venezuela um documento vazado, no qual se lia um “Plano de Governo” de um hipotético governo Capriles. Embora tenha sido denunciado como falso por alguns, o tal plano correspondia exatamente ao que muitos sabiam de Capriles: com ele, voltaria à mesma selvageria neoliberal que levou ao Caracazo. Não é fácil apagar o próprio passado.

As tropas de choque de Thatcher

Mas o quanto, da mensagem da oposição, tem raízes na realidade? Talvez seja excesso de generosidade acreditar no que Capriles diga. Não há dúvidas de que até Capriles percebe a contradição: se critica o sistema eleitoral como injusto, desestimula os seus correligionários, que desistem de votar. Mas não faz outra coisa além de dizer que votem. Assim, ajuda a derrotar o próprio projeto eleitoral.

Embora haja uma espécie de vingança histórica no fato de que essa eleição se realize no dia do aniversário da volta triunfante de Chávez, não podemos deixar que o triunfalismo nos impeça de ver os abutres que voam sobre a democracia socialista da Venezuela. A imprensa-empresa internacional está mobilizada para desacreditar o sistema eleitoral venezuelano, e setores da oposição já começaram a manobrar, sugerindo que algo poderá acontecer.[8]

Na 2ª-feira à noite, circularam notícias de que um acampamento de militantes da extrema direita, da JAVU (Juventude Ativa da Venezuela Unida), que estão em greve de fome, teriam sido atacados por grupos de ‘camisas vermelhas’, em motocicletas, rapidamente ‘identificados’ como “Chavistas”. Para muitos, a ‘armação’ é evidente, dado que os chavistas nada teriam a ganhar com esse tipo de ação, às vésperas das eleições. E a polícia de Chacao, controlada pela oposição, não interveio.[9]

Pelo que já se sabe, havia chavistas de Chacao[10] envolvidos no tumulto, mas foram atacados por militantes da JAVU. O que explica, automaticamente, o motivo pelo qual a polícia local nada fez para interromper o ataque: por que intervir, se o seu próprio lado está atacando?

Esse tipo de ataque exibe todas as características típicas de ações da JAVU, organização que, ao mesmo tempo em que fala em nome da não violência estratégica, como a Albert Einstein Institution, tem longo passado de ações violentas (associada a um grupo de exilados, com base em Miami, o grupo Orvex[11]). A JAVU sempre esteve associada a ataques violentos, de provocação, em toda a Venezuela, desde ataque a chavistas em Mérida, até uma tentativa de incendiar o Conselho Legislativo do estado de Miranda. Em Mérida, encontrou-se um smartphone no qual estava gravado o manual das ações da JAVU para os dias seguintes: não reconhecer os resultados eleitorais e “tomar as ruas custe o que custar”.[12]

Na 4ª-feira apareceram notícias ainda mais preocupantes. Primeiro, o próprio Capriles recusou-se publicamente a assinar documento no qual prometia respeitar os resultados das eleições,[13] insistindo que se mudasse a redação, para categoria mais flexível: aceitaria assinar, se o documento falasse de respeitar “o desejo popular”. Dado que Capriles já assinara documento semelhante antes das eleições de 2012, é caso para pensar por que teria mudado, agora, a própria estratégia. A recusa preocupa, porque foi imediatamente associada ao texto divulgado de um telefonema, no qual um dos guarda-costas pessoais de Capriles[14] diz que o candidato da oposição não reconhecerá a derrota – fato que, ironicamente, mostra que nem o guarda-costas de Capriles sonha com vitória eleitoral.

Não há dúvidas de que tudo sugere fortemente que um governo Maduro terá de enfrentar tentativa pós-eleitoral de golpe. Outro telefonema também vazado sugere que há esquadrões da morte, vindos de El Salvador, que planejam ataques durante a eleição, e que parecem ter laços diretos com o próprio Capriles.[15] Foram presas 17 pessoas, acusadas de tentar sabotar redes elétricas, para provocar blecautes. Se se considera que até o governo Obama já disse que suspeita de que as eleições na Venezuela não sejam “limpas e transparentes”, todos esses são sinais preocupantes, para dizer o mínimo.

Uma aurora pós-neoliberal

Frantz Fanon disse certa vez, em frase que ficou famosa, que “Para o colonizado, a vida só pode brotar do cadáver apodrecido do colonizador”. Festejar a morte necessária do inimigo leva consigo, embora pela via negativa, um programa político positivo, e os britânicos que festejam nas ruas espontaneamente a morte de Thatcher festejavam, de fato, a morte do neoliberalismo.

Mas infelizmente para os que se reuniram em Brixton, o neoliberalismo e seu parceiro ideológico, a “austeridade”, estão hoje na ofensiva na Grã-Bretanha e em grande parte do núcleo do planeta global. A morte de Thatcher de modo algum indica a destruição, sequer o declínio, de seu legado ideológico. Nesse sentido, a celebração dos britânicos é tão catártica quanto prematura.

Só lá, do outro lado do globo, é que começam a ser dados os grandes passos para destruir o legado de Thatcher. Onde se constrói uma intransigência firme que é, de fato, uma alternativa ao neoliberalismo.

Como escrevi em “Nós criamos Chávez” [We Created Chávez][16], muito mais interessantes que Chávez o homem, são as décadas de luta revolucionária que o precederam, cristalizada em torno de Chávez como um símbolo de e mecanismo para empurrar adiante a luta contra o neoliberalismo. Vivo, Chávez sempre foi mais que a soma de seus atos, era como um barco no qual embarcaram os setores populares da Venezuela, depositando ali suas aspirações pós-neoliberais. Mas o formato do barco logo foi determinado pelo conteúdo, e Chávez converteu-se em vela socialista impulsionada por forças que já não controlava. Parafraseando o que C.L.R. James escreveu de Toussaint L’Ouverture, Chávez não fez a revolução: a revolução fez Chávez.

Do cadáver apodrecido de Thatcher, florescerá o mundo pós-liberal.[17] A Revolução Bolivariana perdeu algo poderosamente importante, com a morte de Hugo Chávez, mas talvez seja melhor que tenha partido fisicamente, na grande onda do movimento histórico que incorporou, e ao qual continua a emprestar a força de sua imagem, para ajudar a luta a avançar. Com certeza, essa é morte que se deve preferir.

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* Aimé Césaire (1913-2008). “Talvez eu morra”, dedicado à mãe de Raj Kumar, indiano, dalit, morto e não socorrido pela polícia, em 2008, na Índia (http://www.indianexpress.com/news/cops-beaten-up-for-refusing-to-lodge-dalit-death-complaint/513773/). In Lyric And Dramatic Poetry (ing. http://castory.wordpress.com/category/aime-cesaire/) [NTs].
[3] “O Poll Tax (imposto comunitário) foi imposto regressivo (a alíquota diminuía conforme aumentava a renda do cidadão), criado pelo governo de Margaret Thatcher em 1989 na Escócia, e em 1990 no restante do Reino Unido, para custear os governos locais ("councils", semelhantes a prefeituras) por meio de uma taxa única a ser cobrada por habitante. Ele substituiria o sistema anterior, no qual o imposto era calculado de acordo com o valor dos imóveis, de forma semelhante ao IPTU brasileiro. A população britânica resistiu fortemente à implantação desse imposto, se recusando a fornecer os dados necessários ao governo, se recusando a pagar, e dificultando a punição dos inadimplentes. A impossibilidade de implantar este imposto, e a derrota do governo frente à população, foi a principal razão da queda de Margaret Thatcher como Primeira-Ministra” (de http://pt.wikipedia.org/wiki/Poll_tax) [NTs].
[5] Assiste-se ao episódio, que foi ao ar no programa “Alô, Presidente” (n. 291, 26/8/2007, em 23’10), em http://www.youtube.com/watch?v=AJaQCiiwsbs&feature=player_embedded. É em tudo semelhante a outro, em que Chávez espinafra um ‘jornalista’ da Rede Globo, em 2010, e que se vê em http://www.youtube.com/watch?v=r7GWIKLRPQQ&feature=player_detailpage [NTs]

quinta-feira, abril 11, 2013

Todos penduram o tomate no pescoço. Não tem preço.



A GLOBO E SEU MODO "SUTIL" DE PEDIR A ALTA DOS JUROS
Em vez de pendurar uma melancia no pescoço, a apresentadora Ana Maria Braga colocou um colar de tomates e disse estar usando uma "joia"; capa desta quinta-feira do jornal O Globo reforça o pedido por juros maiores; no entanto, sinais da economia são contraditórios, o que dificulta a ação do Banco Central e de seu presidente, Alexandre Tombini; vendas no varejo caíram 0,4%
11 DE ABRIL DE 2013 ÀS 09:41
247 - A próxima reunião do Comitê de Política Monetária será decisiva. Nos dias 16 e 17 de abril, os diretores do Banco Central avaliam se a taxa básica de juros, a Selic, deve subir para frear a economia e conter a inflação, que ultrapassou momentaneamente o teto da meta, fixado em 6,5%.
A pressão para que os juros subam, como se sabe, é intensa e tem motivações não apenas econômicas, mas também políticas. Uma economia em ritmo ainda mais lento poderia retirar da presidente Dilma Rousseff seu maior trunfo eleitoral, que é o desemprego ainda muito baixo e nos menores níveis da história recente.
Do time que trabalha pela alta dos juros, há banqueiros, economistas, colunistas de jornais e, agora, uma apresentadora de televisão. É Ana Maria Braga, que, na Globo, apresenta o programa de variedades "Mais você". Ontem, ao vivo, ela decidir aparecer não com uma melancia no pescoço, mas com um colar de tomates. Disse estar usando "uma joia".
Foi assim, com a sutileza de um elefante, que a Globo decidiu reforçar a campanha pela alta dos juros num programa voltado a donas de casa.
No entanto, a decisão de abril do Copom será das mais difíceis. Embora a inflação tenha superado o teto da meta, a própria colunista Miriam Leitão, também do Globo, reconhece que é um fenômeno apenas momentâneo. Os preços de alimentos começam a cair e as vendas no varejo, um bom termômetro da atividade econômica, recuaram em fevereiro.
Leia, abaixo, notícia da Reuters sobre a retração do varejo, que acaba de ser divulgada:
Vendas no varejo brasileiro caem 0,4% em fevereiro--IBGE
quinta-feira, 11 de abril de 2013 09:04 BRT
RIO DE JANEIRO, 11 Abr (Reuters) - As vendas no varejo brasileiro tiveram queda de 0,4 por cento em fevereiro ante janeiro e, sobre um ano antes, caíram 0,2 por cento, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira.
Analistas ouvidos pela Reuters previam que as vendas subiriam 1,2 por cento em fevereiro ante janeiro, segundo a mediana das projeções de 21 economias. As contas variaram de zero a 2,80 por cento de alta.
Em relação ao mesmo mês do ano anterior, a expectativa era de alta de 3,65 por cento de acordo pela mediana de 20 projeções, com as projeções ficando entre 1,30 e 6,50 por cento.
(Por Rodrigo Viga Gaier; Edição de Patrícia Duarte)
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JUROS: FOLHA INVENTA
DECLARAÇÃO DE DILMA
“Reportagem” da Folha (*) não tem aspas da Presidenta. É wishful thinking.

Saiu na Folha (*): 


VALDO CRUZ
SHEILA D’AMORIM
DE BRASÍLIA

O Planalto já trabalha com a possibilidade de o Banco Central elevar os juros na próxima semana, apesar de fazer uma avaliação positiva da inflação oficial de março. No mês passado, o IPCA avançou 0,47%, ante 0,60% em fevereiro.

Mesmo com o rompimento do teto da meta –o IPCA em 12 meses atingiu 6,59%–, assessores presidenciais ponderam que o BC poderia esperar mais para decidir se sobe o juro diante de sinais de que a inflação deve seguir em queda.

Dois motivos, porém, indicam que a alta da Selic pode acontecer já na reunião do Copom da semana que vem.

(…)


Em tempo: para os jenios do juros, as abalizadas observações da newsletter do Bradesco:
DESACELERAÇÃO DA INFLAÇÃO EM MARÇO FOI ACOMPANHADA PELA REDUÇÃO DA DIFUSÃO E DOS NÚCLEOS E DEVE SE MANTER EM ABRIL


O IPCA avançou 0,47% em março, desacelerando em relação a fevereiro (0,60%), conforme divulgado ontem pelo IBGE. Na variação acumulada nos últimos 12 meses, o IPCA encerrou o primeiro trimestre com alta de 6,59%, mantendo a aceleração em relação ao mês anterior (6,43%).

O destaque desta divulgação ficou por conta da descompressão do grupo alimentação e bebidas, que passou de uma alta de 1,45% para 1,14% entre fevereiro e março. Em grande medida, esse movimento baixista foi influenciado pela alimentação fora do domicílio.

Esse grupo tem sido favorecido pela dissipação do choque agrícola ocorrido em meados de 2012, bem como pela desoneração da cesta básica, anunciada no último mês. O movimento de descompressão do grupo alimentação deve se manter nos próximos meses.

Na mesma direção, os preços de vestuário recuaram de uma alta de 0,55% em fevereiro para 0,15% em março. No sentido contrário, houve elevação de 0,51% do grupo habitação, sucedendo a queda de 2,38% dos preços em fevereiro, por conta da dissipação do reajuste de energia elétrica. Os núcleos mostraram aceleração em 12 meses, ainda que, na margem, tenham desacelerado em relação ao mês anterior.

O índice de difusão registrou recuo de 72,33% para 69,04% no último mês, devolvendo a alta observada em fevereiro. Os serviços vieram em linha com o esperado, registrando alta de 0,26% entre fevereiro e março, levando o crescimento acumulado em doze meses de 8,66% para 8,37%. Para o ano de 2013, continuamos com a expectativa de alta de 5,4% do IPCA.

(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é, porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.
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ESCÂNDALO: FUX FAZ FESTÃO
EM CASA DE ADVOGADO !
Esse advogado (de Dantas) emprega a filha de Fux, a mulher de Gilmar, e o filho de quem suspendeu a Satiagraha !
Saiu em Ilustre colona (*) da Folha (**):
O ministro Luiz Fux, do STF (Supremo Tribunal Federal), está organizando uma festa de arromba no Rio para celebrar seus 60 anos, no dia 26. Todos os magistrados do STF foram convidados, além de 180 desembargadores do Tribunal de Justiça do Rio e de uma centena de ministros de cortes superiores. O governador Sérgio Cabral, do Rio, e o prefeito Eduardo Paes estão na lista.

ESTRELA
A festa será na casa do advogado Sergio Bermudes. A filha do ministro, a advogada Marianna Fux, 32, que é do escritório de Bermudes, deve ser uma das estrelas. Candidata a vaga de desembargadora no Tribunal de Justiça do Rio, ela precisa entrar numa lista sêxtupla da OAB-RJ e depois ser escolhida pelos desembargadores para uma lista tríplice. E, enfim, ser nomeada por Sérgio Cabral.

POESIA
Marianna Fux escreveu recentemente artigo para o jornal “O Globo”. Nele, falava sobre o Pacto de Pequim e a violência doméstica e inseria no assunto o poema “Entre o Luar e o Arvoredo”, de Fernando Pessoa.
Como diz o presidente Barbosa, eis aí o escandaloso conluio entre um juiz sem pudor e um esperto advogado.
O presidente Barbosa, certamente, não irá à festa de arromba…
O advogado Bermudes, um dos mais poderosos do Brasil, é um empregador de talento.
É o Catho da Classe A.
Empregou a mulher de Gilmar Dantas (***), o filho do Dr Macabu – aquele que, no STJ, interrompeu provisoriamente o curso da Operação Satiagraha – e a filha do Ministro (?) Fux, aquele que prometeu absolver o Dirceu e “matar no peito” a dois empresários e aos deputados Vaccarezza e João Paulo Cunha.
Bermudes quase instala o impeachment de Gilmar Dantas (***), não fosse a providencial intervenção do presidente José Sarney.
O dr Piovesan, diligente advogado do Espírito Santo, quis saber que nexos havia entre Gilmar e Bermudes, além dos agrados de mordomia.
Gilmar se hospedava no apartamento de Bermudes em Nova York, na Quinta Avenida, de frente ao parque, e no Morro da Viuva, no Rio, e, frente à Enseada de Botafogo.
Gilmar também se beneficiava da Mercedes e do motorista de Bermurdes.
E, quando houve a festa do escritório de Bermudes, no Golden Room do Copacabana Palace, o Supremo ministro recebia , na porta, os ilustres convidados ao lado do supremo anfitrião.
Não era uma peça investigativa, o trabalho do dr Piovesan: era um B.O.
Que gentilezas faz Bermudes a Fux, além de ceder a casinha e empregar a talentosa filha ?
Quantas ações do escritório de Bermudes rolam no TJ do Rio, no STJ e no STF ?
Quando o governador Cabral pretende nomear a filha do Fux ?
Já ou no apagar das luzes de seu governo, quando tiver que voltar para Mangaratiba ?
Quando um senador petista se levantará da cadeira para pedir a instalação do impeachment de Fux?
O único petista que ousou subir à tribuna para pedir o impeachment de Gilmar quando surgiu o B.O do dr Piovesan foi o deputado Fernando Ferro.
Não há Ferros no Senado.

Em tempo: Bermudes foi um dos primeiros e mais dedicados advogados do imaculado banqueiro.

Em tempo2: quando o Presidente Barbosa vai legitimar a Satiagraha ?

Em tempo3: por que o Presidente Barbosa não faz uma admoestação pública aos planos festeiros do colega Fux? Até quando o presidente do Supremo poderá conviver com o que Maierovitch chama de
“constrangimento supremo”?

E é esse constrangido Supremo que, com o domínio do fato e “acusado é quem prova sua inocência” , vai mandar o Dirceu para a cadeia agora e, em setembro do ano que vem,
o próprio Lula
.

Viva o Brasil do Fux !

A verdade é uma quimera !

O Brasil merece !


Paulo Henrique Amorim


(*) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG que combateram na milícia para derrubar o presidente Lula e, depois, a presidenta Dilma. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.

(**) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é, porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.

(***)
Clique aqui para ver como um eminente colonista do Globo se referiu a Ele. E aqui para ver como outra eminente colonista da GloboNews e da CBN se refere a Ele. E não é que o Noblat insiste em chamar Gilmar Mendes de Gilmar Dantas ? Aí, já não é ato falho: é perseguição, mesmo. Isso dá processo…



sábado, abril 06, 2013

Videoentrevista: ex-embaixador do Brasil na Coréia do Norte




O embaixador Arnaldo Carrilho foi o primeiro embaixador do Brasil na Coréia do Norte e lá permaneceu até abril de 2012, depois de passar três anos no cargo. Como atento observador da realidade na Ásia e Oriente Médio, pois também atuou como embaixador na China Comunista e na Palestina, Carrilho traça um perfil daquele povo que, na última guerra com os norte-americanos, em 1953, perdeu 2,5 milhões de cidadãos. Quando ele foi indicado pelo presidente Lula, em 2009, um jornalista pernóstico decretou, do alto de seu preconceito: “Um louco para representar o Brasil diante de outro louco (referência ao presidente norte coreano da época, Kim Jong-il, pai do atual Kim Jong-un)”. Nesta entrevista a FC Leite Filho, do cafenapolitica.com.br, ele conta que a população está faminta e apela, nesta época de crise, aguçada com as sanções dos Estados Unidos, para a ração básica de acelga e nabo azedo. Não obstante, se trata de uma população permanentemente mobilizada e militarizada, com um exército regular de 1,5 milhão de soldados e todas as pessoas comuns adestradas no uso de fuzis e outros artefatos, além do arsenal nuclear, reconhecido internacionalmente. Primeira parte Sobre a capacidade bélica e atômica dos norte coreanos, Arnaldo Carrilho diz que eles têm capacidade de neutralizar militarmente a Coréia do Sul, o Japão e a Ilha Okinawa, onde se localiza a maior base aeronaval norte-americana e o porta-aviões Ronald Reagan, capaz de mandar pelos ares um quarto do território chinês. O embaixador conclui por apelar à diplomacia brasileira, que, com o seu novo poder de influência ditado pela formação dos BRICS – o bloco alternativo às grandes potências, formado pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – poderá ter voz ativa na diminuição das tensões que ameaçam a região e o mundo co uma hecatombe nuclear. 

http://cafenapolitica.com.br

Enviado por Arnaldo Carrilho

quarta-feira, abril 03, 2013

Os irmãos Koch terão de disputar contra o grande dinheiro da left-EUA, na luta pelo controle do mercado da mídia nos EUA


15/3/2013, Esther Zuckerman, The Atlantic Wirehttp://www.theatlanticwire.com/business/2013/03/koch-brothers-eli-broad-tribune-bid/63157/

Entreouvido na Vila Vudu:

Aí está notícia interessante, por vários motivos.

Pra começar, atenção: a “Left” [esquerda] de que fala o título nada tem de “esquerda” como o resto do mundo a conhece ou algum dia conheceu. Por isso traduzimos como aí se vê: left-EUA e, claro, há de haver traduções melhores. É só sugerir à discussão.

Nos EUA, se o cara não for um diabão da falange do Pastor Maldito e/ou da falange da Blogueira Cubana Nefanda... ele já é apresentado como progressista. E se, dentre os progressistas, ele não for um Obama acuado pelo complexo industrial-militar e rendido ao dinheiro dos sionistas norte-americanos, pronto: já é apresentado como se fosse “Left” (podendo, num ou noutro caso ser apresentado – e logo apagado do mundo que a grande imprensa-empresa inventa conservadora – como um “radical”).

É quase impossível traduzir essas designações genéricas, porque quando, nos EUA, se diz liberal, fala-se exclusivamente de liberais progressistas (e o conceito muitas vezes aproxima-se de uma quase-esquerda burguesa, democrática, metida a ‘ética’; às vezes.até, aproxima-se de alguma esquerda revolucionária).

Quando se diz libertarian nos EUA, fala-se dos malucos do Tea Party, ditos ‘libertários’ porque querem total liberdade pra fazer o que lhes dê nas telhas individualistas, sempre resistindo contra o Estado. Tá cheio de libertarians, nos EUA, que batalham a favor de cada cidadão ter seu canhão privado, em casa, pra poder atirar no coletor de impostos que chegue à sua porta, e em qualquer preto que lhe pareça ameaçador (para os libertarian à americana, todos os pretos são ameaçadores).

Mas a matéria abaixo é interessante também, porque aí se pode começar a ver, por inferência, que NÃO HÁ no Brasil grande empresário, que (a) não seja diabão privatista golpista da falange do Instituto Millenium E que (b) tenha qualquer interesse em investir dinheiro grosso em grandes empresas de comunicação QUE CONCORRAM disputando audiência, no mercado, contra a Rede Globo, a Abril, o Grupo Folha, o Grupo Estadão (o facinoroso Grupo GAFE).

Em outras palavras: NÃO HÁ, no Brasil, grandes empresários progressistas (mesmo que fossem conservadores progressistas! Nem isso!) interessados em fazer falar e valer, no negócio das comunicações de massa, o tal livre mercado que eles todos tanto dizem crer com fé sólida e profunda, e que tanto querem ver operante, como solução para todos os males.
O negócio é mais ou menos o seguinte: O mercado tem de ser livre e operar livremente em toooooooooooooodas as áreas... Exceto no setor das comunicações de massa, que, pelo visto, parece aos nossos empresários progressistas muito bem organizado como está: como propriedade feudal, de poucas famílias.
E protegido, além do mais, ainda, por legislação que, quando não é legislação da ditadura, é escandalosa reserva de mercado para alguns remanescentes da aristocracia paulista udenista mais retrógrada, no caso do Estadão; ou para grupos de militantes fanatizados de organizações como a Opus Dei (isso, no Brasil-2012 é, de fato, quase inacreditável. Mas parece ser a mais pura verdade), no caso da Folha de S.Paulo.

Assim se vê que há especificidades mais profundas, que pouco se estudam no Brasil, no problema político (grave!) e comercial (ainda mais grave, porque muito menos estudado!) em que está convertido o pseudo ‘jornalismo’ que um punhado de empresas mal administradas, atrasistas, oligopolistas, oligofrênicas, impingem, sem qualquer concorrência, aos consumidores PAGANTES de informação, os quais, no Brasil, são necessariamente também ELEITORES.

O problema ‘jornalístico’ no Brasil é maior e pior que – e é diferente de – qualquer questão de simples livre, leve, solta, tão bela simples e franca competição por mercados (como os conservadores e reacionários creem que seja e ensinam que seria a concorrência comercial): as grandes empresas de comunicação, no Brasil, não são ‘um item’ de mercado, a ser negociado livremente como tal, dentro de um bloco histórico, num dado contexto histórico, político e social.

No Brasil, elas são, mais que a Academia, a Igreja e o próprio Estado (embora operem, como sempre, articulados), a alma e a espinha dorsal do tal bloco histórico. Por isso, elas mesmas – não algum mercado –, controlam quem entra e quem sai do negócio: não por regras de livre mercado, mas por regras de controle fascista e de oligopólio.

Pode-se chamar essa alma e espinha da reação conservadora brasileira mais atrasada, de “UDN ou neo-UDN”. Ou talvez se possa chamá-la até de neo-Senhoras-de-Santana. O que interessa é que são golpistas, no Brasil, desde, no mínimo, 1935. Empresas comerciais e golpistas, metidas a ‘jornalísticas’, amparadas numa ideologia do jornalismo que tudo justifica . Essa gente monopoliza, no Brasil, como máfia, o negócio da comunicação de massa.

Hoje, essa gente já perdeu TRÊS ELEIÇÕES CRUCIAIS PARA A PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA – o que jamais acontecera antes, em mais de 500 anos de história do Brasil que aquelas empresas regeram como bem entenderam, a favor da ditadura, quando foi o caso;
e contra a democracia dos muitos, sempre.

E nós, os muitos, que já os derrotamos nas urnas três vezes, e logo teremos derrotado quatro vezes,
NÓS já temos a presidência, NÓS temos 35 ministros, NÓS temos o Banco Central, NÓS temos maioria na Câmara de Deputados, NÓS temos um governo Dilma considerado em todo o planeta...
mas ainda NÃO TEMOS UM JORNAL, UM CANAL DE TELEVISÃO QUE FALE POR NÓS.

O que há de interessante na matéria abaixo é que aí se vê que, nos EUA, já começa a existir concorrência forte, na disputa pelos canais e veículos de comunicação de massa, pelo menos, entre a direita sionista fascista e a direita não sionista e um pouco menos fascista, quase-progressista. Parece pequena diferença, mas não é. É diferença imensíssima e assunto para acompanhar.

Além do mais, pode estar aí, nesse traço do antimercado em que as empresas oligopolistas de comunicações reinam sozinhas no Brasil, a explicação para o projeto em que o ministro Paulo Bernardo está trabalhando. Ele pode estar tentando organizar, pelo menos, um mercado-mais-mercado. Pode-se não concordar. Pode-se entender que sabe(ría)mos fazer diferente. Mas, por exemplo, o projeto em que trabalhou o ministro-jornalista que o antecedeu, que investia muito no ‘jornalismo’ que há no Brasil, na correspondente teoria liberal burguesa fanada de jornalismo, que por aqui reina, dominante, e nos jornalistas que aqui se formam... foi muitíssimo mais fraco.

Pode-se dizer MAIS, contra o projeto do ministro-jornalista, do que contra o projeto do ministro Bernardo ‘do mercado’... já que, contra mercados, não se diz, mesmo, coisa alguma.
(Aliás... nem nós dizemos, nem a China diz.)

Mas absolutamente NÃO SE PODE entrar na conversa velha, fraca, superada, reacionária, segundo a qual o ministro Paulo Bernardo seria “entreguista” ou “vendido ao grupo GAFE”. Ele talvez até seja. Ele parece ser homem ‘do mercado’; e é do PT (desde 1985/1); e é ministro do governo Dilma. Claro: muito provavelmente é homem ‘do mercado’, pelo menos no sentido de que não tem discurso político consistente antimercado. Mas, isso, ora bolas, NENHUM PETISTA tem e nem o PT jamais tiveram ou deram qualquer sinal de ter interesse em construir.

Se a China trabalha, com sucesso espantoso, para chegar ao socialismo ‘atravessando’ as estruturas do mercado... achamos excelente que o ministro Paulo Bernardo comece a trabalhar, pelo menos, para tentar rachar, por forças de mercado, a dominação oligopolista que meia dúzia de empresas comerciais exercem no negócio da comunicação de massa, no Brasil. Por que não?!

Em todos os casos (e apesar do pouco que o próprio ministro e o próprio ministério dizem com seriedade e consistência sobre o próprio projeto, dentre outros motivos porque não tem imprensa... a ponto de ter de falar sobre seu projeto nas páginas d’O Estado de S.Paulo!) esse projeto do ministro Paulo Bernardo parece ser projeto MUITO menos delirante que a tal ideia de criar leis de “democratização da comunicação”, as quais NUNCA, never, núncaras, nem em mil anos, conseguirão tornar mais democráticos os discursos e a cabeça dos jornalistas-empregados que a imprensa-empresa brasileira sempre encontrará, no universo gigante – perfeito exército industrial de reserva –, dos jornalistas muito reacionários que continuam a sair, aos magotes, da universidade brasileira
e dos famigerados, facinorosos cursos de ‘cumunicação’, para as empresas da ‘mídia’. (E, isso, quando não são cursos de ‘cumunicação e marketing’, a pior coisa que a universidade brasileira jamais se atreveu a vender a alunos-consumidores que, se não eram perfeitos imbecis fascistizados ao entrar, com certeza já o serão, ao sair desses cursos.)

Querem mercado? Pois lhes demos mercado à vera, uai.
E, depois, a gente conversa outra vez...

Só a luta ensina.

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Os irmãos Koch terão de disputar contra o grande dinheiro da left-EUA,
na luta em que estão entrando pelo controle da mídia nos EUA
15/3/2013, Esther Zuckerman, The Atlantic Wirehttp://www.theatlanticwire.com/business/2013/03/koch-brothers-eli-broad-tribune-bid/63157/

No início dessa semana noticiamos que pode estar começando guerra comercial pelo controle dos jornais do grupo Tribune Company, especialmente o Los Angeles Times e o Chicago Tribune, entre os irmãos Koch[1] e Rupert Murdoch. Mas agora o Hollywood Reporter noticia que outro concorrente de peso entra na disputa e, dessa vez, do outro lado do muro, também interessado em entrar no jogo dos jornais.

Paul Bond, de THR, noticia que o bilionário Eli Broad, conhecido mecenas e animador de instituições culturais em Los Angeles, uniu-se a Austin Beutner, financista e ex-vice-prefeito da cidade, para apresentar uma proposta para comprar o Times e, possivelmente, outros jornais do Grupo Tribune Company – ou todos.

Broad e Beutner, no campo oposto em que jogam os irmãos Koch e Murdoch, são conhecidos grandes doadores de campanha e apoiadores do Partido Democrata. (...)

Bond informa que Broad já tentara um primeiro movimento para comprar a Tribune Company com Ron Burkle em 2007. Mas, então, Sam Zell levou a dianteira. A possibilidade de Broad entrar na corrida para comprar o Times começou a ser noticiada em maio passado, quando começou a circular o que escrevera sobre o destino do grupo Tribune Company em seu livro The Art of Being Unreasonable: Lessons in Unconventional Thinking [A arte de não ser razoável. Lições sobre pensamento não convencional]. Para Broad, assumir o controle do Times faria aumentar sua já considerável influência em Los Angeles. Em perfil publicado em 2010 na revista New Yorker, Connie Bruck apresentou Broad como o “Lorenzo de Medici de Los Angeles” – singular senhor da cidade, protetor das artes.”

Não é simples. Os irmãos Koch e Murdoch já manifestaram interesse em comprar o jornal; Broad talvez não consiga. Mas a luta pela propriedade dos jornais do grupo Tribune será luta emocionante. ********




[1] Ver, sobre eles, 3/9/2010: “Os irmãos bilionários que comandam a guerra contra Obama”, em http://redecastorphoto.blogspot.com.br/2010/09/os-irmaos-bilionarios-que-comandam.html e 13/12/2011: “Irmãos Koch e ALEC: assalto selvagem contra a democracia”, em http://redecastorphoto.blogspot.com.br/2011/12/irmaos-koch-e-alec-assalto-selvagem.html [NTs]

da Vila Vudu

terça-feira, abril 02, 2013

Já deu (até) na The Economist!


Será o benedito?! Será que os Sardembergs e Waacks e Cantanhedes e Miriams Leitões & coisa-e-tal já não leem NEM a The Economist?! [risos, risos]

Pois deu na The Economist de 30/3 – e é notícia muuuuuuuuuuuuuuuuuuito diferente do besteirol que o Grupo GAFE (Globo-Abril-FSP-Estadão) anda dizendo:


“Os cinco países BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) reuniram-se essa semana em Durban para discutir os interesses que, a cada dia mais, esses países partilham. A sigla, que hoje já corre mundo, foi cunhada por
Jim O’Neill, estrategista do banco Goldman Sachs[1]. Desde então, o grupo tornou-se grupo formal de nações incluindo a África do Sul, que não estava no grupo pensado por O’Neill. Graças a essas grandes economias em desenvolvimento, o PIB mundial cresceu 2,5% no último trimestre do ano passado. Só os BRICS geraram 55% do crescimento mundial, a partir do final de 2009. Obrigadas a arrastar às costas as próprias dívidas e muuuuuuuuuuuita austeridade, os 23 demais países do mundo dito desenvolvido geraram apenas 20% do crescimento mundial.[2]
O gráfico -- que até o Sardemberg entenderá... está em http://www.economist.com/news/economic-and-financial-indicators/21574491-world-gdp?fsrc=scn/fb/wl/pe/worldgdp

NOTAS

[1]
Dia 26/3/2013 a revista alemã Der Spiegel publicou interessante entrevista, em que o mesmo O’Neill declara-se muito feliz da vida, com o desempenho dos BRICS, hoje: “Os BRICS ultrapassaram todas as expectativas” (...) “A China, quando cresce pouco – com crescimento contido para bloquear a inflação, depois de longo período de crescimento acelerado, como se viu – ainda assim gera riqueza equivalente a uma economia grega inteira”.
É informação interessante, se se sabe que, para os ‘especialistas’ do Grupo GAFE, do ‘jornalismo’ brasileiro, os investidores estariam abandonando “os emergentes” a favor “da América”. A entrevista pode ser lida em http://redecastorphoto.blogspot.com.br/2013/03/jim-oneill-do-banco-goldman-sachs-os.html