sexta-feira, abril 29, 2011
PRESENTINHO PARA O FIM DE SEMANA
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http://www.youtube.com/watch?v=n393gp5-4O4&feature=list_related&playnext=1&list=AVGxdCwVVULXeuj27o6oIQUwxorffrE1SD
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http://legendarypinkdots.org/
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TUKANO SALIENTE
Gleisi mostra que Álvaro Dias é um fofoqueiro
- Publicado em 24/04/2011
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Saiu no blog Maria da Penha Neles:
Alguém disse que outro disse
Senadora Gleisi: Senador Álvaro Dias o senhor faz ilações sobre uma matéria que alguém disse que outro disse.
Esse negócio do diz que me disse, na minha terra se chama FOFOCA!
quarta-feira, abril 27, 2011
O litro da gasolina ( estatal) custa R$ 1,05 e o do álcool (privado) R$ 2,42
Gasolina nas refinarias Petrobras: R$ 1,05 desde 2009
É esse o preço do litro da gasolina, sem adição de etanol, vendida pela Petrobras desde 2009. Em 9 de junho daquele ano, houve redução de 4,5%. Desde então, não ocorreu mais nenhuma alteração no preço da gasolina vendida às distribuidoras na porta das refinarias.
Esse valor de R$ 1,05 remunera a Companhia em seus custos de produção, refino e logística. Sobre este preço a empresa recolhe impostos e nele também está incluída sua margem de lucro.
Leia também:
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A Petrobras está divulgando uma nota que não podia ser mais esclarecedora:
” R$ 1,05. É esse o preço do litro da gasolina, sem adição de etanol, vendida pela Petrobras desde 2009. Em 9 de junho daquele ano, houve redução de 4,5%. Desde então, não ocorreu mais nenhuma alteração no preço da gasolina vendida às distribuidoras na porta das refinarias.”
Isso representa 28% do preço pelo qual vem sendo vendido o combustível. A empresa diz que o resto são 40% impostos (dos estados) e e 11%margens de lucro dos distribuidores e postos (privados) e 22% o preço do álcool misturado à gasolina à razão de 25%.
Portanto, em 10 litros de combustível vendido – a R$ 3 o litro, no posto - há 7,5 litros de gasolina, que custam R$ 7,88. E 2,5 litros de álcool, que custam R$ 6,06.
O litro da gasolina ( estatal) custa R$ 1,05 e o do álcool (privado) R$ 2,42.
Custava, há pouco mais de uma semana. Porque já está em R$ 2,72, segundo a cotação do mercado, hoje.
Reduzir a quantidade de álcool anidro (não é o mesmo que o hidratado, vendido nos postos) vai obrigar a Petrobras a importar, pois a nossa capacidade de refino de gasolina está esgotada e os investimentos da Petrobras em ampliar o número de refinarias – R$ 40 bilhões – são de maturação demorada.
Ou o Governo entra de sola sobre o setor alcooleiro ou leva a culpa que não tem pelo aumento dos combustíveis.
Enquanto isso as multis vão avançando sobre a indústria sucroalcooleira, dominando o processamento da cana.
O AfPak chega à África
27/4/2011, Pepe Escobar, Asia Times Online
Falcões liberais ou intervencionistas neoconservadores, todos amam a eficiente techno-guerra dos EUA. No momento em que círculos íntimos do poder em Washington – e em Londres – fazem barulho a favor de intervenção do Ocidente na Líbia, a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) nessa 2ª-feira atacou o complexo de Muammar Gaddafi, Bab al-Azizya, em Trípoli, pela segunda vez em cinco semanas.
A OTAN insiste que não visava a atingir o coronel – mas um “centro de comunicações” que haveria em Bab al-Azizya. Tudo bem. Como se a Resolução n. 1973 do Conselho de Segurança da ONU autorizasse a bombardear, para “proteger civis”, o complexo onde Gaddafi morava.
Essa “atividade cinética” aconteceu depois que o ex-secretário de Estado dos EUA Henry Kissinger martelou a favor desse projeto para a Líbia em, no mínimo, três ocasiões: na Escola Elliot de Relações Internacionais da George Washington University; numa conferência no Aspen Institute sobre “Valores e Diplomacia”, também em Washington; e na reunião Bretton Woods II em New Hampshire[1].
O plano de Kissinger: invadir a Líbia e manter a coisa fervendo até, pelo menos, a primavera de 2012. A agenda (pirada): manter o Oriente Médio e o norte da África em estado de completo desarranjo, como tática/pretexto diversionista para que Washington possa atacar o Irã a serviço de Israel e a serviço, claro, do complexo militar-industrial. Há boa chance de o Marechal de Campo von Trump – codinome “Donald Trump” – comandar a invasão do Irã.
Gaddafi é o vilão perfeito para essa farsa anglo-franco-norte-americana digna do teatro de Georges Feydeau. Apesar de toda a megalomania ditatorial, Gaddafi é panafricanista empenhado – feroz defensor da unidade africana. A Líbia nada deve a banqueiros internacionais. Nunca tomou empréstimos do FMI para qualquer tipo de “ajuste estrutural”. Usou seu dinheiro do petróleo para serviços sociais – inclusive para construir a rede de aquedutos conhecida como Projeto Great Man Made River e para investimentos e ajuda a países subsaharianos. O Banco Central da Síria é independente, não-manipulável pelo sistema financeiro ocidental. E tudo isso é péssimo exemplo para o mundo em desenvolvimento.
Quebrar a Líbia seria só o hors d'oeuvres, antes de quebrar outras partes da África nas quais a China tem investimentos encampáveis. Sim, porque, se coturnos ocidentais pisarem o chão no norte da África, os tais coturnos logo chegarão ao Sahel – que já está em turbulência: Mali e Niger já estão recebendo armas dos ‘rebeldes’ líbios, e armas que rapidamente chegam às mãos da Al-Qaeda no Maghreb (AQIM). Os poderosos na Argélia e no Marrocos – onde continuam non-stop as manifestações pró-democracia – já começam a dar sinais de pânico.
Todas essas são variáveis que é preciso não perder de vista. No momento, o filme humanitário arrasa-quarteirões é, mesmo, “Drones sobre a Líbia” – mais uma coprodução Pentágono/Casa Branca/Departamento de Estado, diretamente saída de Hollywood, digo, desculpem, saída da Base Aérea Creech da Força Aérea, em Nevada.
Aviões-robôs drones humanitários comandados à distância
A OTAN insiste que não visava a atingir o coronel – mas um “centro de comunicações” que haveria em Bab al-Azizya. Tudo bem. Como se a Resolução n. 1973 do Conselho de Segurança da ONU autorizasse a bombardear, para “proteger civis”, o complexo onde Gaddafi morava.
Essa “atividade cinética” aconteceu depois que o ex-secretário de Estado dos EUA Henry Kissinger martelou a favor desse projeto para a Líbia em, no mínimo, três ocasiões: na Escola Elliot de Relações Internacionais da George Washington University; numa conferência no Aspen Institute sobre “Valores e Diplomacia”, também em Washington; e na reunião Bretton Woods II em New Hampshire[1].
O plano de Kissinger: invadir a Líbia e manter a coisa fervendo até, pelo menos, a primavera de 2012. A agenda (pirada): manter o Oriente Médio e o norte da África em estado de completo desarranjo, como tática/pretexto diversionista para que Washington possa atacar o Irã a serviço de Israel e a serviço, claro, do complexo militar-industrial. Há boa chance de o Marechal de Campo von Trump – codinome “Donald Trump” – comandar a invasão do Irã.
Gaddafi é o vilão perfeito para essa farsa anglo-franco-norte-americana digna do teatro de Georges Feydeau. Apesar de toda a megalomania ditatorial, Gaddafi é panafricanista empenhado – feroz defensor da unidade africana. A Líbia nada deve a banqueiros internacionais. Nunca tomou empréstimos do FMI para qualquer tipo de “ajuste estrutural”. Usou seu dinheiro do petróleo para serviços sociais – inclusive para construir a rede de aquedutos conhecida como Projeto Great Man Made River e para investimentos e ajuda a países subsaharianos. O Banco Central da Síria é independente, não-manipulável pelo sistema financeiro ocidental. E tudo isso é péssimo exemplo para o mundo em desenvolvimento.
Quebrar a Líbia seria só o hors d'oeuvres, antes de quebrar outras partes da África nas quais a China tem investimentos encampáveis. Sim, porque, se coturnos ocidentais pisarem o chão no norte da África, os tais coturnos logo chegarão ao Sahel – que já está em turbulência: Mali e Niger já estão recebendo armas dos ‘rebeldes’ líbios, e armas que rapidamente chegam às mãos da Al-Qaeda no Maghreb (AQIM). Os poderosos na Argélia e no Marrocos – onde continuam non-stop as manifestações pró-democracia – já começam a dar sinais de pânico.
Todas essas são variáveis que é preciso não perder de vista. No momento, o filme humanitário arrasa-quarteirões é, mesmo, “Drones sobre a Líbia” – mais uma coprodução Pentágono/Casa Branca/Departamento de Estado, diretamente saída de Hollywood, digo, desculpem, saída da Base Aérea Creech da Força Aérea, em Nevada.
Aviões-robôs drones humanitários comandados à distância
Por que ninguém pensou nisso antes?! Um exército de aviões-robôs, drones, comandados à distância (por enquanto são apenas cinco, com base no sul da Itália), em vez de coturnos no chão. O chefe do Pentágono Robert Gates até já disse que os aviões-robôs atacarão a Líbia por “motivos humanitários” (ninguém percebeu nem o sarcasmo nem as câmeras nos aviões-robôs). Gates já mentira ao Congresso dos EUA alguns dias antes: disse que o papel dos EUA na Líbia estaria encerrado no instante em que a OTAN assumisse.
Portanto, é hora de os pilotos à distância sentarem a pua nos controles dos aviões-robôs: o inferno, ao alcance de um toque no mause. Eis a techno-guerra dos EUA, no seu momento de glória: tragam a criançada que cresceu lutando em videogames, para lutar – é tudo virtual! – no deserto. Todos os sistemas de comando dos drones foram modelados como videogames.
Os mísseis Hellfire, na Líbia, atacarão os seguintes alvos: Produto Interno Bruto per capita de US$14.192; salário-desemprego de mais de $730 por mês; salários de $1.000/mês para enfermeiros do Estado; financiamento sem juros para casais recém-constituídos, para que comprem a primeira casa e o primeiro carro. Muitos desempregados norte-americanos adorariam ganhar passagem só de ida para Trípoli, se essas notícias se espalham!
Liberados os aviões-robôs para atacar a Líbia, Washington pode fingir que não está expandindo sua “ação militar cinética” – não é guerra. Kissinger acertou pelo menos uma: Obama apostou nessa guerra aérea em que não morrem pilotos, para chegar a 2012 e reeleger-se.
Há o problema dos malditos “danos colaterais” (mas quem liga? Os aviões-robôs podem permanecer 24 horas no ar – o que, na novilíngua do Pentágono, chama-se “persistência estendida”). Os militares de Gaddafi já se metamorfosearam e desapareceram entre os civis à maneira guerrilheira de Mao Tse Tung e Ho Chi Minh. O Vietnã de Obama está afundando – processo que, para o almirante Mike Mullen, chefe do comando do estado-maior dos EUA, estaria “com certeza andando rumo a um impasse”.
AfPak, teu nome é impasse (e danos colaterais): um avião-robô Predator matou pelo menos 25 civis em Mir Ali, 35 km a leste de Miranshah, na área tribal do Waziristão Norte – no dia em que os ‘rebeldes’ líbios comemoravam a chegada dos mesmos aviões-robôs. Forças relacionadas a Gaddafi por laços empresariais – e tribais –, já estão afinando técnicas de “já derrubou o seu Predator de hoje?” que os paquistaneses lhes trouxeram; uma dessas técnicas implica posicionar quatro atiradores, cada um com uma reles bazuca lança-granadas.
Pena que a empresa Northrop Grumman ainda não possa distribuir sua máquina X-47B –, avião-robô armado matador, que foi lançado em fevereiro desse ano, com direito a vídeo com trilha sonora à moda da banda Blue Oyster Cult[2]. O avião-neorrobô-matador só estará disponível para comercialização em 2013 – depois da reeleição de Barack ‘Guerra’ Obama.
Simultaneamente, os jogos de videogame começarão a incluir alguns acidentes “moralmente aceitáveis” (“danos colaterais”). E a Operação Alvorada da Odisseia afinal mostrará a que veio. Os EUA, de volta ao trono onde se sentem mais seguros – não como Ulisses no Mediterrâneo, mas como Zeus Todo Poderoso, lançando aviões-robôs-armados, em vez de raios.
Pode ser hora de remix de concurso futurista de dança à velha moda chapada-caidaça, de Weapon of Choice [Arma Preferida], de Fatboy Slim. No papel título, em vez de Christopher Walken (como se vê/ouve em http://www.youtube.com/watch?v=XbNzOV6vhD0), um drone-matador dançante desenhado pela Pixar. E, como mestre de cerimônia, o Marechal de Campo von Trump, livre, afinal, para entrar e pegar o petróleo. OK. Não deu certo no Iraque. Quem sabe funciona na Líbia?
Portanto, é hora de os pilotos à distância sentarem a pua nos controles dos aviões-robôs: o inferno, ao alcance de um toque no mause. Eis a techno-guerra dos EUA, no seu momento de glória: tragam a criançada que cresceu lutando em videogames, para lutar – é tudo virtual! – no deserto. Todos os sistemas de comando dos drones foram modelados como videogames.
Os mísseis Hellfire, na Líbia, atacarão os seguintes alvos: Produto Interno Bruto per capita de US$14.192; salário-desemprego de mais de $730 por mês; salários de $1.000/mês para enfermeiros do Estado; financiamento sem juros para casais recém-constituídos, para que comprem a primeira casa e o primeiro carro. Muitos desempregados norte-americanos adorariam ganhar passagem só de ida para Trípoli, se essas notícias se espalham!
Liberados os aviões-robôs para atacar a Líbia, Washington pode fingir que não está expandindo sua “ação militar cinética” – não é guerra. Kissinger acertou pelo menos uma: Obama apostou nessa guerra aérea em que não morrem pilotos, para chegar a 2012 e reeleger-se.
Há o problema dos malditos “danos colaterais” (mas quem liga? Os aviões-robôs podem permanecer 24 horas no ar – o que, na novilíngua do Pentágono, chama-se “persistência estendida”). Os militares de Gaddafi já se metamorfosearam e desapareceram entre os civis à maneira guerrilheira de Mao Tse Tung e Ho Chi Minh. O Vietnã de Obama está afundando – processo que, para o almirante Mike Mullen, chefe do comando do estado-maior dos EUA, estaria “com certeza andando rumo a um impasse”.
AfPak, teu nome é impasse (e danos colaterais): um avião-robô Predator matou pelo menos 25 civis em Mir Ali, 35 km a leste de Miranshah, na área tribal do Waziristão Norte – no dia em que os ‘rebeldes’ líbios comemoravam a chegada dos mesmos aviões-robôs. Forças relacionadas a Gaddafi por laços empresariais – e tribais –, já estão afinando técnicas de “já derrubou o seu Predator de hoje?” que os paquistaneses lhes trouxeram; uma dessas técnicas implica posicionar quatro atiradores, cada um com uma reles bazuca lança-granadas.
Pena que a empresa Northrop Grumman ainda não possa distribuir sua máquina X-47B –, avião-robô armado matador, que foi lançado em fevereiro desse ano, com direito a vídeo com trilha sonora à moda da banda Blue Oyster Cult[2]. O avião-neorrobô-matador só estará disponível para comercialização em 2013 – depois da reeleição de Barack ‘Guerra’ Obama.
Simultaneamente, os jogos de videogame começarão a incluir alguns acidentes “moralmente aceitáveis” (“danos colaterais”). E a Operação Alvorada da Odisseia afinal mostrará a que veio. Os EUA, de volta ao trono onde se sentem mais seguros – não como Ulisses no Mediterrâneo, mas como Zeus Todo Poderoso, lançando aviões-robôs-armados, em vez de raios.
Pode ser hora de remix de concurso futurista de dança à velha moda chapada-caidaça, de Weapon of Choice [Arma Preferida], de Fatboy Slim. No papel título, em vez de Christopher Walken (como se vê/ouve em http://www.youtube.com/watch?v=XbNzOV6vhD0), um drone-matador dançante desenhado pela Pixar. E, como mestre de cerimônia, o Marechal de Campo von Trump, livre, afinal, para entrar e pegar o petróleo. OK. Não deu certo no Iraque. Quem sabe funciona na Líbia?
[1] NOTA DOS TRADUTORES: Sobre essas falas de Kissinger nesse mês de abril, a página “Bellum” (http://bellum.stanfordreview.org/?p=3260), da ultraconservadora revista The Stanford Review (http://stanfordreview.org/) da Universidade de Stanford, diz o seguinte: “Não há registro de nenhum evento na GWU nos dias 8-10/4 (...). Kissinger tampouco falou no evento do Aspen Institute dia 7/4. E não há qualquer evidência de que tenha falado na Conferência Bretton Woods II, realizada nos dias 8-11 de abril”.
Mas em http://www.trilateral.org/go.cfm?do=File.View&fid=166, vê-se que Kissinger participou das reuniões de uma Comissão Trilateral, no domingo, 10/4. Essa informação, inexistente hoje cedo, apareceu agora, meio da tarde, na página “Bellum”, como “Up date”. Ao que tudo indica, há uma ‘polêmica’ em curso, nos EUA, sobre se Kissinger disse ou não disse o quê. O mais provável é que Kissinger disse sim, o que se lê nessa coluna de Pepe Escobar, mas tem interesse em fazer crer que não disse (no Brasil, por exemplo, nenhum leitor de jornal ou telespectador de televisão foi informado sobre qualquer fala de Kissinger nessa direção, o que sugere fortemente que, sim, Kissinger disse o que Pepe Escobar disse que Kissinger disse. O ‘fato’, mais uma vez e como sempre, não interessa. O que interessa, como sempre, é pensar mais aplicadamente sobre o possível (o que Pepe Escobar mais uma vez nos ajuda a fazer, nessa coluna), do que sobre algum pressuposto ‘fato acontecido’ sobre o qual, fatal e infalivelmente, nunca se pode saber tudo – apesar de a página “Bellum” da ultraconservadora revista The Stanford Review e toda a ‘mídia’ no Brasil ainda insistirem que, sim, o William Waack saberia de tuuuuuuuuuuuuuudo. Só rindo!
Sobre a Conferência Bretton Woods II em 2011, promovida pelo Institute for New Economic Thinking (INET), de George Soros, há boa informação em http://www.americanfreepress.net/html/bretton_woods_ii_265.html.
Mas em http://www.trilateral.org/go.cfm?do=File.View&fid=166, vê-se que Kissinger participou das reuniões de uma Comissão Trilateral, no domingo, 10/4. Essa informação, inexistente hoje cedo, apareceu agora, meio da tarde, na página “Bellum”, como “Up date”. Ao que tudo indica, há uma ‘polêmica’ em curso, nos EUA, sobre se Kissinger disse ou não disse o quê. O mais provável é que Kissinger disse sim, o que se lê nessa coluna de Pepe Escobar, mas tem interesse em fazer crer que não disse (no Brasil, por exemplo, nenhum leitor de jornal ou telespectador de televisão foi informado sobre qualquer fala de Kissinger nessa direção, o que sugere fortemente que, sim, Kissinger disse o que Pepe Escobar disse que Kissinger disse. O ‘fato’, mais uma vez e como sempre, não interessa. O que interessa, como sempre, é pensar mais aplicadamente sobre o possível (o que Pepe Escobar mais uma vez nos ajuda a fazer, nessa coluna), do que sobre algum pressuposto ‘fato acontecido’ sobre o qual, fatal e infalivelmente, nunca se pode saber tudo – apesar de a página “Bellum” da ultraconservadora revista The Stanford Review e toda a ‘mídia’ no Brasil ainda insistirem que, sim, o William Waack saberia de tuuuuuuuuuuuuuudo. Só rindo!
Sobre a Conferência Bretton Woods II em 2011, promovida pelo Institute for New Economic Thinking (INET), de George Soros, há boa informação em http://www.americanfreepress.net/html/bretton_woods_ii_265.html.
[2] Filme de propaganda de dois minutos do primeiro voo histórico do X-47B Sistema de Combate Aéreo Comandado à Distância da Marinha dos EUA, projetado e construído pela Northrop Grumman Corporation. O voo-demonstração aconteceu dia 4/2/2011 na base aérea de Edwards, na Califórinia (em http://www.youtube.com/watch?v=UIq5dT7D_ic&feature=player_embedded).
Especular com alimentos é crime contra a humanidade
Carta Maior: Dilma e a paz dos cemitérios
DILMA REJEITA A PAZ SALAZARISTA DOS CEMITÉRIOS
Expectativa de manutenção dos juros baixos nos EUA, a ser sancionada na reunião do FED desta quarta-feira, provocou desvalorização mundial do dólar ontem, com recordes de baixa no Brasil, Austrália, África do Sul e Noruega. Juro baixo nos EUA e liquidez ilimitada explicam a perda de competitividade das exportações industriais de países em desenvolvimento — o que é péssimo. Explicam também a voragem dos capitais especulativos que tomam de assalto os derivativos de commodities, elevando os preços dos alimentos para disseminar fome e inflação em todo o planeta. O antídoto oferecido pela ortodoxia equivale a apagar incendio com o lança-chamas: um devastador ‘choque de juros’ para conter uma alta de preços que independe em certa medida da demanda interna. Ontem, na reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, Dilma, Mantega e outros deram um chega para lá no jogral mercadista sonorizado pela mídia demotucana. A exemplo do salazarismo dominante em Portugal entre 1932 e 1968, o que se pretende é embalsamar o Brasil em um formol de inflação baixa, com desemprego alto e juros explosivos. Em resumo, a velha e nostálgica paz dos cemitérios rentistas. O funeral foi descartado de maneira lapidar pela Presidenta da República quando disse: “…sempre é melhor enfrentar os problemas do crescimento do que os problemas do desemprego, da falta de renda, da falta de investimento e da depressão econômica”. (Carta Maior; 4º feira, 27/04/2011)
Fátima An-Najar é uma daquelas avós que carregam toda a dor e o sofrimento da humanidade.
O sacrifício
Fátima An-Najar é uma daquelas avós que carregam toda a dor e o sofrimento da humanidade. Seu nome evoca a filha do profeta Muhammad (Maomé) e o sobrenome a profissão de José, pai de Jesus.
Aos 67 anos de idade despediu-se do mundo explodindo o corpo em protesto contra a ocupação israelense.
Para a mídia foi apenas mais um número a contabilizar; para os palestinos mais uma mártir que partia. Antes dela, os israelenses haviam assassinado seu marido, dois filhos e um dia antes de sua morte, um neto de 17 anos.
O martírio de Fátima foi a culminância de um mês de massacres contra seu povo pelas tropas sionistas. Primeiro o assassinato frio e cruel de 18 mulheres e crianças em suas casas enquanto dormiam. A isso, a mídia ocidental denominou “incidente”. As vítimas não tinham nome, não tinham rosto, não tinham sonhos. Eram apenas números.
E em “outro incidente”, de acordo com a mídia ocidental, suas tropas dispararam contra 50 mulheres palestinas que tentavam proteger 60 refugiados em uma mesquita. Vejam que comportamento mais imoral dessa mídia. Para não criticar os carrascos israelenses, justificam o massacre acusando as 50 mulheres de servir de escudo para proteger 60 “militantes”. Vocês repararam nos números? 50 mulheres e 60 refugiados numa mesquita.
Não falam em 60 mães desesperadas tentando salvar os filhos.
Isso me lembra o jornalismo praticado na época da ditadura. Torturava-se até a morte e depois alegava-se suicídio ou atropelamento... Com o beneplácito dessa mesma mídia. Pergunto: alguma coisa mudou?
Fátima An-Najar, 67 anos, mãe, avó, palestina.
Fátima An-Najar, 67 anos, sacrificou-se em nome da humanidade!
E abaixo você assiste a mais uma manifestação de arrogância de um soldado israelense que dança para humilhar uma jovem palestina manietada.
Pobres lotam cadeias, mas grandes entopem os tribunais
Marcelo Semer
De São Paulo
Na mesma semana em que a polícia divulgou suspeitas que o médico Roger Abdelmassih esteja foragido no Líbano, o ministro Luiz Fux, do STF, negou liberdade a um condenado pelo furto de seis barras de chocolate.
Mesmo reconhecendo o valor ínfimo, Fux rejeitou o trancamento da ação, porque o réu seria "useiro e vezeiro" na prática do crime.
Roger Abdelmassih teve mais sorte. Foi condenado pela Justiça paulista a 278 anos de reclusão, por violências sexuais que teria praticado durante anos contra dezenas de mulheres que buscavam seu consultório para reprodução assistida. Nas férias forenses, ganhou a liberdade em liminar concedida pelo ministro Gilmar Mendes.
Nem tudo está perdido, porém.
O furtador de chocolates não fugiu, e em relação a ele, o direito penal poderá ser aplicado em toda a sua plenitude: um ano e três meses de reclusão. Afinal, por sua reincidência, a insignificância deixou de ser insignificante.
Nos últimos anos, o STF tem sido reputado como o tribunal mais garantista do país no âmbito criminal - o que fez a decisão relatada por Fux chocar ainda mais a comunidade jurídica.
Recentemente, o tribunal tomou uma posição reclamada por doutrinadores, proibindo a decretação da prisão, quando ainda existam recursos pendentes. É com base neste entendimento, por exemplo, que o jornalista Pimenta Neves aguarda solto o desenrolar de seus vários apelos.
A decisão tem justificativa na concepção do processo penal no estado democrático de direito. Todavia, o próprio STF tem sido flexível com este padrão, quando o réu se encontra preso durante o processo. É mais rigoroso, enfim, com quem foi preso desde o início.
Como a "primeira classe do direito penal" raramente é presa em flagrante, na prática acaba sendo a principal beneficiária da jurisprudência liberal.
Um acórdão do STJ fulminou inquérito policial contra empresários e políticos, com o bem fundamentado argumento de que 'denúncia anônima' é ilegítima para justificar a devassa telefônica.
Prisões de centenas de pequenos traficantes país afora, todavia, também costumam ser justificadas por informações obtidas em denúncias anônimas. Por meio delas, policiais revistam suspeitos na rua e pedem buscas e apreensões. Custa crer que a jurisprudência se estenderá a todos eles.
Se as cadeias estão superlotadas de réus pobres, os recursos que entopem nossos tribunais têm uma origem bem diversa.
O Conselho Nacional de Justiça divulgou a lista dos maiores litigantes do Judiciário, onde se encontram basicamente duas grandes espécies: o poder público e os bancos.
Como assinalou o juiz Gerivaldo Neiva, em análise que fez em seu blog (100 maiores litigantes do Brasil: alguma coisa está fora da ordem), os esforços da justiça estariam em grande parte concentrados entre "caloteiros e gananciosos".
Verdade seja dita, o acesso aos tribunais superiores não é apenas protelatório.
Só o Superior Tribunal de Justiça, o "Tribunal da Cidadania", editou nada menos do que quatro súmulas que favorecem diretamente aos bancos, como apontou Neiva. Entre elas a que proíbe o juiz, nos contratos bancários, de considerar uma cláusula abusiva contra o consumidor, se não houver expressamente a alegação no processo.
A decisão, que serve de referência para a jurisprudência nacional, inverte o privilégio criado pelo código do consumidor. Mas a Justiça parece considerar, muitas vezes, que bancos não têm as mesmas obrigações.
O STF, a seu turno, não se mostra tão garantista em outros campos.
Avança na precarização dos direitos trabalhistas, principalmente ao ampliar a aceitação da terceirização. Em relação aos funcionários públicos, destroçou com a força de uma súmula vinculante, a exigência de mero advogado nos processos disciplinares, e com outra a possibilidade de usar o salário mínimo como indexador de adicionais, proibindo ainda o juiz de substitui-lo por qualquer outra referência.
Não há sentido mais igualitário do que o princípio básico da justiça: dar a cada um o que é seu. Regras tradicionais de interpretação das leis privilegiam sempre a equidade. Se tudo isso ainda fosse pouco, a redução das desigualdades é nada menos do que um dos objetivos principais da República.
Por mais que a Justiça julgue cada vez mais e se esforce para julgar cada vez mais rápido, não se pode deixar de lado a questão fundamental da igualdade e com ela a proteção aos direitos fundamentais.
É certo que a sociedade brasileira é profundamente desigual e que a maioria das leis aprofunda esse fosso ao invés de reduzi-lo.
Mas a obrigação de ser o anteparo da injustiça significa também impedir o arbítrio do poderoso, a danosa omissão do mais forte e a procrastinação premeditada do grande devedor.
Temos de entender que o direito existe em função dos homens e não o contrário.
Não há formalismo que possa nos impedir de tutelar a dignidade humana, diante da repressão desproporcional ou da desproteção dos valores mais singelos.
Para que os fortes se sobreponham pela força, a lei da selva sempre foi suficiente.
Deve haver uma razão para que a humanidade a tenha abandonado.
Marcelo Semer é Juiz de Direito em São Paulo. Foi presidente da Associação Juízes para a Democracia. Coordenador de "Direitos Humanos: essência do Direito do Trabalho" (LTr) e autor de "Crime Impossível" (Malheiros) e do romance "Certas Canções" (7 Letras). Responsável pelo Blog Sem Juízo.
terça-feira, abril 26, 2011
A moeda americana se transformou na maior bolha especulativa da História
“O dólar tem os dias contados”, diz jornalista suíça
Li agora e achei interessantíssima a matéria publicada pelo site Swissinfo com a jornalista de economia Myret Zaki. Ela apresenta uma visão que, aqui, é muito raro encontrar quem tenha coragem de sustentar. E que é indispensável para entender os movimentos da economia, porque os analista, em geral, continuam sustentando o discurso que a crise de 2008 demonstrou ser insustentável.
As evidências, porém, são muito forte e, por isso, vão começando a surgir as vozes que dizem, como na fábula, o que não se quer ver: o rei está nu.
Transcrevo alguns trechos da matéria e da entrevista de Zaki.
“A moeda americana se transformou na maior bolha especulativa da História e está condenada a uma forte queda. Os ataques contra o euro são apenas uma cortina de fumaça para esconder a falência da economia americana, defende a jornalista suíça Myret Zaki em seu último livro.
“A queda do dólar se prepara. É inevitável. O principal risco no mundo atualmente é uma crise da dívida pública americana. A maior economia mundial não passa de uma grande ilusão. Para produzir 14 trilhões de renda nacional (PIB), os Estados Unidos geraram uma dívida de mais de 50 trilhões que custa 4 trilhões de juros por ano.”
O tom está dado. Ao longo das 223 páginas de seu novo livro, a jornalista Myret Zaki faz uma acusação impiedosa contra o dólar e a economia americana, que considera “tecnicamente falida”.
A jornalista se tornou, nos últimos anos, uma das mais famosas escritoras de economia da Suíça. Em seus últimos livros, ela aborda a situação desastrosa do banco suíço UBS nos Estados Unidos e a guerra comercial no mercado da evasão fiscal. Na entrevista a seguir, Myret Zaki defende a tese de que o ataque contra o euro é para desviar a atenção sobre a gravidade do caso americano.
Swissinfo.ch: A Senhora diz que o crash da dívida americana e o fim do dólar como lastro internacional será o grande acontecimento do século XXI. Não seria um catastrofismo meio exagerado?
Myrette Zaki: Eu entendo que isso possa parecer alarmista, já que os sinais de uma crise tão violenta ainda não são tangíveis. No entanto, estou me baseando em critérios altamente racionais e factuais. Há cada vez mais autores americanos estimando que a deriva da política monetária dos Estados Unidos conduzirá inevitavelmente a tal cenário. É simplesmente impossível que aconteça o contrário.
swissinfo.ch: No entanto, esta constatação não é, de forma alguma, compartilhada pela maioria dos economistas. Por quê?
MZ: É verdade. Existe uma espécie de conspiração do silêncio, pois há muitos interesses em jogo ligados ao dólar. A gigantesca indústria de asset management (investimento) e dos hedge funds (fundos especulativos) está baseada no dólar. Há também interesses políticos óbvios. Se o dólar não mantiver seu estatuto de moeda lastro, as agências de notações tirariam rapidamente a nota máxima da dívida americana. A partir daí começaria um ciclo vicioso que revelaria a realidade da economia americana. Estão tentando manter as aparências a todo custo, mesmo se o verniz não corresponde mais à realidade.
swissinfo.ch: Não é a primeira vez que se anuncia o fim do dólar. O que mudou em 2011?
MZ: O fim do dólar é realmente anunciado desde os anos 70. Mas nunca tivemos tantos fatores reunidos para se prever o pior como agora. O montante da dívida dos EUA atingiu um recorde absoluto, o dólar nunca esteve tão baixo em relação ao franco suíço e as emissões de novas dívidas americanas são compradas principalmente pelo próprio banco central dos EUA.
Há também críticas sem precedentes de outros bancos centrais, que criam uma frente hostil à política monetária americana. O Japão, que é credor dos Estados Unidos em um trilhão de dólares, poderia reivindicar uma parte desta liquidez para sua reconstrução. E o regime dos petrodólares não é mais garantido pela Arábia Saudita.
swissinfo.ch: Mais do que o fim do dólar, a Senhora anuncia a queda da superpotência econômica dos EUA. Mas os Estados Unidos não são grandes demais para falir?
MZ: Todo mundo tem interesse que os Estados Unidos continuem se mantendo e a mentira deve continuar por um tempo. Mas, não indefinidamente. Ninguém poderá salvar os americanos em última instância. São eles quem terão que arcar com o custo da falência. Um período muito longo de austeridade se anuncia. Ele já começou. Quarenta e cinco milhões de americanos perderam suas casas, 20% da população sairam do circuito econômico e não consomem mais, sem contar que um terço dos estados dos EUA estão praticamente falidos. Ninguém mais investe capital no país. Tudo depende exclusivamente da dívida (americana).
segunda-feira, abril 25, 2011
A verdade é que Bernanke está deliberadamente detonando o dólar para ajudar a manter os amigões falidos
Mike Whitney: Brasileiros e chineses acreditam mais no capitalismo que norte-americanos
Os verdadeiros perdedores no jogo de esconder de Bernanke
Welcome to Banktopia
Vamos falar de quem toma na cabeça. O dólar tem sido martelado diariamente. E o dólar está sendo martelado por querer, já que o Banco Central quer uma moeda mais fraca para aumentar as exportações e diminuir o peso da dívida dos bancos. (Sim, Martha, os bancos ainda estão insolventes) Assim, para baixo vai o dólar, cada vez mais baixo, empurrando para cima os preços da gasolina e dos alimentos enquanto o poder de compra do trabalhador médio dos Estados Unidos some no buraco negro. E este processo vai continuar no futuro ao alcance da vista — como Obama prometeu no início do ano — já que Washington está comprometida com “dobrar as exportações nos próximos 5 anos”. Pense nisso: “Próximos 5 anos”. É o mesmo que dizer que o trabalhador norte-americano será reduzido à pobreza do Terceiro Mundo em meia década. É uma sentença de morte.
E nada disso tem qualquer coisa a ver com a redução do desemprego e o aumento do PIB. Na verdade, revisões do PIB do primeiro trimestre revelam as mentiras por baixo da política econômica. O primeiro anúncio do Departamento do Comércio colocou o PIB em 3,2%. Lembram-se? Agora estamos em 1,4% e alguns preveem que a revisão final poderia colocar o PIB do primeiro trimestre no campo negativo. Isso é do New York Times:
“Mais cedo nesta semana escrevemos que vários proeminentes analistas econômicos reduziram suas estimativas para o crescimento do PIB no primeiro trimestre deste ano. Hoje vemos declínio ainda maior. Macroeconomic Advisors, uma firma de avaliação econômica, reduziu sua estimativa anualizada para apenas 1,4%, quando apenas alguns meses atrás dizia que o PIB seria de 4,1%. A Capital Economics também reduziu sua estimativa para 1%, escrevendo numa nota para um cliente: Todos os dados divulgados na semana passada precisam ser revistos. Ao final da semana, quando a poeira tinha finalmente assentado, a estimativa era de apenas 1% de PIB anualizado. Na verdade, existe até mesmo a possibilidade de que a economia tenha contraído [no primeiro trimestre]“. (“G.D.P. Estimates Slide Further”, New York Times)
Assim, é papo-furado. A economia não está crescendo. Como poderia? Os salários estão na mesma, o crédito ainda está encolhendo (excluindo os empréstimos a estudantes) e a única razão para a queda dos números do desemprego é que mais e mais pessoas simplesmente desistiram de procurar vagas. Todos sabemos disso. Assim, embora possamos ter um pequeno aumento do consumo e das vendas no varejo, não se engane. É só porque custa mais para colocar comida na mesa e dirigir para o trabalho, não porque as pessoas estão comprando à beça no shopping ou vivendo luxuosamente.
E o povo dos Estados Unidos sabe o que está acontecendo; ele pode enxergar através da “charada verde”. É por isso que a última pesquisa do New York Times mostrou que “Nation’s Mood (is) at the Lowest Level in Two Years” e que “os norte-americanos estão mais pessimistas sobre a situação econômica e a direção do país do que estiveram desde quando o presidente Obama completou dois meses no poder, quando o país ainda estava preso à Grande Recessão”. (“Nation’s Mood at Lowest Level in Two Years, Poll Shows”, New York Times)
As pessoas perderam a fé em Obama, no Congresso e no processo político em si. Elas podem ver que o sistema está quebrado e não responde mais aos desejos do povo, o que explica porque as pessoas estão simplesmente desistindo. É óbvio. O Gallup descobriu a mesma coisa. Aqui um clip de uma pesquisa recente:
“O otimismo dos americanos em relação à direção futura da economia mergulhou em março pelo segundo mês consecutivo, quando a porcentagem dos que dizem que a economia ‘está melhorando’ caiu para 33% — quando era de 41% em janeiro… O otimismo sobre o futuro da economia declinou para simpatizantes de todos os partidos durante o primeiro trimestre… O índice de confiança econômica do Gallup, que inclui o otimismo sobre a economia, também mergulhou em março” (“U.S. Economic Optimism Plummets in March”, Gallup)
Assim, a conversa de “tempos felizes” da propaganda não faz efeito. O público não acredita. Sabemos que estamos em uma Depressão. Como as pessoas não saberiam? Estão mergulhadas nas prestações da casa própria, não conseguem empréstimos, os filhos e o tio Arnie não conseguem emprego e o cara no Salão Oval não faz nada para ajudar. Não é surpresa que as pessoas estejam simplesmente desprezando o capitalismo. Para um choque, leiam o resultado desta pesquisa da Globescan:
“O apoio público dos americanos à economia de livre mercado caiu fortemente no ano passado e é menor agora que na China, de acordo com uma pesquisa da GlobeScan divulgada hoje… Quando a GlobeScan começou a fazer a avaliação, em 2002, quatro de cinco norte-americanos (80%) viam o livre mercado como o melhor sistema econômico para o futuro — o mais alto apoio nos países pesquisados. Este número começou a cair nos anos seguintes à crise financeira de 2007/2008, teve uma breve recuperação e caiu de novo em 2009, um total de 15 pontos naquele ano, e agora só três em cinco norte-americanos (59%) dizem que a economia de livre mercado é o melhor sistema econômico para o futuro. O presidente da GlobeScan comentou: ‘Os Estados Unidos eram o último lugar do mundo onde esperávamos ver uma queda de confiança tão grande no sistema da livre iniciativa. Isso não é boa notícia para os negócios’. Os resultados significam que várias economias emergentes superaram os Estados Unidos no entusiasmo em relação ao livre mercado. Chineses e brasileiros, 67% dos quais dizem que o sistema de livre mercado é a melhor oferta existente, tem opinião mais positiva sobre o capitalismo que os norte-americanos” (“Sharp Drop in American Enthusiasm for Free Market, Poll Shows”, GlobeScan)
Podemos acreditar? Os chineses gostam mais do capitalismo que os norte-americanos. Que tal isso como ironia? E não se enganem, o trabalhador comum não está gastando suas noites com o Manifesto Comunista, enquanto ensaia a Internacional [Socialista]. Bobagem. Os norte-americanos são práticos. Eles sabem que estão se ferrando com os dois partidos e é por isso que o apoio deles ao sistema erodiu ainda mais sob Obama. Caiu “15 pontos em um ano” desde 2009. É isso aí, Barry.
E as coisas vão apenas piorar quando o Congresso começar a atirar no orçamento, eliminando programas e serviços populares. Vai apenas acrescentar combustível ao fogo e convencer as pessoas de que o sistema não tem conserto. Resultado: as condições de vida vão se deteriorar, a atividade econômica vai diminuir e a economia vai entrar em um longo período de estagflação.
Mas isso não significa que Wall Street vai sofrer. Que diabos, não. Os mercados vão continuar a borbulhar alimentados pelas injeções de estímulo monetário do Banco Central como tem acontecido nos últimos três anos. Como a Bloomberg noticiou esta semana, Bernanke [Ben, presidente do Banco Central, o Fed] não planeja acabar com o QE2 [quantitative easing], como previsto, no final de junho, mas vai continuar a reclicar os dividendos dos papéis lastreados em hipotecas [mortgage-backed securities (MBS)] comprando bônus que vão assegurar que as ações continuem a bater recordes, enquanto 42 milhões de norte-americanos se viram com os cupons de alimentação [o Bolsa-Família dos Estados Unidos] e alguns milhões esperam para serem chutados para fora de casa. Parece justo, não?
Assim, se parece que os grandes bancos estão definindo a política… é porque estão. Pense assim: o governo dos Estados Unidos mantém dois livros contábeis.
Um registra as dívidas e as receitas públicas.
O outro é o livro das operações do Banco Central. Quando o Congresso gasta dinheiro, precisa ser aprovado pelo processo democrático normal. Quando o Banco Central gasta dinheiro, simplesmente escreve um cheque lastreado na “fé completa e crédito do Tesouro dos Estados Unidos, sem acompanhamento ou supervisão. E as dívidas que ele cria não são acrescentadas ao déficit do orçamento ou forçam os políticos a colocar freios nos bancos. Nada disso. Os 2 trilhões de dólares em lixo [mortgage-backed securities (MBS)] e outras doações que o Banco Central fez a Wall Street desde o colapso da Lehman deveriam ter colocado o déficit na estratosfera e forçado a falência dos maiores bancos do país. Mas isso não aconteceu, já que o Banco Central mantém isso “fora do orçamento”, onde não existe escrutínio do Congresso. Assim, vale qualquer coisa.
O único problema é que o Projeto de Bem-Estar dos Bancos do Fed, de um trilhão de dólares, levou à diminuição do poder de compra e ao mergulho do dólar. Assim, seria apropriado chamar as ações do Banco Central [QE2] de um imposto disfarçado sobre os trabalhadores, em vez de “estímulo monetário” (o que não é). A verdade é que Bernanke está deliberadamente detonando o dólar para ajudar a manter os amigões falidos dos bancos flutuando e para manter as ações “no ponto” para os compradores. Mas o resultado disso é uma grande perda de riqueza pessoal para todos os demais. Eles são os verdadeiros perdedores no jogo de esconder de Bernanke.
Olhando para o futuro, veremos mais do mesmo. As ações vão continuar a subir, a tinta vermelha no balanço do Banco Central vai continuar a acumular e o dólar vai continuar seu agonizante mergulho. O Banco Central está organizando o tiroteio agora e o resto de nós apenas assiste, sem direito a palavra.
Bem-vindos à Banktopia.
Mike Whitney lives in Washington state. He can be reached at fergiewhitney@msn.com
PS do Viomundo: Adivinhem para onde vem os dólares do Fed americano?
domingo, abril 24, 2011
Na Líbia o maior aqueduto do planeta
Não é para você saber...
WebIslam
WebIslam
28/07/2004
Grande Rio Artificial: aqueduto subterrâneo de 5 metros de diâmetro e 3.500 quilômetros de extensão
Revolução Líbia constrói o maior aqueduto do planeta
Governo líbio transformou o deserto em um local fértil promovendo o acesso à água da população, das municipalidades, da indústria e agricultura
No dia 14 de julho foi inaugurado o projeto líbio “Grande Rio Artificial”, um gigantesco aqueduto subterrâneo de 5 metros de diâmetro e 3.500 quilômetros de extensão. Um projeto que revolucionou o acesso à água da população, das municipalidades, da indústria e agricultura do país. O Festival da Juventude comemorativo da finalização do projeto, que se deu com a colocação do último tubo, teve a participação de delegações de mais de vinte países. Entre as organizações presentes estavam a Nasyo (Organização dos Jovens e Estudantes Não Alinhados), a Federação Mundial da Juventude Democrática (FMJD), União Internacional dos Estudantes, Associação dos Estudantes da Ásia e da Juventude do Movimento Pan-Africano. Do festival participaram 5 mil estudantes das escolas e universidades líbias coordenados pela União Geral dos Estudantes da Grande Jam-ahiryia (denominação da República da Líbia). O entusiasmo dos jovens se expressava em palavras de ordem entoadas pelos jovens que se apresentaram com danças e canções regionais.
A oitava Maravilha
A convite do governo, Mauro Bianco, membro do secretariado nacional do Movimento Revolucionário 8 de Outubro, coordenador da Juventude Revolucionária 8 de Outubro e vice-presidente da Nasyo, participou do festival. O projeto também foi denominado pelo povo como a 8a Maravilha do Mundo. “Essa obra é um marco, um salto de qualidade na vida das pessoas”, afirmou Mauro ao falar em nome de todas as delegações estrangeiras presentes ao ato inaugural. “Ela abre possibilidades econômicas inimagináveis; uma revolução no mais profundo significado da palavra, muda a economia do país e representa um salto de séculos à frente realizado em pouco tempo”, acrescentou.
“Um trabalho impressionante que é a prova da capacidade de um povo que determina seu próprio destino. Essa foi a grande conquista da revolução Al Fatah liderada pelo grande líder Muamar Kadafi. Vocês têm todas as razões para se orgulharem desta obra gigantesca de seu governo e de seu líder. Esse rio está mudando a vida e a qualidade de vida de toda população e abrindo caminho para um progresso sem precedente na Líbia e em toda a África. Os benefícios não serão apenas para os líbios mas para toda a humanidade”, enfatizou Mauro, destacando ainda que, “além de toda a infra-estrutura que se criou para construir o rio trouxe aos líbios um desenvolvimento tecnológico e um avanço no conhecimento científico absolutamente novos”.
Incentivo aos povos
“Essa obra combateu a fome gerando milhares de empregos e multiplicando a produção agrícola numa região absolutamente desértica, mas que se comprovou fértil depois de irrigada. Ela é um incentivo para os povos pelos avanços impressionantes embasados em conquistas democráticas inéditas de um povo que conquistou a independência nacional numa luta titânica na qual morreu aproximadamente metade da população”, afirmou.
Quanto à força do povo, demonstrada na construção da obra, o líder Muamar Kadafi destacou, quando inaugurou a primeira parte do projeto - após um investimento de US$ 5 bilhões, em 1º de setembro de 1991, no 22º aniversário da revolução: “A Líbia completou este trabalho em circunstâncias difíceis. O fez sob um bloqueio econômico imposto pelo imperialismo antipovo e antiprogresso. Foi completada sem a ajuda dos bancos mundiais”.
“A revolução agrícola permitirá ao povo líbio garantir sua vida, comer livremente seu alimento que normalmente era importado do exterior, isto é liberdade, independência, é revolução. Essa obra demonstra que o povo líbio é um povo amante da paz usando sua própria capacidade para superar o subdesenvolvimento”, acrescentou Kadafi.
No festival inaugural as presenças mais destacadas foram: o ministro da Juventude e dos Esportes, Ali Al Sharri; o prefeito de Sirt (cidade onde o ato se deu e onde se encontram dois dos lagos formados pelo transporte de água); e o presidente da União Geral dos Estudantes da Grande Jamahiryia, Abluhaim Ammr.
Iniciado em 1984, o projeto utiliza água depositada por milhares de anos em gigantescos lençóis no coração do deserto de onde é agora transportada para as regiões costeiras do país atendendo a demanda crescente do povo - uma população de 5 milhões - das cidades, da indústria e da agricultura.
Geradores de energia
Este projeto comporta o maior aqueduto e tubulação subterrânea do planeta com 5 metros de diâmetro enterrado sob a superfície de uma imensa região desértica. Acresce-se a isso a gigantesca infra-estrutura que permite sua operacionalização. Estações geradoras de energia elétrica com potência de 15 megawatts com turbinas acionadas a gás instaladas nas origens do aqueduto, em Sarir e Tarzebo, seguem-se na superfície extensas redes e linhas de distribuição com subestações ao longo da rota do aqueduto.
As escavações ao longo dos 3 mil e quinhentos quilômetros do projeto, foram de 6 metros de largura por 7 de profundidade para a colocação dos tubos. O acesso a eles, seja para conservação ou manutenção corretiva eventual, é através de 3 mil válvulas.
Como resultado da obra estão sendo irrigadas 135 mil hectares e produzidas plantações com um resultado já atingido de 270 mil toneladas de grãos por ano e de 760 mil toneladas de forragem para alimentação animal, além de frutas, legumes e verduras em abundância.
No futuro o rio subterrâneo se extenderá com novos braços para chegar a todas as aldeias e comunidades do país.
Mil litros de água para cada Líbio por dia
Para o projeto foram abertos mil e trezentos poços, alguns com profundidade que chega a 500 metros. Com isso se estabeleceu em direção à região costeira um fluxo de 6,5 milhões de metros cúbicos por dia. Para se ter uma idéia do salto de qualidade no acesso à água, isso significa uma disponibilidade média de 1000 litros de água por dia para cada líbio.
Para chegar a seu destino, a água leva 9 dias de jornada desde o momento em que se desloca dos lençóis subterrâneos até os lagos artificiais, de 3 mil metros de diâmetro cada, ao longo da costa.
A manutenção preventiva é garantida por bases de técnicos instaladas ao longo do aqueduto e interligadas por sistemas modernos de comunicação que empregam tecnologia de fibra ótica e de microondas.
Nathaniel Braia
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