PPS e PDT devem anunciar até o final de maio um nome de consenso como candidato à Presidência da República. Essa foi a versão dada à imprensa ontem pelos presidentes dos dois partidos, Carlos Lupi (PDT) e Roberto Freire (PPS), que estiveram reunidos na capital paulista e acertaram um "compromisso" das legendas irem juntas para as eleições de outubro. Mas nos bastidores, os dois partidos negociam apoio à candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB).
Lideranças do PPS passaram a discutir com o PSDB e PFL a possibilidade de fechar uma aliança em torno do pré-candidato tucano à Presidência, Geraldo Alckmin. Essa negociação, que ainda está sendo debatida nos bastidores, pode mudar a composição da chapa que disputará a eleição presidencial em outubro.Entre as possibilidades em estudo está a possibilidade do PFL abrir espaço para o PPS ou PDT indicar o vice da chapa de Alckmin. Com isso, os partidos tentariam dar à chapa de Alckmin um caráter de centro-esquerda.Esse cenário, entretanto, depende ainda da evolução da tentativa de aproximação do PSDB com o PMDB. Todos os partidos envolvidos na negociação concordam com a possibilidade de abrir mão da indicação do vice em favor do PMDB. Dividido, o PMDB tem uma convenção na próxima semana para decidir se homologa ou desiste da candidatura própria. Até lá, o PMDB deve sofrer o assédio tanto dessa chapa de centro-esquerda como do PT.Para integrantes do PFL, ganhar a eleição é mais importante do que indicar o vice de Alckmin. Os pefelistas entendem que sem a vitória terão poucas chances de eleger uma bancada expressiva no Congresso.O presidente nacional do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), confirma a necessidade de ampliar a aliança, embora negue que a vaga de vice esteja em negociação. "Tenho sempre pregado uma coligação mais ampla. Defendo isso abertamente e vou continuar defendendo."Política econômicaA Folha Online diz ter apurado que o PPS e o PDT condicionam desistir da candidatura própria ao conteúdo do programa de governo de Alckmin. Um dos pontos principais para os dois partidos é a política econômica. O fato de Alckmin ter escolhido para assessorá-lo nesta área o economista Yoshiaki Nakano e o ex-ministro Luiz Carlos Mendonça de Barros, considerados desenvolvimentistas, já agradou a lideranças do PPS."Nós não temos um projeto eleitoral, mas para o país. O Alckmin aceita mudar a política econômica? Assumir compromissos históricos do PDT? [Uma aliança] depende mais dele", afirmou o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi. O pedetista garante que o objetivo do seu partido é se unir ao PPS para lançar um candidato de terceira via, mas admite que a falta da aliança pode dificultar a intenção do PDT. Nas últimas semanas, os presidentes do PPS, Roberto Freire, e do PFL, Jorge Bornhausen, se reuniram para discutir a aliança. Os dois confirmam a conversa, mas afirmam que foram restritas a coligações entre as duas siglas nos Estados. Os dois partidos estarão juntos em Mato Grosso, Rio de Janeiro e Paraná. Nos três, o PPS tem o candidato aos governos. Mas segundo a Folha Online, essas alianças já fazem parte da costura para que o partido apoie Alckmin.
Fonte: Folha Online
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