terça-feira, maio 16, 2006
São Paulo 2006 NÃO É Nova Iorque-11/9: São Paulo é Paris-2006.
Passei o dia, até agora, lendo jornais brasileiros. TODOS REPETEM O MESMO ASNEIROL. Uns vêm com ares mais 'sociológicos', outros são mais metidos a 'cidadãos', outros são mais 'ongueiros', outros são, nus e crus, totalmente despolitizantes e imbecilizantes.
Nenhum jornal brasileiro sequer tentou olhar o frenesi midiático de ontem, que inflou o levante dos bandidos organizados -- mas que jamais se teriam organizado sem encontrar apoio nas periferias miseráveis -- a partir de um ponto de vista menos redutor e menos imbecilizante.
São Paulo, ontem, teve um dia de Paris-2006, muito mais do que um dia de Nova Iorque-11/9.
Nenhum jornalão brasileiro e nenhum jornalista brasileiro, contudo, nem viu nem ajudou a ver que, ontem, pela primeira vez, as populações periféricas pobres de São Paulo tomaram conta do centro da cidade rico: isso é Paris-2006, muito mais que Nova Iorque-11/9. Isso é puro mundo 'global', 'neoliberal', udenista, tucano & pefelista.
Na luta confronto que se armou ontem, só morreram policiais pobres e bandidos pobres: isso é Paris-2006, muito mais que Nova Iorque-11/9.
Os jornais não recorreram em momento algum, para explicar o confronto armado de ontem, sequer, à própria sociedade, que só foi mostrada em cenas de pânico, nunca em cenas de organização, articulação e resistência, que também houve e há e muitas: isso é Paris-2006, muito mais que Nova Iorque-11/9.
Os jornais não recorreram, para explicar o confronto armado de ontem, tampouco aos agentes e movimentos sociais -- completamente esquecidos, completamente, na cobertura dos jornalões brasileiros. Os jornais recorreram, para explicar o confronto armado, exclusivamente, às autoridades do Estado de São Paulo, da Prefeitura de São Paulo e da Polícia (ao comando, não aos soldados) do Estado de São Paulo: isso é Paris-2006, muito mais que Nova Iorque-11/9.
Não se trata de "terrorismo", como
(a) Miriam Leitão tenta inventar e implantar na discussão social, via sua coluna de eterno golpismo, em O Globo, hoje, em http://oglobo.globo.com/jornal/colunas/miriam.asp; como
(b) Merval Pereira TAMBÉM tenta inventar e implantar na discussão social, via sua coluna de TAMBÉM eterno golpismo, TAMBÉM em O Globo, hoje, em http://oglobo.globo.com/jornal/colunas/merval.asp; e como, hoje, até
(c) Tereza Cruvinel TAMBÉM tenta inventar e implantar na discussão social, também em sua coluna em geral mais séria, mas TAMBÉM em O Globo, em http://oglobo.globo.com/jornal/colunas/panpol.asp.
O medo está sendo construído -- pelos jornalões e jornalistas antidemocrátiicos e também por jornalistas autistas ou, apenas, mais indiferentes ao jornalismo e ao Brasil do que aos seus precários empregos --, na sociedade brasileira, em 2006, para mantê-la dividida e, portanto, para mantê-la enburrecida, desinformada, enfraquecida e paralisada.
O medo implantado pela mídia é arma fascista, de tática fascista. O medo implantado, como 'argumento' de campanha eleitoral, é fascismo TOTAL, aplicado.
Isso, feito no Brasil-2006, pela dita 'grande' mídia de jornalão, em campanha eleitoral antecipada e ilegal (como foi feito em Caracas e como em La Paz e por toda a parte, na América Latina), é puuuuuuuuuuuuuuuuuro atraso construído, para, em seguida, poder ser disputado a bala.
Os mortos não contam, nessas guerras inventadas, porque são sempre pobres. Isso, sobretudo, é Paris-2006, muito mais que Nova Iorque-11/6.
É preciso reeleger o presidente Lula, em outubro, para que a sociedade brasileira possa continuar o longo e dífícil trabalho de aprender, afinal, a proteger-se contra todos os bandidos: os que estão presos e os que operam, hoje, a mídia de jornalão no Brasil; e contra os seus candidatos.
Lula é muitos!
Lula 2006, para continuar a redemocratização do Brasil.
Caia Fittipaldi (a partir de idéias do Giuseppe Cocco, em msg para a Universidade Nômade)
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