Lista de Furnas: eletricidade no ar
Quando no ano passado Roberto Jefferson denotou uma mala de denúncias contra o governo Lula e sua base parlamentar a mídia e a oposição deram-lhe credibilidade imediata e condenaram os acusados mesmo antes das investigações e do julgamento. Agora, diante da alcunhada “lista de Furnas” que envolve, sobretudo, lideranças do PSDB e do PFL em suposto esquema de doações ilícitas de campanha, a reação da oposição e da mídia é totalmente oposta. A rigorosa defesa da ética e dos bons costumes evaporou-se como o éter.
Se os arrolados na “dita cuja” são inocentes por que o temor de serem “eletrocutados”? Se se trata de uma armação grosseira, de uma vendeta tosca, por que a oposição não se colocou na linha de frente para exigir uma investigação rigorosa sobre o assunto?
Muito ao contrário. Mídia e oposição, quando até aqui trataram do tema, gastaram, num conjunto de cem palavras, noventa para demonizar a tal lista e o restante para dizer que o assunto tem de ser esclarecido.
A veracidade da lista tem de ser rigorosamente apurada. Impossível tirá-la de cena com golpes de mágica ou com manobras políticas. Roberto Jefferson confirmou ser verdade que ele recebeu a quantia que consta em seu benefício na lista. O cartório reconheceu “por semelhança” a assinatura do senhor Dimas Fabiano Toledo, ex-presidente de Furnas, lavrado no hipotético original do documento.
Contudo, se é verdadeira ou falsa somente as investigações poderão dizer. De qualquer modo, este acontecimento se choca com a pretensão de tucanos e pefelistas de se apresentarem na campanha eleitoral como reis e rainhas da ética.
Pretensão, aliás, ridícula, independentemente, do desfecho da “lista de Furnas”. A Justiça acaba de condenar ex-diretores do Banco do Brasil, da gestão FHC, por malversação da coisa pública, da mesma maneira, a Justiça condenou a gestão FHC, apontando irregulares no processo de privatização da Vale do Rio do Doce. Esses dois singelos exemplos estão dependurados numa quilométrica réstia de escândalos e denúncias da era FHC: privatização das teles, compra de votos para aprovar a emenda da reeleição, operações fraudulentas do BNDES, etc, etc.
Os incontáveis bilhões de prejuízos ao erário patrocinados pela gestão PSDB-PFL são tantos que somos impelidos a desta vez concordar com FHC: “Ladrão, não mais!”.
Editorial do Portal Vermelho.
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