segunda-feira, abril 03, 2006

ECONOMIA & POLÍTICA - LV I I I 02/04/2006

From: evaristoalmeida

a) A troca no comando da economia

A escolha de Guido Mantega para o Ministério da Economia é bem vinda para os desenvolvimentistas. No Brasil nos últimos anos os economistas têm se dividido em duas categorias: os monetaristas e os desenvolvimentistas. Os monetaristas são economistas que fizeram pós-graduação nos Estados Unidos e primam pela defesa da moeda. A preocupação principal desses economistas é com a inflação. Para isso utilizam doses cavalares de juros básicos. Não há nenhuma preocupação desses economistas com o nível de crescimento do PIB e do emprego. Na visão deles basta uma inflação baixa e o governo diminuir seus gastos para que a economia volte a crescer. Eles querem baixar o gasto do governo, se utilizando de uma nova reforma na Previdência Social (estipulando idade mínima para se aposentar aos 65 anos), diminuição dos gastos sociais como Bolsa Família, educação, saúde entre outros. Eles dominam o pensamento econômico do PSDB. Os desenvolvimentistas, que se fundamentam em Celso Furtado querem que a inflação também seja baixa, mas isso pode ser obtido num prazo maior ao mesmo tempo em que se aumenta o crescimento do PIB e do emprego. Esses economistas acham que a presença do estado na economia é essencial para o seu desenvolvimento. Para tanto pregam políticas industriais que dêem à indústria brasileira condições de se desenvolver. Eles também se preocupam com a questão social, pois acham que só as forças de mercado não resolvem a péssima distribuição de renda do Brasil. Os economistas desenvolvimentistas apóiam a recuperação do poder de compra dos salários, o Bolsa Família e acham que não há necessidade de uma nova reforma fiscal. A necessidade é de queda da taxa de juros de forma que o juro básico no Brasil seja igual ao existente nos países em desenvolvimento. Também querem uma taxa cambial competitiva para o país continuar batendo recordes de exportação. A oposição achava que o LULA iria colocar o Murilo Portugal no lugar do Palocci, o que seria para o governo um tiro no pé. Felizmente o LULA é muito sábio e escolheu um homem de bem do porte do Guido Mantega.

b) A mídia tucana mostra os dentes

Quem lê diariamente os jornais de São Paulo se depara com um quadro no mínimo de golpe de estado. O principal deles é a “Folha de São Paulo” que exala golpe por todos os seus poros. Só falta colocar na seção de horóscopo comentários falando mal do governo lula. A “Folha de São Paulo” se transformou num instrumento de ódio a serviço da “elite” brasileira. Ela escala todos os seus jornalistas e comentaristas para descer o pau diariamente no governo. NUNCA há uma notícia favorável. As entrevistas também são dirigidas nesse sentido. Quem quiser ser entrevistado pela Folha é só falar mal do governo e consegue. Ficará para a história a forma como o jornal do Otávio Frias Filho tem tratado de forma desleal o governo LULA. O governo LULA é maior e mais competente do que ele e é isso que incomoda. É um governo que tem diretrizes próprias e a “elite” opressora e concentradora de renda fica histérica com isso. A “Folha”, quando o assunto trata o simulacro (algo sem personalidade própria, que não é verdadeiro) de candidato que eles arrumaram conhecido como Geraldo Alckmin dá tratamento diferenciado. O Geraldoduto da Nossa Caixa, também conhecido como “Nossa Caixinha 2”, daria substrato para comprometer a candidatura Alckmin, mas o jornal logo abafou o caso. Eles terão um sério problema ao longo do ano, pois haja tapete para esconder a sujeira do Geraldo; já tem o caso da revista que fez propaganda para o candidato com verba pública, os 400 vestidos da dona Lu que podem ter custado entre R$1,2 a R$ 2 milhões, entre outros. NENHUM comentarista, tipo Clóvis Rossi, Eliane Cantanhêde ou os blogs deles fizeram os comentários que eles costumam fazer quando é contra o governo LULA. O tucanato também se apossou da TV Cultura, com o Alexandre machado, que de forma boçal defende os tucanos e ataca o governo e o Partidos dos Trabalhadores. No Jornal da Cultura há o “urubulino” do Heródoto Barbeiro, que só tece críticas ao governo federal. NUNCA o destemido jornalista faz críticas aos tucanos que destruíram o estado de São Paulo. A revista Veja não merece comentário, assim como o jornal da Ana Paula Padrão, que deve ser escrito pelo diretório do PSDB. E isso não melhorará, a tendência é piorar. Como disse FHC “a imprensa tem de exagerar, senão não acontece nada”. Essa é a função da mídia. Se não fosse ela o Geraldo Alckmin, assim como o PSDB seriam cachorros mortos na disputa eleitoral. Como eles não dispõem das forças armadas para dar o golpe estão mancomunados com a mídia.

Secos & Molhados

Estripulias do Alckmin - Após o Geraldoduto da Nossa Caxa 2, 69 CPIs barradas na Assembléia Legislativa, 974 contratos considerados irregulares pelo Tribunal de Contas do Estado, o ex-governador de São Paulo está mostrando que em São Paulo, ao contrário do que disse, há ladrão sim.

Boas Novas

Pesquisa JB – Pesquisa do Jornal do Brasil, deu LULA com 44% das intenções de voto contra 31% do Alckmin. A pesquisa deixou claro que sem a candidatura do Garotinho LULA ganha no 1º turno.

Reajuste no Bolsa Família – O governo vai anunciar o reajuste de 20% para os beneficiários do Bolsa Família, o melhor programa de distribuição de renda do mundo. É a primeira vez que o programa tem reajuste. O objetivo é recuperar o poder de compra do programa. Dessa forma o benefício mínimo passa de R$ 15,00 para R$ 17,00 e o maior de R$ 95,00 para R$ 107,00. O limite familiar per capita para ingressar no programa passa de R$ 100,00 para R$ 120,00.

Novo mínimo – O salário mínimo passa a valer a partir de 1º de abril R$ 350,00. É o maior salário mínimo com poder de compra ao longo do ano desde 1966. O novo mínimo vai beneficiar quase 40 milhões de trabalhadores e aposentados. Deve injetar R$ 24 bilhões na economia ao longo de 2006. É o governo cumprindo a promessa de recuperação do poder de compra do mínimo. No governo Lula o mínimo teve reajuste nominal de 75% e valor real de 25%.

Temos cosmonauta – O nosso cosmonauta Marcos Pontes chegou à Estação Espacial Internacional. Isso incomodou muita gente que não queria ver o Brasil no espaço. A mesma gente que não quer ver o Brasil erradicar a pobreza, o analfabetismo, o bicho do pé, a violência nas cidades, as favelas entre outras pragas nacionais. Até a Mongólia já enviou astronauta ao espaço. Porque não o gigante da América do Sul? Essa gente subalterna, que defende os interesses estrangeiros tem medo de que o Brasil se desenvolva. São pessimistas e sempre pensam baixo.

Frases

“Para o Brasil virar uma grande Daslu, volte no Picolé de Chuchu”.
José Simão, na “Folha”, sugerindo um lema para a campanha do Alckmin.

“Alckmin quis me usar duplamente: ofereceu verbas de propaganda para dar “cala boca” no Afanásio deputado e no Afanásio comunicador. Ele se sente machucado pelo fato de o meu programa cutucar a política de segurança pública dele.”.
Afanásio Jazadji, deputado estadual de São Paulo, ao comentar que o Alckmin quis compra-lo. É bem provável que essa frase revele como o Alckmin conseguiu a blindagem do seu governo com a imprensa.

Poesia

· TRÊS POEMAS DE SAMUEL BECKETT

· 1

· Música da indiferença
· coração tempo ar fogo areia
· do silêncio derrocada de amores
· encobre suas vozes e que
· eu não me ouça mais
· calar-me

· 2

· Viva morta minha só estação
· lírios brancos crisântemos
· ninhos vivos abandonados
· barro das folhas de abril
· belos dias gris de geada

· 3

· Sou esse fluxo de areia que resvala
· entre os seixos e a duna
· a chuva de verão chove em minha vida
· em mim minha vida que me escapa me persegue
· e acabará no dia de seu começo

· Caro instante eu te vejo
· nessa cortina de bruma que recua
· onde não terei mais de pisar longos limiares movediços
· e viverei o tempo de uma porta
· que se abre e fecha

____________________________________________________

E & P - 58 -Correção
Companheirada desculpem o erro, é mínimo mas pode comprometer o texto.


A troca no comando da economia

No texto onde se Lê que os economistas desenvolvimentistas não acham necessário uma nova reforma fiscal houve erro, pois na verdade não há necessidade de uma reforma da Previdência Social, conforme já disse o Guido Mantega ao Financial Times. A Previdência Social, somente com o combate a fraudes nesse ano vai economizar R$ 5 bilhões.

É ISSO.

LULA É MUITOS LULABIS