sábado, 6 de março de 2010
Em primeira mão no blog Os Amigos do Presidente Lula em 06/03/2010 às 06:30
A revista Veja traz "reporcagem" de capa com a título "Caiu a casa do tesoureiro do PT", no estilo dossiê político.
Ao conferir o "site", nos deparamos com o patrocinador da revista, que trás o "dossiê" da semana: a indefectível SABESP e o Governo do Estado de São Paulo ao lado.
"Coincidentemente" é o estado governado por José Serra (PSDB/SP), suposto candidato a presidente em queda livre e diretamente interessado na propagação de dossiês políticos contra gente do PT.
Dessa vez não precisa nem desenhar o que está por trás disso tudo ... já veio desenhado pronto, ao abrir o "site" da revista, com a propaganda da SABESP e Governo de São Paulo estampada.
Convenhamos que a turma de José Serra já foi menos amadora. Não deixava tantas digitais na "cena do crime".
A imagem da tela foi capturada nas primeiras horas do sábado (caso o anúncio da SABESP já tenha sido tirado, para "não dar bandeira"). O banner alterna com outros anunciantes.
Em busca do escândalo perdido
Sobre a "reporcagem" é "reporcagem" mesmo, em busca do escândalo perdido, mas vazia de conteúdo convincente. Usa a velha fórmula de pegar meias verdades e envolver até o nome do presidente Lula no meio, sem que ele tenha nada a ver com o assunto.
De fato o que existe é:
- A Bancoop é a Cooperativa dos Bancários de São Paulo, criada pelo Sindicato dos Bancários, em 1996, para construir apartamentos e casas através de mutirão financeiro dos cooperados (voluntariamente). Há petistas com origem no sindicato dos bancários entre seus fundadores que não participam mais da cooperativa, e há ainda petistas atualmente na diretoria, tanto do sindicato como da cooperativa.
- Há empreendimentos com desequilíbrio financeiro (ou aumento de custos, ou inadimplência de cooperados).
- Há acusação contra alguns ex-dirigentes da cooperativa de ter desviado dinheiro da cooperativa em proveito próprio, acusados de serem donos de empreiteira que construíam os prédios. Não são os nomes do PT que a revista mistura no meio das acusações.
- O presidente Lula já comprou um apartamento no Guarujá da Bancoop. Assim ele é um cooperativado, como milhares de outros, e até foi vítima também de atraso nas obras, nada tendo a ver com a direção da Cooperativa.
- Há diversos processos na justiça de mutuários (muitos com bons motivos, pois o prédio que investiram não foi entregue ainda), por conta das denúncias de desvio de dinheiro daqueles ex-dirigentes, e também reclamações nos empreendimentos onde há desequilíbrio financeiro, e é preciso que os mutuários coloquem mais dinheiro para concluir a construção do prédio.
- Há um promotor do Ministério Público de São Paulo, José Carlos Blat, que faz uma investigação, e diz que há indícios de que a Bancoop desviou recursos para empresas ligadas a alguns dirigentes, que repassaram os valores para campanhas do PT. O promotor abriu o inquérito criminal em 2007. Não existe denúncia formalizada ainda e nem acatada pela justiça. Ou seja, por enquanto há apenas indícios, que pode resultar em denúncia ou não. Cabe ao promotor reunir provas contra quem tiver culpa de fato, se tiver, para não fazer processos políticos como fizeram com Palocci na prefeitura de Ribeirão Preto, em que ele foi inocentado.
O que existe de fato é isso que está aí em cima. A revista Veja partiu destes fatos e inventou, lançando suspeitas e acusações que não existem. Chega até a especular com a origem do dinheiro apreendido no famoso dossiê Vedoin vir da Bancoop, sem qualquer fundamento de fato.
A Folha de José Serra, já havia publicado essa notícia sobre a Bancoop em novembro de 2009, sem tanta invencionice quanto fez a Veja. Não há novidade até o momento.
Há pérolas na "reporcagem" como achar "evidência de crime" dirigentes da Cooperativa que também eram dirigentes ou ex-dirigentes sindicais visitarem o Sindicato dos Bancários com frequência. Ora, a Cooperativa é dos bancários, a revista Veja queria que eles visitassem quem com frequência? O sindicato dos padeiros?
Outra pérola é esta: "VEJA ouviu uma das testemunhas, ... Em entrevista a VEJA, Roberto [a "testemunha"] não repetiu a afirmação categoricamente [sobre entrega de envelopes de dinheiro], mas disse estar convicto de que isso ocorria..."
Ora, uma pessoa só testemunha o que viu, o que ouviu, o que sabe com certeza. Ninguém é testemunha por acreditar que algo aconteceu, sem ter testemunhado o ocorrido. Isso não existe.
Por tudo isso, a "reporcagem" é um "dossiê" do desespero, e de tão vazia de conteúdo real que preste, servirá apenas para fazer algum barulho entre torcedores fanáticos demo-tucanos, mas não cumprirá a função de provocar danos que o "patrocinador" da reportagem almeja.
De:
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