sábado, janeiro 23, 2010

No Blog do Zé Dirceu

O fracasso da estratégia tucana
Publicado em 23-Jan-2010
A atual postura, totalmente fora do controle do PSDB e de seus líderes, precisa ser entendida. Os tucanos traçaram um cenário para as eleições de 2010 que não se concretizou, uma vez que apostaram na crise internacional, fizeram de tudo -- boicotando, combatendo e votando contra as medidas do governo Lula contra a crise --, como continuam contra o Pré Sal, na expectativa de que 2010 seria um ano de recessão e desemprego, cenário que não se confirmou, pelo contrário: o governo e o presidente Lula conquistaram seu maior grau de aprovação e apoio em plena crise internacional ano passado.

O segundo cenário era que Lula não ia transferir votos para Dilma Roussef e o PT se dividiria, não construindo alianças e palanques regionais para sua candidata. Chegaram a avaliar que o PT não aceitaria Dilma como candidata. O PT não se dividiu, pelo contrário, fez uma eleição exitosa de sua direção, apoiou Dilma praticamente por unanimidade e a candidata tem hoje 25% de votos e já empata com José Serra na espontânea; não tem rejeição superior a dos outros três candidatos; já ultrapassa Ciro Gomes em 10 pontos no primeiro turno e o vence no segundo; já tem o apoio do PMDB, e do PDT, caminhando para ter o do PC do B e PR e mesmo do PP e PRB.

Também ao contrário do que previam os tucanos e o DEM, os palanques estaduais de Dilma se consolidam e, mesmo no Rio Grande do Sul, onde eles apostavam no rompimento com o PMDB, as notícias não são boas para eles: José Serra está perdendo o PMDB gaúcho. O candidato do PMDB ao governo, José Fogaça, tem dito que pode apoiar Dilma se esta for a decisão de seu partido, a senha é “Dilma não é PT, é antes de tudo gaúcha”.

Nos outros estados a situação não é diferente, não se entendem em Santa Catarina e no Rio de Janeiro, não chegaram a um acordo com Aécio Neves, o que pode lhes custar uma derrota em Minas Gerais, o segundo eleitorado do país.

Assim, os ataques desesperados e desqualificados do presidente do PSDB ao governo, a candidata e ao PT se explicam pelo fracasso da estratégia tucana, pela crise sem precedentes do DEM e pela falta de propostas e programa da oposição. Daí a desastrada entrevista a revista Veja de Sergio Guerra e a ressurreição de Gustavo Franco, o do câmbio fixo e dos juros reais de 27,5%, o que dobrou a dívida interna e fez uma farra fiscal no primeiro governo FHC, até que o país quebrou e o FMI obrigou os tucanos a aceitarem a câmbio flutuante, deixando para o governo Lula a tão falada Herança Maldita.

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Tarifa social para mais 3 milhões de famílias
Publicado em 22-Jan-2010
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Mais uma excelente medida do governo Lula: a ampliação dos descontos na tarifa de energia da população com renda familiar de até meio salário mínimo (R$ 255). Essa "tarifa de baixa renda" destina-se aos cadastrados no Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) sob a rede de proteção do governo e beneficiará mais 3 milhões de famílias.

Os inscritos nessa rede passam dos atuais 19,4 milhões para 22,5 milhões. Hoje, independente da renda, a família que consumir abaixo de 80 kWh/mês (quilowatt-hora por mês) tem direito a desconto de 65% na conta de luz, o que gera distorção - casos de pessoas de alta renda consumirem abaixo dessa média com residências na praia, por exemplo.

Medida corrige injustiças

Além disso, só quem consumia de 81 kWh/mês a 220 kWh/mês precisava comprovar renda baixa para ganhar o benefício. A lei também corrige essa distorção. O critério não será mais só o consumo de energia mas, também, a renda: consumo até 30 kWh/mês terá 65% de desconto; entre 31 e 100 kWh/ mês, 60%; e a partir de 101 kWh/mês, 10%.

Como bem afirmou Nelson Hubner, diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), "há famílias de baixa renda que não estão inscritas nos programas sociais e deixariam de receber o benefício, o que poderia poderia gerar injustiças". Com isso, o governo Lula liquida de vez a distorção que estendia o benefício a quem pode e deve pagar a tarifa normalmente. A medida entra em vigor a partir de julho. E antes que comece o catastrofismo de dizer que as tarifas vão aumentar por conta disso, o ministro Edison Lobão (Minas e Energia) já antecipou que não.

Para tanto foi liberado um subsídio de R$2 bilhões para cobrir o desconto junto às empresas de energia do país. O dinheiro vem da Contribuição de Desenvolvimento Energético (CDE) já cobrada de todos nós nas tarifas mensais. Como vocês podem ver, uma iniciativa excelente destinada aos que mais precisam de proteção do governo.

Foto: Francisco Leal/Acervo Governo do Piauí


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Esforço inútil da Globo
Publicado em 22-Jan-2010
Bem que a Rede Globo tenta, mas não consegue esconder a revolta e a sensibilidade popular na cidade mais rica do país e no Estado mais desenvolvido, há 16 anos governado pelos demotucanos. O povo não é bobo. Sabe que é a grande vítima das enchentes. No final são só vaias, como aconteceu ontem ao prefeito Gilberto Kassab (DEM-PSDB) no bairro do Grajaú.

Os governos tucanos não investiram na infra-estrutura da cidade e não conseguem resolver um problema simples e corriqueiro como o trazido pelos alagamentos. Kassab aplicou no ano passado menos de 10%  das verbas programadas para obras contra enchentes e menos de 8% das previstas para piscinões.

Resultado: não fazem canalização e limpeza de córregos nem piscinões - esses, aliás, foram abandonados por Serra quando prefeito e por Kassab que diante das novas cheias desse ano, anunciou a retomada da construção de cinco sem dizer quando inicia e conlui essas obras. Também não investiram nas áreas de risco e nem combateram os loteamentos clandestinos, a especulação imobiliária e a ocupação desordenada da cidade.

Isso sem falar nos bilhões gastos no rebaixamento da calha do rio Tietê na capital para nada! Faltam governo, eficiência, compromisso com o povo, sensibilidade social e sobram tecnocracia, elitismo e soberba. O resultado só podia ser mesmo o que estamos vendo.

Falta ao governo Serra-Kassab humildade para pedir desculpas ao povo e reconhecer os erros que cometeu. Essa atitude é até mais grave do que a incompetência já comprovada com os fatos. Mas é isso que o país terá se cometer o erro de eleger Serra presidente da República em outubro. Diante de crises, mais cortes de gastos e mais juros. Como sempre...

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