segunda-feira, novembro 21, 2005
Sobre: "Bolchevique". 20/11/2005, Folha de S.Paulo. Coluna assinada por Clóvis Rossi, p. 2 da edição impressa. E na Internet, em http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz2011200503.htm
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Não senhor, Sr. Clóvis Rossi. No pasarán! Núncaras!
Tome vergonha!
O pior idiota, hoje, no Brasil, não é nem leitor, nem eleitor, nem político (contando-se aí, até, as idiotices do Senador Virgílio, de Ônyx-o-Horrível e da deputada-cobra do PSDB paulista).
O pior idiota, hoje, no Brasil, é jornalista de profissão; é colunista alugado; vive de escrever em jornal arrendado à tucanaria paulista e uspeana -- idiota, essa também.
As grosserias que o senhor escreve, e as suas idiotices, não são sequer originais ou novas. As mesmas grosserias & idiotices lêem-se, hoje, nos blogs de outros jornalistas alugados, como o senhor, militantes desavergonhados, todos eles, contra a democracia brasileira, no Brasil, hoje; como o senhor.
É pura grosseria -- e idiota -- haver 'sociólogo uspeano' que 'ensine' que "o governo está como peru bêbado".
É pura grosseria -- e idiota -- haver 'advogada' paulista que 'ensine' que "o presidente é bandidão".
É pura grosseria -- e idiota -- haver senador amazonense que diga, o fanfarrão, que "eu vou dar uma surra no presidente".
É pura grosseria -- e idiota -- haver deputado federal baiano que ecoe, o franguinho capado -- "eu também, eu também!".
É pura grosseria -- e idiota -- o senhor escrever, hoje, que "só o mais perfeito idiota acha hoje que o governo do PT ameaça o capitalismo, ameaça a propriedade privada, ameaça o sistema financeiro."
Todas essas grosserias são uma mesma grosseria e uma mesma idiotice.
Todos os golpismos são, no mínimo, idiotas e grosseiros. Sempre foram.
O governo do Brasil, em 2005 -- um governo democraticamente eleito, na mais importante nação da América Latina, e em eleições que o senhor insiste em tentar desconstituir a golpes de teclado -- ameaça, sim, o capitalismo de subalternização das nações pobres; a propriedade privada das empresas de mídia nas nações pobres; e o sistema financeiro implantado, no Brasil, pra que só as elites mamassem -- e, verdade seja dita, implantado aqui desde Golbery.
A tucanaria e a mídia incompetentes que temos, em 2005, não passam, hoje, de golberysmo de segunda mão.
O Ministro Palocci é, hoje, o mais importante ministro das finanças do planeta; o mais bem-sucedido, num projeto que todo o planeta civilizado compreende e reverencia; o projeto do Ministro Palocci trabalha para varrer do mundo civilizado o modelo de economia nacional-subalterna, dos Golberys-Mallans-Mendoncinhas-FHC subalternos.
É claro que a ministra Dilma Rooussef sabe disso. É claro que ela não disse, jamais, o que o senhor diz que ela disse.
É claro que ela quer mais verbas. É claro que ela tem de querer. É claro que Palocci não pode dar. É claro que o presidente Lula tem de administrar essa tensão. É claro que o presidente Lula sabe fazê-lo. É claro que o está fazendo.
Nada, no mundo, hoje, é mais importante do que Lula ser reeleito (prô lado de defender a democracia nas nações da periferia do capital transnacional) ou de que Lula não ser reeleito (prô lado de entregar essas nações, de mãos atadas, aos interesses das finanças transnacionais globais).
É isso que está em disputa, no Brasil: a tucanaria tucano-udenista representa o modelo velho; Lula, no Brasil, é a possibilidade de alterar essas regras que são -- SIM SENHOR, SÃO! -- as mesmas eternas regras do capitalismo, da propriedade privada e dos sistema financeiro 'globais'.
Se o governo do Brasil não ameaçasse tudo o que o governo do Brasil realmente ameaça -- e felizmente, afinal, depois de 500 anos, algum governo democraticamente eleito ameaça ISSO, no Brasil --, em defesa de reconstruir uma economia nacional que se re-imponha, ao mundo, depois de 50 anos de atrasismos, e como interlocutora privilegiada contra os interesses dos capitais transnacionais...
... nem esse patético Clóvis Rossi estaria obrigado, em 2005, a ter de requentar, até... metáforas da propaganda dos capitais transnacionais, na 'guerra fria'! [risos, muitos].
Ah! A Guerra Fria... O senhor lembra, Sr. Clóvis Rossi?! Aquela! A propaganda que se construiu todinha, completamente, exatamente, para organizar, para todo o planeta, exatamente (1) o capital da globalização; (2) a propriedade dos veículos de mídia para a globalização; e (3) as finanças transnacionais da globalização.
"O mais perfeito idiota", em 2005, são, pois, ainda, pela ordem dos derrotados -- e repetidamente derrotados, no Brasil, há 50 anos: Golbery, os generais brucutus, Lacerda, Collor, FHC, todo o PSDB-PFL paulista e nordestino, a mídia-empresa brasileira endividada... e o Clóvis Rossi. Xô! No pasarán!
[assina] Caia Fittipaldi [msg assinada pessoalmente só por mim, porque a indignação é emoção pessoal e intransferível. Msg enviada em cópia para todos os campanhistas].
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